terça-feira, 20 de julho de 2010

AVANÇA O ELEFANTE BRANCO DA LEVADA

A braços com uma dívida global da ordem dos 34 milhões de euros = 6,8 milhões de contos, a qual inclui um milhão de contos de dívidas a fornecedores; confrontada com o intrincado e caríssimo problema do mercado; a aguardar a resolução do diferendo com a ParqT, que pode vir a custar 10 milhões de euros; tendo perdido centenas de milhares de euros por manifesto desmazelo, no caso das taxas que não cobrou; sem saber ainda aonde ir buscar as elevadas verbas para honrar a sua participação obrigatória nas obras em curso (de 20 a 50%, consoante os casos), incluindo as novas escolas; avisada por cidadãos de todas as cores políticas; a circunstancial maioria autárquica, que nos devia governar, se soubesse e pudesse, resolveu avançar com aquilo a que chama "Museu polinucleado da Levada". Futuro elefante branco da Levada, dizem os políticos pensantes da urbe.

Trata-se de uma empreitada para cerca de 6 milhões de euros = um milhão e duzentos mil contos, (mais as alcavalas do costume...), que tem por fim transformar tudo aquilo em três museus: O Museu da Moagem, o Museu da Electricidade e o Museu da Fundição + Edifício técnico/administrativo, naquele espaço ainda livre, entre a central eléctrica e o ex-refeitório da Mendes Godinho. Não lembrava ao diabo, mas lembrou a António Paiva -Três museus de uma assentada! Terão viabilidade? Haverá público para eles? Terá a câmara capacidade científica, técnica e económica para os manter abertos e dignos? Há parques de estacionamento? Já foi estudado o fluxo de visitantes? E os respectivos circuitos de visita? Há a certeza de que grupos escolares, e outros de mais de 40 pessoas, vão poder circular em edifícios que não foram previstos para isso? Designadeamente na moagem? Com os seus 5 pisos?
Isso não interessa! São tudo balelas! O que importa é construir! Gastar os fundos da UE! Alguém há-de pagar a nossa parte! Vamos ter um problema semelhante ao de alguns estádios do Euro?
De forma que, quando por todo o lado governos e administrações locais estão nas encolhas (Até o Sarkozy anulou 0 tradicional almoço volante nos jardins do Eliseu, (7.500 convidados em 2009), para comemorar o 14 de Julho, Dia Nacional da França, o que lhe permitiu poupar cerca de um milhão de euros...), a autarquia tomarense abriu concurso para as obras do tal elefante branco. Para a generalidade das empresas de obras públicas, que por razões conhecidas estão quase todas com a corda ao pescoço, foi como se tivessem vislumbrado o maná no deserto. Com muita água e muitas tâmaras. "Ena tanto dinheiro a ganhar!", exclamaria um ex-quadro superior do município tomarense, agora aposentado, se ainda estivesse no activo.
Concorreram 22 empresas, segundo noticia o site do jornal O TEMPLÁRIO. Pela lógica, deverá ganhar uma sociedade anónima bem conhecida por estas bandas. E bem precisa! Aquilo anda pelas ruas da amargura. A tal ponto que pelo menos uma das suas mais de 30 subsidiárias, a Abrantina, já está a despedir pessoal. Daqui até ao início das obras, vai ser bonito vai! Influências daqui, cunhas dali, pressões dacolá... E nós a vê-los passar!
Tinha razão D. Miguel de Unamuno, quando na primeira metade do século passado escreveu "Os portugueses são um povo de suicidas. Não porque se matem mais do que outros. Porque mesmo quando caminham para o abismo, apesar de avisados de forma repetida, continuam obstinadamente a sua marcha..."

Imagem de satélite da Google. Do lado direito, o miniparque de estacionamento, sempre ocupado pelos moradores da zona, e sem lugares para autocarros. Em baixo, à esquerda, para matar saudades, a Rotunda ainda com a Fonte Cibernética e a Rosa dos Ventos, a qual devia ter evitado certos desnortes, mas pelos vistos falhou. Não temos sorte nenhuma!

14 comentários:

Anónimo disse...

Dr. Rebelo

Nada de pessimismos, por favor!

