sábado, 15 de maio de 2010

OBRAS PARA A FOTOGRAFIA

Foto 1 - Os sanitários da Cerca, que eram perfeitamente recuperáveis, já não existem. Novo é que é bom! Afinal, a Ordem (neste caso a autarquia) é rica e os frades são cada vez menos, murmura o povo.

Foto 2 - Contrariando directivas europeias vinculativas, as obras prosseguem, sem qualquer informação disponível no local. Nem escrita, nem desenhada.

Foto 3 - Esta é a extremidade noroeste do futuro colector de esgotos, situada mais de 5o metros para além da Torre da Condessa, em local onde, que se saiba, nem passa nem virá a passar qualquer ramal doméstico ou pluvial.

Foto 4 - Apesar de o percurso em obras estar intransitável, não há qualquer indicação nesse sentido à entrada da Mata, ou do lado poente. Nem qualquer pedido de desculpa pelo incómodo. Os cidadãos contribuintes que paguem e que se amolem, que isso das boas maneiras é muito chato e só dá é trabalho!

OBRAS PARA A FOTOGRAFIA OU A DOENÇA DA PROPAGANDA

A comparação é cruel, mas impõe-se -Quando no campo se sacrifica um galo ou uma galinha, cortando-lhe a cabeça, ocorre com frequência que o que resta da ave desata a fugir, até finalmente cair para o lado. O mesmo parece estar a acontecer com a maioria autárquica. Sem a anterior cabeça pensante e autoritária, que era António Paiva, continuam a anunciar, a adjudicar e a tentar pagar obras de manifesta propaganda. E que obras! Na Cerca, casas de banho novas, colector de esgotos, bancos, instalação de iluminação pública, arranjo da casa do guarda, etc. Para quê? Quem é que futuramente irá ou virá do Convento/Castelo por ali? Com todas aquelas escadas íngremes, com degraus de mais de 20 centímetros de altura?
E, numa outra vertente: Dado que a autarquia não é proprietária nem gestora da Mata, que pertence ao Estado e devia ser, mas na prática não é, gerida pelo ICN-Instituto da Conservação da Natureza, bem se pode dizer que os senhores da actual transitória maioria estão a financiar filhos em mulher alheia. Diz o povo que "quem faz filhos em mulher alheia, perde-lhes o feitio". Aqui fica o aviso.
Em simultâneo, é geral a lamúria nabantina de que os malandros dos turistas, mais de 150 mil, vejam lá!, vão ao Convento e não vêm gastar dinheiro à cidade. Ingratos!
Em vez de procurarem apurar quais as causas de tal estado de coisas, os senhores autarcas maioritários, usando o tal reflexo condicionado dos galináceos, encontraram a solução: Já que não vêm cá abaixo, vamos nós melhorar as estruturas receptivas lá em cima. Pode ser que assim os consigamos enganar! Vai daí, anunciaram mais dois parques de estacionamento. Um para ligeiros (de 32 lugares!!!), a meia encosta, outro para autocarros, junto à fachada norte do Convento. Haverá igualmente novos sanitários, requalificação dos há pouco tempo encerrados, arranjo da Calçada de S. Tiago (finalmente!!!) e repavimentação do estacionamento da Cerrada dos Cães. Como não é a Câmara que administra o Convento, estamos outra vez na mesma -fazem filhos em mulher alheia. E não será seguramente assim que os turistas passarão a vir cá abaixo!
Do outro lado da ponte, temos a mesma música. Requalificaçao do troço entre a Rotunda do Bonjardim e a do RI 15, que ficará com 3 faixas, duas a subir, uma a descer. Para quê? Há engarrafamentos por ali? Nunca constou. É útil uma faixa para ultrapassagem, com semáforos no alto da rampa? Não seria suficiente melhorar o piso e arranjar as bermas, com passeios para peões? Qual a real utilidade de bacocas manifestações de novo-riquismo, como as acabadas de mencionar, ou outras já na calha?
Manifestamente sem liderança capaz, e desprovida de qualquer plano táctico ou estratégico, a autarquia tomarense continua a esbanjar verbas, como se não houvesse crise, e uma crise que tende a agravar-se. Procede assim tendo como único objectivo a propaganda, tendente a possibilitar a vitória em futuras eleições. Estarão a proceder bem? E o PS virá a lucrar alguma coisa, em termos de votos, com a caução que está a dar ao PSD local? A seu tempo, os eleitores darão a sua resposta. Que devemos e teremos de aceitar, seja ela qual for.
Entretanto, permitam-nos uma opinião, dura é certo, mas do fundo do coração. É nosso entendimento que os senhores autarcas da coligação maioritária 3+2, se realmente são bons tomarenses, cidadãos impolutos, querem o melhor para a cidade, para o concelho e para todos os seus habitantes, devem quanto antes tomar duas decisões drásticas, urgentes, corajosas e indispensáveis- 1 - Suspender as obras ainda não adjudicadas; 2 - Provocar novas eleições para completar o mandato.
Se as viessem a ganhar, poderiam então continuar com as obras de propaganda e nós meteríamos a viola no saco. Até lá...há a tal dúvida metódica: Existe ou não outra maneira de administrar uma urbe que nunca foi cidade templária. Foi, isso sim, Capital Templária, quando ainda nem era cidade, mas apenas "Notável Vila de Thomar". Desde então, até o H deu à sola!

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