Perante as fotografias acima, alguns leitores, sobretudo os portadores de óculos de lentes alaranjadas, vão decerto exclamar, com um ar estudadamente enfadado: -Lá vem este gajo bater outra vez no ceguinho! Nunca mais muda de disco! É só baboseiras!
Percebe-se que reajam assim, pois a causa é indefensável. As fotos são desta tarde e documentam mais problemas e aselhices na rotunda. Se aqui se aborda mais uma vez a questão não é, todavia, apenas para bater no ceguinho. Basta pensar um bocadinho.
Os jornais, as rádios e as televisões difundem notícias, porque disso dependem a sua viabilidade e os empregos de quem as faz. Aqui no blogue não existe esse problema. Não há viabilidade nem empregos em causa. Tanto faz ter 20 como 200 ou 2000 leitores; o nosso lucro monetáriuo é sempre = a zero. Trabalhamos apenas por devoção ao bem comum. E temos uma enorme vantagem -nunca há problemas com o director, o chefe de redacção ou com os anunciantes. Apenas tentamos que as pessoas comecem a pensar, se tal for a situação; ou que não percam esse hábito tão saudável, se já o praticam, o que não é de todo muito comum por estas bandas.
Nesta problemática da rotunda, o que nos preocupa não são tanto os sucessivos erros e subsequentes remendos. Não. O que nos angustia um pouco, sem todavia nos tirar o sono (por enquanto?) é o seguinte raciocínio, se estamos a ver bem. Se no caso presente, uma obra simples e modesta, com projecto devidamente aprovado, os "buracos" são tantos; se nas obras anteriores tem acontecido praticamente o mesmo; é porque, pensamos nós, as ideias não foram trabalhadas, os projectos foram feitos e aprovados à pressa, e as obras foram feitas à trouca-marouca, de forma atabalhoada. Tudo isto porque ninguém se preocupou ou preocupa realmente com a hipotética utilidade, com a qualidade, com o serviço público ou com o bem comum. O que interessa é sacar os fundos de Bruxelas, para deles extrair depois vantagens de vária ordem, com alguma incidência (não exclusiva) nas campanhas eleitorais. Donde um constante e cada vez mais evidente abandalhamento, que está bem à vista de quem queira ver...
Está feito, está feito? Águas passadas não movem moínhos? É verdade, mas não basta. Também se pode pensar que, tratando-se de obra simples e havendo projecto aprovado, são problemas e mais problemas. A começar pelo muro-mijatório, cuja paternidade ainda ninguém assumiu e cuja utilidade está por demonstrar. Agora imagine-se o que será a gestão global da autarquia, uma vez que os membros do executivo não têm -que se saiba- qualquer projecto de conjunto digno desse nome e adequado à presente realidade, e vão puxando ostensivamente cada qual para seu lado. Com que triste e dramática realidade se irão confrontar os vencedores da futuras eleições autárquicas? Não seria melhor os actuais membros da ocasional e estranha maioria sairem antes das grandes tormentas que se avizinham, de forma a facilitar o surgimnto de eventuais alternativas?
Têm a legitimidade do voto, bem sabemos. Têm também direitos adquiridos. Cautela, contudo! Em 1789, em França e em 1908, em Lisboa, o soberano e a nobreza também tinham legitimidade de séculos e direitos há muito adquiridos. Pensem no que lhes aconteceu logo a seguir... Quando a história se repete, se da primeira vez foi um drama, segue-se uma comédia; e vice-versa.
11 comentários:
"Apenas tentamos que as pessoas comecem a pensar, se tal for a situação; ou que não percam esse hábito tão saudável, se já o praticam, o que não é de todo muito comum por estas bandas."
Como se o caro amigo pensasse... Se soubesse o quanto é falado na cidade, pelos seus ex-alunos, por ser ridículo, perdia logo a mania. Queira Deus que se apresente a votos em 2013 (ou antes), para nos rirmos um bocado...
És autista...depois lês destas.
Não habia nexexidade...!
Você não tem vergonha de usar tais argumentos? De debitar tanta palermice junta? De usar opiniões de crianças de 10/13 anos do século passado?
Por causa de comentários como este seu, começo a interrogar-me: Terão razão os que dizem que cada população tem a autarquia que merece? Ou esta autarquia que temos ainda é demasiado boa para espécimens como você.
Ganhe juízo e aprenda a comportar-se como cidadão numa sociedade livre!
Ainda não percebeste que,se algum dia fores a votos como 1º responsável de qualquer coisa,ficarás sempre abaixo do mínimo.
Se fores por algum partido ou se fores como independente,ficarás sempre abaixo dos mínimos já alcançados.
Como candidato partidário não é crível,em absoluto.
Como independente,deves avançar.
E,de uma vez,tira-se a prova dos nove e a prova real.
E tu...recolhes ao "curral do concelho".
Vai uma aposta?
António Graça
AMEN
Rebelo, ainda não há crianças com 10-13 anos nascidas neste século...
Muito agradecido pelo seu esclarecimento tão oportuno. Como decerto calculou antes de escrever o comentário, sem a sua abnegada amabilidade não teria dado por isso. Que lástima! Esta minha cabeça cada vez me prega mais partidas! Felizmente ainda existem nabantinos nitidamente despachados em termos intelectuais, que estão sempre atentos, nunca se enganam e raramente têm dúvidas. Sem eles, o que seria de mim? O que seria dos outros tomarenses?
Mais uma vez Bem haja! E tenha o Bom Natal que concerteza me deseja.
Boa noite. Acho que por vezes o Prof. Rebelo comete um ou outro excesso. Se calhar acontece com todos. Agora que a propósito da rotunda tem razão não parece haver dúvida. Resolveram alcatroar numa sexta-feira, dia de mercado. Foi aquele dia em Tomar. E porquê? Não se pensou. O Prof. Rebelo chamou a atenção. E não tinha razão. Terá dito de forma cordata o que outros disseram dentro dos automóveis de maneira mais.... asneirenta. Agora a rotunda foi alcatroada e já se anda a fazer buracos no meio da via pública. Esquecimento, burrice??? De quem é a culpa??? Mas se demorou tanto tempo a fazer a obra e falta algo? Arre que é demais. Não é questão de partidos políticos, é uma questão de ter olhos na cara. Agora o minímo que se exige é alcatroar de novo TODA a rotunda pois é sabido que buraco aberto é obra assassinada. Muito obrigado e assino. Boa noite. Ernesto Jana
O amigo Graça escreve assim só por graça? Ou é mesmo a sério? Fez alguma sondagem? Deitou cartas? Consultou os búzios? Foi à bruxa?
Não?! Então querem ver que congeminou tudo isso quando estava na sanita doméstica, por ocasião do alívio matinal?!
Também não?! Irra! Hoje não acerto uma!
Seja simpático, amigo Graça; quando tiver vagar, explique-me como conseguiu chegar a conclusões tão límpidas. Caso não seja segredo, bem entendido.
Desejo-lhe um bom Natal e um 2011 o menos mau possível.
Ia-me a esquecer de um detalhe, amigo Graça: lamento não poder ir para o proposto "curral do concelho", pela simples razão de que já cá habito há mais de 50 anos, sempre muitíssimo bem acompanhado e com excelentes leituras, como por exemplo o seu excelso comentário, de uma visão que me deixou de boca aberta. Ainda bem que de inverno não há moscas, porque locais para elas pousarem e comerem não faltam!
Ó amigo Rebelo!
Dói-lhe alguma coisa ou é alergia à verdade?
Isso passa,pode é ter recaídas.
Temos pena.
É a vida,como dizem os seus amigos maçons.
António Graça
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