domingo, 21 de fevereiro de 2010

PESSIMISTAS MILITANTES

Domingo de manhã. Tanto chove como volta o céu azul. Mas o frio foi-se. Como a época das farturas. Lástima que um volte no próximo Inverno, enquanto que a outra...
Ontem à noite ficou decidido. Doravante os autores de Tomar a dianteira serão pessimistas militantes, em vez de pessimistas encartados. Vale mais pensar o pior e ser surpreendido agradavelmente, do que o inverso. Não é verdade ?
Passeio para ir fotografar os espaços verdes do Flecheiro, finalmente aparados. Já não era sem tempo! Pelo caminho o embirrante paredão, que termina assim de forma abrupta e à bruta. Nunca ninguém nos conseguiu explicar porquê. Para nós, o normal teria sido não fazer aquele monstro. Como decidiram fazê-lo, porque não foi de ponte a ponte ? Falta de dinheiro ? Falta de imaginação ? O costume: falha sempre alguma coisa.

Como aqui. A vegetação realmente foi aparada. Infelizmente, o lixo do mercado de sexta-feira continua a ornamentar este troço da margem do rio. A diferença entre bons autarcas e maus autarcas, entre bons técnicos e maus técnicos, entre bons funcionários e maus funcionários resulta das falhas. Das tais mazelas que depois entram no vasto rol das coisas que "correram mal". E vão concerteza continuar a correr. Pelo menos enquanto forem feitas às três pancadas, à podoa, a martelo ou à trouca-marouca. Com aquela característica desculpa íntima segundo a qual para o que é, bacalhau basta. O pior é que agora até o bacalhau já custa os olhos da cara.
Outra falha nas obras do Flecheiro. O escoamento foi mal calculado e a pista pedonal transforma-se num pequeno charco de cada vez que chove. Devem ter pensado que como de momento a pista desemboca na aldeia cigana, não valia a pena estar com muitas preocupações. Já lá em cima, em frente de Santa Maria dos Olivais, sucedeu o mesmo. Destruiram a sarjeta que ali existia e depois foi um castigo para arranjar uma solução de escoamento. Entretanto o empreiteiro já tinha dado corda aos sapatos...

Andam por aí a dizer e a escrever que o estado de direito está ameaçado, que há asfixia democrática, que mais isto e mais aquilo. São uns exagerados. A prova de que continuamos a viver em democracia e em plena liberdade é-nos dada por este porco (com coleira e tudo), pastando calmamente em plena freguesia urbana de S. João Baptista, que o mesmo é dizer em plena cidade antiga. Agora digam-nos lá, com toda a franqueza -Em que outro país da Europa ocidental ainda é possível ver um porco a pastar numa área urbana ?
Com esta porcina novidade, a partir de agora já nada nos vai conseguir surpreender. Os porcos tomarenses ainda não andam de bicicleta pelas ruas da urbe, (ou andarão ?), mas já pastam com visível satisfação. Ainda é só um ? Pois tem toda a razão, caro leitor. Mas se está convencido que a coisa vai ficar por ali, desengane-se. Quem apalpa e sente mole, vai continuar a apalpar. É trigo limpo !

5 comentários:

Anónimo disse...

E já agora se bem pergunte:
e porque é que o embirrante paredão não foi construído do lado inverso, ou seja na margem do Mercado?

Embora não fosse preciso para nada, sempre possibilitava a vista para a cidade velha e para o Castelo.

Mas se fosse construído do lado do Mercado podia prejudicar o projectado mega-fórum.

Os responsáveis por estas obras caríssimas têm nome: Arquitecto Luis Jorge Bruno Soares, Arquitecta Ana Lebre e, claro, o inefável Eng. Paulino Paiva - Barão da Trofa!

Ah e já agora uns numerozitos para ajudar:

Pavilhão/Estacionamento Subterrâneo - Investimento total 6.243.277,00€ (comparticipação 1.511.579,00€)

Destruição do antigo Parque de Jogos, do Mouchão e Várzea Pequena - 5.410.836,00€ (comparticipação 1.152.478€).

Candidaturas A Fundos
Investimento total 34.375.379,00€ (Comparticipação 9.780.831€).

Dívida do Município em 30.11.2009
Fornecedores: 4.573.263,00€
Empréstimos MLP: 25.044.352,00€
Leasings: 677724,00€

Anónimo disse...

Bom dia António Rebelo,

Amigo anónimo anterior, não se preocupe com esses números astronómicos porque os responsáveis também não deixam de dormir por causa deles! Quem vier a seguir que pegue o "touro pelos cornos". Nós cá estamos para pagar as taxas mais altas que se possa imaginar, tendo em conta o rácio taxa/qualidade e e/ou existência dos serviços prstados.Os exemplos mostrados neste artigo do blogger evidenciam uma vez mais a beleza, a oportunidade e a exacta dimensão, a qualidade e o bom gosto com estas obras, Paulinas, foram executadas. Falta agora a segunda parte que inclua o matagal a seguir à ponte do Flecheiro, do lado nascente, e a praia de sequeiro que foi plantada em frente à igreja de Santa Maria, substituindo algumas das árvores "velhas" de décadas, atacadas daquela "doença súbita" que obrigou os serviços camarários ao seu abate...com enorme desgosto dos seus responsáveis, diga-se...!!!
É o que temos...e o que merecemos!

Anónimo disse...

Vejo que o velho argumento do Eng. Paiva de "fazer obra para ir sacar milhões a Bruxelas" não faz qualquer sentido.
Com uma comparticipação média de 25%, por cada euro colocado pelos Fundos Europeus em Tomar, a nossa Câmara (ou seja, todos nós) colocamos 3 euros.
E na maior parte em obras de interesse dúbio...

aldeõesbravos disse...

Governar com o dinheiro dos outros é refresco, é o caso do outro - "com as calças do meu pai também sou homem".
Gostava de ver governar sim com pouco dinheiro, um bom gestor (coisa que esta cãmara não tem)sabem bem disso, governar com muito qualquer um faz agora com pouco não é para muitos, por isso ademiro gente que ganha 500 euros mensais ou menos e que ainda assim tem de subreviver, esses são os verdadeiros gestores, será que temos que meter gente assim a frente de uma cãmara?

Anónimo disse...

O interesse não é dúbio, pelo menos para quem consegue ler nas entrelinhas. Salta à vista que muitas foram obras para pato bravo ganhar a vida. Favores eleitorais e outros...é a vida!!!