quinta-feira, 23 de junho de 2011

RECORTES DA IMPRENSA


Este recorte da página 7 do DN de ontem faculta-nos, quanto a mim, algo de extremamente raro: um excelente retrato escrito  da nossa cidade e da sua gente, em trinta linhas. Pode parecer que não, sobretudo numa terra cujos habitantes se consideram la crème de la crème em quase todos os domínios, mas dá o seu trabalho e exige muito talento. Aquela do "centenário Café Paraíso, local histórico de tertúlia política", onde "os clientes lêem o jornal, indiferentes à televisão desligada" que "só serve para ver a bola", é mesmo de morte! Para não mencionar o resto...


Quando em tempos aqui escrevi repetidamente que o orçamento municipal de Tomar tinha por base receitas deliberadamente empoladas, para assim procurar iludir tanto a tutela como os eleitores, acusaram-me de má-língua, de ignorante, de pretensioso e outros mimos do estilo. Vai-se a ver e afinal a Inspecção-Geral de Finanças vem agora afirmar exactamente a mesma coisa, apoiada em factos concretos e condenáveis. Sabendo que aqui na urbe, de há uns anitos para cá, se tornou hábito empolar as receitas previsíveis na ordem dos 40/50%, fácil se torna deduzir a quantidade de esqueletos nos armários que irá encontrar o elenco a empossar em Janeiro de 2014 (se não for antes, o que seria bem melhor para todos nós). Vai ser bonito, vai!!! E cá estarão então os sucessivos alertas aqui lançados a tempo e a horas, que naturalmente encontraram orelhas moucas, a pretexto de se tratar de palavras loucas. Veremos!!!


Perante a presente tragédia portuguesa e tomarense -a mais grave desde a implantação da República- o riso inteligente ainda continua a ser o melhor remédio, para evitar depressões e outros achaques afins.  Para tanto, nada melhor que esta prosa sarcástica de um dos melhores jovens humoristas portugueses, Ricardo Araújo Pereira, nesta sua crónica na VISÃO desta semana. Bem sei que aqui pelas margens do Nabão ainda impera, em não poucas ilustres cabeças, a mentalidade inquisitorial do senhor Frei António de Lisboa, o nosso ilustre conterrâneo António Moniz da Silva, reformador da Ordem de Cristo, que professou nos Jerónimos castelhanos e foi inquisidor; mas uma vez que as actuais franquias constitucionais permitem a livre escolha e a liberdade de expressão, que me perdoem os actuais frades civis da ordem dos nabões.

7 comentários:

Anónimo disse...

Existem membros da Assembleia Municipal que em todas as sessões alertaram para estas e outras situações que o professor refere mas sem nenhum efeito prático porque os seus amigos de ontem e os seus amigos de hoje continuam a desgovernar o concelho a seu bel-prazer.

Epicentro disse...

Apenas escritos e consideraçoes vagas, sem interesse, liminarmente repetitivas com outras patacoadas que ja foram ditas inumeras vezes no passado.

Esforce-se um bocadinho mais, Rebelo.

Anónimo disse...

Para Epicentro:

O pseudónimo que escolheu dispensa-me de alongar o discurso sobre o tema.Para quê dissertar sobre autismo, egocentrismo, auto-convencimento e congéneres? As coisas são o que são, dizia amiúde o Vítor Cunha Rego. É uma pena terem mudado tão pouco desde então.

Anónimo disse...

Para 23:34

Só numa civilização do sul da Europa, como a nossa, é que se considera que falar sobre um problema equivale a resolvê-lo.
Já no século XVII, o Padre António Vieira, num dos seus famosos sermões,referiu que, quando a sementeira não resulta, poderá ser porque a semente não presta, porque a terra é estéril ou porque o semeador é fraco...

Anónimo disse...

podemos deduzir pelas suas próprias palavras que o professor é um semeador fraco

Anónimo disse...

Para comentário das 13:42

É uma interpretação possível, plausível e aceitável. Como qualquer uma das outras hipóteses possíveis. Mas, lá está -"Quando o dedo aponta para a Lua, os palermas olham para o dedo". Problema deles e de todos nós, os que vivemos neste abençoado vale nabantino.

Anónimo disse...

Café Paraíso – TOMAR 12.00
“Ministro? Qual ministro?”

Confesso-me: faz muito tempo que não lia nas páginas desta bem documentada janela de mal dizer coisa com tanto rigor e pertinência!
O Paraíso é, não sejamos facciosos, uma Instituição, nesta cidade – tão pobre de referências tertúlico/culturais!
Os seus frequentadores, diurnos e nocturnos, são do melhor, da nata, que vive e convive na Urbe!
O novel Ministro, que se diz de Tomar, efectivamente, nada tem a ver com Tomar, para lá desta funcionar como a vaca leiteira a cuja teta se agarrou desde menino e moço para mais não, do que, satisfazer e alcançar os seus desígnios pessoais – exemplifiquem, por favor, o que é que a criatura ao longo das dezenas de anos de anos que tem chuchado na acima referida, fez pela que o alimenta? NADA? (será muito?...).
Assim, sim, António, os meus parabéns pela comenta e, lá por não te dares de bem com o Paraíso, não é razão para, de mansinho, apontares os dentes do teu magno sorriso à centenária Catedral do café (e agora também da cerveja), em Tomar!
Sempre a considerar-te! (e continua, admiro a tua perseverança amigo; agora com matizes muito, muito verdes, talvez por as relvas dos campos resplandecerem: a olhos…!)

damesadocanto