terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CINQUENTA ANOS MAIS TARDE...


A comunicação social portuguesa no seu todo está assim formatada que, sobre temas políticos à esquerda do PS, convém falar ou escrever o menos possível. E então quando se trata de países dirigidos por partidos comunistas (Coreia do Norte, Cuba, Laos, Nepal e Vietnam), o silêncio é de ouro. 
Seria demasiado longo e enfadonho desfiar aqui tal novelo, pelo que nos parece que o melhor é ficar-se pela sua provada existência. Mas se vier a ser caso disso...
É outro o posicionamento dos profissionais da imprensa de referência estrangeira, que sempre procuram mostrar as grandes linhas da evolução deste mundo onde vivemos. Transcrevemos a seguir na íntegra -com a devida vénia e os nossos agradecimentos- o recente ponto da situação cubana, escrito pelo correspondente do EL PAIS em Havana, Maurício Vicent.

Raúl Castro: "Estamos à beira do precipício. Ou mudamos ou mergulhamos"
O presidente cubano admite perante os deputados "erros" cometidos em meio século de socialismo

"Ou Cuba muda ou afunda-se a revolução. Assim, simplesmente. Mais alto não  o pôde dizer Raúl Castro, na sua última intervenção perante o parlamento, num discurso chave, muito crítico em relação aos "erros" cometidos durante meio século de socialismo. O presidente cubano disse que agora já passou o tempo de olhar para trás e que já não se pode esperar para acuar. "Ou mudamos ou esgota-se o tempo de ir vivendo à beira do abismo; mergulhamos e afundaremos connosco... ...o esforço de gerações" acrescentou, numa altura em que a ilha se prepara para o VI Congresso do Partido Comunista de Cuba, que deve abrir o país a um modelo de economia mista, com caa vez mais espaço para a economia privada e menos intervenção do Estado.
Castro expôs de forma severa a situação de crise que assola a ilha, e reconheceu que os dirigentes cubanos devem abandonar velhos métodos e implementar as mudanças, sem o que se hipotecará o futuro. "Trata-se simplesmente de transformar conceitos errados e insustentáveis acerca do socialismo, muito enraízados em amplos sectores da população durante anos, em consequência do excessivo enfoque paternalista, idealista e igualitarista, que considerou a revolução o altar da justiça social."
O governante cubano também não foi brando para com a actividade do Partido Comunista e dos seus quadros políticos, reconhecendo que a má vontade de alguns contribuiu para travar anteriores mudanças. "É necessário mudar a mentalidade dos quadros e de todos os compatriotas perante o novo cenário que começa a gora a delinear-se", acrescentou, depois de destacar que "o Partido Comunista deve dirigir e controlar, mas não interferir nas actividades do Governo, a nenhum nível". Castro prosseguiu, afirmando que as decisões do Governo devem cumprir e não converter-se em letra morta, como vem sendo habitual, insistindo que a repetição dos mesmos erros põe em risco "a existência da revolução".
O Presidente condenou igualmente a política do segredo, usada no passado pela revolução e sustentou que se deve "pôr em cima da mesa toda a informação e todos os argumentos que fundamentam cada decisão".
Agora, acrescentou Raúl Castro, é "vital explicar, fundamentar" as mudanças que vão ser introduzidas. E esclareceu que essas alterações são para tornar o socialismo sustentável; não para regressar ao capitalismo. A abertura e os incentivos à iniciativa privada, bem como ao trabalho independente são "irreversíveis", mas não se permitirá a acumulação de capital pelos proprietários. O planeamento continuará a ter a primazia, e não o mercado, mas abrir-se-á o dique dos câmbios."

Nota final de Tomar a dianteira:
Após 50 anos de partido único, de censura, de polícia política, de fome, de ajuda da URSS, de interdição de emigrar, mas também de injusto bloqueio americano, lá começam agora a entender que aquilo que tem de ser, tem realmente muita força.
Visitei Cuba de uma ponta à outra em 2007, durante 15 dias, acompanhado por um guia cubano, tendo falado com vários cubanos, sobretudo durante as visitas às igrejas. O principal lamento que ouvi foi que tinham fome.
-O que é que tudo isto tem a ver com a situação tomarense?! Nada, nada! Era só o que faltava! É só por dizer que, calhando, umas mudançazitas, por exemplo no secretismo das decisões, não calhariam nada mal... Se fosse possível, claro! Pois se agora até em Cuba...

