Conforme escreveu MMCarrilho, "O que inquieta na actual crise nacional e internacional é que enquanto alguns responsáveis parecem viver o momento com um misto de indiferença e de ignorância, como se se tratasse de um infantil "fazer de conta" a ver se a coisa passa, outros oscilam entre a estupefacção e o temor, dando uma penosa impressão de impotência. Todos contribuem para o sentimento de desamparo que se generaliza."
Em Tomar, tanto na cidade como no concelho, esse sentimento de desamparada solidão, de estarmos num túnel sem qualquer luz ao fundo, é ainda mais nítido, porquanto se a autarquia nada esclarece sobre medidas para ultrapassar a difícil situação, a Assembleia Municipal extraordinária também nada trouxe de novo.
Não surpreende que assim esteja a acontecer. Habituados a conjunturas sem grandes sobressaltos, os agora eleitos apresentaram-se em campanha convencidos de que a crise era uma coisa passageira, após o que regressaria a bonança dos orçamentos mais ou menos folgados. Enganaram-se redondadamente e agora estão, como costuma dizer-se, "no mato, sozinhos e sem cachorros". Nem uns nem outros sabem minimamente o que fazer, para além da usual rotina do despacho dos assuntos correntes e do bate-bola das reuniões obrigatórias. Temos assim uma situação muito peculiar. Os membros do executivo que integram a transitória maioria continuam a proceder como se houvesse recursos para prosseguir com obras que têm tanto de inútil como de insensato. Destas, as duas principais, que até já estão adjudicadas, enfermam da doença paivina: não têm qualquer utilidade a médio e longo prazo, nem a autarquia dispõe de recursos humanos ou materiais para a sua gestão, no que concerne a uma delas.
Estamos a falar do Complexo da Levada e da Envolvente ao Convento de Cristo, num total de nove milhões de euros, com o município a ter de assegurar, na melhor das hipóteses, 1,8 milhões de euros = 360 mil contos. Coisa pouca para uma autarquia que, não sendo rica, e dispondo de cada vez menos recursos, finge no entanto muito bem. Tanto num caso como no outro, os senhores autarcas ainda não perceberam, (ou fazem de conta que, o que vem a dar no mesmo) que nunca mais haverá retornos minimamente significativos, a que se junta, no caso da Levada a evidente falta de qualificação dos recursos humanos locais para lidar com a nova realidade. Pior ainda: mesmo no país, não é líquido que se venham a conseguir formadores qualificados nessa área = gente com experiência, com know how, com savoir faire, com saber hacer. Especialistas capazes de qualificar, além de certificar. Porque dizer-se especialista, perorar e depois certificar, passar o papel, é fácil. Qualificar é outra realidade. Implica que se arregacem as mangas e se demonstre como se faz. E quem sabe fazer?
Para que se possa ter uma ideia da nossa triste situação em termos de ensino/formação/qualificação, de acordo com os dados mais recentes da OCDE, em Portugal os adultos (25/64 anos) que concluíram o ensino secundário são 27 em cada 100, contra 91 na República Checa, 86 na Polónia, 61 na Finlândia e 51 em Espanha. Nos empregados, 65% têm apenas o ensino básico, 16% o secundário e 18% o superior. É com tais recursos humanos que pretendem desenvolver em Tomar o turismo cultural de qualidade? Com profissionais formados por quem? Com que qualidade? Porque será que houve menos entradas no Convento em 2010 do que no ano anterior?
E depois ficam muito ofendidos quando alguém tem a coragem de dizer alto que somos um país de labregos, mal educados, convencidos e arrogantes ainda por cima?
É como escreveu Lincoln: pode-se enganar uma pessoa durante toda a vida, ou até toda gente durante um certo tempo. Mas é impossível enganar toda a gente durante toda a vida. Acaba sempre por chegar para cada um a hora da verdade. Felizmente.
10 comentários:
Sobre MMCarrilho. Realmente este País é para descarados. O dr. Carrilho fez parte de um Governo dos que mais contribuiu para a situação de penúria financeira actual e de irresponsabilidade no consumo: desde o ministro Coelho que integrou todos os func. a recibo verde na função pública, ao sr. Pina Moura e os seus dislates com a OPV da EDP, até ao caso das gravuras do Côa e do turismo de "qualidade rupestre" do mesmo Carrilho! Com o devido respeito pelos artistas pré-históricos! Guterres, que muitos têem por pessoa intelegentíssima, talvez se tenha ido embora, de forma apressada, farto dos papagaios que o rodeavam! E que papagaios...
