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Quem realmente tenta analisar, de forma detalhada e tanto quanto possível isenta, a realidade local, já há muito terá chegado à mesma conclusão que nós. O nosso principal problema é a notória falta de qualidade, em todos os sectores e níveis. Mais precisamente, uma relação degradada no binómio qualidade/preço, que idealmente deve ser tanto quanto possível equilibrado.As coisas chegaram a tal ponto que até nas recentes eleições presidenciais muitos eleitores inscritos se recusaram a ir à urnas, por considerarem que não havia nenhum candidato cuja qualidade justificasse a deslocação.
Outro tanto sucede em Tomar, onde não só os cidadãos se queixam da qualidade da actual e transitória maioria autárquica, como até os signatários da estranha coligação que nos devia governar acham agora que ela não tem qualidade tal como tem funcionado. Isto para não referir o que pensam os dirigentes laranjas do actual presidente do executivo.
No domínio da economia então nem é bom falar, pois os mal entendido é grave, permanente e à primeira vista insolúvel. Na área do turismo, por exemplo, é moda gargarejar-se com "turismo de qualidade" ou "turismo cultural" = visitantes com elevado poder de compra. Nem parece passar pela cabeça de tais arautos que qualidade não deve ser sinónimo de carestia ou de alto nível, mas sim uma honesta e equilibrada relação entre o preço apresentado e a qualidade oferecida. Há excelentes ou péssimas refeições a 5, 10, 20, 50, 100 ou mais euros, consoante a qualidade objectiva do que se comeu em cada nível de preços.
Na área política passa-se exactamente o mesmo. Neste momento em Tomar, muitos eleitores sentem-se defraudados, enganados, nas suas expectativas em relação ao desempenho daqueles que elegeram. Acham que prometeram muito e agora não cumprem nada. O melhor será apresentar dois exemplos concretos, que são afinal consequência de autarcas que presumiram e presumem demasiado em relação às suas reais capacidades de gestão política da urbe.
Graças à recente reformulação da facturação dos SMAS (que com alegria se saúda, pois só peca por tardia), é agora muito mais fácil compreender cada documento mensal. Temos por exemplo a família A, duas pessoas a morar no núcleo histórico. Gastam mensalmente uma média de 15 metros cúbicos. Pagam de água 17 euros, de saneamento 11 e de resíduos sólidos 4, num total de 34 euros, incluindo o IVA.
O primeiro reparo é que apesar dos 15 euros = 3 contos mensais, cobrados pelos SMAS pelo saneamento e pelos resíduos sólidos, os abundantes "pastéis de cão" nunca foram nem são removidos. Ao contrário do que acontece por essa Europa fora, por estas bandas nabantinas continuam a contar com os rodados dos carros e com as solas dos sapatos dos cidadãos-peões para tal saneamento. É pena.
A tal família acima referida, habituada a fazer contas, calculou que só para os ditos resíduos sólidos, vulgo recolha do lixo doméstico, paga por ano 48 euros = 9.600 escudos. Além dos 132 euros = 26.400 escudos para saneamento, que por essa Europa fora já inclui os resídos sólidos. Mas adiante, que estamos na ponta do continente e as periferias têm sempre os seus custos.
Um dia destes, a dita família mandou podar duas fruteiras de médio porte, que tem no quintal: um limoeiro e um diospireiro. Naturalmente, os ramos cortados, dois feixes, foram colocados na rua, frente à fachada da habitação em causa, após o que telefonaram aos serviços competentes da autarquia, no sentido de virem recolher os referidos resíduos sólidos, tal como têm feito todos os anos. Vieram, mas destas vez o resultado foi o documentado na foto um.
Para que não nos acusem outra vez de má vontade contra os funcionários da autarquia,m que estão (ou deviam estar) ao serviço dos cidadãos, limitamo-nos a uma interrogação: Acham que prestaram um serviço de qualidade?
As fotos 2 e 3 mostram outro caso de falta de qualidade, mas de enorme criatividade mal orientada. Realmente não está ao alcance de qualquer cérebro conceber que uma instalação sanitária horizontal fica muito mais barata a um empreiteiro. Não gasta água, nem luz, nem mão de obra para a limpeza ou instalação, nem papel, nem despesas de saneamento. E quando aparecer a respectiva fiscalização -se aparecer e não tiver falta de óculos, ao contrário do que já vai sendo habitual- basta dizer que se estava mesmo para mudar o sanitário para um pouco mais adiante, devido ao avanço do estaleiro. Não são assaz inovadoras as empresas portuguesas? Depende dos sectores, das empresas e dos objectivos! E quem se lixa são sempre os mesmos -os da mó de baixo!
3 comentários:
Não sabia que eram os SMAS que removiam da via pública as bostas de cão...
Depois do Bibi há outros a clamarem inocência!
http://inimigo.publico.pt/Noticia/Detail/1477269
Numa entrevista gravada pela revista Focus, e de que a SIC passou parte no Jornal da Noite, Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, assume que foi forçado por José Sócrates a mentir ao longo de toda a anterior legislatura e da actual.
O ministro assume que ao longo destes anos todos tem gerido as finanças do país sob o efeito de medicação e que só agora percebeu que tem sido usado para condenar milhões de contribuintes inocentes. “O Sócrates obrigava-me a beber um copo com água e a assinar papeladas. E depois obrigava-me a dizer que estava tudo bem, que Portugal não estava a sofrer com a crise internacional e que a despesa pública estava controlada. Tive que dizer tudo com pena dos rapazes, que levavam bastante porrada do Sócrates. Mas eu não sou o único. O José Sócrates anda há anos a dar copos com água a todos os ministros, deputados do PS, militantes do PS, ao Passos Coelho, ao Emídio Rangel, aos juízes do Freeport e do Face Oculta, aos jornalistas, aos investidores estrangeiros para comprarem a dívida portuguesa e agora até já conseguiu drogar a Angela Merkel e os senhores do FMI”. JH
Andamos á muito tempo a ouvir políticos que não sabem nem querem saber de alguns problemas graves da cidade, e como não os conhecem em pormenor não têm a mínima ideia de como resolve-los. Os Lagares de El-Rei estão a cair, o convento de Santa Iria está cair, a capela de São Gregório está ocupada, o mercado municipal funciona numa tenda (fria de inverno e vamos ver como será no verão), claro que ainda podemos falar do eterno problema do museu do brinquedo, do arranjo condigno e não concessionado do largo da Várzea Grande, após o tornado as escadinhas da Nossa Srª da Piedade ficaram uma lastima até quando, enfim querem que continue, o açude de pedra não merecia ser entregue á população, era no verão um espaço usado e apreciado por muita gente, claro há coisas boas, as obras da rua de Coimbra, estão a canalizar um ribeiro não sabemos para onde, mas isso não tinha já sido feito na rua Lopo Dias de Sousa. E estes políticos falam, falam, mas continuam a não dizer nada.
Rapaz atento.
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