quarta-feira, 1 de setembro de 2010

UMA TERAPÊUTICA QUE AGRAVA A DOENÇA

Foto Rádio Hertz, com os nossos agradecimentos.

Todos sabemos que o presidente Corvêlo de Sousa é um verdadeiro gentleman, um diplomata nato. Tem uma elegância natural, tanto no porte como no trato, bem como uma educação, sensibilidade e boas-maneiras ralmente irrepreensíveis. Infelizmente, em termos de liderança, de gestão, de realismo e de sentido prático das coisas...
Desta vez, foi a um conceituado programa desportivo da Rádio Hertz (em que também já estive, com muito gosto), durante o qual avançou que os júniores do União de Tomar também irão ser premiados com um subsídio, faltando apenas decidir o montante. Disse mais que, como o Sporting de Tomar beneficiou de uma atenção camarária de 20 mil euros, pois ostenta nas camisolas, por esse país fora, "Tomar cidade templária", os jogadores júniores unionistas também vão ter publicidade nas camisolas. Trata-se de investimentos publicitários, acrescentou.
Com o devido respeito, permito-me recordar ao nosso autarca-mor que se fala de investimento quando, de acordo com estudos prévios, se resolve aplicar um determinado capital numa actividade que, em certo prazo, durante o qual vai facultando valor acrescentado, nos permite recuperar o investimento + o tal excedente, uma vez remunerados os trabalhadores, pagos os fornecedores e amortizados os outros meios de produção.
Dir-se-á que a autarquia não tem, nem deve ter, o lucro como objectivo. É verdade. Mas tão pouco pode ser uma espécie de poço sem fundo, onde se somem sem resultados visíveis impostos, taxas e outras alcavalas cada vez mais gravosos, como está a acontecer em Tomar. Não por razões político-partidárias, ou outras do mesmo tipo. Apenas por uma questão de racionalidade económica, única via susceptível de acabar com aquilo a que podemos chamar a espiral suicidária: vai-se aumentando a despesa > aumentam-se os encargos dos contribuintes > os contribuintes vâo-se embora ou fecham as portas por falência > torna-se a aumentar os encargos, para compensar as perdas entretanto ocorridas > aumentam a debandada e as falências > novo aumento de encargos... Em resumo, sem por ventura disso se aperceberem, os nossos "médicos" municipais vão prosseguindo com uma terapêutica que paulatinamente vai agravando a doença, até ao estertor final.
Tal círculo vicioso tem a sua origem numa falácia. Para agradar às colectividades, que até têm ainda alguma capacidade de mobilização, eleitoralmente falando, as autarquias vão concedendo subsídios e outras benesses, em maior ou menor escala, com a justificação de se tratar de investimento. Mas será mesmo?
Um exemplo concreto: Aqui há uns anos, a família Nabeiro, que praticamente sustenta todo o concelho de Campo Maior, tendo ao longo do tempo sabido transformar uma actividade artesanal de contrabando de café, na maior indústria do sul do país, à excepção do turismo, resolveu dinamizar o S.C. Compomaiorense, usando-o como veículo publicitário dos Cafés Delta. O tal investimento. Em pouco tempo, conseguiu demonstrar que no desporto actual, seja qual for a especialidade, tudo depende basicamente dos ditos investimentos -o clube ascendeu à primeira liga e por aí se foi mantendo. Até ao momento em que o patriarca Nabeiro, contrariando a paixão de um dos filhos, presidente do clube, resolveu acabar com o referido patrocínio, o que provocou o imediato encerramento da colectividade como SAD. Porquê? Porque fácil foi concluir ser o Campomaiorense se transformara num abismo financeiro cada vez maior, insusceptível de tornar possível a recuperação dos investimentos já feitos. Exactamente o que acontece em todas as SADs, com a notável excepção do F. C. Porto. Até as equipas de estrelas, tipo Mancheter United, Chelsea, Barcelona, Real Madrid ou Inter, estão atascadas em dívidas até ao pescoço. E sem quaisquer hipóteses realistas de as virem a poder liquidar. De tal forma que vão caindo uma a uma nas mãos de empresários mais ou menos na graça de Deus... ou de Alá. É disso que estamos à espera, aqui nas margens do Nabão?
Governar, administrar, é fazer escolhas, optar a todo o momento. Quem não tem coragem para cortar a direito, para estabelecer terapêuticas de choque, capazes de debelar doenças há muito diagnosticadas, o melhor que tem a fazer é dedicar-se a outras actividades. Não adianta, sendo até contraproducente, ir adiando, adiando, protelando, protelando, procrastinando, procrastinando, à espera que "as coisas melhorem".
Na verdade, a crise tomarense tem todos os contornos daquele caso do sevilhano que resolveu habituar o seu cavalo a viver sem comer. Vai daí, foi-lhe cortando a ração diária a pouco e pouco, tal como está a acontecer entre a autarquia e os eleitores tomarenses. Até que passado algum tempo o animal morreu de fraqueza. -Vejam bem a minha pouca sorte!, lastimou-se então o sevilhano. Agora que já estava quase habituado, morreu! Azar o meu!
Por conseguinte, prezados senhores autarcas, não se iludam com pretensos investimentos, sorrisos de agradecimento e palmadas nas costas. Nem com a convicção de que no adiar é que está o ganho. A alimária tomarense está cada vez ais combalida, e um dia destes... Até porque o cancro, como se sabe, ou é detectado e tratado precocemente, ou acaba por vitimar o doente. Tal como acontece na política, sobretudo em Tomar.