Pedro Miguel
O vereador da Protecção Civil de Tomar, o socialista Luís Ferreira, pode ser acusado de tudo menos de ser poupadinho. Para além de ter proibido os Bombeiros de adornar o exterior do quartel como o faziam habitualmente, ainda se desloca para o trabalho no seu carro pessoal, um veículo de marca Smart, no qual colocou o símbolo da Protecção Civil.
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Habituados a conjunturas sem grandes sobressaltos, os agora eleitos apresentaram-se em campanha convencidos de que a crise era uma coisa passageira, após o que regressaria a bonança dos orçamentos mais ou menos folgados. Enganaram-se redondadamente e agora estão, como costuma dizer-se, "no mato, sozinhos e sem cachorros". Nem uns nem outros sabem minimamente o que fazer, para além da usual rotina do despacho dos assuntos correntes e do bate-bola das reuniões obrigatórias. Temos assim uma situação muito peculiar. Os membros do executivo que integram a transitória maioria continuam a proceder como se houvesse recursos para prosseguir com obras que têm tanto de inútil como de insensato. Destas, as duas principais, que até já estão adjudicadas, enfermam da doença paivina: não têm qualquer utilidade a médio e longo prazo, nem a autarquia dispõe de recursos humanos ou materiais para a sua gestão, no que concerne a uma delas.
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Pois é camarada Rebelo. Como sempre acertou na mouche. Em Tomar a vida corre pacata e serenamente. O pão e vinho continua sobre a mesa e o rio vai cheio. Por cá, vive-se como sempre se viveu: pouco preocupados com facturas e dívidas.
Tal como dizia um célebre banqueiro norte-americano:
- se deves mil dólares ao teu banco e não tens como os pagar tens um problema; se deves um milhãos de euros ao teu banco e não tens como os pagar, o teu banco tem um problema.
Deste modo, nós por cá não temos problemas. Os credores é que poderão vir a tê-los quando despertarem para a realidade e perceberem que esta terra não tem dinheiro nem para fazer andar a roda (do Mochão).
Atenciosamente,
Um lacrau do Nabão
TOMAR – Padre Mário Duarte lamenta falta de coordenação no auxílio no processo pós-tornado
O Padre Mário Duarte dirigiu algumas críticas ao que considera como «falta de coordenação» nos esforços para ajudar as vítimas do tornado. O pároco de Tomar elegeu como mau exemplo o recente boletim informativo da Câmara Municipal e disse que ao ler algumas notícias fica com a sensação de que não há nada mais a fazer no auxílio às famílias carenciadas.
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O Padre Mário Duarte ainda deixou reparos à actuação dos serviços de assistência social da autarquia: «Queria fazer um apelo para que no futuro, em situações semelhantes que possam acontecer, as pessoas e instituições consigam reunir-se na mesma mesa para bem de um objectivo comum. Seria bom que houvesse uma coordenação bem orquestrada para que não tivéssemos eventos atrás de eventos, mas nem se sabe bem quem é que está a ser ajudado... E depois, quando leio o boletim oficial da Câmara Municipal de Tomar, fico com a ideia de que a reconstrução está praticamente concluída, que nada mais há a fazer. Para além disso, na página nove, aparece um número de conta da Cruz Vermelha, quando há mais instituições que têm feito um trabalho de auxílio meritório, como a Cáritas Diocesana, e nem uma referência é feita... Há algo que não funciona. Mesmo quando andamos no terreno e falamos com as pessoas, notamos que há falta de coordenação. Ainda na sexta-feira, uma família dirigiu-se a mim a pedir apoio para o filho mais velho... Aliás, esse apoio já tinha sido prometido pelos serviços de assistência social da Câmara Municipal mas, até hoje, nada de nada. E julgo mesmo que a abordagem nem terá sido muito cordial...».
Cuidado muito cuidado que este padre não é o BORGA ou o FRUTUOSO e fez tropa em Tomar como alferes há bem pouco tempo, está no concelho há 15 anos e topa essa gente de longe e sabe onde está a podridão. Apresenta trabalho feito e de que maneira nas três freguesias que tinha e que hoje tem e são sete ( penso que são) e contra isso BATATAS.
