As imagens, de ontem de manhã, mostram dois aspectos do propalado "Horizonte do progresso", tão do agrado do nosso querido alcaide. (Ou da agência de comunicação que lhe cuida dos textos ?). No primeiro plano o multicentenário "rossio da vila", que outrora se estendeu da actual Rua dos Arcos até ao Padrão, onde há agora uma rotunda. Propriedade do povo do concelho, conforme julgamento documentado no painel de azulejos que decora a principal sala de audiências do tribunal de Tomar, foi encolhendo ao longo dos tempos, ao sabor das decisões dos autarcas que fomos tendo. Até que acabou por ser atribuído à ParqueT, no âmbito do protocolo de concessão do estacionamento urbano pago, que incluiu igualmente a construção do parque de estacionamento, nas traseiras dos paços do concelho. O assunto está agora, ao cabo de um algo nebuloso processo, entregue a um tribunal arbitral de circunstância, podendo vir a custar à autarquia -que o mesmo é dizer a todos nós contribuintes- mais de dez milhões de euros. Uma ridicularia, não é verdade ?
Caso o citado protocolo, subscrito por António Paiva enquanto presidente da Câmara, não tivesse resvalado para o torto (por razões que falta apurar cabalmente), teríamos agora a popular Várzea Grande, que é de todos (ou pelo menos já foi), com um jardinzito ao meio e estacionamento pago. E os trabalhadores, que agora ali deixam os carros gratuitamente ? E a feira de Santa Iria ? E o cada vez mais urgente arranjo das vias circundantes, que estão uma autêntica miséria ? E as compensações pela apropriação privada de mais um espaço público ?
Tudo excelentes perguntas, para fazer numa das sessões da Assembleia Municipal. Mas ainda ninguém as fez. Ninguém os políticos encartados, nem os jornalistas profissionais, nem os cidadãos preocupados. Estavam e estão mais virados para os assuntos lisboetas, sem dúvida mais nobres e mais interessantes. Os tomarenses que se lixem.
Com tais mentalidades, havemos de ir longe, havemos !
9 comentários:
Bom dia prof. Rebelo mas discordo que ninguém da política tenha já falado da apropriacao da Várzea grande por interesses privados, no contexto da avaliação do criminoso contrato de concessão do estacionamento tarifado de Tomar, assinado pelo "alcaide" Paiva. O Partido Socialista, ao longo da ultima década, mormente depois de 2004, sempre levantou a questão, tendo mesmo apontado soluções quer para o contrato, quer para a Varzea grande, quer para a feira de Santa Iria. Nesse particular tem o PS cumprido o seu papel e agora que partilhamos o poder saberemos fazer a pressão para a resolução do problema como já o estamos a fazer, por exemplo, nos loteMentos parados há mais de 10 anos ou no apoio ao associativismo, cujo modelo estva há muito esgotado. Quem votou PS não viu o seu vito perdido ou defraudado. É a minha opinião, discutível e certo, mas convicta!
Vereador Luis Ferreira
Meu caro Luís Ferreira:
Os comentários ou esclarecimentos são sempre bem vindos, sobretudo quando subscritos por quem ocupa transitoriamente as cadeiras do poder local. Quanto ao conteúdo, será certamente verdadeiro, mas realmente ninguém parece ter dado por isso, talvez por falta de adequada difusão. Certo, certo é que a por mim designada estranha coligação circunstancial 3+2, por enquanto ainda não credibilizou nenhuma das forças signatárias. Pelo contrário. Mas uma vez que pareces feliz, eufórico, optimista e cheio de esperança em melhores dias, desejo-te sorte. E cá estarei para ver e escrever, sem dó nem piedade, como é meu costume.
Cordialmente,
António Rebelo
Estamos todos à espera de ver resultados da pressão dos vereadores do PS na resolução deste assunto!
Até lá,se nada for feito, a Várzea Grande transformar-se-á numa enorme cratera, capaz de engolir o Palácio da Justiça, escavadas que vão ficar as fundações!!!
Entretanto o ex-alcaide continua a ser o "maior", sem que ninguém lhe exija responsabilidades.
Há muito que este assunto devia estar no Ministério Público, mas falta a vontade e a coragem a quem tem conhecimento dos contratos.
A oposição sabe, mas não quer. A quem tem telhados de vidro, não se atira pedras...
Como diz o Antonio Rebelo, entretanto os Tomarenses que se lixem. E de preferência VOTEM!!!
Quem deitar cedo e cedo êrguer, dá saúde e faz crescer, já agora viste por aí o D.Sebastião?
A Várzea é apenas uma amostra do buraco que tomou de assalto a cidade.
Não há dinheiro para comprar alcatrão para tapar estes buracos mas já há "guito" para comprar viaturas novas para os senhores vereadores (e afins).
