domingo, 8 de janeiro de 2012

Desenrascar, dialogar, esclarecer, mobilar...


Como por todo o lado, no país e na Europa, em Tomar a crise avança a um ritmo cada vez mais alucinante. Os responsáveis políticos nem tanto. Ouvi ontem parte da gravação do programa semanal  "À conversa com elas", na Rádio Hertz, e fiquei muito preocupado com o futuro desta terra. Muito mais do que já estava anteriormente. Isto porque as três políticas locais, naturalmente formatadas à maneira tomarense -coisa normal, dado que são nabantinas- procedem como se o comboio do progresso, ou do futuro, estivesse sempre parado, ali na estação à nossa espera. Ou pelo menos que, como antigamente, o chefe Bengala venha à porta espreitar para a Várzea Grande, a ver se há passageiros atrasados, só dando a partida depois de todos devidamente sentados. Infelizmente, nem uma coisa nem outra. Esses tempos já lá vão e não voltam. Agora até o lider dos IpT vai repetindo que não são bengala de ninguém, quanto mais agora chefes de estação.
Atento à evolução galopante da política nacional e aos seus efeitos na política tomarense, cujo piso está a ficar cada vez mais escorregadio, o presidente da Junta de Freguesia das Olaias não esteve com meias medidas. Mais vale prevenir que remediar. Antes que lhe fundam a junta com outra ou outras, decidiu fundir uma parte do orçamento na compra de uma moderna carrinha (ver foto supra), com tracção às quatro rodas, para evitar despistes em terrenos lamacentos. Ele lá sabe.
Voltando às senhoras, que são sempre boa companhia, pasmei com o que ouvi. Sucintamente o que segue. PS: O PSD tem de dialogar porque já não tem maioria absoluta e tem de esclarecer rapidamente o problema da liderança autárquica. IpT: O PSD tem de dialogar. Foram eles que ganharam, são eles que devem apresentar soluções e dizer o que querem. Devem também esclarecer quanto antes a questão da presidência. PSD: estamos prontos a dialogar com todos e vamos esclarecer a problemática da câmara; só não sabemos é quando, porque como sabem houve aquele caso dos ouvidos entupidos.
Questionadas pelo hábil António Feliciano, (cujo trabalho merece aplauso), sobre a realização de eleições intercalares só para o executivo, a representante laranja acha que são de evitar pois seriam mais uma despesa e, dados os prazos legais (que confessou desconhecer em absoluto) e o tempo necessário para a elaboração das listas, na sua opinião, quando já tivéssemos todo o processo concluído e um novo executivo, outras eleições autárquicas estariam à porta. Só lhe faltou acrescentar o usual argumento dos inimigos encapotados da democracia genuína: -Novas eleições para quê, se são sempre os mesmos candidatos?!
Por sua vez, Anabela Freitas admitiu que o PS ainda não definiu a sua posição sobre a eventualidade de eleições intercalares, acrescentando haver no partido vários militantes que são a favor das ditas. Outro tanto referiu Graça Costa. O que coloca este curioso problema: Admitindo que os autarcas da relativa maioria se decidissem repentinamente a dialogar, quais seriam os temas em debate e quais os intervenientes, dado que nem os socialistas nem os independentes sabem ainda que posição defender sobre intercalares, quais os assuntos a debater ou que objectivos procurar alcançar?
É certo que, de memória de homem, nunca os mudos começaram bruscamente a falar, pelo que se o PSD-Tomar nunca dialogou nos últimos 14 anos (dando de barato que alguma vez o tenha feito antes ou saiba sequer o que isso é e como se faz), também não virá ao diálogo. Mas se vier?
Quem trabalha em eventos públicos ou em televisão sabe que, por vezes, apesar do planeamento mais rigoroso, há imponderáveis a resolver em cima da hora. Aquilo que em Portugal se chama na gíria profissional "encher chouriços", em Espanha "rellenar" e em França "meubler". Na minha modesta opinião, é exactamente isso que procuram fazer (com maior ou menor habilidade) as três forças políticas em presença no tabuleiro nabantino: encher chouriços, rechear, mobilar. Queimar tempo, em suma. Esquecendo deliberadamente que os anglo-saxónicos não se cansam de proclamar que "time is money", quando em Tomar e no país estamos cada vez mais limitados pelo factor NHD. (Ver post anterior).
Pela minha parte, como procuro ser sempre o mais prático e directo possível, já arranjei uma solução transitória  para a actual crise política nabantina:


Depois não me venham com a velha história de que ninguém ajuda!

4 comentários:

Pata Brava Tomarense disse...

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, defendeu hoje que Portugal deve "olhar para outros mundos" e menos para a Europa e valorizou a existência de uma nova emigração protagonizada por uma "juventude bem preparada".

"Se nós olharmos para a nossa história, sabemos que sempre que nos encostaram ao oceano foram os momentos de maior glória da nossa história", disse Miguel Relvas.

Na sua opinião, "a verdade é que nos últimos 20 anos estivemos demasiado preocupados com a Europa".

Ressalvando que os portugueses "não devem deixar de olhar para a Europa", o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse que "Portugal é forte quando olha para o mundo", acrescentando que "a vocação do Atlântico Sul é a vocação da nossa história".