O padre tem razão, porque as assistentes sociais da Câmara só lá estão para levar o dinheiro e eleas e a sua vereadora ( Rosário Simões) deviam levar para trás. Quem durante tantos anos não consegue acabar com a miséria de cidadãos a dormir em casas de banho é incompetente para ocupara esses cargos e deve a vereadora perder o pelouro, as técnicas MAU E MAU d eavaliação e irem para o olho da rua.
A CRUZ VERMELHA ENTREGUE A MÁRIO SANTOS FOI UMA MISÉRIA, POIS O VELHO QUER É RANCHOS E CARRADAS DE ROUPA NÃO FORAM DISTRIBUÍDOS, PORTANTO O PADRE TEM RAZÃO E VAI ARRASAR ESSA MALTA E METER O DEDO NA FERIDA, POIS A POLI´TICA DO OURIÇO ESTÁ TAMBÉM AQUI
Gostei de ver a atitude solidária dos que se tratam por DEPUTADOS que falta de consideraão pelos qe estãoe leitos em S. bento, como agora se denomimam ou auto denominam os 34 presentes na ultima peixeirada DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
DOARAM A SENHA OS 34 PRESENTES E 34 PRESENTES X 75 EUROS RENDEU PARA A CONTA SOLIDÁRIA DA AJUDA AS VITIMAS OD TORNADO 25 500,00. OS TOMARENSES SABEM SER SOLIDÁRIOS....
ESTES TOMARENSES SABEM. ENQUANTO NA ASSEMBLEIA DA FREGUESIA DE S. JOÃO ISSO FIZERAM ESTES MORALISTAS, ESTES 34 DEPUTADOS????? ARRECADRAM A MASSA JÁ QUE MAIS DE 90% ESTÃO ALI PARA ISSO
Para anónimo das 10:46.
Diz "...por cá(Tomar) vive-se como sempre se viveu. Pouco preocupados com dívidas...". Não confunda os tomarenses de hoje, ou dos últimos 30 anos, com os que "fizeram a cidade" de Tomar. Ou acha que os industriais, desde o tempo de Pombal, ou os comerciantes/mercadores judeus, não judeus e cristãos-novos "desde 500", ou os autarcas do princípio do sec. XX que endividaram a Câmara para que houvesse comboio em Tomar, viveram sem ambição e por conta do Estado como a maioria da população actual de Tomar (reformados, políticos incompetentes e func. públicos)?
Pedro Miguel
E a Misericórdia de Tomar ?
Qual a sua acção no apoio às vítimas do tornado e a outras ?
A Misericórdia de Tomar não distribuiu um prémio monetário pelos seus trabalhadores ? Mas é uma empresa privada ? Não é uma organização sem fins lucrativos ?
Não depende da Igreja Católica ? Qual a sua doutrina social ?
Fernado Jesus não está a preparar a sua recandidatura a Provedor, indo contra os estatutos ?
Diz quem sabe que se tal vier a acontecer vai dar uma guerra jurídica enorme. Guerra entre os irmãos católicos ?
Este também é um problema que interessa ao Vigário de Tomar, e aos tomarenses, que há quem diga sabem ser solidários. São tão solidários...
Sim E a Misericórdia de Tomar ?
Qual a sua acção no apoio às vítimas do tornado e a outras ?
POR ISSO MESMO FERNANDOD E JESUES ANTES DA ORDEM DOS TRABALHOS PROPÕS ÀOS DEPUTADAOS DA CACA ( DEPUTADOS?????) PARA DOAREM A SUA SENHA DE PRESENÇA E A PROPOSTA FOI APROVADA POR UNANIMIDADE
SÃO TÃO SOLIDÁRIOS
A MIESERICÓRDIA SERVE PARA JESUS E MOURAS E OUTROS QUEJEANDOS IREM COMENDO... COMENDO
Sim. E a Misericórdia de Tomar ?
Sabe-se que os trabalhadores da Misericórdia de Tomar não ficaram muito satisfeitos com a gratificação, porque não foram aumentados. Perguntam eles, então se não se pode dar aumentos e dá-se uma gratificação ? Dizem que Fernando Jesus está a preparar a sua recandidatura, o que não agrada. Qual o futuro da Misericórdia ?
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