quarta-feira, 19 de maio de 2010

ANDAR DE COMBOIO SEM PERDER O NORTE

Dos sete comentários até agora recebidos, sobre a questão dos comboios e dos horários no Ramal de Tomar, pareceu importante destacar e comentar este. Antes de mais, porque está escrito como deve ser. Numa linguagem simples e eficaz. Depois, porque a coberto dessa linguagem directa, com intenção ou sem ela, usa argumentação algo capciosa, em todo o caso susceptível de baralhar os leitores menos prevenidos. Finalmente, porque parece tratar-se de alguém do serralho, da REFER, a defender a sua dama. O que, diga-se de passagem, nada tem de condenável. Em democracia, cada qual pode defender aquilo que muito bem entender, desde que o faça por meios legais, como é o caso. Mas vamos por partes, para melhor entendimento.
Logo a primeira frase é um verdadeiro tratado daquilo que se designa, no microcosmo da comunicação, como "papel de embrulho". Noutros termos, a linguagemn cujo objectivo principal é, embora de forma habilmente dissimulada, confundir os leitores. Levá-los a duvidar do que anteriormente foi dito. Repare-se: A primeira parte é afirmativa e generosa para o autor visado, mas a segunda é interrogativa e, não tendo qualquer conexão aparente com a primeira, intenta lateralmente dar a entender que o redactor da peça criticada, no fim de contas escreve bem, e até sabe relacionar/encadear factos dispersos, mas infelizmente não percebe nada de comboios. A habitual argumentação provinciana e videirinha, à portuguesa, segundo a qual só os especialistas podem e devem pronunciar-se sobre as suas especialidades respectivas. Como se a guerra pudesse e devesse ser deixada ao cuidado exclusivo dos militares...
Segue-se o clássico "tenha paciência e vá aguentando", neste escrito sob a forma de "pode-se dar por satisfeito de ainda haver tantos comboios a sair e a chegar a Tomar", porque "na maioria dos horários o Ramal de Tomar não é economicamente viável."
Frisando que ninguém afirmou o contrário, não deixa de ser curioso que se foque a questão da viabilidade do Ramal de Tomar, quando é do conhecimento geral que, nos moldes actuais e como bem notou a tal empresa suiça, a REFER não é rentável nem eficaz em nenhuma linha, além da zona urbana e suburbana de Lisboa e Porto. E mesmo assim...
O que aqui se criticou foi o facto de diariamente vários comboios ditos do Ramal de Tomar, não sairem daqui, e outros cá não chegarem, o que é muito estranho. Mas sobre isso o nosso contraditor manteve um prudente, oportuno e vantajoso silêncio. Porque a questão fulcral parece se esta: Alguns comboios do ramal saem do Entroncamento e não de Tomar, enquanto outros aqui não chegam, segundo se deduz do comentário em análise, por não serem economicamente viáveis. E entre Entroncamento/Lisboa/Entroncamento, já são rentáveis?
Apesar de circularem em geral com boa lotação, segundo conseguimos apurar só dão prejuízo, pois a esmagadora maioria dos utilizadores são empregados da REFER e suas filiais, aposentados da ex-CP e familiares de toda essa gente, que como é sabido têm direito a transporte gratuito. Assim sendo, é preciso realmente ter alguma coragem para vir apresentar o problema da rentabilidade e do serviço público, como explicação plausível para o curioso e peculiar caso do Ramal de Tomar. Que afinal se foi e vai transformando paulatinamente em RER (Rede Expresso Regional, como em Paris) Lisboa/Entroncamento/Lisboa. Custeada por todos os contribuintes, entre os quais os tomarenses que, apesar de pagarem como os outros, a ela só em parte têm direito. Vivó Entroncamento e arrabaldes! Vivá REFER! Vivós ferroviários! Vivá maioria autárquica tomarense! Abaixo os críticos cavilosos! Não passarão!

13 comentários:

Anónimo disse...

As jogadas do Entroncamento em seu benefício e em prejuízo de Tomar não se limitam aos comboios. Há outros sectores onde o Entroncamento anda, há muito, a jogar, com o objectivo de transferir serviços de Tomar para o Entroncamento. A comunicação social tomarense foi informada mas não divulga nada.

Anónimo disse...

Ai, ai!!! Tou àrasca! Quando é que o muro da rotunda fica pronto? Já não aguento mais. Yenho de mijar!! ai...ai...

Anónimo disse...

É pá, vai a uma das inúmeras cagadeiras construídas pelo barão da Trofa!

