domingo, 19 de setembro de 2010

CRISE ECONÓMICA: O NACIONAL E O LOCAL

A nível nacional, a situação financeira é bem conhecida. Do lado do governo, Sócrates continua a transpirar optimismo por todos os poros, enquanto Teixeira dos Santos se mostra satisfeito por ter conseguido colocar facilmente no mercado internacional mais uma tranche da dívida pública. Na oposição, PP Coelho, acolitado por Miguel Relvas, insiste na mesma tecla -O governo tem de reduzir despesas, fazer as indisprensáveis reformas estruturais, não podendo contar com o voto favorável do PSD se, pelo contrário, vier a optar pela solução mais fácil, que é o aumento directo ou indirecto dos impostos.

Este quadro e a notícia abaixo, copiados do EL PAÍS de ontem, demonstram, na nossa opinião, que PP Coelho tem toda a razão (qualquer que seja o seu projecto), pois Sócrates está a fazer bluff, ao tentar mistificar os portugueses com a questão do estado social, uma vez que sabe muito bem não dispôr de meios para o manter tal como tem funcionado até agora. Com efeito, lendo atentamente o citado quadro, ficamos cientes de que a nível internacional os títulos da dívida pública portuguesa já estão na mesma categoria dos da Grécia "bono basura" = título-lixo, para especuladores, de qualidade duvidosa = Cuestionable.

No texto-análise, por sua vez, lê-se que: "Os receios para com a Irlanda alargaram-se à dívida portuguesa. O diferencial de taxa anual de juro em relação à dívida alemã situou-se nos 365 pontos (3,65%), novo máximo nunca antes alcançado, com os títulos a dez anos a atingirem uma taxa de juro de 6,1% ao ano. Os investidores internacionais criticam o facto de Portugal não estar a aplicar as medidas de austeridade, nem as reformas estruturais, necessários para reconduzir as finanças públicas ao ritmo previsto nos PEC. Vários antigos ministros das finanças defendiam ontem, no Diário de Notícias, a imediata intervenção do FMI, cuja necessidade o governo imediatamente desmentiu."
Temos assim que, com Lisboa já de certo modo a arder, em todo o caso na mesma triste e ingrata situação de Atenas, PP Coelho e o seu homem de confiança, Miguel Relvas, têm toda a razão ao exigir do governo medidas concretas para limitar, seriamente e de forma durável, os gastos do estado.
Nesta situação, como compreender que a autarquia tomarense, comandada de facto pelo mesmo Miguel Relvas, na qualidade de orientador técnico, seja uma autêntica máquina de gastar dinheiro, tanto directamente, com os carros, as obras doidas, os passeios/comezainas e as estátuas vivas, como através do vereador socialista das farturas? Será porque em Lisboa se trata de criar dificuldades ao governo, enquanto em Tomar é uma questão de sobrevivência política? Ou estarão apenas a criar dificuldades ao governo, para depois negociarem facilidades? Temos coligação à vista, como em Tomar? Que raio de país é este?! Que raio de terra é esta ?!

5 comentários:

Anónimo disse...

Desde há muitos anos se sabe que em Portugal medidas duras terão de ser tomadas. Estas passam, primeiro,pela redução da despesa do Estado. Nesta há três rúbricas importantes: despesas com pessoal e pensões dos funcionários públicos; despesas sociais; dívida pública.
Com os governos de Cavaco Silva, de António Gueterres e seguintes, realizaram-se privatizações, venda de património nacional, para se amortizar a dívida pública. Apesar disso esta não parou de subir. È a gestão à portuguesa.
As despessas sociais cresceram nos último anos à farta. Para um País com o Rendimento Nacional a ser absorvido pelo exterior não é mau. É a política à portuguesa.
O sonho dos portugueses é serem Funcionários Públicos. Ora aí está uma óptima ideia (o óptimo não é inimgo do bom ?. Todos na função pública seria a forma de estoirar mais depressa com isto tudo. Assim o estoiro vai levar mais tempo.
Neste quadro orçamental os Funcionários Públicos (FP) vão ter a sua conta, que poderá passar pela redução dos salários, por enquanto... Os FP e os outros poderão ter de oferecer o seu subsídio de natal ao Estado. Até o Marcelo Rebelo de Sousa hoje o admitiu. Um irmão dele é administrador num Banco.
A situação da Banca nacional é preocupante. Ela há meses que não consegue financiamentos nos mercados externos, a sua fonte de funcionamento. Vai ter de reduzir custos. Como já aqui o escrevi: a Banca poderá manter tantas agências abertas ?
O desemprego vai crescer e muito, porque as empresas portuguesas não são competitivas. E a China ? Um problemão.
Em Novembro de 1999, há onze anos, em Tomar, no Hotel dos Templários, já foi discutido por militares Generais, Economistas (entre eles o autor deste comentário)e outros, as ameaças colocadas pela China.
Hoje essas ameaças são muito maiores e muito concretas, e já são consideradas, em todo o Mundo, com preocupação. Um assunto que foi aflorado no debate da Hertz.
O desejo de que dois jogos da Selecção Nacional de Futebol fossem treinados por José Mourinho, e o implorar à Direcção do símbolo do imperialismo castelhano para o povo, o Real Madrid, demonstram o nível a que se chegou neste País.
Não desanimem porque isto ainda vai para pior.
SÉRGIO MARTINS

Anónimo disse...

Noticia o JN de 18/9 que o PSD vai apresentar uma proposta na AR para o Estado fornecer gratuitamente todos os manuais escolares do ensino obrigatório a todos os alunos. Ora aqui está uma medida do sr. Relvas tomarense contra o sr. Relvas lisboeta!
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Pergunta que país é este?
Ontem à tarde, a AE1, na zona da Mealhada, esteve fechada 3 horas por causa de acidente com 2 mortos. Centenas de automobilistas bloqueados(não havia saída próxima) esperaram no meio da estrada pelas formalidades legais. Eis senão quando a GNR abre passagem a um (caro) carro particular: era o sr. deputado Aguiar Branco passando à frente de todos, num Domingo (iria à missa?)e com a ajuda da GNR. Aguiar Branco, ex-minostro da justiça(!) e ex-candidato a dirigente do PSD, logo a primeiro ministro. Vè-se o estofo moral
deste papagaio das TV's... Voltando à AE, claro que os automobilistas protestaram mas continuaram à espera. É este o país (com letra pequena) que temos!
Pedro Miguel

Anónimo disse...

O exemplo vem de cima!!!!!!

Depois queixem-se que o povo não se porta bem !

Anónimo disse...

Para Sergio Martins
Tem razão mas o problema centra-se é na criação de riqueza nacional e esta, sobretudo pelas empresas. O Estado sobe os impostos porque o tributável é baixo e tem-se reduzido continuamente. Não havendo actividade económica,é-se colónia de alguem e nem será preciso Estado. A quetão da China é fundamental porque muita da criação de riqueza na Europa transferiu-se para lá (as patetices dos ambientalistas tambem deram uma ajuda). A generalidade dos func. públicos não tomaram de assalto o Estado: optaram por aquilo que, no momento, era melhor em termos de profissão. Claro que há os oportunistas com bons "tachos" instalados por conta dos partidos. Mas a esses ninguém aponta o dedo!
Que "isto" corre o risco de estoirar, é verdade.
Pedro Miguel