Com a crise local em manifesto clima de acentuada deterioração, parece haver três grandes correntes de pensamento: 1 - Os que pensam que se trata de um período difícil, após o qual as coisas irão melhorar; 2 - Os que acham que a infeliz coligação só beneficia o PSD, qual presente envenenado, uma vez que até já estão a constituir uma equipa "limpa" e alternativa, para o que der e vier; 3 - Os que, pelo contrário, sustentam que a estranha e infeliz coligação só beneficia o PS, que se está a aproveitar do acord concluído para ir sufocando o PSD pouco a pouco.
Bem vistas as coisas, é muito provável que todos tenham alguma razão. Os primeiros porque efectivamente hão-de vir melhores tempos. Mas, para que isso aconteça, os tomarenses terão previamente de mudar de ideias, de métodos, de pessoas e de hábitos gastadores.
Os seguintes, já viram uma das facetas do actual imbróglio nabantino -os laranjas a precaverem-se em relação à derrocada dos actuais eleitos.
Os outros, com o devido respeito, usam apenas um argumento produzido pelo seu costumeiro medo visceral da esquerda, para tentarem precipitar o fim da coligação, quando lhes poderia ser bem mais útil encararem as coisas como elas realmente se apresentam. Até agora os socialistas, com o óbvio apagamento de José Vitorino, manifestamente incapaz de controlar o DAU, uma criatura burocrática criada na época de Pedro Marques, com as consequências que todos sabemos; bem como com as sucessivas argoladas de Luís Ferreita, apenas têm contribuído para agravar a descrença, o desânimo, a tristeza, a insatisfação e os protestos dos tomarenses. Ninguém os está a ver a sufocarem os parceiros de coligação. Até porque nem teriam qualquer interesse nisso...pelo menos por enquanto, pois não querem cortar o ramo no qual estão sentados e bem abichados.
Assim, assado, ou por assar, as cinco imagens supra ilustram outros tantos problemas, do longo rol que alguma equipa um dia terá de começar a resolver. Só falta saber quando, com quem e como.
Iniciando pelo lado norte (para não desnortear): o cidadão a viver na retrete, a falta de estacionamento para autocarros de turismo, instalações sanitárias decentes na zona da Várzea Pequena, o arranjo do Largo do Pelourinho, a redignificação do Mouchão, uma roda nova, a remodelação dos acessos à ponte Mouchão-Parque desportivo, a edificação de bancadas, balneários e instalações sanitárias no presente campo de treinos, o caso dos terrenos da ex-Fábrica de Fiação, a usurpação do acesso ao domínio público do Açude de Pedra, a qualificação do Parque de Campismo, o caso do ex-Convento de Santa Iria, que afinal ninguém quer, nem mesmo de borla, o megalómano programa previsto para os lagares, o conflito com a ParqT, a reabilitação do Mercado Municipal, a encrenca dos dois paredões, o realojamento dos ciganos, o arranjo da Várzea Grande, o desenvolvimento do turismo, a reformulação do figurino da festa dos tabuleiros, a ligação Cidade-Castelo, o problema da Mata e dos Pegões, a criação de condições para atrair população e investidores, bem como para criar emprego, a mudança de mentalidade dos burócratas concelhios, o aumento das receitas e a acentuada redução das despesas, a formação do pessoal e a reforma de todos os serviços autárquicos, a aceitação do princípio segundo o qual é a autarquia, no seu conjunto, que está ao serviço dos cidadãos, e não o contrário.
Mesmo abreviando, vê-se bem que estamos perante uma tarefa ciclópica, a dividir em três níveis: Gestão dos assuntos correntes; Resolução faseada dos problemas herdados; Implementação de opções estratégicas, antes explicadas e debatidas com os eleitores. Vasto programa, na verdade ! Até arrepia, só de pensar nele!
