segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

INICIATIVA CONJUNTA RÁDIO HERTZ/TOMAR A DIANTEIRA - "À MESA DO CAFÉ" - 4

NOTAS FINAIS

1 - A julgar pelos comentários que foram chegando a Tomar a dianteira (os publicáveis e os outros), está a levantar alguma celeuma a minha atitude em relação à prestação de Miguel Relvas, na ronda inaugural do novo programa semanal da Rádio Hertz "À mesa do café". De lambe-botas a vendido ao inimigo, há um pouco para todos os gostos. Compreende-se. Vivemos felizmente num regime aberto, onde cada qual pode dizer o que quer. E então ao abrigo do confortável anonimato...
Basicamente, reprovam-me o facto de não ter interpelado o convidado, no estilo do que costumo fazer nos escritos aqui do blogue. São os formatados pelo estilo das nossas rádios e televisões, cujos jornalistas convidam   personalidades para as ouvirem, mas depois não lhes dão tempo nem as deixam falar. O que os críticos de "À mesa do café" gostavam era de um bom combate de galos, de preferência com ambos os galos derrotados e muito "sangue", para grande satisfação do seu óbvio sadismo latente. Viram frustradas as suas expectativas e agora protestam. Se tivessem pago algum bilhete de entrada, estariam certamente a esta hora a reclamar a devolução do dinheiro.
2 - No meu fraco entendimento, os incomodados com a minha actuação estão simplesmente equivocados. São involuntárias vítimas de um facto universal e constante, em que muito poucos reparam, mas ao qual ninguém escapa. Estou a referir a circunstância de o futuro estar sempre a acontecer, sendo presente quando ocorre, para logo a seguir ser passado. Dado ser em geral muito problemático e trabalhoso prever o futuro, é muito mais cómodo olhar para e guiar-se pelo passado, pelo que já aconteceu, por aquilo que já conhecemos. Por isso os leitores de Tomar a dianteira estiveram na expectativa, depois frustrada, de assistirem a uma refrega oral, com frontalidade e desassombro, como é costume aqui no blogue.
3 - Aconteceu que o convidado Miguel Relvas -para minha grande surpresa- agiu como um verdadeiro político/homem de Estado. Certamente não por mim mas pela consideração que tem pelos que fazem a Rádio Hertz, informou-se atempadamente sobre as características do programa para o qual o convidavam, disse o que pensava sobre o mesmo e garantiu que não faltaria. Fiel ao que lhe fora transmitido, comecei em estilo coloquial, visando vir a conseguir uma conversa serena, tanto quanto possível desinibida e sem pretensões. Qual não foi a minha surpresa ao constatar (com íntima satisfação, confesso) que Miguel Relvas não só percebera na perfeição o que dele se pretendia, em termos de tonalidade geral, como preparara com minúcia resposta a todas as questões antes publicadas aqui no blogue. Quando percebi isso, logo na sua primeira resposta, exultei e decidi abster-me de supérfluas intervenções, para evitar cortar-lhe o fio à conversa. Devo dizer que não estou nada arrependido, bem pelo contrário. Tal como o blogue não é feito para eu me ler, o "À mesa do café" também não o é para eu me ouvir. Só intervirei quando necessário e para ajudar os convidados a "desembucharem", se for caso disso.
4 - Goste-se ou não, Miguel Relvas sentiu-se solto, soube aproveitar e saiu-se muito bem. Tanto melhor para ele e para Tomar. Não é com vinagre que se apanham moscas, nem é à força que se arranjam amigos, susceptíveis de nos ajudarem numa eventual emergência. Como ele próprio referiu a dado passo, "Não podemos continuar a pisar os que não pensam como nós". Sobretudo em nome de uma pretensa superioridade moral que está por demonstrar, acrescento eu.
5 - Alegam alguns comentadores, menos vividos nestas andanças, que ele assim teve a tarefa facilitada, pois evitou responder a perguntas incómodas. É o que vos parece, direi eu. Aconteceu o mesmo que com o "homem a andar no arame". É facílimo, mas se lá forem malham cá em baixo em menos de um fósforo. Falta-vos a longa e cuidada preparação/treino. Relvas saiu-se bem, chegou até a ser excelente, porque se preparou a preceito, demonstrando assim o seu profissionalismo. Por outro lado, não deixa de ser curioso que esses das tais perguntas incómodas que eu deveria ter feito, não tenham tido a coragem de aparecer para as colocar. A emissão foi pública e havia até um jornalista disponível, com o microfone à disposição...
6 - Aos que ainda assim se sentem defraudados nas suas expectativas, aconselho a leitura dos posts anteriores a este sobre o mesmo tema e -sobretudo- a audição daa gravação, no site da Rádio Hertz. Terão então ocasião de verificar que Miguel Relvas, usando um tom convivial, tipo "com o coração nas mãos", abordou quase todos os tópicos analisados aqui ao longo dos tempos: As forças políticas não têm qualquer projecto, não há uma linha de rumo, o debate local tem pouca qualidade, é preciso um abanão, a coligação funciona mal, a Festa dos Tabuleiros está algo mumificada, o Politécnico não está a corresponder às expectativas, o desenvolvimento terá de ser regional, a sessão extraordinária da AM sobre a crise foi um desastre, a imprensa tomarense é medíocre, o projecto da Levada deve ser reexaminado à luz da nova realidade, Carrão está preparado para ser presidente, não são necessárias novas eleições locais etc. etc. etc.
7 - A concluir, sinto-me forçado a dizer que "as coisas são aquilo que são". O convidado saiu-se de forma excelente, como já referido. Além disso, conseguiu algo que só está ao alcance dos melhores -convencer e empolgar, mesmo os adversários políticos de boa fé, como é o meu caso. 
Levou-me à certa, deu-me a volta, iludiu-me? A ver vamos. "Dá tempo ao tempo irmão; o tempo dar-te-á todas as respostas". Em todo o caso, também já cá ando há muito tempo, tenho alguma tarimba, leio muito e já molhei os pés no Atlântico, no Índico, no Pacífico, no Mediterrâneo, no Mar Vermelho, no Mar Morto, no Mar do Norte e no Cabo Horn.
Ou, para usar uma conhecida metáfora desportiva adaptada, "já em tempos virei muita franga". Mas não sou assim muito inteligente; lá isso é verdade. É o que se pode arranjar aqui pelas margens nabantinas...