AA
Antigamente, na Índia e na Tailândia, o elefante branco era um animal sagrado que não podia ser usado em trabalho. Quando o rei oferecia um destes animais a um cortesão, este tinha de o alimentar, mas não retirava daí nenhum proveito, ou seja, possuía algo muito valioso, mas que só lhe dava despesas, conduzindo-o, muitas vezes, à ruína. É esta a origem da expressão “elefante branco”, que é bem visível nas obras megalómanas dum tal Paulino, dito Barão da Trofa, com a conivência por omissão dos amigos do vereador lf.
ANEDOTA XXX...MAS POUCO
CONVERSA ENTRE DOIS AMIGOS:
- Então pá, está tudo bem? Olha lá, porque é que persistes em viver neste barraco sem condições quasndo tens aquele cabeço ali em cima que é um espectáculo! É só cortar aquela árvore que lá está no meio e ficas com espaço para construir uma bela vivenda!
- Ah, não! Cortar aquela árvore nunca!
- Porquê???!!!
- Ó pá, aquela árvores traz-me boas recordações! Foi à sombra dela que eu tive a minha primeira relação sexual!
- Ah foi? Conta lá!
- Então, não há muito que contar! Foi debaixo dela que eu comi a gaja!
- Deve ter sido uma sessão em peras, não?
- Oh, podia ter sido melhor, não fosse a mãe da gaja não parar de me chatear a paciência!
- O quê??? Estava de volta da gaja com a mãe a ver?
- Então!!! Não houve outro remédio!!!
- Gaita, pá! Devias estar desesperado...e ter lata para fazer o serviço em frente à mãe dela...e o que é que ela dizia?
- Méeeeeeeeee...!!!
Na boa tradição tomarense, e no rescaldo do legado Paulino Paiva, temos mais um evento que abandona Tomar quando tudo fazia prever que esta terra (já nem coragem tenho para lhe chamar cidade) reunia condições para acolher esse evento. Falo da prova de downhill que já se realizou por cá, mas que agora os responsáveis decidiram eliminar do calendário do campeonato nacional. Não sei se o defeito é do cú ou das calças. O certo é que, seja por falta de meios, seja por falta de estruturas humanas, esta terra dá uma vez mais uma imagem negativa para memória futura.
Não me restam dúvidas que há gente na Praça da República a quem esta notícia não incomoda. Logo por sinal são os três "mosqueteiros" da frente.
A àgorafobia (medo das multidões) tem que se lhe diga, e nada melhor que isto ser uma pasmaceira para sossegar espíritos...e corpos!!!
É TOMAR A CAMINHO DO PROGRESSO...!!!
TOMAR NO HORIZONTE DO PROGRESSO
Confessava-me há alguns dias um amigo que trabalha na Ford e que passou de Tomar para o stand de Torres Novas que já vendeu mais carros este ano naquela cidade do que cá entre os meses de Setembro e Dezembro. Repliquei eu que deve ser do ar da serra de Aire ali bem à vista. Nós por cá temos um micro clima que não nos deixa respirar ar do bom. Como se uma desgraça não chegasse estamos também encravados entre montes. O nosso horizonte (visual) é curto por isso mesmo. Não temos a visão de raios X do superhomem. É por isso que estamos paulatinamente (malandrice!!!) a abater o mercado municipal enquanto a câmara de Évora recuperou o seu, adicionando-lhe lojas modernas. Até lá está uma lojinha de costura do amigo Francisco, aquele senhor que por acaso é alentejano e que tem uma rede dessas lojas espalhadas pelo país. Uma está no Modelo de Tomar. Além disso também há snackbars com esplanadas, imensa luz solar através de clarabóias estrategicamente desenhadas, etc, etc...enfim um horror!!! Ali se vendem os frescos da ordem a que se juntam pequenos módulos para venda e promoção de artigos regionais, desde enchidos, doçaria e vinhos, passando por artesanato. Enfim, como já disse, um horror! Tivessem os eborenses a feliz ideia de visitar Tomar e veriam como é que se mantém e decide o futuro dum mercado municipal, essa chaga citadina que não pára de nos consumir!
Em Aveiro passa-se o mesmo! Aqueles despesistas da edilidade local gastaram uma quantidade apreciável de centenas de milhares de euros e reedificaram o seu mercado tornando-o um local que até parece que serve de ponto de encontro. Pobres comunidades aquelas que têm de viver com aquela carga às costas.O que não dariam para ver deitados abaixo os seus mercados tradicionais onde se pode comprar a bela couve, o belo nabo, a bela nêspera (neste caso exclui-se o Porto!)étêcê, étêcê...
Muito mais haveria para desabafar...
Fica para posteriores capítulos! Não convém gastar as munições todas no primeiro round...
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