
O quadro da direita fornece-nos outra indicação ainda mais preocupante para Portugal. A nível mundial, o custo do seguro contra a eventual insolvência portuguesa (ou seja o seguro de garantia do pagamento atempado da dívida pública), coloca antes de nós apenas a Argentina (que já entrou uma vez em bancarrota), e a Grécia. É uma vergonha ? Pois é. Será só por termos um primeiro-ministro Sócrates (nome grego) que nem com um ministro das finanças Santos consegue milagres ? Não acredito !
Ainda no referido e prestigiado diário espanhol, o correspondente em Lisboa mostra que não tem papas na língua nem teias de aranha na cabeça. Assim fossem os jornalistas portugueses.
PORTUGAL - À PROCURA DE CULPADOS
O executivo esforça-se para transmitir uma imagem de austeridade enquanto a oposição provoca o aumento da despesa pública
"O primeiro-ministro José Sócrates convocou a imprensa estrangeira (coisa nada comum), e acusou as agências de "rating" de exagero, assegurando que Portugal avança no caminho da recuperação económica. Por sua vez, o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva (adversário político de Sócrates), nega qualquer pertinência às comparações entre Portugal e a Grécia, enquanto o ministro das finanças, Teixeira dos Santos, afirma que Portugal está a ser vítima do espírito predador dos mercados.
Para além das declarações tranquilizadoras ou dos prognósticos catastrofistas, os dados são inquestionáveis. No início de 2009, o governo previa um défice de 3,9 do PIB, mas no final do ano o mesmo défice chegou aos 9,3%. Perante as pressões internacionais para pôr em ordem as contas públicas, o governo prometeu reduzir o défice pra 8,3 % este ano, assegurando ao mesmo tempo estar em condições de cumprir o objectivo, imposto pela UE, de um défice inferior a 3% em 2013.
Em vésperas do início do debate sobre o orçamento para 2010, os juros que exigem os investidores para financiar o estado português subiram muito consideravelmente, afundando a Bolsa de Lisboa, que registou uma queda de 4,8 %, a mais acentuada desde a falência do banco americano Lehman Brothers, em setembro de 2008.
As medidas de contenção que o governo apresentará em Bruxelas, antes do fim do mês, mas já com algum atraso, integradas no Pacto de Estabilidade e Crescimento, compreendem o congelamento dos vencimentos da função pública (que já provocou as primeiras manifestações de rua), a suspensão de projectos de obras públicas, a revisão de algumas concessões rodoviárias, a redução do orçamento da maior parte dos ministérios, bem como maior rigor e controlo das despesas públicas.
O esforço governamental para transmitir uma imagem de contenção sofreu entretanto um considerável revés na passada sexta-feira, quando toda a oposição aprovou no parlamento a reforma da Lei das Finanças Regionais, que aumenta o limite de endividamento da Madeira e dos Açores. A controvérsia está longe de encerrada, devendo agravar-se de novo e assumindo aspectos de crise política eminente, durante o debate do orçamento."
Francesc Relea, El País, Lisboa
Tradução e adaptação de António Rebelo
Enquanto isto, em Tomar, alheia aos problemas nacionais, a actual maioria autárquica 3+2 prepara-se para aprovar um orçamento global de 61 milhões de euros, superior em mais de 10% ao do ano passado, cujo anexo Grandes Opções do Plano não engloba qualquer proposta nova, nem para gerar receitas, nem para reduzir despesas. É o que se chama governar num aparente mar de rosas. Até quando ?
"A actual maioria autárquica 3+2 prepara-se para aprovar um orçamento global de 61 milhões de euros, superior em mais de 10% ao do ano passado, cujo anexo Grandes Opções do Plano não engloba qualquer proposta nova, nem para gerar receitas, nem para reduzir despesas."
ResponderEliminarÉ caso para perguntar de onde vem tanta fartura?
Será que me limparam o Tesouro?
Será a CMT ganhou o euromilhões e eu não sei?
Será que alguém se prepara para assaltar um banco?
Será que a incompetência passou a reinar?
Perdoe-me por tomar a liberdade de divulgar no seu blogue, para quem não o leu, este fantástico artigo,de elevado valor cultural.
ResponderEliminarhttp://www.publico.clix.pt/Sociedade/um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-brutal_1420732
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Prometo não abusar mais nenhuma vez.
Boa noite, Sem traumas penso que no decurso dos debates que se farão sobre o orçamento da Camara de Tomar, para 2010, será possível ficar claro o porque de o orçamento não ter grandes novidades em termos de novos projectos ou mesmo o seu aumento global. A arte da imaginação também tem os seus limites e os projectos que estamos em vias de concretizar, com forte investimento da dministracao central, através da estratégia QREN, colocam um peso significativo neste como nos próximos orçamentos.
ResponderEliminarUm bem haja a todos
O Vereador LF
Meu caro Vereador LF,
ResponderEliminarPerdi os traumas na Terra Santa, mas perdi as ilusões em Tomar.
Reafirmo que este orçamento é um péssimo instrumento de orientação para a CMT.
É um "orçamento-caracol". Carrega um fardo pesado do qual não se consegue libertar. É vagaroso, ranhoso e tudo destrói à sua passagem.
O PSD sózinho não faria pior. É um orçamento despesista porque não garante fontes de financiamento e joga com receitas que já se sabem irrealistas. Por outro lado irá fragilizar o PS que ficará com o ónus político de não ter providenciado verbas do governo central.
Estrategicamente fica tudo na mesma. Como a lesma.
Frei Gualdim
9 de Fevereiro de 2010
Pois eu perdi os três ao pé de Avis...há muitos anos, diga-se! E se pensam que só os deuses devem estar loucos, haviam de ver uma alentejana com o freio nos dentes...!!!
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