19 comentários:
Caro António Rebelo:
O DAU não existe há muito tempo (julgo que desde o 1º mandato do Engº António Paiva), havendo sido extinto do quadro da orgânica camarária.
Cordialmente,...
"Até agora os socialistas, com o óbvio apagamento de José Vitorino, manifestamente incapaz de controlar o DAU, uma criatura burocrática criada na época de Pedro Marques, com as consequências que todos sabemos".
Não é verdade que uma pessoa com os conhecimentos e a capacidade técnica de José Vitorino seja manifestamente incapaz de controlar o DAU.
Os indicadores apontam sim para uma grande preguiça (ou falta de vontade) em gerir o DAU, acabando com os interesses instalados!
Esta criatura burocrática foi criada na época do Pedro Marques, mas isso aconteceu vai para vinte anos e o grande dirigente Paiva da Trofa nunca fez nada para alterar as coisas, pôr esta criatura a funcionar em favor do Município. Aliás, foi o Paiva quem criou e desenvolveu o monstro do DAU!
E agora, vejam lá, coitado do Victorino, que não vai conseguir dominar o monstro do DAU.
É como o PDM da época do PM, que o Paiva da Trofa afirmava ser o impecilho dos impecilhos, o pior dos males (e a combatê-lo ganhou as primeiras eleições).
Mas nestes quase vinte anos, o Paiva da Trofa (engenheiro especializado em PDM) não fez a revisão do PDM, expurgando-o de tudo o que nele achava pernicioso.
Realmente é giro, como dizia o outro, quando se não sabe (ou se não quer) dançar até o soalho estorva!!!!!!
Mas os eleitores Tomarenses T~em o que escolheram, nem se podem queixar muito!!!!!
Mas...o que me arrepia ainda mais é saber que a grande parte destes reais e prementes problemas foram criados em nome da "grande" requalificação urbana. A tal que até trouxe gente do Algarve para visitar a rotunda. A tal que faria de Tomar uma cidade só para turismo endinheirado e gente com pedegree. Terminada a demência vamos levar muitos anos a apanhar os cacos e a estender a mão à caridade. Nunca em tão pouco tempo se fez tanto para retirar Tomar do mapa. Reconheçamos que foi uma empreitada de mestre...
Laura Rocha
Oh amigo atento, interessado e escriba transbordante, lendo os seus escritos e pesando-os, fácil se conclui que 88,99% versam assuntos da maleita que vive, germina e se tem vindo a desembrulhar, ao longo dos anos, na Edilidade tomarense.
Mas olhe, a situação actual é mera circunstância!
Aponte nos últimos vinte anos em Tomar um autarca da estirpe, da linhagem, do saber da seriedade e da casta de, por exemplo, e para não irmos muito perto, um Fernando Ruas, um Defensor de Moura, uma Ana Sá, um Carlos Encarnação?
Não encontra!
O charco a que esta terra há-de chegar um dia, mais não será que o caderno escrito por todos os que, sem dom nem tom, rabiscaram e vão rabiscando, o seu mirrado saber, nas páginas derribadas da administração municipal!
Não tenha dúvidas!
E venha a festa a que todos cantam loas, mas que não sabem bem tratar!
Para anónimo em 22:38
Terá concerteza toda a razão. "O DAU não existe há muito tempo". É como a prostituição. Já não existe há muito tempo em Portugal. Desde que o Salazar, pressionado pelo seu amigo cardeal Cerejeira, mandou encerrar as "casas de passe", vulgo Ruas das Putas...ou Rua Pedro Dias, aqui em terras nabantinas.
Ora aqui está um comentário elevado com termos rústicos.
Quando a cera derrete vê-se o que há por debaixo...
Segundo notícia de última hora, uma explosão ocorrida num mercado central na Ossétia terá provocado um número indeterminado de mortos e feridos.
Ora aí está algo que nunca acontecerá em Tomar!
Obrigado Paulino e teus seguidores por teres livrados os tomarenses de perigo semelhante...