8 comentários:

Anónimo disse...

Amigos centristas, laranjas, rosas, bloquistas ou camaradas comunistas

Votos de Feliz Natal (se puderem), e que 2011 supere as Vossas melhores expectativas.

A.A.

Anónimo disse...

A raiz da decadência cubana está no colapso da União Soviética. Este país era e é tão rico em solo e materias primas que dava para manter o socialismo caseiro, o da Europa de Leste, o cubano e outros "com interesse estratégico". Financiar a "libertação dos povos" também.
Hoje essa riqueza dá para os vários multimilionários que fazem alarde dos bens pessoais por essa Europa fora. O Chelsea de Abramovitch é um exemplo.O pais cliente nº1 de Rolls Royce é a Rússia.
Voltando a Cuba: prova-se que o turismo, mesmo de massas, não chega como actividade económica.
À atenção de alguns estrategos/ilusionistas(?) tomarenses.
Pedro Miguel

Luis Ferreira disse...

Estimado

Em Cuba concluíram que têm de mudar de paradigma.
Em Tomar vamos "enterrar" cerca de 3 milhões de euros do dinheiro de um orçamento exaurido, mais 6 milhões de fundos comunitários para uma obra, necessária, de requalificação dos lagares d'el rei e moagens, que Nao tem projecto museologico, onde, serão necessários de ingerir vários milhões que Nao temos.

Ora, se até Cuba aprende, porque Nao aprende Tomar?
É pena!

Anónimo disse...

O labrosta Ff,vergonha dos maçons portugueses,brilhante aluno da Universidade Aberta (só se foi a analfabrutos),julga que INGERIR é sinónimo de INJECTAR...

Que "pobreza franciscana"...a do inculto e incompetente vereador "queiroseano" da nossa edilidade.

Mandem-no para a Universidade Sénior de Tomar...humorar o ambiente com as suas brilhantes calinadas.

O rapaz quer é dizer que foi universitário...

Tem complexos de,já na escola primária,ser conhecido como o BURRO...


Antigo aluno do Prof. Diamantino e colega do Burro,salvo seja.

Anónimo disse...

MAs este tipo vem para aqui falar do quê? Acha que somos todos parvos como ele?
3 milhões?!
Mas ele não é vereador? Porque vem para aqui tentar fazer-nos de tolos?

Anónimo disse...

Cada tiro...cada melro...!

Luis Ferreira disse...

Meus caros

Obviamente que era desejo escrever INVESTIR, mas o corrector automático mudou para ingerir, o que naturalmente se percebe, tirando o habitual analfabeto anafado de serviço.

Sobre a questão do investimento em si mesmo considerado, veja-se se faz sentido manter uma obra onde vamos colocar cerca de 9 milhões de euros do nosso dinheiro (6 comunitários e mais 1,5+1,5 directos do município), quando continuamos sem dar arranjo ou solução para o ex-Convento de Santa Iria.

Avançar para uma obra daquela dimensão para um futuro "Museu", sem qualquer projecto museologico, que custará outros milhões?

Quantas vezes acham que o Vereador socialista, especialmente porque tutelou também os museus, não chamou a atenção para esse facto?

Faz sentido investir nisso, quando se retira verbas para a estratégia de promoção externa de Tomar, quando precisamos de induzir as visitas ao nosso Concelho?

Aceito que achem isso bem. Eu por mim não acho e não me cansarei de o repetir. É que há demasiados silêncios comprometidos na nossa terra...

Anónimo disse...

Ó Ff !

Além de bronco és petulante!

Até na pose fotográfica de grande labrosta,encadernado com paletó e gravata.

Vai às actas da CM e recapitula todas as enormidades a que deste o teu voto favorável.

A tua suposta "oposição" de última hora,pós-escorraçamento dos pelouros do turismo e cultura,ao elefante branco da Levada,é típica da tua postura de camaleão e de impostor sem escrúpulos.

Estás a sentir o chão a fugir-te...

Estás nervoso e desorientado...

Estás em grande risco de um jejuar prolongado e de...outros do teu quilate...te passarem a perna.

É a vida!...


Antigo colega do BURRO