ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

Colaboração da PAPELARIA CLIPNETO LDA

A manchete desta semana de CIDADE DE TOMAR está em perfeita consonância com a época natalícia: nas páginas 4 e 5 os autarcas do executivo e dez dos 16 presidentes de junta indicam quais as prendas que, no desempenho dos seus cargos, gostariam de receber. Nas páginas anteriores, o mesmo semanário noticia a aprovação das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2011, da Câmara de Tomar. Com receitas  estimadas num total de 66,29 milhões de euros, quando em 2009 a autarquia apenas conseguiu arrecadar 29,9 milhões de euros, clamam os Independentes, conforme ilustração supra, que "Mais de 100% da receita orçamentada pela maioria PSD/PS é virtual". Sendo certo que os socialistas se abstiveram na votação dos referidos documentos, haverá concerteza quem considere a afirmação citada algo desenquadrada da realidade. Ainda assim, os IpT souberam pôr o dedo na ferida, pois é algo estranho termos em Tomar um orçamento previsional apontando para mais de 65 milhões de euros, quando Ourém e Abrantes, respectivamente 2ª e 4ª cidades do distrito pelo númerto de eleitores, (Tomar é a 3ª) se ficam por menos de 50 milhões, apesar de apresentarem exactamente a mesma fundamentação: aproveitar todos os fundos comunitários disponíveis. Fica assim claro, numa análise mais fina, que a maioria autárquica tomarense, que mandou elaborar os documentos, ao empolar exageradamente as previsíveis receitas, visou outro objectivo -camuflar na medida do possível as exageradas percentagens com vencimentos e outras despesas de funcionamento. Parece tratar-se na verdade de uma estranha forma de vida, que não augura nada de bom para os tomarenses, pois como é sabido, quanto mais o carneiro recua, maior será a marradela.

Ainda no semanário dirigido por António Madureira, uma peça de António Freitas, focando o caso de um infeliz morador na Venda Nova, que apesar de ter sofrido com o tornado prejuízos na ordem dos 130 mil euros, ainda não teve qualquer ajuda, ou sequer uma visita para perguntar de que precisa. E isto com tantas entidades locais e outras que já  vieram inteirar-se sobre as necessidades da população fustigada... Dêem lá uma ajudinha ao homem!!!

N'O MIRANTE, temos três tópicos a não perder: a manchete, a usual bicada no vereador Luís Ferreira e a habitual e excelente coluna "Última Página", subscrita por JAE.

Quanto à manchete, é nosso entendimento que fala por si. Um antigo ministro PSD, da época de Cavaco Silva, considera que Miguel Relvas, graças às funções que agora desempenha e, subentende-se, às que poderá vir a desempenhar, será um bom defensor da região junto do governo central, função que o ministro Jorge Lacão nunca logrou interpretar a contento, segundo o mesmo Mira Amaral.

Tendo em conta o contexto em que tais declarações são proferidas, tudo aponta no sentido de se tratar de uma evidente tentativa de carregar no pulsador de chamada do ascensor governamental. Não sendo muito discreta, poderia contudo ter sido bem pior.

A tradicional bicada semanal no vereador Luís Ferreira tem esta semana honras de abertura na secção "EMAILS DO OUTRO MUNDO": 

"Doutor Manuel Serra d'Aire

Já reparaste que o vereador da Câmara de Tomar, Luís Ferreira (PS), se assemelha a um poderoso iman que atrai a polémica, a turbulência e até a calamidade? Quando tinha os pelouros da Cultura e do Turismo meteu-se numa borrasca com a região de turismo e com o escritor Lobo Antunes, que fez andar a cidade durante umas semanas nas páginas dos jornais. Depois, o presidente da câmara, homem prevenido, retirou-lhe os poderes, não fosse o Convento de Cristo ruir. E a tempestade pareceu amainar.

Pareceu. Porque o bom do presidente da câmara ainda lhe deixou o pelouro da Protecção Civil, para não afrontar o parceiro de coligação, talvez pensando que pior do que já tinha acontecido não devia suceder. Mas sucedeu. Veio um tornado de todo o tamanho que destruiu casas e carros, feriu pessoas e causou o pânico. Confesso que quando vi na televisão o vereador Luís Ferreira dentro do seu colete reflector cor de laranja, temi que a fúria dos elementos não ficasse por ali e que o mundo fosse acabar. Que se seguisse a queda de um cometa, o degelo súbito dos glaciares ou a descida de divisão do Benfica.

Não é que esteja provada a relação causa-efeito entre Luís Ferreira e as catátrofes naturais e artificiais que vão acontecendo em Tomar O voluntarioso vereador não deve ter culpa alguma. Deve ser só pura coincidência. Mas, como dizem os brasileiros, o homem é um "pé frio" que atrai o infortúnio. Senhor primeiro-ministro: não há um lugarzinho numa embaixada distante onde colocar o inditoso camarada autarca?"... ... ...

É bastante forte, porém de grande qualidade, goste-se ou não. E torna claro que, por alguma razão, o vereador da protecção civil é, semana após semana, o bombo da festa para o MIRANTE que, a brincar, a brincar, lá vai tentando transformá-lo no bode expiatório da tragédia tomarense. Com muita habilidade, reconheça-se!

O terceiro tópico tem por título "Gente Modesta" e vem na última página. Reproduzimos apenas parte do penúltimo parágrafo, sem acrescentar qualquer comentário, por razões que o leitor entenderá sem qualquer dificuldade, se tem seguido regularmente os escritos de Tomar a dianteira: "No Politécnico de Tomar e de Santarém há alunos que dizem que alguns professores não passavam num exame do décimo segundo ano. Em Santarém e em Tomar as críticas à falta de qualidade do ensino e à organização das instituições, fazem as delícias dos velhos do Restelo."