terça-feira, 7 de setembro de 2010

A ESTRATÉGIA DA ARANHA


O comunicado do PSD/Tomar terá apanhado os socialistas desprevenidos. De tal forma que Hugo Cristóvão, em declarações à Rádio Hertz, foi directo -"Se o PSD que acabar com a coligação só tem que o dizer." Trata-se, bem entendido, de um nítido excesso de linguagem, tão comum nos povos latinos. Sobretudo entre os jovens que, como é sabido, têm o sangue na guelra...
Bem vistas as coisas, dez meses após a celebração do casamento político laranja/rosa, é já claro para todos que se tratou afinal de um enterro de primeira classe para os intervenientes directos. E para nós todos. Para o PSD, por causa da inacção de Corvêlo e das inconveniências de Luís Ferreira. Para o PS, devido às azelhices de Luís Ferreira, ao nítido apagamento de Vitorino e à inacção de Corvêlo. Para o concelho enfim, por aquilo que todos sabemos e seria redundante voltar a enumerar.
Significa isto que a coligação vai acabar prematuramente? A meu ver não, porque convém a ambas as partes. E até facilita a tarefa da actual CPC laranja.
Convém a ambas as partes por razões sobejamente conhecidas, que vão dos vencimentos mensais às outras mordomias, passando pelos prazos mínimos para a aposentação, bem como pela impossibilidade, para quase todos os intervenientes, de conseguirem fora dos lugares para que foram eleitos, honorários e regalias equivalentes. Além disso, ambas as partes já perceberam que estão atascados na dita até ao pescoço. Pelo que, eleições intercalares, nem pensar nisso é bom! No actual contexto, os resultados seriam verdadeiras lástimas. Tanto para uns como para outros. Tal é o descrédito que por aí vai.
Haveria, é certo, a hipótese IpT. Mas quem garante que seria mais cómoda, mais colaborante e/ou mais barata e menos gulosa que o PS?
Por todas estas razões, a coligação está para durar. Salvo se os socialistas locais resolvessem encarar o problema a sério, arranjassem coragem e dessem o enérgico golpe de rins final. É muito pouco provável, mas não impossível a médio prazo. Quando verificarem finalmente que estão em pleno meio do rio caudaloso, sem ninguém para os ajudar no resto da travessia. O instinto de sobrevivência às vezes faz verdadeiras maravilhas.
Entretanto, o aparente marcar passo da nova direcção local do PSD, tendo todo o aspecto de uma táctica errada, constitui na verdade uma sábia estratégia. Pouco a pouco, vão-se demarcando com pezinhos de lã dos actuais náufragos, de forma a aparecerem, o mais tardar em 2013, como candidatos que nada têm a ver com a desastrosa situação da cidade e do concelho. Enquanto isto, sem plano B, o PS será naturalmente o bombo da festa, por força das circunstâncias. Porque, sem poder acusar os novos candidatos imaculados do PSD, os eleitores irão castigar quem? As formações que nem sequer estavam no executivo, ou estando, não eram a maioria que governava?
Bem dizia a tradição popular, no século passado: "Antes que te cases, vê bem o que fazes." Infelizmente, a juventudo latina é demasiado impulsiva, e depois os contribuintes é que pagam...
Há mar e mar/Há casar e aguentar/É o caso em Tomar/ Que urge remediar.
Haverá coragem suficiente? A tempo e a horas?

4 comentários:

Anónimo disse...

TOMAR NÂO PODE PARAR!
Parece ser verdade, mas já tinha parado há muito tempo!!!!!
Aliás, o PSD é que nunca parou de fazer asneiras!!!!!!

VIVER EM TOMAR!
A senhora que está à direita no cartaz PS (Vera Simões) já não vivia em Tomar, foi até candidata à AM de Rio Maior!!!!!!!
Para ela o mais adequado era NÃO VIVER EM TOMAR! VIVER EM RIO MAIOR!
A senhora até teve azar, já que o PS perdeu as eleições (a presidência da Câmara e a da AM) para o PSD!!!!

Anónimo disse...

Quando o acordo PSD/PS foi feito em Tomar alguém denunciou que era do interesse do PS tal acordo, porque visava suster o Miguel Relvas. Se este perdesse a eleição para a AMT comprometia-se a credibilidade de Passos Coelho na candidatura à liderança para o PSD nacional.
Passos Coelho era o líder mais conveniente para o PS e José Sócrates. O tempo confirmou a tese socialista, os disparates de Coelho/Relvas ainda não começaram.
A lista de Miguel Relvas para a concelhia do PSD Tomar, quinze dias antes da eleição para o PSD nacional, foi derrotada.
As contradições no PSD, em Tomar e a nível nacional, estão em desenvolvimento, e hão-de estoirar.
A situação em Tomar é dramática, e vai piorar. O PS vai afzendo o abraço de gibóia, está a estrangular o PSD lentamente. O PSD está a sufocar porque está pouco representado na Câmra, só por um militante e dois independentes, o que significa que perdeu o controlo à situação.
O orgão de controlo do Executivo autárquico é a AM. O presidente da AM, Miguel Relvas, anda nas lutas nacionais contra um Orçamento de Estado que já está mais que aprovado, por imposição da Comissão Europeia e dos mercados, e na luta pela revisão da Constituição, a dar tiros nos pés, e não convoca a AMT para debater todos os problemas de um Concelho em desgraça permanente.
O PSD de Tomar desgasta-se na crise nabantina, e esvazia-se na subordinação ao PSD nacional. Quanto a projectos para o Concelho não se conhecem, nem se conhecem militantes capazes de liderar a Cãmara para dar a volta à situação. Eleições antecipadas ? Duvida-se. Tomar vai continuar no pântano, a afundar-se.
Este comentário, porque fala do Miguel Relvas, é invejoso ?
SAMURAI

Anónimo disse...

A resposta PS ao PSD está ao nível da zanga de namorados adolescentes ou do conflito no recreio escolar de dois alunos da "primária".
Assim (des)andamos.
No final da aventura, os protagonistas-seja Presidente da Câmara ou da Junta-terão os seus benefícios: já hoje é interessante ver o que eram e o que são alguns dos protagonistas do desastre de Tomar. No final, os tomarenses estarão (muito) mais pobres, fracos politicamente no País e isolados na região.
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Ainda sobre o casamento PS-PSD: é hoje clara a impreparação dos vereadores PS para o cargo e o seu deslumbramento saloio pelo poder.
Da impreparação do PSD já se sabia há 10 anos. Os tomarenses votantes é que não...
O PS hipotecou em 2009 o estatuto de opositor/alternativa, comprometeu o seu futuro e acabou por funcionar como o partido-rolha do sr. Relvas. Esse, conseguiu a presidência da AM e foi tratar da vida.
Terá prometido mais uns chupas-chupas aos feitores PS do acordo?
Pedro Miguel