Bem hajas Paulino!!!
Caro António Rebelo:
O meu comentário das 22:38 foi (conforme é claro) um esclarecimento real e factual, relativamente à asneira que havía escrito, invocando um Departamento (DAU) que já não existe. Porém, entendeu (às 08:04) responder de forma quase ofensiva e com comentários que, querendo conferir semelhanças, das mesmas nada existe. Normalmente, o reconhecimento (ténue) dos seus erros é desnecessariamente acompanhado com provocações que não fazem sentido.
Obviamente não tirando o mérito a algumas provocações, algumas são mesmo infelizes.
No presente caso, António Rebelo, devería "estar lá dentro para saber o que lá vai dentro".
(Mais uma vez) cordialmente (e sem troco de ressabiamento...).
Meu caro António Rebelo, o Salazar não acabou com a prostituição por causa do amigo Cerejeira.
Ele acabou com a prostituição no Continente para transferir quem se prostituia para África. Em 1961 tinha começado a guerra em Angola, onde estavam milhares de soldados, um mercado enorme e uma fonte de problemas constantes, como você sabe. A guerra iria começar na Guiné e em Moçambique, ou seja, o mercado iria alargar-se.
A medida não era nova. O Marquês de Pombal criou Lei que libertava os escravos chegados à Metrópole, porque queria industrializar o País, e a industrialização não se consegue com escravos, mas com gente aparentemente livre. Mas o Pombal não acabou com a escravatura nas Colónias. No Brasil precisava de escravos para os engenhos e para as minas.
Tomar foi um dos centros da industrialização de Pombal, o que édesconhecido pelos tomarenses de hoje.
Hoje há quem defenda o regresso da permissão da prostituição porque se sabe que o desemprego vai aumentar, porque é um grande negócio, e porque o aparelho de Estado quer cobrar impostos (IVA, IRS, IRC). Um Estado proxeneta ? E o povo não vai concordar ? Dignidade e direitos humanos, o que é isso ?
Lancelot du Temple
Para anónimo em 09:01
Em certos casos, mesmo antes de se derreter a cera, já o inquisidor foi identificado. Apesar do Santo Tribunal ter sido extinto há mais de dois séculos, deixou muitos discipulos...
Para anónimo em 11:48
Creia que lastimo sinceramente que o meu comentário o tenha melindrado. Peço-lhe que aceite as minhas desculpas. Acredite que essa não era a minha intenção. Bem pelo contrário. Estimo por igual todos os amáveis leitores/comentadores, procurando sempre responder-lhes, quando é caso disso, com linguagem franca e desinibida, como é meu hábito. O facto de ignorar o estatuto social da pessoa a quem me estou a dirigir, ocasiona por vezes alguns incidentes desagradáveis. Peço-lhes perdão.
Quanto ao extinto DAU, o que pretendi dar a entender foi apenas isto: Já não existe, mas a mentalidade nele dominante mantém-se. Infelizmente. Mas posso estar enganado. É apenas uma opinião, fundamentada naquilo que tenho ouvido.
Cordialmente,
António Rebelo
"....O facto de ignorar o estatuto social da pessoa a quem me estou a dirigir, ocasiona por vezes alguns incidentes desagradáveis. Peço-lhes perdão.!
Permita-me Prof.Rebelo que lhe diga, que às vezes "desconversa" malcriadamente e com ordinarice, que se dispensaria , neste espaço, que embora seu, muito boa gente frequenta.
As comparações feitas no caso do DAU, são mal educadas e de baixo nível.E não se enquadram em linguagem de um "mestre" que o senhor também é! De si eu esperaria um debate elevado.
Não vê que o melindre maior, no uso de linguagem desbragada sem propósito (como é o caso) só o pode atingir a si???
Cumprimentos
Alice Marques
Senhora Alice Marques,
Desculpará certamente o meu atrevimento, mas onde é que está a ordinarice nos escritos do Dr. António Rebelo? É que eu não os encontro.