Para o governante, que falava nos Paços do Concelho de Penela, vive-se "um tempo de incerteza em Portugal como em toda a Europa" e o país "precisa necessariamente de exportar e precisa de encontrar novos mercados".

Importa, no entanto, que esses mercados não sejam "os que vivem hoje no mesmo mar de incertezas em que nós nos encontramos", referindo que a situação de Espanha deve preocupar Portugal.

Miguel Relvas recordou a sua recente viagem a Moçambique e disse ter apreciado em Maputo, em contacto com jovens licenciados portugueses que trabalham no país, a sua maneira de "ver o mundo com outros olhos" e a sua "capacidade se se adaptarem" a novas realidades.

"Temos uma adaptabilidade de tal forma que nos permite estarmos nas Américas, na Ásia ou nas Áfricas como estamos no nosso continente ou no nosso país", afirmou.

"Está na hora e na altura de sabermos aproveitar essa condição natural" dos portugueses, pois "foi também por dificuldades que vivemos à época que nós fomos à vida, à procura de outros mundos e de outros mercados", no século XV, disse.

Ao conversar com jovens portugueses, em Maputo, "tive grande orgulho naquilo que vi e ouvi", perante um "outro tipo de emigração", diferente da dos anos 60, com destino à Europa.

"Investimos numa geração e não lhe damos emprego"



"Esta é uma emigração muito bem preparada. Nós investimos significativamente nos últimos 20 anos numa geração e hoje não lhes damos aquilo de que eles precisam, que é o emprego", referiu.

Em Moçambique, com aqueles jovens, Miguel Relvas disse ter ficado "com a sensação de que pátria deles é o momento onde estão, a circunstância em que estão".

O ministro visitiu o Paços do Concelho de Penela, no âmbito de um programa que incluiu visitas ao Centro de Estudos de História Local e Regional Salvador Dias Arnaut, ao SmARTES - Casa das Indústrias Criativas e ao Penela Presépio, uma iniciativa que tira partido das condições naturais e patrimoniais desta vila muralhada cuja fundação é anterior à da nacionalidade.

Na visita esteve acompanhado pelo secretário de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa, Paulo Júlio, que era o presidente da Câmara local antes de entrar para o Governo, cargo em que foi substituído por António Alves.


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/miguel-relvas-portugal-deve-olhar-para-outros-mundos=f698430#ixzz1itXJMYux

Pata Brava Tomarense disse...

Este mesmo Relvas, a quem não é conhecido profissão alguma, já há 12 anos olhava para outros mundos.

Não enquanto trabalhador, pois nunca precisou, sempre teve a profissão de marido.

O cartão de visita dele ostentava o cargo de Conselheiro de Negócios Brasil/Portugal.

Com o advento de chegar a governante, já é empresário. Sobretudo enquanto sócio de Ângelo Correia, com quem tem vindo a trocar posições e quotas em várias empresas.

Relvas não precisa de emigrar. Relvas escolhe o seu quinhão do saque. Relvas não limpa o cu a qualquer caco !!

Pata Brava Tomarense disse...

Não há por aí um intelectual sério que desmascare publicamente este senhor?
O que este jagunço político conclama não é nada de novo. É um discurso e uma filosofia velhas que remontam à época da abertura da Rota do Cabo. A Europa sempre foi o diabo para os que sempre quiseram um Portugal enfezadinho, de gente pobre. 40 anos após chegada à Índia entrámos em bancarrota. De então para cá fomos pobres, continuamos a ser pobres. O período áureo foram estes 37 anos de democracia, onde quem falhou mais uma vez foram as elites económicas e políticas, habituados, antes, à maminha que o colonianismo dava, dos dinheiros europeus, depois, incapazes de competirem no mercado europeu e internacional.
D. João III, com alguns dos seus bolseiros, combateu os novos ventos que sopravam da Europa, para que continuássemos a olhar para o Firmamento em vez de olhar o homem e na horizontal; mais tarde a Inquisição e a Comnpanhia de Jesus intensificou o afastamento da Europa e projetou a quimera do quintoimperismo, de que este Capitão de Deus, Miguel Relvas, parece ser um paladino - leiam de novo o texto; no século das Luzes as novas ideias entravam distorcidas e por portas travessas e na clandestinidade, como aconteceu com Verney; no Estado Novo fechámo-nos à Europa que descolonizava enquanto as nossas colónias passaram a "Províncias", como o Minho e Ribatejo. O fantasma da Europa paira na cabeça destes salteadores do poder.

Pata Brava Tomarense disse...

Relvas estragou Tomar em 12 anos. O mesmo fará por Portugal. Pedro Marques fez o mesmo em 8 anos mas ficou por Tomar e não abriu horizontes com negócios extra-Tomar. Como chamar mercenário a um mercenário com uma licenciatura duvidosa, ligações mafiosas aoS PALOPS? Refiro-me ao arrogante do senhor Relvas. Bem falante mas com tiques e timbre afemininado. Quem vir nele um bom exemplo só tenho a dizer: eu não vou por aí!
Enriqueceu num ano só pois se ganhava 60 mil euros num ano então investigue-se porque declarou 600 mil euros noutro ano? Será que somos hipócritas senhor professor Rebelo?

PBT