O património (material e, sobretudo, imaterial) da Câmara Municipal é garantia mais que suficiente da sua solvabilidade e da sustentabilidade deste jaguar (não elefante) doirado criado pela mente brilhante do Barão da Trofa!!!!!

Aliás, o vereador cultural (das farturas) já aqui nestas páginas avalizou pela palavra a efectiva solidez das finanças camarárias!

E, não lhe chega?!

O futuro destes cinco magníficos ao leme da Cidade Templária é risonho!

E risonho é o futuro de Tomar!

Portanto, vamos rir! Muito! OK!

Luis Ferreira disse...

Prof. Rebelo

Não insista por favor no erro: conforme já demonstrei e consta dos documentos da Câmara, a divida de curto, médio e longo prazo, incluindo fornecedores era, a 31 de Maio de 2010, cerca de 29 milhões de euros.

Porque insiste no valor, errado de 34?
E porque não se 'inventa' outro número?
Corrigir o erro é sinal de sabedoria.

Aquele abraço a todos os leitores

Anónimo disse...

Ó Luís, não foras vereador e seria caso para exclamar "dois ao burro e o burro no chão!" Não se trata de insistir. Apenas de continuar a acreditar nas contas publicadas por CIDADE DE TOMAR, na sua última edição, QUE POR ENQUANTO AINDA NINGUÉM DESMENTIU, COM DOCUMENTOS OFICIAIS PARA APOIAR. De forma que...

Cordialmente,

António Rebelo

Anónimo disse...

Então mas um jornal é mais credível para confirmar um valor de dívida oficial que um vereador?
Para mais, um jornal que tem como escriba habitual o rigoroso Mário Cobra?

Ó Rebelo, isso não lhe fica nada bem, quer depois que o levem a sério. Se se acreditasse em tudo o que se lê nos jornais...

Bravura Lusitana disse...

No próximo Sábado, concentração de militantes do PNR e simpatizantes do partido junto à Câmara Municipal de Thomar para desfilar, em protesto, até às obras da nova rotunda, parando o cortejo na levada, para defender a NÃO CONSTRUÇÃO dos museus.

Junte-se a nós. Quanto mais formos, mais ouvidos seremos.

Apenas o PNR se mexe. E com muito pouca gente ! Apenas o PNR dá valor aos cidadãos e à pátria. Os restantes...querem é tacho !

Por Thomar, Por Portugal, SEMPRE !

Anónimo disse...

Para Bravura Lusitana:

Só para vos alertar: Esqueceram-se de indicar a hora prevista para a concentração anunciada. Assim só vão aparecer os organizadores.

Anónimo disse...

Concentração a partir das 5 da manhã para apanhar lugar à frente.

Anónimo disse...

Para anónimo em 16:00

Vai-me desculpar o tom. Vê-se bem que estamos em Tomar. Aproveita-se o anonimato para tentar descredibilzar redactores, com considerações do tipo "isso não lhe fica nada bem, quer depois que o levem a sério."
Não percebo o que tem uma coisa a ver com a outra, mas enfim, há feitios para tudo.
Quanto ao essencial: O meu amigo Luís Ferreira afirma que os mais de 6 milhões de "outras divídas", vamos dizer assim, para não envenenar ainda mais a questão, já estão incluídos no total de 29 milhões de euros de EMLP. "Cidade de Tomar" tem a cópia do documento oficial distribuído pela autarquia, nele não constando que a realidade seja como o citado vereador afirma.
Naturalmente que se o nosso autarca publicasse a aludida cópia, que ele também recebeu, ficariam dissipadas muitas dúvidas. E para um técnico de informática, até deve ser fácil enviar um mail com documento anexo aqui para tomar a dianteira, ou para a.frrebelo@gmail.com

Cordialmente,

António Rebelo

Anónimo disse...

