sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Agrava-se o problema do alambor do Castelo dos Templários

Ao contrário do que afirmou Corvêlo de Sousa, presidente da edilidade tomarense, as obras da envolvente ao Castelo e Convento de Cristo não dão mostras de vir a respeitar o alambor já em parte destruído, como se pode ver nesta foto. Tão pouco parecem respeitar -minimamente que seja- a estética anterior do local, na periferia imediata de um monumento classificado a pedido da autarquia como Património Mundial desde 1983. Situação particularmente delicada, dado que ao apresentar o seu requerimento na reunião de Friburgo, o Município de Tomar se comprometeu a respeitar e proteger o referido património.
Neste momento o estado da obra é este. Arma-se uma estrutura em ferro e instala-se uma cofragem para posterior enchimento, o que dará origem a um muro em betão com cerca de cinco metros de altura, a menos de dez metros da fachada norte do Convento, do século XVII. Se num qualquer arrabalde de uma grande cidade semelhante mostrengo já seria algo de insólito, agora imagine-se mesmo rente ao Convento de Cristo, Património Mundial.
A ajuizar pelas dimensões da nova sapata em betão, uma vez concluído o novo, inestético e inqualificável paredão tornará impossível, ou pelo menos extremamente difícil, reparar o alambor e refazer a parte destruída, contrariando por conseguinte a promessa feita anteontem.
De sudeste para noroeste, o aspecto actual é este. Inquietante, como se vê.


Eis o panorama a oferecer  aos futuros visitantes que cheguem pela estrada nacional, o principal acesso uma vez as obras concluídas. A menos que ainda se consiga parar a obra neste sector, pensar e modificar o projecto, de forma a respeitar o passado, a decência, o bom gosto, a estética, a história, o monumento e a sensibilidade de todos aqueles que gostam do património de todos nós. Um muro de betão de 5 metros de altura, com a Torre de Menagem Templária em fundo, como mostra a foto, é algo inaceitável na Europa do século XXI. E pode até implicar a anulação do actual estatuto de Património da Humanidade, uma vez que a autarquia tomarense, com a conivência do IGESPAR, contrariando aquilo que subscreveu em Friburgo em 1983, está a patrocinar um grave atentado de lesa-património, ainda por cima financiado com fundos europeus. Oxalá este alerta ainda vá a tempo de evitar o desastre!

11 comentários:

  1. Caro António Rebelo,
    A Comissão Europeia, na pessoa do Comissário da área da Cultura, já tem conhecimento da situação.
    Enviei-lhe Queixa sobre o sucedido. Contudo ainda não respondeu, eventualmente poderá ainda estar em férias!

    Isto é abominável.
    Ultrajante da mais elementar decência.
    Da mais elementar humanidade; não têm um pingo de decência.

    ESCROQUES.

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  2. É mesmo o momento de pararem, chamarem os técnicos respetivos para avaliarem o estrago feito e encontrarem uma solução que restaure, tanto quanto possível, o alambor e a área circundante.

    Reconhecer o erro e esforçarem-se por corrigi-lo é a boa atitude pública e, assim, ainda poderão salvar a face.

    As fotos falam por si.

    Mas que grande salganhada!

    A defesa do Património histórico exige-o e o empenho e vigilância do Dr. Rebelo também.

    Vamos lá a reunir as pessoas certas!

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  3. Caro António Rebelo
    Felicito-o pela sua coragem e pelo seu empenho na defesa de Tomar e do seu património.
    Força! Terá todo o nosso apoio!
    Bem haja.

    Pedro Moniz

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  4. Sigillum informou, em comentário supra, que a Comissão Europeia já tem conhecimento desta atrocidade.
    E, na verdade, se não for tal entidade a tomar uma atitude e a pôr um travão a isto, então bem podemos desesperar, porque já se viu que em Portugal nenhum organismo público fará algo.
    Com efeito, é notório que o IGESPAR tem revelado total indiferença perante o caso; quanto à Câmara Municipal, é bem patente que está conluiada com o empreiteiro: o seu único desejo é dar a ganhar a maior quantidade possível de dinheiro a tal empresa; no que toca ao próprio presidente da Câmara, nada dele podemos esperar: desde que o seu salário continue a pingar ao fim do mês, «está tudo dentro da normalidade»...
    Quanto a fazer queixa ao Ministério Público, de pouco ou nada servirá, desde que este entenda que não há normas juridico-criminais que estejam a ser infringidas.
    Em suma, não é possível não sentirmos uma sensação de sufoco e de impotência perante este atropelo cultural. Dá idéia que estamos a vivenciar um romance de Franz Kafka, cujas personagens comummente se vêem confrontadas com cenários bizarros e de atentados à outrance de direitos, contra os quais nada podem fazer.

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  5. DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

    PARA SIGILLUM
    --------------

    Vai-me desculpar, mas não concordo com essa da "Queixa" à C. Europeia.

