Terminou há pouco na Praça da República o corso do auto-designado Carnaval Templário 2010. Algum público a assistir ao desfile. Bastante até, se considerarmos que choveu durante quase todo o percurso. Nesse aspecto, os organizadores tiveram realmente pouca sorte. Tiveram, porém, muita sorte com o subsídio camarário que, na nossa tosca opinião, não justificaram. Realmente todo o conjunto, dos quatro gigantones iniciais até ao mal amanhado carro do rei e da raínha, tinha um ar pindérico, ao qual a chuva emprestou um certo aspecto miserabilista. Para quem, como nós, pensa que as coisas ou se fazem como deve ser, ou mais vale nem as fazer, para evitar a publicidade negativa, muito há a mudar, caso pretendam continuar.
Os carros alegóricos eram poucos, tinham todo o aspecto de virem das sobras de algum carnaval do ano passado, nem sequer se percebendo, nalguns casos, o que faziam ali. Apenas duas excepções -o Taj Mahal e o Casamento gay. Dos outros, havia um da Asseiceira, dois ou três de Além da Ribeira, bem como alguns espontâneos com certa piada. Em contrapartida, julgo que poucos entenderam o desfile de duas viaturas do CIRE, uma vazia e outra fechada e sem qualquer ornamentação. A rever em anos futuros a participação de instituições pouco ou nada vocacionadas para festas e carnavais, como é manifestamente o caso.
De louvar a coragem das dezenas de participantes que desfilaram sem qualquer protecção contra a chuva, por vezes intensa. A demonstrarem que este povo aguenta tudo, desde que devidamente liderado. E observou-se até uma reprodução daquilo que acontece na sociedade portuguesa. Enquanto a maioria desfilava sem ligar à chuva, alguns resolveram recorrer ao guarda-chuva e/ou ao tapa-chuva. Tal como na vida de todos os dias: uns à chuva, outros bem abrigados pelo guarda-chuva do orçamento de estado. É a vida...
2 comentários:
O Carnaval tal como o Natal são duas épocas onde muita gente esquece que há crise e desata a fazer despesas inúteis, no Carnaval uns até lá vão sacando uns subsídios de câmaras já mais do que individuadas, sempre aproveitam para meter uns trocos no bolso.
Bastante dinheiro vai parar ao lixo em apenas uns dias, ninguém se preocupa com a poluição que é produzida, é a papelada pelo chão, são os plásticos dos balões de agua, é o vidro das bombas de mau cheiro, etc.
Quando é que será que a mentalidade das pessoas vai mudar e se acabam com supostas tradições que desencadeiam consumos desenfreados e poluição?!
A única coisa que vejo interessante no Carnaval é as pessoas se juntarem para fazer algo mas porque não o fazem por exemplo para ajudar quem precisa, como algumas associações fazem, constroem casas para famílias necessitadas, arranjam casas degradadas, etc. Assim em vez de deitar dinheiro para o lixo e as pessoas perderem tempo fazendo figuras tristes podiam ajudar outros e sentirem-se melhor consigo próprias.
Cumprimentos
Um Tomarense triste por ver a sua cidade e arredores cada vez pior
Aos palhaços que falam em blogues sem se identificar,sobre o Carnaval de Tomar e sua organização.Eu convidava-os a ajudar com a sua sabedoria.
João da Costa Cabral
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