27 comentários:

ANTÓNIO FREITAS disse...

Leiam a entrevista publicada na Revista do Suplemento do Público de 30 Agosto - PONTOS DE VISTA- EM QUE O NOSSO PRESIDENTE NOS CONVENCE MESMOA VISITAR TOMAR. NESTA REVISTA EDITADA POR UNS TIPOS EXPERTOS QUE VIVEM DA PUBLICIDADE LÁ ESTÁ AO ANUNCIO DE PÁGINA A FALAR DO EVENTO I FESTIVAL DE ESTÁTUAS VIVAS. COM ESTA REPORTAGEM ( ENTREVISTA) ENCOMENDADA ATINGIU-SE SEGMENTOS DE VISITANTES A++++

via tomar e os tomarenses que defendem

ANTÓNIO FREITAS
JORNALISTA ASSALARIADO

Anónimo disse...

Sr. Rebelo, percebo muito bem o seu panegírico ao dr. Corvelo de Sousa. Mas que interessa a Tomar que ele seja muito educadinho, muito correcto e com o sentido da formalidade? Interessa é que seja um bom autarca, o que manifestamente não é, por todos os defeitos que lhe conhecemos er quer ele a cada passo revela.

Isso lembra-me uma anedota sobre um canário que passo a contar:

Certo dia, um homem entrou numa loja de animais e perguntou ao dono:
- Tem um canário que cante bem?
O comerciante apontou para o fundo da loja onde estava uma gaiola com um canário no poleiro encostado à grade, e respondeu:
- Olhe, aquele é o melhor canário que tive até hoje! Canta tão bem que até nos faz ir às lágrimas! Quer ouvir?
Dirigiu-se à gaiola e tapou-a.
- Vamos aguardar cinco minutos! Quando destapar a gaiola o senhor vai ouvir...!
Ao fim desse tempo o dono da loja destapou a gaiola e de imediato o canário desatou numa sucessão de trinados que deixou o cliente estarrecido.
- Levo-o já! Nem lhe pergunto quanto custa! Levo-o já.
O dono da loja embrulhou a gaiola com o canário lá dentro e o homem saiu todo contente em direcção a casa. Mal lá chegou foi espetar um prego na parede, desembrulhou a gaiola e quando estava a pendurá-la no prego verificou que o pássaro só tinha uma perna, razão pela qual se empoleirava encostado à grade da gaiola.
Furioso, volta à loja com o canário e vocifera para o dono:
- Então o senhor vendeu-me um canário perneta?
- Mas afinal o senhor queria um canário cantador ou um canário bailarino???

Anónimo disse...

Para anónimo em 13:02

Procuro sempre ser o mais imparcial e justo possível. Neste caso, limitei-me e enumerar as indiscutíveis qualidades do nosso actual presidente, para logo a seguir assinalar as respectivas carências. Se acha que isso constitui um panegírico, que posso eu fazer?
É claro que tem toda a razão com a sua história do canário. Falta no entanto saber (ou não ?!) o que terá levado os eleitores tomarenses a semelhantes escolhas. OIu o que mantém os políticos em geral, e os nossos autarcas em particular, tão agarrados ao poder...

Anónimo disse...