É só escolher!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Ó amigo, está confundir um pouco as coisas, desde logo eu ser alguém do serralho, mas passemos essa à frente.
Primeiro está um pouco confuso sobre o que é o ramal de Tomar, porque este é evidentemente a linha que sai da Lamarosa e vem até Tomar. Tudo o resto é linha do norte. Como pode então dizer que um comboio que vai do Entroncamento a Lisboa ou o inverso é do ramal de Tomar?
Mas o que principalmente tentei argumentar no comentário que fiz, é que se tantas vezes coloca a questão económica como a essencial, quando neste caso não foi coerente. E comparar o número de utentes do Entroncamento com Tomar é como comparar o União de Tomar com o Benfica.
As razões porque isso pode acontece podem ser muitas, mas daí a culpar a CP ou a Refer ou o que for por isso, é a boa maneira de Tomar de se desculpar com os outros.

Como aliás mostra o primeiro comentário a este post. Não sabemos as jogadas que existem ou não do Entroncamento, mas uma coisa é evidente, todos os concelhos competem entre si e não há mal nenhum nisso, estão apenas a fazer o que lhes compete e quando o conseguem merecem parabéns pelo mérito.

O problema não está no mérito que a generalidade dos concelhos à volta de Tomar tem tido, está sim no demérito de Tomar ao longo dos últimos 30 anos.

PF

Anónimo disse...

Para PF

Com sua licença, esclareço que a sua visão das coisas não corresponde à realidade. Ou, pelo menos, à realidade oficial. Se na verdade a partir da Lamarosa os comboios do Ramal de Tomar circulam na Linha do Norte, isso significa apenas que, tal como no caso dos aviões e dos aeroportos, têm determinados "corredores horários", que no caso em apreço, quando as composições não saem ou não chegam a Tomar, estão a ser usurpados a favor do Entroncamento e companhia.
Ninguém disse que era ilegal ou desonesto. Apenas que prejudica Tomar.
Se realmente a situação não é a que se acaba de apresentar, então por que motivo ou motivos os tais comboios que apenas saem ou chegam ao Entroncamento, aparedcem no horário oficial do Ramal de Tomar, onde nem sequer chegam a circular, segundo o seu ponto de vista?

Anónimo disse...

Pronto! Agora a discussão é à volta dos comboios!

Anónimo disse...

O melhor é fecharem de vez o ramal de Tomar (ou essa amostra de linha férrea entre Tomar e Lamarosa) e fazer da estação Chão de Maças a estação de Tomar.
AA

Anónimo disse...

António Rebelo, não precisa de pedir licença. Contudo é o amigo que está enganado repito-o. O ramal de Tomar é a linha entre Lamarosa e Tomar, como não podia ser de outra forma.
Não sei a que informações oficiais se refere, um horário é uma construção gráfica que hoje pode ter um aspecto, amanhã outra. Se visualizar pela net verá de uma forma totalmente diferente.
E não lhe ficaria mal, de quando em vez, para reabilitar um pouco o que por aí dizem de si, reconhecer que não tem razão. Nem é nada muito importante, é apenas um lapso.

PF

Anónimo disse...

Para PF:

Agradeço-lhe e evidente boa vontade. Todavia, continuo persuadido de que a razão está do meu lado, pois as informações oficiais a que me refiro são as constantes dos horários em vigor, afixados em todas as estações pela própria REFER. Se a composição nº X ou Y nem sequer circula no trajecto entre Tomar e a Lamarosa, o tal ramal segundo o seu ponto de vista, então porque figura nos horários ditos do Ramal de Tomar ? Acha que se trata de simples acaso?
Não lhe parece um acaso demasiado oportuno?
Quanto ao que dizem de mim, assustava-me antes do 25 de Abril. A partir dai tem me preocupado tanto como a vida das pulgas nas tabancas dos balantas da Guine Bissau. Onde nunca me desloquei.

Anónimo disse...

Não sei se já repararam ao fim de semana, a estação de Tomar é um parque de estacionamento de composições, que não têem lugar no Entroncamento. Talvez por isso ainda chegue e parta tanto comboio de Tomar. Quanto à rentabilidade do ramal Tomar-Entroncamento-Lisboa, este é dos mais rentáveis da CP,porque toda a gente paga o titulo de transporte, bilhete ou passe, ao contrário dos sub-urbanos de Lisboa, onde muita gente anda sem bilhete e onde a receita dos passes combinados é dividida pelos respectivós operadores de transporte. O ramal de Tomar vai continuar a funcionar, devido à sua rentabilidade.

Anónimo disse...

Eu nunca vi horários com o título "Ramal de Tomar".

Anónimo disse...

Para 22:32

Aqueles cartazes com horários, ostentando o título "Tomar/Entroncamento/Lisboa", ou "Lisboa/Entroncamento/Tomar", que podem ser consultados em qualquer estação da REFER, são de quê? Da Linha do Norte?

Anónimo disse...

O ramal de Tomar foi dos mais rentáveis, hoje não o será.
A sua manutenção deve-se muito ao entrposto de cimento que nele existe. Segundo informação esse entreposto irá (ou já foi?) para Leiria, e aí...