Lajedo da Praça da República, frente à Igreja de S. João, apesar de lavado há pouco tempo. Está-se mesmo a ver que é o tipo de piso mais indicado para aquele local, não está?!
Primeiro foi o ciclo das obras doidas, em catadupa. Destruíram-se os sanitários do Mouchão, os do Cine-Esplanada, a ponte do Mouchão, a Ponte Mouchão-Estádio, as bancadas do Estádio, os balneários e o Pavilhão, para logo a seguir se edificar outro parecido. Fechou-se o Parque de Campismo, adulterou-se o Mouchão e o Parque das Merendas, acabou-se com o parqueamento de autocarros de turismo frente ao Mouchão, construiu-se um pavilhão e uma sede para um clube local. Levantou-se aquele horrível paredão e o inútil e inestético deck. Destruiu-se a antes famosa Fonte Cibernética, para a substituir ainda não se sabe bem por quê, ali instalando o filho mais velho do outro paredão. O tal muro das lamentações, ou muro- mijatório. Depois anunciaram-se obras grandiosas para a Mata, para a envolvente ao Convento, para a Estrada de Coimbra, etc etc.
Entretanto, em virtude da crise e por causa da evidente baralhação dos autarcas em termos de gestão, a dívida do município foi crescendo. Com o advento da estranha coligação, entrou-se por assim dizer na fase 2 -a dos eventos de sucesso a custarem aos cofres municipais, um mínimo de 40 mil euros cada um, sem qualquer retorno, para além da evidente propaganda política. Continuaram igualmente os já célebres passeios-comezainas- tintol, uns à custa da câmara, outros das freguesias, o que vai dar ao mesmo. Aos bolsos dos contribuintes. Houve também pelo meio mais uns carritos, uns telemóveis, uns computadores, uns protocolos assaz curiosos com algumas associações, e os habituais subsídios para tudo e mais alguma coisa. Confrontado com as legítimas e motivadas preocupações de alguns cidadãos, Corvêlo de Sousa foi garantindo que a dívida camarária, a agravar-se na ordem de um milhão de euros mensais, era modesta, pois correspondia às receitas correntes da autarquia durante um ano. É verdade!
Agora, como há muito era previsível, aí estão as primeiras medidas de austeridade realmente para aleijar mesmo. Outras se seguirão, inevitavelmente, lá para o segundo semestre de 2011, de acordo com os dados até agora disponíveis. Entre elas a redução dos vencimentos da função pública, incluindo os dos senhores autarcas. Que comem igualmente por tabela nas ajudas de custo. O mais grave, porém, é o anunciado corte de quase 11% nas transferências do estado para as autarquias. Juntando-lhe a previsível redução do PIDAC e das receitas correntes, impõe-se a perguntar: E agora, senhores autarcas? Vão continuar com as obras supérfluas e doidas? Vão continuar com os eventos de sucesso a pelo menos 40 mil euros cada um? E a Festa dos Tabuleiros, que vai custar pelo menos 200 mil? Continuará a haver passeios-comezainas-tintol, à custa dos contribuintes? E os carritos, a gasolina, os telemóveis, os computadores, os adjuntos, os protocolos, as despesas de representação e as compras de imóveis que depois ninguém quer?
Todas estas perguntas como preparação para formular a última e fundamental -Se em velocidade de cruzeiro, os senhores provocaram uma dívida global superior a 30 milhões de euros, agora, com as inevitáveis restrições e reduções de toda a ordem, como tencionam vir a descalçar a bota? Os tomarenses têm direito a uma resposta honesta quanto antes. Tanto mais que os senhores foram alertados várias vezes, a tempo e a horas.
7 comentários:
Este espaço que devia ser eminentemente pedonal não o é! Passam por ali dezenas e dezenas de viaturas durante todo o dia, desafiando o horário estabelecido para o efeito! Fazem-se ali patuscadas pelos convidados, enquanto os noivos selam a hipoteca de vida em frente ao padre! Eu próprio já vi uns bimbos a comerem leitão e a beberem cerveja mesmo em frente à porta da igreja, deitando para o chão todo o género de porcarias, que depois foram varridas à pressa antes dos noivos saírem. A praça da República agora serve de recinto de feiras, talvez substituindo o largo do campo da borracha paulino, o que vem agravar a situação. A senhora da limpeza limpa a loja ou a soleira da porta e despeja o balde ali mesmo na rua. O menino ou a menina deita o resto do gelado para o chão e a mãezinha nem se rala. O jovem cospe para o chão a pastilha elástica e está a fazer um acto socialmente normal. Cada país tem o seu povo e o povo tem a educação que tem. Ninguém nasce ensinado, mas há quem nem que viva 10 vidas aprende a ter cultura cívica. Os bares da zona despejam para a rua os seus clientes às tantas da manhã, muitos deles com o copo ainda na mão e a bexiga cheia, e o resto a gente já sabe como é...