A publicidade é investimento, beneficiando por isso de tratmento fiscal especial, porque repercute os seus efeitos num largo período de tempo.
Para um Concelho, como Tomar, que não tem nada, ou tem muito pouco para dar, fazer publicidade faz pouco sentido, deixa de ser investimento e passa a despesa.
Fala-se dos parques de merendas em Tomar. Muito popularucho. Mas não se fala da concorrência que os parques farão aos restaurantes. Daí que, publicidade de Tomar para os turistas virem aos parques de merendas ou aos restaurantes ?
Ir buscar Campo Maior como exemplo para Tomar é uma heresia.Campo Maior apostou na índústria e na tecnologia, rejeitadas em Tomar. Tomar, dizem, tem de apoiar o seu desenvolvimento (?) no devaneio, na ilusão, em sectores que não criam rendimento nem emprego, mas apenas empobrecimento. O grande sonho de Tomar é ser pobre.
Hoje, as televisões estão a informar que a Câmara de Ourém está a protestar pelo encerramento de balcões da Segurança Social naquele Concelho. Como em Tomar a productividade é menor, porque não fechar os serviços públicos que ainda restam ?
Lancelot du Temple

Anónimo disse...

Meu caro António Rebelo,

Também me parece que o seu primeiro parágrafo atribui tantas qualidades ao dito que fico com imensas dúvidas.

Educado? Sim
Veste calças sem remendos? Sim
Diplomata? Onde é que foi buscar essa?

E já agora, permita-me que o questione sobre outros atributos do dito cujo:

Hipócrita?
Farsante?
Pedante?
Incompetente?
O melhor presidente que Tomar teve, à excepção de todos os outros?
Um dos grandes responsáveis pela tragédia do desemprego e...que se abate sobre Tomar?

Seria mais simpático e verdadeiro se lhe atribuísse também estes atributos.

Em recusa do anonimato
Cordialmente
José Soares

Anónimo disse...

Olhe que não, amigo Lancelot! Apresentar Campo Maior como exemplo de gente que soube passar do contrabando à grande transformação industrial de café, não é nenhuma heresia. Apenas um modelo de desenvolvimento local a tentar imitar, uma vez que em campo maior nem sequer há cafezais. Tal como em tomar não há turismo nem cultura. Fala-se nisso...
Aliás, permita-me que lhe recorde o contexto: apenas falei de Campo Maior a propósito da malograda e bem onerosa experiência desportiva do clã Nabeiro...que por acaso até já financiou igualmente o Sporting de Tomar.
Cordialmnente em desacordo nesse ponto,

A. R.

Anónimo disse...

PARA LANCELOT

Em Tomar já se fechou o parque de campismo a mando de algumas residênciais e pensões, por isso nada custa a crer que o acabar com zonas de merandas tenha a ver com a pressão feita pelos restaurantes.
Aliás, em conversa com o dono de um restaurante da zona de catástrofe, perdão, histórica, ele me dizia que qualquer dia querem fazer o Congresso da Sopa e terão de as encomendar aos presidentes de junta.

Anónimo disse...

Não percebo porque será necessário criar um parque de merendas. Então o largo do extinto mercado e o deck "Maginot" do outro lado do rio não servem???

Anónimo disse...

O União de Tomar, melhor, União de Futebol COMÉRCIO e INDÚSTRIA de Tomar, singrou enquanto houve comércio e indústria no concelho. Depois vieram os esrategas pós-modernos a dizer que o futuro era o turismo cultural. Assim estamos e vamos!
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Em entrevista, o Presidente da Cãmara reconhece que sairam frustadas as expectativas da Cãmara quanto ao uso dos equipamentos (investimento público)para desportos como os aquáticos e o ténis. Pois... mas cá também havia quem nunca se enganasse e raramente tivesse dúvidas. Lembram-se? Acho que não, tendo em conta os resultados de sucessivos actos eleitorais. Agora, aguentem-se.
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Boa Zé! Apita aí no pífaro...desanca os gajos! Tu é que a sabes toda!!!

Anónimo disse...

Tomar tem o que merece, Pedro Miguel! estou interramente de acordo consigo!

Anónimo disse...

Mas ainda haverá dinheiro na Câmara?
Estarão garantidos os vencimentos dos funcionários até ao final do ano?
Há quem garanta isso?

António Freitas disse...

Amigo Rebelo

Leu a entrevista na revista "Pontos de Vista" do Côrvelo e editada juntamente com o Público de 30 Agosto?

Gostava do seu comentário

Anónimo disse...

Para o amigo jornalista que honra a profissão, António Freitas:

Li realmente a entrevista em causa, à qual não liguei grande coisa, visto tratar-se de uma daquelas revistas do tipo "pagas/falas/pagas", cujo conteúdo não merece portanto qualquer consideração particular. Faz parte do grande quintal nacional de vaidades, estipendiadas pelos vários orçamentos, alimentados por nós todos enquanto contribuintes.
Uma lástima cara!

