domingo, 20 de março de 2011

A OPINIÃO DOS EMPRESÁRIOS


Assim que lerem o nome do autor do prefácio, alguns estimados leitores exclamarão o habitual "Lá vem este gajo promover mais um livro dos neoliberais!" Neste caso, porém, estão equivocados. Trata-se antes de um condensado de sugestões para ultrapassar a crise, oriundas de 55 empresários e gestores de entidades que produzem riqueza e criam postos de trabalho. Não de teóricos do estado-patrão, cujos resultados não têm estado à altura das expectativas.
Mais precisamente, trata-se de um relatório que, não sendo propriamente partidário e muito menos um programa eleitoral, contém muito daquilo que o PSD irá apresentar na próxima campanha eleitoral, ao que tudo indica muito em breve. Isto porque o próprio PP Coelho é muito claro no prefácio que assina: "Esta obra fornece, pois, uma relevante visão dos empresários e empreendedores para o desenvolvimento do País, que será muito útil de analisar e que, não vinculando o PSD, este não deixará de  ter em boa conta." (Página 8)
Está fora de causa apresentar aqui largos excertos do livro. Ainda assim, procurando responder antecipadamente à sacramental pergunta "Que tem isso a ver com Tomar?", seguem-se algumas citações, muito úteis sobretudo para os digníssimos autarcas, pois não há bem que sempre dure...
"Outro tema muito comum, porque várias vezes levantado, prende-se com o problema dos atrasos incompreensíveis nos licenciamentos a nível autárquico, em que, apesar da boa vontade da esmagadora maioria dos autarcas, os investidores vêem os seus projectos bloqueados durante anos a fio, por dois tipos de razões: a entropia causada pela própria máquina camarária e a enxurrada de pareceres que é necessário pedir as mais variadas comissões, institutos e organismos externos, para ver aprovado qualquer projecto. Fica a percepção de que estas estruturas (exemplo de muitas outras no País) não interiorizaram ainda que devem estar ao serviço do cidadão...e não o inverso." (Página 18) Sugestão nº 14 "Reduzir o número de câmaras municipais e de juntas de freguesia" Sugestão nº 66 "Combater o grande agente de burocracia em Portugal a nível de aprovações e licenciamentos, que são as autarquias, criando super-estruturas regionais..." Sugestão nº 123 "Educar para pensar, mais do que educar para fazer". Sugestão nº 233 "Apostar na agricultura biológica, em que beneficiamos do factor sol  e do facto de termos pouca poluição. Este sector cresce na Alemanha a uma taxa anual de 15%" Sugestão nº 235 "Apostar no turismo como segunda residência dos países mais frios da Europa." Sugestão nº 236 "Apostar no turismo de natureza, cultural e ecoturismo..." Sugestão nº 238 "Apostar no sector do turismo sénior de qualidade..." Sugestão nº 240 Apostar nas segundas casas para europeus e população reformada estrangeira residente ou em tratamentos médicos e recuperações..." Sugestão nº 273 "Concentrar os esforços de captação do turismo intra-europeu para a classe média europeia..." Sugestão nº 348 "Melhorar a sinalização turística em todo o território." Sugestão nº 357 "Apostar fundamentalmente em dois sectores-chave e transversais: turismo e mar... ..."  Sugestão nº 360 "Constituir um grupo de trabalho inter-ministerial para apoiar o sector do turismo, com valências nas seguintes áreas: turismo, infra-estruturas, ambiente, cultura, património, saúde, transportes e planeamento urbanístico."

Os leitores mais atentos já terão notado decerto que a maior parte destes temas ligados ao turismo e às autarquias, já antes foram abordados bastas vezes aqui em Tomar a dianteira, até porque se trata da minha formação e especialização universitária. O facto de os digníssimos autarcas locais se considerarem omni-competentes e auto-suficientes, tem obstado até agora a que Tomar se possa colocar na vanguarda do progresso no referido sector. Mesmo o facto de ter reiterado que tenho um plano para a cidade, apenas logrou cativar um ou outro cidadão interessado em "tirar nabos da púcara", para mais tarde poder vir, eventualmente, a cozinhar arroz de nabiças. Há que continuar a ter paciência...

3 comentários:

  1. Vivam os camaleões,espécie sempre muito activa aquando da mudança de moscas!

    Liga da Protecção dos Animais.

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  2. PARA MEMÓRIA FUTURA

    "Sábado, 19 de Setembro de 2009
    DIA 27 CONTRA A CRISE VOTAR ! VOTAR !

    António Rebelo

    Quando ainda estava convencido de que, com o agravar da crise, os tomarenses começariam a "dar o corpo à curva", prometi aqui mesmo que, no momento oportuno, revelaria o meu sentido de voto. Chegou a altura de cumprir o prometido, embora já esteja persuadido de que a esmagadora maioria dos tomarenses nada vai ligar ao que agora escrevo, pois como habitualmente são especialistas seja de que assunto for. E então em matéria de política, nem vale a pena tecer mais comentários. Vamos portanto ao âmago da questão."

    .../...

    "Usando uma linguagem de cariz burocrático, finalizo dizendo que, tudo visto e devidamente ponderado, não posso deixar de votar PS, no próximo dia 27. Que cada eleitor saiba assumir as suas responsabilidades, são os meus votos.

    Nota final: "Tomar a dianteira" continuará à inteira disposição dos habituais leitores, mas interrompe aqui as suas publicações diárias. Tencionamos recomeçar no dia 27 de Setembro, ao fim da tarde. Muito obrigado pela vossa atenção."

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  3. O que é que interessa a opinião dos empresários sobre a situação de Portugal ?
    Em Portugal não há empresários, apenas curiosos.
    Voltar a crescer, com estes "empresários" e com estes "políticos" ? Boa piada.
    Passos Coelho e o seu Miguelito, que diz que é tomarense (nascido em Angola), são os chefes do infantário.
    A crise ainda não começou em Portugal.
    Tomar não conta. Acabem com o concelho e integrem Tomar noutro concelho como freguesia.
    Se o Miguelito, que diz que é tomarenses (nascido em Angola), prometer aos tomarenses que Tomar vai ser a capital da Cultura em 2012, como o fez anteriormente, eles aceitam tudo.
    Olhem para a Platex, ao que parece a atravessar novos momentos difíceis.
    Os tomarenses só ficarão contentes quando Tomar perder tudo.

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