quinta-feira, 21 de julho de 2011

OUTRAS TERRAS, OUTROS USOS...

Mercado Medieval em Óbidos

Mesmo em época de crise, elevados preços das entradas não afastam os visitantes

Óbidos voltou a animar a vila, agora com o seu Mercado Medieval. Apesar dos 7 euros de entrada, milhares de visitantes ocorreram, de tal forma que no dia 16 de Julho, um sábado, a fila de espera era superior a quinhentos metros. A feira começou a 7 do corrente e encerrará no próximo dia 24, contrastando com a nossa Festa dos Tabuleiros, evento muito mais importante, mas que dura tão pouco tempo.
Este ano, o tema do mercado -e daí a notícia- tem algo a ver com Tomar, uma vez que se baseava "No tempo da Rainha Santa Isabel", como se sabe na origem do reforço entre nós do culto do Espírito Santo e da caridade a ele associada. Não faltaram as recriações das festas religiosas na Idade Média, com procissões ou romarias, que nasceram nessa época da necessidade de criar um conjunto de celebrações cristãs que apagassem a memória das cerimónias pagãs.
Óbidos é um case study, como aposta ganha na área do turismo de eventos, hoje uma das principais actividades da vila. A entidade empresarial Óbidos Patrimonium - Empresa Municipal, tem como principal objectivo a promoção turística, a implementação do plano de animação que lhe é definido pela autarquia, bem como o desenvolvimento de todas as acções em prol da valorização do património histórico e natural de Óbidos.
Pode ser isto que falte no concelho de Tomar, que bem poderia copiar este modelo de gestão, apostando numa profissionalização de eventos que já são uma marca nabantina, como por exemplo o Congresso da Sopa, as Estátuas Vivas, ou a Festa dos Tabuleiros, acrescentando outros a definir. Temos beleza, tanta ou mais do que Óbidos; temos muito mais riqueza patrimonial; somos uma cidade com uma história rica e de âmbito universal.
Um dia destes, em conversa com Telmo Faria, presidente da Câmara de Óbidos (PSD), o mais jovem autarca do país, agora a cumprir o seu terceiro e último mandato, por imposição legal, ouvimo-lo referir que "Óbidos iniciou um caminho de afirmação, que ainda não está concluído. Está em aberto, pois  já conseguimos resultados, mas queremos ir mais além. Mais qualidade, mais hotelaria, mais campos de golfe, mais serviços requintados, para conseguirmos mais investidores com capacidade financeira, que nos ajudem a criar empregos, de forma a que possamos ser cada vez mais uma terra de fixação de novos residentes. Conseguimos abrir essa página nos últimos dez anos, estamos a crescer nesse sentido, mas ainda não atingimos o patamar desejado. Temos de continuar a trabalhar com brio e empenhamento ao lado dos investidores, temos de ser pragmáticos, temos de continuar a ter muita energia, tudo para conseguir que a nossa terra e a Região Oeste cresçam mais.
Temos já um Parque Tecnológico que recebe apoios públicos, uma vez que tem interesse nacional, para poder crescer. Os interessados em investir que tragam as suas ideias e aceitem sentar-se connosco à mesa, na Câmara Municipal, pois é também para isso que cá estamos.
Hoje sou o mais jovem dinossáurio na política autárquica activa, já estou por imposição legislativa no meu último mandato, mas entretanto consegui uma coisa muito importante: no próximo ciclo político, a minha equipa será mantida e continuará a oferecer exigência, diálogo permanente, qualidade e continuidade. Vivemos em democracia, pelo que será o povo, que é sábio e soberano, a escolher. Tenho por isso inteira confiança que o caminho já percorrido nestes últimos dez anos vai ser prosseguido e reforçado, com dedicação e entusiasmo.
Entretanto ainda me restam dois anos de mandato e, mesmo depois, tenciono continuar a ajudar, ainda que noutra posição, no sentido de que este concelho avance e seja não apenas um município com um castelo lindo de morrer, mas também e sobretudo um local com oportunidades para as pessoas viverem bem."

António Freitas
(Texto modificado parcialmente por Tomar a dianteira)

5 comentários:

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

O poder autárquico ainda tem exemplos de excelência. Óbidos é, de facto, um deles. Como chego lá rápido, visito-a, pelo menos, meia dúzia de vezes por ano.

Mas não haja muita esperança de que floresçam muitos mais pelo país.

A crise em que mergulhámos suporia uma limpeza funda na parasitagem no interior dos partidos. A decisão que se prevê nas eleições no PS dia 23, mostra o contrário: os bandos e camarilhas vão continuar a dominar de fora para dentro, a coartar a esperança, a definhar a democracia, a passear a irresponsabilidade e incompetência, a polvilhar os órgãos do Estado, a ostentar cagança e vaidade - e a serem comités eleitorais e agências de emprego.

As dívidas das autarquias começam agora a ser conhecidas à séria e os tais "passageiros clandestinos" que F.Assis refere, permanecerão alegremente a destruir futuro.