Cordialmente,

António Rebelo

Anónimo disse...

Amigo Rebelo.
A recorrência a Campo Maior e ao Rui Nabeiro para defender o seu raciocínio foi feliz. Tenho acompanhado a evolução da Delta Cafés e do grupo Nabeiro com muita atenção. É um caso de estudo, indubitávelmente.
A heresia é para a ideologia dominante em Tomar, para quem o desenvolvimento assente na indústria e na tecnologia é uma blasfémia. Para eles, só sardinha assada , cultura de café e serviços sem poder é que são desenvolvimento. Nem com a realidade aprendem.
A questão da relação do grupo Nabeiro com o futebol também é caso de estudo, e devia ser considerada em Tomar, terra de devaneios e ilusões.
Cordialmente em acordo consigo.
Lancelot du Temple

Anónimo disse...

Senhor Professor, respeito muito as suas doutas opiniões, mas permita-me discordar pelo menos por uma vez. Os anunciados apoios da Câmara ao Sporting e ao União de Tomar, como contrapartida por as camisolas dos dois clubes fazerem publicidade a Tomar nada têm a ver com o que se passou com o Campomaiorense. Compará-los, é confundir as pessoas. O patriarca Nabeiro, benemérito empresário de Campo Maior, resolveu 'fechar a torneira' ao clube do Alto Alentejo porque este passou a gastar o que não podia, pagando altos ordenados a jogadores pprofissionais. As políticas do Sporting de Tomar e do União de Tomar são completamente diferentes. Não há profissionais nos dois clubes. O que os jogadores recebem são pequenos subsídios para ajudar a compensar os gastos com deslocações para os treinos, no caso do hóquei em patins, sendo que os juniores do União de Tomar nem isso recebem. O subsídio, ou prémio, atribuido pela Câmara no valor que é conhecido em relação ao Sp. Tomar (o valor para os juniores do U. Tomar ainda não foi revelado)terá maior repercussão, com a publicidade a inscrever nas camisolas dos jogadores e técnicos, do que alguma outra feita em publicações que poucos lêem e, se calhar, mais cara. Durante um ano, o nome de Tomar andará pelo país fora a ser visto por muitos milhares de pessoas. Algumas dessas pessoas deslocar-se-ão a Tomar por via dessa publicade paga a preço reduzido. Estaremos, assim, perante um investimento. Espero ter-me feito compreender...
Cordiais saudações!
Visitante regular

Anónimo disse...

"Investimento"
- Nos dias que correm coloca-se tudo em causa. Rebaptizou-se o conceito económico e hoje, esses "doutores" com cursos da farinha Amparo chegam a considerar despesas de investimento as desdesas em publicidade e mesmo despesas correntes (como as despesas com pessoal e as rendas).
Tudo em nome da engenharia financeira que mais não serve do que para disfarçar as miseráveis contas públicas.

É um fartar vilanagem...

Anónimo disse...

Ignorância e má-fé.
Estive ausente em Portugal, por isso respondo agora.
No meu comentário está bem presente a diferença entre investimento e despesa publicitária.
Se for ler Karl Marx verá que ele entende, entre tudo o que cria valor, as aplicações na distribuição, porque só esta permitir transformar o valor de uso em valor de troca. A publicidade permite levar ao consumidor os valores de uso e transformá-los em valor de troca.
Se ler Baran e Sweezy, dois economistas americanos marxistas, verá que eles apontam os gastos em material de guerra e em publicidade como os factores que permitem realizar o excedente económico em sistema de capitalismo monopolista.
No meu comentário referi que o regime fiscal permitia que a publicidade fosse classificada de investimento, por causa dos efeitos que tem ao longo de vários anos, ou, em despesa.
Mas, já antes do 25 de Abril, até a despesas com a montagem de telefones (fios , etc.) podiam ser consideradas como imobilizado por três anos e sujeitas a amortização.
Se comprar um automóvel este pode ser classificado como bem de consumo corrente ou de investimento, tudo dependendo do uso que lhe der. Se for por uma empresa, ou por alguém que trabalha em profissão liberal ou a recibo verde é considerado investimento, se for para o uso vulgar é consumo corrente.
O conceito de investimento tem vários aspectos: económico, financeiro, fiscal, social, etc.
As despesas com pessoal são custos variáveis não podem ser investimento.
Como é que as rendas são investimento, se são custos de um período pequeno ?
Como vê, hoje não se coloca tudo em causa, porque os conceitos já existem há séculos.
A ignorância é atrevida, e a má educação não tem limites, como diz o amigo Rebelo
Lancelot du Temple

Anónimo disse...