Se Tomar é uma lixeira a céu aberto - não me acusem de excesso de linguagem, porque basta dar uma volta para constatar isso mesmo - porque é que a praça havia de ser excepção?
Ó António Rebelo, não se admire com o aspecto dessas lajes em frente á igreja! Já foi ao recinto das patuscadas junto ao estádio? Já reparou nas enormes manchas deixadas pelas festas ali realizadas neste Verão? Alguém se preocupou em lavar aquilo?
Para quê? Estamos em Tomar e está tudo dito!
Investir não é gastar.
Transformaram uma cidade gloriosa numa bimbalhada pegada. Aguentem-se, e vem pior ainda....
Abraços.
JSR
Ex-colaborador de O MIRANTE paga prejuízos para evitar condenação em tribunal
O antigo colaborador de O MIRANTE que estava a ser julgado por abuso de confiança, por se ter apropriado de dinheiro de clientes do jornal, aceitou pagar todos os prejuízos causados à empresa proprietária do jornal. João Fiandeiro Santos vai ter também que pedir desculpas por carta a todos os clientes lesados. O acordo proposto pelo arguido ocorreu na segunda sessão do julgamento, esta quarta-feira. João Fiandeiro Santos evita assim a continuação do julgamento, tendo sido considerada extinta a sua responsabilidade criminal.
João Fiandeiro Santos tem que pagar assim cerca de três mil euros a O MIRANTE, referente a quantias em numerário que recebeu de clientes para pagamento de anúncios e que reteve, bem como à indemnização pelos prejuízos. O arguido tinha também ficado com cheques, que apesar de estarem passados à ordem do jornal conseguiu depositá-los na sua conta pessoal no Banco Popular. A instituição financeira reconheceu o erro e pagou a O MIRANTE cerca de quatro mil euros.
O antigo colaborador, que é presidente da Associação Portuguesa de Turismo Cultural, que tem um protocolo com a Câmara de Tomar que lhe atribui um subsídio de 4.500 euros mensais, tem 44 anos de idade e trabalhou como comercial no jornal entre 2003 e Maio de 2006. O Ministério Público acusava-o de reter vários pagamentos em numerário num total de 1971 euros e receber cheques que não entregou no jornal num valor global de 4051 euros, desde o ano de 2005.
O crime de abuso de confiança está previsto no Artigo 205º do Código Penal. Diz este artigo que quem ilegitimamente se apropriar de coisa móvel que lhe tenha sido entregue por título não translativo da propriedade é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa. Se o valor for considerado elevado, como é o caso, a pena é de prisão até cinco anos ou multa até 600 dias.
Agora sim lentamente alguns começam a despertar do sono profundo onde tem andado. Então é necessário mais para se perceber que isto está no fundo com a pior câmara de sempre antes e depois do 25 de Abril, mesmo tendo em conta os tempos da chamada velha senhora (ditadura). Estes autarcas não querem nem estão nada preocupados com Tomar, de nada vale puxar por eles, não dão mais, estão só a tratar deles e os partidos baixaram á cave dos interesses mesquinhos, não têm capacidade de cumprir o seu papel. O casamento PSD com o PS é a prova provada da suas incapacidades de trabalho é única exclusivamente, a tábua de salvação deles, mas o atirar Tomar ainda mais para baixo. Inqualificável e insustentável a situação criada. Tal como no País, quando dermos por ela estamos completamente tramados por gerações. Viva a Festa.
Sempre contestei e me insurgi quanto aos "planos" de obras pimba, apelidadas de requalificação do centro histórico. Mais precismaente do núcleo histórico. Era previsível o detestável resultado final e o delapidar do património que tinhamos. Mas houve muita gente que adorou, ó se adorou. Até votou duas vezes para maioria. Restam agora dívidas insustentáveis.
... A propósito e de "O Livro do Desassossego" de Bernado Soares:
"Uma rua deserta não é uma rua onde não passa ninguém, mas uma rua onde os que passam, passam nela como se fosse deserta. Não há dificuldade em compreender isto desde que se o tenha visto: uma zebra é impossível para quem não conheça mais que um burro."
Laura Rocha
Enviar um comentário