Que horror os simpatizantes participarem na eleição dos cabeças de lista às C. Municipais!!! E, desavergonhados como são muitos deles (até Mário Soares entra nessa onda), realçam as relações de amizade ("meus filhos"), esbatem as diferenças de fundo em disputa ("são muito parecidos"), "não estão ainda criadas as condições para isso.." e topamos a todo o momento que os seus familiares e amigos estão todos conservados na esfera estatal, a mamar na Vaca Grande.

É a "Nomenklatura" poderosa e protegida por todo o nosso sistema partidário: nenhum partido escapa a esta podridão nacional.

Mas eles convencem-se que são o escol insubstituível, mau grado o estado a que chegou Portugal.

Não é bonito estares a "dizer mal do partido", dizia o A.Seguro ao concorrente, com expressão hipócrita e desavergonhada. Para ele a política é uma questão de afetos entre os militantes...

Qual partido? O tido como institucional formal ou o clandestino, golpista e habitante dos corredores do poder estatal?

Eles estão apegados às tetas, e nem sequer têm consciência que o seu tempo expirou - ou devia ter expirado.

Eles contam os anos no poder e consequentes mordomias e zelam dia a dia pelos seus interesses.

E depois... (coisa interessante!!!)são eles mesmos a darem ares de estadistas, de responsáveis pela pátria e seu futuro: impostos, sacrifícios, privações, novas leis de trabalho, subsídios para as peqs. e médias empresas que ninguém depois vai controlar, cortes em serviços sociais, pois então! Tem que ser. Para salvar a nossa honra. Ou seja: para cobrir as nossas irresponsabilidades, garantir os nossos pequenos e grandes privilégios, para alimentar a nossa parasitagem.

Nesta conformidade,e se assim a política é mesmo boa e sabe tão bem, que horror abrir o partido (ou partidos) à sociedade!

O Patriaca do PS, Mário Soares, bem falou em Refundação do PS. Alguém no PS agarrou este desafio?

-Silêncio!

Anónimo disse...

O presidente de Câmara de Óbidos não é o autarca mais novo do país, entre outras calinadas do "jornalista" António Freitas...

Anónimo disse...

Em Óbidos têm sabido trabalhar nestes últimos anos. E o resultado está à vista. Uma vez enquadrada num complexo de bons eixos rodoviários, a edilidade soube aproveitar esse facto e rapidamente criou infraestruturas que colocaram Óbidos no mapa, e mais importante que isso, no imaginário das pessoas.
São exemplos disso as diversas unidades hoteleiras construídas recentemente, a que se soma o centro de treino de alto rendimento que tem sido utilizado bastas vezes pela selecção nacional de futebol, como todos sabemos.
A par disso os responsáveis municipais e do turismo arrancaram com o Festival do Chocolate (não tenho a certeza se é essa a designação do evento) que tem tido um sucesso ímpar, tendo até mesmo ultrapassado fronteiras.
Continuam a promover a ginginha de Óbidos que pode ser apreciada nas diversas tascas e bares da vila, e à volta da qual se organizam eventos. Mas para os menos conhecedores aqui vai uma dica: há uma bebida em Óbidos que não é tão conhecida mas que não deixa de ser excelente, de seu nome TOUPEIRO. O único contra é que deve ser bebida com moderação e a evitar por quem tem de conduzir a seguir. É que aquilo é delicioso mas muito alcoólico e sem se dar por isso...

Adiante! Por cá, e por comparação com Óbidos que é que temos?
A inefável Festa da Cerveja, verdadeiro congresso de bêbedos e anquilozados de espírito, que vem a seguir em termos de calendário ao Congresso dos lambuças, mais conhecido pelo Congresso da Sopa, e outras manifestações de comezaina atávica, tudo num ritmo de exaltação tomarense, certamente ao gosto do vice-alcaide, o aldeão Carrão, que até já teve o mimo de pôr a beberragem a fazer barulho às portas do Hotel dos Templários, o que motivou até uma queixa formal da administração daquela unidade hoteleira...

Entre Óbidos e Tomar descubramos as diferenças! E não são só oito, como as do jornal...

ANTÓNIO FREITAS disse...

O Senhor anónimo - Telmo Faria foi o mais jovem autarca presidente de Câmara eleito no país. Mais uma calinada. Contra factos... Hoje passados 10 anos já não é
Roido de inveja por Tomar não ter autarcas assim... eu estou

Anónimo disse...

Óbidos é Óbidos e Tomar é Tomar!

Enquanto Óbidos tem procurado um lugar proprio no cartaz turistico português, que possa concorrer ao lado do Allgarve, Madeira ou Lisboa,
Tomar, por seu lado, tem dormido à sombra do trabalho de propaganda deixado pelos apologistas do Portugal Universalista, filhos directos do nacionalismo bolorento de António Ferro.

Assim não vamos lá.

O Lacrau do Nabão