Quem escreve assim não é trôpego!
Sim senhor, parabéns!
Estes gajos bem precisam de rever os seus conhecimentos.
Esta moda da universidade aberta (à asneira e ao facilitismo) com provas por fax, exames domésticos e ao fim de semana tem parido estes autênticos abortos encartolados.
Gente que fala sem saber, por meio de clichés ou frases feitas para enganar os pobres tolos!
A pseudo cultura ao serviço da engorda dos bolsos de uns quantos (muitíssimos nos tempos correntes e são cada vez mais!!!!) delapida os recursos públicos e torna Portugal mais e mais pobre.
Para quando uma verdadeira revolução que ponha esta gajada de boys (e vacas) no seu sítio verdadeiro - o caixote do lixo?!
Continue Lancelot a sua cruzada contra os obscurantistas e contra a ladroagem que por cá impera!
Que nunca lhe doa!

Anónimo disse...

Exactamente! Existe um certo tipo de publicidade que pode ser contabilizada como investimento...mas investimento incorpóreo! Sobretudo quando o espaço temporal em que o custo é efectivado coincide com o lançamento dum novo produto.

O outro tipo de publicidade, mais genérica, costuma ser classificada em Outros Fornecimentos e Serviços de Terceiros (conta 62xxx) podendo as empresas ou entidades fazer desdobramentos especiais à conta do razão para melhor identificação dos custos no fim do ano fiscal...

Mas não vale a pena comentar demasiado o tema, porque seria demasiada "areia" para determinadas "camionetas"

Anónimo disse...

Para comentador das 11:06.
Quem sabe, sabe.
Explicitou muito bem o que eu pretendi dizer. É isso, é o chamado investimento incorpóreo ou intangível. O outro comentador limitou-se à definição de investimento corpóreo ou tangível. Foi unidimensional, de pensamento único ultrapassado. Nem os neoclássicos pensam como ele. Gostaram ? É profunda.
Investimento em publicidade chama-se investimento em meios. Meios de tornar um produto conhecível do consumidor, o que pode levar anos.
A recorrência do comentador das 11:06 ao POC, sem dizer que o fez, é de mestre, porque há comentadores que não sabem o que é o POC, onde estão consubstanciadas as regras de classificação dos valores. Gostaram ? É profunda.
O debate. O bom debate, com gente sábia, nunca me dói. Sejam eles de que quadrante ideológico forem.
Lancelot du Temple

Anónimo disse...

Correção.
O automóvel não é bem de consumo corrente mas bem do consumo duradouro.
Ou investimento, como o disse.
Ontem há noite senti que tinha errado mas só agora é que confirmei.
Bens de consumo corrente são o pão, os artigos de higiene, etc.
Lancelo du Temple

Anónimo disse...

O Ferreira das Farturas, o Victorino, o Curvelo, o Carrão, a Rosário que classificação têm no POC?

Activos?
Passivos?
Imóveis?
Móveis?
Impecilhos?
Incontornáveis?

Anónimo disse...

PARA LANCELOT DU TEMPLE

Não é o tipo de utilização mas sim a natureza do bem que determina a sua classificação contabilística. Mesmo que afecte a compra de um veículo ligeiro de passageiros à sua empresa em imobilizado corpóreo na conta 442xxx, ou se em nome individual tiver actividade registada, não poderá deduzir o IVA da factura nem de qualquer outro tipo de custos que venha a ter com a viatura, nomeadamente despesas de manutenção, inspecções, etc, etc.
O mesmo não se passa com a aquisição de uma viatura ligeira mista (passageiros e mercadorias), vulgo carros de dois lugares com espaço de carga delimitado e vedado. Nesse caso poderá sempre deduzir imposto e no caso de ser a gasóleo deduzirá 50% do valor do imposto.
A amortização dos veículos ligeiros é feita em quatro anos à taxa anual de 25%.

Outra situação que é colocada frequentemente é o da aquisição de gasolina. Muitas empresas adquirem gasolina para lavagem de máquinas ou para moto-serras e outro tipo de maquinaria. Embora o uso seja de característica industrial não há lugar a dedução de IVA.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Ó pessoal! Posso interromper só um bocadinho? Posso? É para um esclarecimento muito breve. Ei-lo:
O POC aplica-se unicamente no sector empresarial. Nas autarquias é obrigatório conformar-se com o disposto no POCAL = Plano Oficial de Contabilidade para a Administração Local.
Desculpem o incómodo.

Cordialmente,

A. R.

Anónimo disse...

Eu sei, sr, Rebelo, estou farto de saber isso!