8 comentários:

Anónimo disse...

Pois é.
Infelizmente Relvas é um bom demagogo.

Anónimo disse...

António Rebelo,

Aqui,é difícil e desigual o debate consigo.Por uma razão simples: você dispõe do poder discricionário de censurar ou,dito de outra maneira,ocultar,silenciar tudo aquilo que não lhe agrade ou convenha.

Agravado por um exacerbado ego e uma auto-avaliação míope e estrábica,nos limites.

Quanto ao "À Mesa do Café" não há muito para dizer.

Eu ouvi,integralmente,na rádio,O MONÓLOGO.
Houve príodos em que foi penoso.

Miguel Relvas foi igual a ele próprio - inteligente,excelente diplomato-demagogo,"predador" bem estudado e rápidamente neutralizado/adormecido/seduzido e catalogado,certeiro nos recados que quis passar para o PSD e para o PS,exímio(com a conivência de AR)a BRANQUEAR e a passar ao lado da desgraça PSD/RELVAS/PAIVA/Corvêlo para o concelho.

Cometeu um ERRO COLOSSAL e dois deslizes:

O ERRO - apostar/colar-se à "solução" Carlos Carrão. É que não se trata de apostar no "cavalo errado". É apostar no "BURRO",no PROVINCIANISMO mais primário que,a certa altura,vociferou.

OS DELIZES - anunciar,desde já,a sua retirada da política activa local e, MUITO MAIS GRAVE,proclamar uma verdade que,quando lhe convém,desmente :
"A ABSTENÇÃO RESPONSABILIZA,PORQUE VIABILIZA".