    Temos os nossos respetivos órgãos do aparelho de Estado e outras instituições afins.

    Como faz o Dr. Rebelo é que é bem feito: denúncia na praça pública, crítica na praça pública.

    Cabe agora, em primeiro lugar, aos autarcas darem-lhes ouvidos, porem as pernas ao caminho e retificar o que deve ser retificado.

    Para que não se torne rotina o que recentemente aconteceu no país: apelar ao capitalismo financeiro internacional para ajudar a derrubar um Governo para irem para o poder.

    Digo eu.

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  6. Teria o Senhor Cantoneiro toda a razão, não fora o facto, já sobejamente comprovado (principalmente nos últimos desenvolvimentos entre a Câmara de Tomar e o IGESPAR), de que as instituições nacionais não funcionam.

    Sabendo à partida que tal não seria de excluir, decidi fazê-lo às instituições internacionais, dando conhecimento à Presidente da Assembleia da República, ao Secretário de Estado da Cultura, e ao Director do IGESPAR.
    Considerando que as instituições internacionais estão "mais distantes", e são por isso mesmo potencialmente mais imparciais.

    Cada qual verá o que entender, e interpretará como entender a minha actuação - a liberdade também passa por aí, mas convém que exerçam também a responsabilidade, que nesta vertente passa por questionarem-se que atitudes concretas tomaram para agir na defesa deste património histórico imemorial, que é nosso, mas também do resto da Humanidade.

    Não serei ingénua e considerar que a velha máxima:
    "de bestial a besta em três tempos", não se aplica ou aplicará, apenas posso referir-lhe a si e a quem este comentário entender ler, que tomei a decisão acerta.
    A decisão correcta.
    A decisão decente.

    Não aceitarei, em momento algum, a inversão "das coisas".
    Não fui eu que pratiquei um crime de lesa património histórico, com quase 900 anos.

    A Sigillum,
    a quem o Facebook bloqueou a conta porque lutou e continuará sempre a lutar por aquilo em que acredita.
    E que não sofre maiores represálias (pelo menos por enquanto ...) porque não vive em Tomar.

    Não sei se consegui responder à sua questão, e a eventuais dúvidas entretanto surgidas, mas esta é a resposta que tenho para dar-lhe.

    E para abreviar a questão seguinte, "porque não dá a 'cara'":
    asseguro-lhe que em todas as comunicações oficiais, dei, dou e darei sempre a cara, ou seja, com nome próprio e apelido.
    Incluso às entidades que praticaram o crime de lesa património histórico.

    Em relação a todas as outras pessoas, não o faço porque não sou eu que estou em causa, mas sim o crime de lesa património histórico de Thomar, que necessita desesperadamente de ajuda.
    Eu, sou apenas uma pessoa, que tudo fará para defender até ao fim, e ao todo o custo, esse património.
    Se as pessoas se reverêm na defesa, muito bem, se não ...

    Cumprimentos

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  7. O senhor cantoneiro um dia destes quando for assaltado não se esqueça de ir protestar ao sindicato do gamanço. Quem sabe?
    Então o senhor quer-nos fazer crer que quem tomou a iniciativa e autorizou a destruição é que lhe vai dar ouvidos? O que espera que eles façam? Que se esbofeteiem a eles próprios? Ingenuidade já passou de moda...

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  8. Boa noite,

    Não querendo abusar da sua amabilidade, agradecia o favor de publicar a seguinte Petição:

    «Petição em defesa, salvaguarda e reabilitação do Alambor Primitivo Norte (Séc. XII) do Castelo Templário de Tomar»

    http://www.peticaopublica.com/?pi=THOMAR1

    Grata pela gentileza, melhores cumprimentos

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  9. Para Sigillum:

    Pode fazer o favor de incluir na petição o meu nome e o de Luis M. Pedrosa Graça, ex-director do Convento de Cristo.

    Saudações templárias tomarenses,

    A.F.R.

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  10. Como lhe agradecer?
    Não tenho palavras suficientes, para expressar-lhe toda a gratidão e Bem que o seu PRECIOSO contributo tem dado à nossa CAUSA CONJUNTA; uma Causa que é de TODOS NÓS.

    A Luis M. Pedrosa Graça, ex-director do Convento de Cristo, as minhas cordiais saudações.

    Agradecendo a Vossa intenção, não poderei inserir os Vosso honrados nomes, pois terão que ser as próprias pessoas a fazê-lo; as regras da Petição assim o exigem, pois carece de documento de identificação e de posterior validação por correio electrónico.

    Trata-se de uma Petição com valor jurídico, pois de outra forma as entidades destinárias não aceitariam recebê-la.

    Com Thomar, Por Thomar.

    Saudações Templárias Estimado Amigo,

    MP

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  11. Assinado. Estive uns dias foras e só agora a vi. Irei divulgar.

    Por Thomar, Com Thomar

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