quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

COMPORTAMENTO PATUSCO

Será porventura fruto do impetuoso entusiasmo inicial. Ou desejo de sobressaír. Assim ou assado, a actuação do vereador Luís Ferreira assume por vezes aspectos assaz peculiares. Repare-se no excerto do twitter, que publicamos acima. Agride desnecesariamente a oposição, (o que é sempre má política), procurando colocá-la em contradição consigo própria. Suspende um programa, quando ainda não tem outro para apresentar. Anuncia nova estratégia, sem saber sequer se será aprovada. Afirma que com a já referida suspensão, as associações não serão obrigadas a entregar papéis, que para nada servem. Unicamente no actual contexto ? Para sempre ? A autarquia pensa que as associações devem ser controladas periodicamente ? Ou não? A haver necessidade de controle, qual ou quais as formas previstas no novo sistema ?
Com mais de 100 associações culturais e/ou desportivas no concelho, é evidente que muitas pouco mais existem que no papel. Assim sendo, parece claro que a autarquia tem a obrigação de certificar-se, antes de conceder qualquer subsídio, de que a agremiação em causa presta realmente um serviço público, determinar qual é a importância e a qualidade desse serviço, bem como a sua organização real (número de sócios, total de utilizadores, corpos gerentes, eleições). Ora tudo isto só poderá ser aferido mediante inspecções ocasionais (para as quais a autarquia não dispõe de pessoal habilitado), ou por intermédio dos tais papéis, a fornecer pelo menos anualmente, que o vereador Luís Ferreira entende não servirem para nada.
Têm outra opinião os contribuintes, sabedores de que alguns subsídios, tal como algumas empreitadas, servem igualmente para comprar ou pagar votos. E até, por vezes, campanhas eleitorais.Deve por isso ser-se o mais cauteloso possível na gestão dos dinheiros públicos. Certas excursões gratuitas, com almoços lanches e bailações, desagradam cada vez mais a um número crescente de eleitores-contribuintes, conscientes dos reais objectivos de tais iniciativas, absolutamente aberrantes num país em grave crise.
Tem a palavra o vereador Luís Ferreira...

4 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Rebelo, neste caso, e para quem percebe de associativismo, o vereador tem razão. Para se dar um subsídio de 100 euros não são precisos papeis, aliás muitas câmaras já não fazem isso.
A de Tomar não só fazia, como fazia em excesso. Exigia mais do que os organismos estatais, com apenas um fundamento, digficultar o mais possível levando algumas associações a desistir de pedir apoio (mesmo que algumas depois recebessem por debaixo da mesa, sem burocracia nenhuma).
Ora, uma câmara não precisa de papéis nem de grande fiscalização, para saber se uma associação do seu concelho cumpre os mínimos para receber uma migalha de apoio.
O vereador e o PS, sem inventar nada, fizeram nesta matéria o que há muito se exigia, e quem criticar este acto, nada percebe do mundo associativo.

Sebastião Barros disse...

É provável que não percebamos nada de associativismo. Mas percebemos de honestidade e de legalidade. Por isso, mantemos tudo quanto foi escrito e acrescentamos que cada entidade que recebe dinheiros públicos deve estar sempre em condições de fornecer todos os documentos que lhe sejam solicitados. Quem assim não pensar não é bom cidadão,pelo menos em termos de gestão de dinheiros que a todos pertencem.
Realmente, o cacique João Jardim atribui milhões em subsídios, a maior parte sem papéis. Até subsidia muito generosamente um jornal onde costuma escrever. Mas será que aqui em Tomar também já chegámos à Madeira ? E pela mão do PS/Tomar ? Só nos faltava mais essa

Anónimo disse...

Confirma que não sabe bem a dimensão do que está a criticar nem a que papeis se refere.
Não é nada disso que está em causa. Até aqui as associações não entregavam papeis, entregavam dossiês imensos que comsumiam tempo e dinheiro a essas associações, e que não serviam para coisa nenhuma, nem sequer eram analisados. Fale com a rapaziada das associações.

Anónimo disse...

Entregar papéis, sim senhor! Essa agora!

Subsídios para movimento de Caixa, nem pensar.

Se é para pagar dívidas, indicar quais, e remeter à autarquia fotocópia do recibo com data pagamento, e a quem foi pago.

Se é para obras, receber da Câmara contra factura do prestador de serviços.

Se é para planos de actividades, especificar quais, etc., etc..

Papéis, sim senhor. Mesmo para 20 euros.

É assim, a esmo, que se desperdiçam milhões em Portugal.