Quanto a António Rebelo,o que há para dizer?

POUCO.

A subserviência e o deslumbramento,agora também manifestado em prosa,foram confrangedores,a tocar as raias do patético.

O resto,pode resumir-se em três(3)transcrições,uma de Miguel Relvas e duas de António Rebelo:

"O António Rebelo é o especialista dos zum-zuns" (MR)

"Desculpe interrompê-lo..." (AR)

"Se um dia precisar de mim..." (AR)


Lição:

As bananeiras nunca dão laranjas!!!


Eugénio Torres

Anónimo disse...

Para Eugénio Torres

E, dizem os brasileiros, quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré. Ainda se a inteligência se aprendesse ou se comprasse...Mas assim!
Compreendo o seu ponto de vista. Há, porém, os jornais, e a possibilidade dada a qualquer um de editar um blogue. Dá é muito mais trabalho do que entreter-se simplesmente a tentar arranhar os outros e ficar muito satisfeito consigo próprio.
Pela conversa, você parece especialista a confundir bexigas de porco com lâmpadas eléctricas. Tenha muita saúde e procure cultivar-se.

Anónimo disse...

Para o anónimo das 13:45,ou melhor,para ANTÓNIO REBELO nessa pele :

Ó cara!

Você bateu no fundo,né?

Tá desorientado.

Nunca tinha falado com um homem de Estado.

Foi um choque grande pra você,que só está habituado a falar cum pileca e pilantra,né?

Esse tal de Miguel Relvas não é um muleque qualquer.

É cidadão honorário do Rio de Janeiro,coisa assim...importante.

E diga pra mim : qual é negócio dele no Brasil?

Você,especialista de "zum-zuns" deve saber direitinho,né?

Depois deste seu deslumbre já virou PSD?

Pensa disputar as primárias com seu Carrão?

Olha:

E não fica assim,não?

Você é um cara já bem jacaré e pode ter um treco,o'viu?

Já não é mais minino...

E olhe que seu Eugénio é tarimbado.

Topou tudo.

Anónimo disse...

" Em todo o caso, também já cá ando há muito tempo, tenho alguma tarimba, leio muito e já molhei os pés no Atlântico, no Índico, no Pacífico, no Mediterrâneo, no Mar Vermelho, no Mar Morto, no Mar do Norte e no Cabo Horn. "

Palavras para quê ? Para se ser um bom político é preciso ser-se viajado ? Ganhe juízo, se ainda for a tempo...

Anónimo disse...

Para Anónimo em 19:39

Os árabes têm um provérbio que é assim: "As viagens formam as pessoas; mas toma cautela, se mandares o teu burro à Meca, ele voltará de lá tão asno como antes".
Você já foi à Meca, não foi?

Anónimo disse...

Fazendo uma retrospectiva da "entrevista",somos assaltados por um quadro:

ANTÓNIO FERRO a "entrevistar" o outro Tóino.

Também lhe tinham sido encomendadas para destacar o "verdadeiro político/homem de estado",que "fala com o coração nas mãos",muitas vezes "brilhante",etc.,etc.,...

Ao invés do que acontece com a sádica JUDITE DE SOUSA,sempre "sedenta de sangue",que convida personalidades para as "ouvir"(diferente de entrevistar)e depois não lhes dá tempo,nem as deixa falar.

GLÓRIA a António FERRO Rebelo!

Fora com JUDITE e quejandos!

Anónimo disse...

O PSD de Relvas não tem planos para Portugal.
Mas também não precisa. Eles sabem que acabarão por tomar o poder, e terão que seguir rigorosamente as políticas ditadas do exterior pelos nossos credores ávidos de lucro.
Relvas tem o nome marcado para Ministro de Estado. Paiva apresenta-se como candidato a Secretário de Estado de qualquer coisa. Quiça se A.Rebelo ainda poderá aspirar a Chefe de Gabinete...

O Lacrau do Nabão