O problema não está em mais um, ou menos um milhão da divida.
Mas no desnorte e na incapacidade desta câmara do psd e o ps, que executa o plano das câmaras anteriores, onde quem mandava era o presidente, que nada trás para Tomar, antes a atrasa e descaracteriza. Isto é duma pobreza confrangedora, ver pessoas sem qualquer projecto ocupar lugares pagos pelo povo e com o dinheiro destes só olhando para o seu umbigo. Mas eles só tiram partido pessoal, dos mandatos que os seus partidos e o voto popular deram nas últimas eleições. A culpa é assim da maioria dos Tomarenses, que por acção ou omissão permite esta situação. São os chamados custos da democracia, aos outros só restam baixar as orelhas o Povo é quem mais ordena.
Não aprendam e votem nos mesmos e depois andem a carpir quatro anos novamente.
No entanto numa coisa eles já ganharam, são já incontestavelmente conhecidos, como a pior câmara desde o 25 de Abril, mesmo os do ps, que tanto contestaram a governação Paiva e agora apoiam todas as suas obras e estratégias, por já estarem a comer na gamela, mais os seus vários assessores.

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

O ANÓNIMO DAS 17H52 é capaz de ter razão.

Se o tal presidente, de nome PAIVA, era assim tão mau como o têm pintado, que, parece, criou problemas do arco da velha na terra, "zarpou" para cargo mais substancial, deixou herdeiro sem estaleca para o cargo, com problemas graves a acumularem-se no concelho, nomeadamente dívidas da autarquia,

e se continuam a implementar projetos de sua lavra, pode mesmo significar incapacidade deste executivo para governar pela sua própria cabeça, executando "planos de câmaras anteriores" que não troxeram nada de bom, nem antes, quanto mais para ódespois...

De facto, os museus costumam custar uma pipa de massa para se manterem vivos, atractivos e modernos, a começar por pessoal especializado, um conservadorzito, etc.., para não ser uma seca para os visitantes.

E como o problemas da zona histórica (degradada) não atrai os visitantes do Convento,nem infraestruturas para os receber, não será um Museo de temas assim tão locais que os vai fazer perder tempo a visitá-lo, pelo que a rentabilidade fica comprometida. Só se é para os tomarenses.... Mas não vão obter receita. Talvez não seja o momento para gastar aí dinheiro.

Mas o que é que tem a moagem, etc. de memória que valha a pena? Só se for a memória de fracassos de gestão e modernização que não criaram motivações nas novas gerações tomarenses.

Mas enfim...

Penso que o senhor Sebastião Barros tem razão, e é matéria em que de certeza a sua opinião deve ser considerada.

Luis Ferreira disse...

Estimados

Duas questões muito rápidas: não tendo o iPhone scanner, não posso colocar online copia do documento, uma vez que me encontro de férias, mas tal nem é preciso.

Já em referencia a antrior citação da dita divida de 34M€, esclareci a pagina da informação respectiva e o Jornal se publicou a copia deverá ser fácil detectar o erro, que me recuso a acreditar propositado.

E o erro é muito simples: a divida de médio e longo prazo é de 24M€ e a fornecedores de 5M€, a qual tem três parcelas, que no documento facilmente podem ser novamente somados, dando assim 34 e não 29.

Já expliquei isso uma vez e tal devia bastar para se corrigir o erro de leitura do documento. E nem vou falar dos cerca de 50% de portugueses que não conseguem sequer ler uma simples tabela, para justificar a análise...

Portanto vamos lá a emendar a mão que só fica bem dar razão a quem a tem, mesmo que estejamos na silly season'.

Sobre os Museus, em tempo falarei publicamente sobre o assunto, não só porque me compete, mas especialmente porque quero.

Saudações leoninas e templarias para todos

Anónimo disse...

Vai ser bonito ver a levada com um muro gigantesco que parece estar previsto para ali, e que não será mais do que a continuação do muro da Mijação já erguido ao lado da moagem...

Vai ser um espectáculo!!!

Funiculin disse...

Hoje da manhã lá andavam cinco "papagaios" "chefiados pelo arqº Faria a ver o painel do Polis e respectivas instalções à espera que os pombos em vez de deixarem caír o mau cheiro, enviassem cá para baixos bons maços de notas.

Anónimo disse...

Eu também gostava de ter em Tomar uma ilha dos museus, ao idêntico de outras cidades europeias (ex. Berlim). Mas temos que colocar os pés na terra e ver que por ora isto é impossível.
Quem nâo tem dinheiro nâo (devia ter) tem vícios...
A.A.