Será que leu Garcia Marques? Será que leu Saramago? Será que leu Lobo Antunes? Será que leu Mia Couto? Para falar nos mais brandos em termos linguísticos.
Leu Miguel Sousa Tavares? Leu os textos mais "poéticos e sensuais de Pessoa?
Lê os textos de duas Senhoras que escrevem semanalmente na revista Única do jornal Expresso: Inês Pedrosa e Clara Ferreira Alves? Já lhe passou pela cabeça enviar um comentário à redacção a propósito da linguagem ali utilizada?
Não querop acreditar estarmos perante uma Sacerdotisa de Vesta.
Cumprimentos
Luís Xavier
Muito obrigado, Luís Xavier, pela sua iniciativa em prol da liberdade de expressão. Eu resolvi calar-me neste caso, por vários motivos, a saber: Por me lembrar que o padre António Vieira escreveu, há já três séculos, que quando a semente não germina, ou é do semeador, ou da semente, ou do terreno. Por já não ter paciência para malhar em ferro frio. Por saber que que até Cristo, filho de Deus, não agradou a todos, pelo que foi pregado numa cruz entre dois ladrões.
Em que outra terra de outro país europeu, um leitor viria dizer num blogue privado que o respectivo autor escreve ordinarices? Você está-se a ver, entrando na casa de alguém para o apodar de ordinário, sem todavia fundamentar aquilo que diz?
Estamos em Tomar, Xavier, e a matilha é sempre a mesma. Alguns estão convencidos de que ainda estamos antes do 25 de Abril. Outros padecem de ideias fixas.
Cordialmente,
António Rebelo
Para a criatura os comprimidos:
Você deve achar um piadão ao que escreve. Ainda bem para si! Mas olhe que aquilo é sempre de uma infinita tristeza. E revela que algo não vai bem na sua cabeça. Para si é sempre dos comprimidos. Tanto faz que a vítima seja o Cosme, o José Soares, o Sérgio Martins, ou este seu humilde servidor.
Não poderia mudar de argumentação? Já cansa!
Cordialmnente,
António Rebelo
Ó Rebelo, eu nunca falei nesses outros senhores, um nem sei quem é, mas já que falas neles, por algum motivo será.
Subconsciente?
É que no caso do grande educador das massas Mozart Soares, não sei se são comprimidos, mas alguma coisa é!
Quanto ao Sérgio Martins, e há mais quem o diga, tenho ou não tenho razão, ele está ou não está sempre a falar de si próprio?
Aliás Rebelo, tu estás a ir pelo mesmo caminho, e isso não fica bem aos verdadeiros mestres, aos verdadeiros sábios. Para esses nunca é o "eu", seja o fiz, o sei, o avisei ou o que for, que realmente importa.
Mas, o que vos fizer felizes...
E para que servia o DAU?
É o painel do próximo debate concelhio a afiar as garras...
Essa do que convém aos verdadeiros mestres, aos verdadeiros sábios é para coagir os os homens calarem-se.
Os homens avisaram aos longo dos tempos, os tomarenses não ligaram à sua vida. Os homens têm o direito e o dever de proclamarem que o que está a acontecer tinha sido previsto e que ninguém ligou.
E foi previsto por quem ? Pelos homens que vocês criticam, Sérgio Martins, António Rebelo e outros.
Homens que não têm medo de se afirmarem, ao contrário de vós tímidos pretensamente educados.
Quem foram os partidos políticos em Tomar que pressionaram os seus militantes para não escreverem em jornais e entregarem os artigos ao partido, que divulgaria os temas ?
Qual foi o partido que considerou que escrever em jornais era vaidade ?
Se aqueles se portarem como vós então Tomar será uma cemitério, e nós, os homens e mulheres de amanhã não queremos isso. Queremos gente que não tenha medo de se afirmar.
CARLINHOS
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