"Em 2001, quando chegaram a Portugal, Valério e Tatiana Vacari pensavam trabalhar arduamente durante dois ou três anos, juntar dinheiro e regressar à Moldávia, para junto do filho de 6 anos. Mas o acaso, ou a sorte, dizem eles, quis que o futuro se escrevesse em Lisboa. E hoje, dez anos passados, o casal que começou por partilhar um apartamento alugado com os cunhados, em Moscavide, tem casa própria, em Benfica, e nacionalidade portuguesa. Entretanto foram buscar o filho Vladimir, 16 anos, aluno do 9º ano, e esperam que a Margarida nasça a qualquer hora. Para a família moldava -ele é electricista e ela cuida de duas crianças e da lida de uma casa- Portugal é um país de oportunidades: "É verdade que já houve mais trabalho, mas quem quer trabalhar encontra sempre o que fazer", afirma Valério. Ele começou por engomar camisas numa lavandaria. Agora trabalha numa empresa de assistência e manutenção de sistemas de aspiração central. E Tatiana, que fez limpezas numa fábrica durante três meses, continua a trabalhar para a família onde começou: "Desde que chegámos até agora, só encontrámos boas pessoas." E bons serviços. Tatiana, que tem tido uma gravidez de risco, elogia a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, onde é assistida. "Os médicos, enfermeiros e todas as pessoas são interessados e simpáticos. É verdade que no dia das consultas se espera sempre muito tempo, mas confio. Aqui as pessoas reclamam muito do Estado, mas nós não temos razões para nos queixarmos." Aponta o dedo só à escola: "Parece-me pouco exigente." O marido concorda. Vladimir, o filho, sorri e diz que não. De resto, Tatiana pensa que o potencial de Portugal é o turismo: "Têm um país maravilhoso. Praias, campo e um passado muito grandioso. Aprendi muito sobre história de Portugal, quando fiz o 12º ano, no programa Novas Oportunidades. Com melhor organização e mais esforço, Portugal vai sair da crise." Valério também acha que sim e, embora relutante, sempre avança: "Parece-me que nós trabalhamos mais rápido que os outros trabalhadores, e não precisamos de estar sempre a parar para ir comer ou tomar café. Eu entro às 08H00, almoço ao meio-dia e entretanto não como nem bebo nada. O meu patrão, um senhor português, faz o mesmo que eu e trabalha tanto como os empregados. Portugal precisava de mais patrões assim."
O país das oportunidades perdidas Revista NS/Diário de Notícias, 28/05/2011 Texto de Célia Rosa, Fotografia de Orlando Almeida/Global Imagens |
2 comentários:
Alguns portugueses, muitos, recebem o subsídio, passam o tempo nos cafés, maço de cigarros e telemóvel na mão. Quando lhes falam em trabalho, como retribuição do que recebem, pago por outros portugueses, olham para o lado. Que trabalhem os outros. É por isso que o país está ao abandono. Alguém prometeu 150 mil empregos. Deixa o País com 700 mil desempregados...
Inquérito Rádio Hertz resulta em vitória esclarecedora de Passos Coelho
Pedro Passos Coelho venceu, de forma esclarecedora, um inquérito telefónico realizado pela Hertz, destinado a eleitores do concelho de Tomar. O candidato do Partido Social Democrata reuniu 42,8% (131 votos) das escolhas nas dezasseis freguesias sondadas. José Sócrates e o Partido Socialista obtiveram 23,5% das preferências, num total de 72 votos.
Enviar um comentário