Este recorte da página 7 do DN de ontem faculta-nos, quanto a mim, algo de extremamente raro: um excelente retrato escrito da nossa cidade e da sua gente, em trinta linhas. Pode parecer que não, sobretudo numa terra cujos habitantes se consideram la crème de la crème em quase todos os domínios, mas dá o seu trabalho e exige muito talento. Aquela do "centenário Café Paraíso, local histórico de tertúlia política", onde "os clientes lêem o jornal, indiferentes à televisão desligada" que "só serve para ver a bola", é mesmo de morte! Para não mencionar o resto...
Quando em tempos aqui escrevi repetidamente que o orçamento municipal de Tomar tinha por base receitas deliberadamente empoladas, para assim procurar iludir tanto a tutela como os eleitores, acusaram-me de má-língua, de ignorante, de pretensioso e outros mimos do estilo. Vai-se a ver e afinal a Inspecção-Geral de Finanças vem agora afirmar exactamente a mesma coisa, apoiada em factos concretos e condenáveis. Sabendo que aqui na urbe, de há uns anitos para cá, se tornou hábito empolar as receitas previsíveis na ordem dos 40/50%, fácil se torna deduzir a quantidade de esqueletos nos armários que irá encontrar o elenco a empossar em Janeiro de 2014 (se não for antes, o que seria bem melhor para todos nós). Vai ser bonito, vai!!! E cá estarão então os sucessivos alertas aqui lançados a tempo e a horas, que naturalmente encontraram orelhas moucas, a pretexto de se tratar de palavras loucas. Veremos!!!
7 comentários:
Existem membros da Assembleia Municipal que em todas as sessões alertaram para estas e outras situações que o professor refere mas sem nenhum efeito prático porque os seus amigos de ontem e os seus amigos de hoje continuam a desgovernar o concelho a seu bel-prazer.
Apenas escritos e consideraçoes vagas, sem interesse, liminarmente repetitivas com outras patacoadas que ja foram ditas inumeras vezes no passado.
Esforce-se um bocadinho mais, Rebelo.
Para Epicentro:
O pseudónimo que escolheu dispensa-me de alongar o discurso sobre o tema.Para quê dissertar sobre autismo, egocentrismo, auto-convencimento e congéneres? As coisas são o que são, dizia amiúde o Vítor Cunha Rego. É uma pena terem mudado tão pouco desde então.
Para 23:34
Só numa civilização do sul da Europa, como a nossa, é que se considera que falar sobre um problema equivale a resolvê-lo.
Já no século XVII, o Padre António Vieira, num dos seus famosos sermões,referiu que, quando a sementeira não resulta, poderá ser porque a semente não presta, porque a terra é estéril ou porque o semeador é fraco...
podemos deduzir pelas suas próprias palavras que o professor é um semeador fraco
Para comentário das 13:42
É uma interpretação possível, plausível e aceitável. Como qualquer uma das outras hipóteses possíveis. Mas, lá está -"Quando o dedo aponta para a Lua, os palermas olham para o dedo". Problema deles e de todos nós, os que vivemos neste abençoado vale nabantino.
Café Paraíso – TOMAR 12.00
“Ministro? Qual ministro?”
Confesso-me: faz muito tempo que não lia nas páginas desta bem documentada janela de mal dizer coisa com tanto rigor e pertinência!
O Paraíso é, não sejamos facciosos, uma Instituição, nesta cidade – tão pobre de referências tertúlico/culturais!
Os seus frequentadores, diurnos e nocturnos, são do melhor, da nata, que vive e convive na Urbe!
O novel Ministro, que se diz de Tomar, efectivamente, nada tem a ver com Tomar, para lá desta funcionar como a vaca leiteira a cuja teta se agarrou desde menino e moço para mais não, do que, satisfazer e alcançar os seus desígnios pessoais – exemplifiquem, por favor, o que é que a criatura ao longo das dezenas de anos de anos que tem chuchado na acima referida, fez pela que o alimenta? NADA? (será muito?...).
Assim, sim, António, os meus parabéns pela comenta e, lá por não te dares de bem com o Paraíso, não é razão para, de mansinho, apontares os dentes do teu magno sorriso à centenária Catedral do café (e agora também da cerveja), em Tomar!
Sempre a considerar-te! (e continua, admiro a tua perseverança amigo; agora com matizes muito, muito verdes, talvez por as relvas dos campos resplandecerem: a olhos…!)
damesadocanto
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