segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

AS ILUSÕES RUINOSAS DO IMPÉRIO DOS SENTADOS



É recorrente que membros do "Império dos Sentados à Mesa do Orçamento", bem como alguns dos seus apaniguados, qualifiquem tudo quanto aqui se escreve como "crítica doentia", "pura maledicência", "pessismismo crónico" "opiniões dos apóstolos da degraça" "aves agoirentas" e outros mimos do mais alto gabarito filosófico, que não podem deixar de honrar quem os profere. Procurando, na medida do possível, responder de forma fundamentada a tais desculpas balofas, tem-se procurado e continuará a procurar-se usar fontes alheias a Tomar a dianteira e à realidade nabantina, que logicamente estão acima de qualquer suspeita de parcialidade
Desta vez temos o grato prazer de reproduzir declarações do autarca Fernado Ruas, presidente da Câmara de Viseu e da Associação Nacional dee Municípios ao jornal i de hoje. Que diz ele, como autarca muito experiente? Duas coisas de peso: 1 - "Os bancos nem sequer respondem às candidaturas de crédito [das autarquias]"; 2 - ...se isto continuar, vamos ter de devolver dinheiro a Bruxelas, que nos faria muita falta." 
Vindas do primeiro entre os autarcas, estas duas curtas afirmações mostram claramente o drama que se aproxima para muitos executivos autárquicos, entre os quais o de Tomar. Sem outros projectos que não sejam obras e mais obras, mesmo sem grande utilidade ou qualquer retorno a curto, médio ou longo prazo, agora que vão ficar imobilizadas nessa área, o que vão fazer? Continuar a ludibriar os eleitores, fazendo-lhes crer que a autarquia tomarense continua a poder obter crédito, sem o qual adeus museu-elefante branco da Levada, adeus envolvente ao Convento de Cristo, adeus 3ª fase do Flecheiro? E quem acreditará nisso? Com uma dívida global à roda de 33 milhões de euros = 6,6 milhões de contos e receitas a caír de mês para mês, que banqueiros ou bancários arriscarão confiar no actual executivo minoritário? O PS apoiaria mais empréstimos?
Contestarão os eternos optimistas que o Município dispõe de um património avaliado em 110 milhões de euros = 22 milhões de contos, como garantia. Haja tino! Haja decência! Haja respeito pela realidade! Antes de mais, o Município tem, possui, mas não dispõe. Quem põe e dispõe são os eleitores tomarenses, através da Assembleia Municipal, o que poderia vir a revelar-se complicado. Além disso, avultam outros óbices: A - Quem avaliou o dito partimónio devem ter sido os mesmos que avaliam os projectos a financiar pelos fundos europeus, geralmente mais caros, em igualdade de circunstâncias, do que os Nápoles, como se sabe berço e centro da Honorabile Societá; B - Uma grande parte do referido património é inegociável na prática. Quem quereria comprar os Paços do Concelho, os pavilhões da FAI, a abegoaria, o Bairro 1º de Maio ou o ex-estádio, actual  e rudimentar campo de treinos, por exemplo? C - Nas actuais condições de mercado, que de acordo com os especialistas se vão prolongar durante pelo menos mais cinco anos, o património municipal não vale nem 10 milhões de euros = 2 milhões de contos, quanto mais agora os apregoados 110 milhões! Pelo que, segundo tudo indica, mais crédito bancário nem pensar!
De resto, o próprio Fernado Ruas, um dos grandes "tarimbeiros" da política autárquica, vai directo ao assunto -se isto assim continuar... temos de devolver dinheiro que nos faria muita falta: para bom entendedor = "Ó sr. presidente! Ó sr. primeiro-ministro! Dêem lá os toques necessários para amaciar os bancos, que sem isso estamos perdidos e vamos perder as eleições!"
Lá bem visto está, mas o respeitável autarca, deslumbrado pelo dinheiro fácil, não se terá ainda dado conta de que os bancos, inteiramente dependentes do BCE, se estão nas tintas para o que lhes possam recomendar os governantes. Mesmo (e sobretudo?) a Caixa Geral de Depósitos, a quem a Moodys baixou a notação a semana passada. Os mercados estão atentos e são implacáveis! E a crise não vai, de certeza, acabar por decreto.
Tolhidos pela crise, sem programas alternativos, nem meios disponíveis para assegurar de forma eficaz a indispensável manutenção dos equipamentos existentes, constrangidos a reduzir despesas em todos os sectores, os membros da maioria relativa e respectivos associados ousarão, ainda assim, obstinar-se até ao fim do seu prazo de validade, arrastando-nos ainda mais para a evidente ruína?
Digam o que disserem, façam o que fizerem, a melhor imagem para definir a actual maioria de circunstância é a da um veículo com cada vez menos combustível, com os quatro pneus furados e cujos condutores não sabem para onde vão, nem dispõem de qualquer mapa credível. Ou sequer de quem o saiba fazer. Pior ainda. Em vez de pararem para pensar e para remendar os furos, continuam a tentar encher os pneus furados e depois a rolar novamente, sem saber para onde... Rumo à  Nossa Senhora da Asneira? Ou será só para continuar a ter acesso às gavetas orçamentais?

2 comentários:

Anónimo disse...

ÚLTIMA HORA !!!


O labrosta Ff,vulgo Luís Ferreira,acaba de proclamar no seu blogue :


"27.12.10
Em preparação de um ano a ferro e fogo
Finalmente se prepara um ano em que tudo vai mudar à nossa volta. A crise internacional, a falência do modelo político que nos tem governado, com indecisões mortais e falta de capacidade de liderança, preparam-nos para a MUDANÇA que tem de acontecer."

Agora digo eu :

Ó LUISINHO !

Troca lá isso "por miúdos"...

Explica onde ficas no meio dessa mudança...

Descoze-te,malandrão !

Qual é o "cavalo" a quem já estás a filar o lombo e a sela ?

Anónimo disse...

OUTRA DE ÚLTIMA HORA

Morreu o sr. Josué!!! Morreu o Rei do Alterne de Tomar! Já só nos resta o Rei dos Bolos e o Ri dos Frangos.
Josué era o empresário mais antigo de Tomar, com cerca de 30 anos de actividade ininterrupta. Conseguiu sobreviver às sucessivas crises que assolaram o país, ao FMI, e ao fisco! Espero que Tomar não se esqueça dele e atribua o seu nome a um arrruamento. Se o fazem para politiquilhos dos mais reles que a terra alguma vez produziu...