Cada vez mais palpitante a actualidade política nabantina. Ainda bem. Após o desaguizado Pedro Marques - Augusto Barros, com este a bater com a porta, as declarações de Carrão na recente reunião do executivo permitem deduzir que o seu futuro político já esteve mais firme. (Ler texto anterior) Tomar a dianteira sabe que, na recente reunião de emergência, o presidente em exercício perdeu pontos no seu braço de ferro com a CP laranja. Continua a ser o indigitado cabeça de lista apoiado por Lisboa, mas deixou de ter a capacidade de escolher os seus acompanhantes, que serão todos indicados pelos seus adversários. Perspectivas muito sombrias para Outubro, após 16 anos em prol do partido. E não parece poder-se excluir uma reviravolta realista de última hora, que o mais importante é ganhar.
Pelas bandas do PS, a candidata já apresentada, Anabela Freitas, deu uma entrevista ao Templário, na qual se destacam três questões fortes: eventuais independentes na lista PS, posição actual da autarquia, soluções para a ruína local.
A lengalenga sobre os independentes, de tão repetida já não tenta ninguém. O que o PS pretende é encontrar lacaios submissos, mas esse tempo já lá vai, como bem mostra o que se está a passar um pouco por toda a Europa, com destaque para Itália.
Já sobre o posicionamento geral da autarquia tomarense, Anabela tem razão. Aquilo "precisa de uma grande volta internamente", porque "está voltada para sí própria e não... para o serviço dos munícipes." Dito isto, que é fulcral, falta o essencial: Que grande volta? Para quê? Quando? Com que recursos humanos? Quem terá a coragem de tentar reformar aquele feudo de funcionários?
Tal como o bacoco PDM, que até hoje ninguém conseguiu tornar apresentável, também o actual organograma municipal data do tempo de Pedro Marques, sob proposta externa da SISMET, uma consultora da área comunista. Vinte anos mais tarde, não será certamente o PS, mesmo que consiga vencer em Outubro, o que está por demonstrar, a contrariar os senhores funcionários, que são afinal o seu principal eleitorado, tal como acontece com o PSD. Trata-se por conseguinte de vender mais uma ilusão aos eleitores, na linha geral dos políticos portugueses, que já nos trouxe até aqui.
Noutro passo, numa bem conseguida frase feita, a candidata socialista sustenta que "Os outros candidatos são velhas soluções para novos problemas." Soa bem, mas é totalmente falso. Desde logo porque os outros candidatos não são solução nenhuma, nem velha nem nova. Se fossem, já se saberia há muito tempo. E nunca tal constou. Segue-se que os actuais problemas desta terra também não são novos, nem coisa parecida. Já o Infante D. Henrique, que governou a Ordem de Cristo ("dona" da urbe) entre 1420 e 1460, deixou dívidas que só vieram a ser pagas no reinado de D. Manuel I, quarenta anos mais tarde...
Quanto às novas soluções a propor pela candidata socialista, falta conhecê-las em detalhe para poder ajuizar. É porém lícito delas desconfiar desde já, tendo em conta não só a triste aventura socrática, mas igualmente a manifesta inépcia prática do actual secretário-geral rosa, especialista em lutas oratórias ocas, uma vez que em matéria de alternativas eventuais se tem apresentado com uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, tentando dar música ao auditório do momento. E promessas leva-as vento...
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