sábado, 4 de dezembro de 2010

ESTILO PACÓVIO COMO O POVO GOSTA!




Sensacional! Espectacular! Cinco estrelas! Eis alguns dos comentários que se ouvem ali pela Rotunda Nova, agora quase concluída. Durante o dia, bem entendido, que à noite está muito frio. Povo ingrato e má-língua congénito! Então não se está mesmo a ver que, com este frio de rachar, uns repuxozinhos e uns nevoeiros coloridos tipo americano, estilo Las Vegas, são o melhor bálsamo para a alma? Além de aquecerem o ambiente, claro! É só lá ir experimentar. Vale a deslocação!
Ao cabo de vários meses de atribulada faina e de 515 mil euros gastos = 103 mil contos = 5 apartamentos novos de 4 assoalhadas e 2 casas de banho (T3) cada um, estão quase concluídas as obras do principal cruzamento de Tomar. Falta apenas pintar o paredão da mijação e mudar os candeeiros. Os antigos ainda serviam perfeitamente mas, como todos sabemos, o país é rico, o concelho é rico, a cidade é rica, a autarquia é rica, pelo que tem de se ir encontrando maneira de gastar o excedente. Abençoados autarcas que tão bem têm conseguido dar conta do recado. E assim vão continuar, espero eu,  para benefício de todos! (Eles, pois então! Estavam à espera de quê?).
Indo ao âmago da questão. O estilo é pacóvio, parolo, do mais horrível "kitch", mas que se lhe há-de fazer?, o povo gosta, o povo vota, o povo paga, o povo tem! A democracia é assim: O pior dos sistemas, à excepção de todos os outros. A frase não é minha. É do primeiro-ministro britânico Churchill, que só governava bem quando em vinha de alhos. Por isso, não adianta desanimar. Atás de tempo, tempo vem...
É óbvio que os nossos autarcas, em geral sempre de telemóvel no ouvido, não podem ter tempo de pensar em tudo. Apesar dos múltiplos secretários, adjuntos e chefes. Não se estranhará, portanto, que se tenham esquecido outra vez do corriqueiro princípio enunciado pelo Lavoisier: "As mesmas causas, nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos." É assim é não há nada a fazer. Quem duvidar, fará o favor de ir dando caroladas na parede e verificando, uma de duas -se a carolada foi em sítio diferente da anterior, produziu um galo tal como as outras; se foi em cima de um galo anterior, aumentou-lhe o volume.
Neste caso da Nova Rotunda, que quanto mais muda, mais está na mesma, dado que a água continua a ser calcárea, aspecto que tanto os projectistas como os autarcas omitiram ou olvidaram, os repuxos e os nevoeiros artificiais tipo Disneylândia de trazer por casa, não vão durar muito tempo. Além de nos custarem a bagatela de 200 euros mensais = 40 contos, só para manutenção.
Para já, basta olhar com atenção para as fotografias. Pelo menos aquele repuxo do meio e os 4 da extremidade direita, já estão a precisar de ser algaliados. E ainda agora a procissão começou a sair da igreja!
Outro detalhe curioso e que nos identifica idubitavelmente como nabantinos de descomunal ego e microcabeça -Aquele dístico TOMAR está ali mesmo a matar!
Não fosse dar-se o caso de os transeuntes pensarem que estavam no Cu da Mula, na Venda da Gaita, no Coito (com preservativo, é claro, mais a mais agora que o Santo Homem lá se resolveu a dar o corpo à curva, salvo seja!), ou na Fonte da Merda, que por mero acaso já foi mesmo ali ao lado, junto à moagem antiga. Tudo topónimos ilustres. A indicar que sempre fomos e somos um povo distinto, de elevada estirpe e inteligência superior. Oxalá Deus nos continue a amparar com a sua graça, sabido como é que "Benditos sejam os pobres de espírito, pois deles será o Reino dos Céus!" Amen!

9 comentários:

Luis Ferreira disse...

Está bonita não está?
Resolvido o "equivoco" anterior, que nos custou a todos quase meio milhão de euros e fora o muro, sobre o qual continuamos a aguardar a vinda dos "arquitectos" do mesmo para explicar, ali está uma beleza.

Simples e de efeito digno.
Discutível o aço córtex (com aquela aparência de ferro ferrugento), mas isto de opções estéticas são o que são, porque se nem todos gostam do Lobo Antunes, porque haveria o Aço córtex de ser unanime?

Do disparate anterior vai a culpa morrer solteira como é hábito? Pois...

Anónimo disse...

Está bonita, sim senhor, ó Luisito! Bonita como a tua cara...

Anónimo disse...

Está jeitoso como o sr. Luis Ferreira parece gostar. É pimba, piroso, e previsivelmente caro. E já agora se me permitem, acho que esta nova fonte vai sofrer dos mesmos males da outra. Avarias, avarias e mais avarias até à decrepitude geral, não irá demorar mais que um par de anos até ficar totalmente destroçada. Depois há que esperar que os nossos concidadãos do Flecheiro se zanguem com esta nova rotunda como aconteceu com a outra e a destruam a pouco e pouco à força de auto-marteladas.

O desenho até nem está mal de todo. A composição e os efeitos de luz e da água é que são os esperados. Os jactos de água verticais deviam ser mais altos. O efeito "nevoeiro" devia ser substituido por jactos de água mais finos e baixos, e a luz devia resumir-se ao tom crú com pelo menos duas gradações fixas. A pedra devia ser clara e não aquela que foi aplicada, que mais parece pedra de bancada de talhante (condiz com a que foi aplicada na desgraçada da Fonte da Prata). Quanto às flores, espera-se que algum dia ali coloquem alguma cor para alegrar o sítio.
Por último, há por aí alguém que me explique qual a lógica da orientação das letras que formam a palavra Tomar?
Quanto ao efeito "ferrugem", discordo do sr. Luis Ferreira. Acho que está muito bem a condizer com a cidade, a sua política e seus políticos onde tenho o cuidado de incluir o senhor ilustre vereador!!!

Anónimo disse...

Luís Ferreira, doutorado em Engenharia Política, tomou posse no ano passado como vereador da Câmara Municipal de Tomar. Apesar de frisar as dificuldades foi como o Vereador então se apresentou: "A CMT é uma mais-valia para a cidade de Tomar e para a sua região. Eu acredito nesta Câmara, tenho fortes razões para isso."

Um ano depois continua a acreditar, principalmente na protecção civil!

O MIRADOIROnline

Anónimo disse...

E terá utilidade especifica?
Terá algum significado? Qual?
Quer mostrar alguma coisa? O que será?
ALS

Anónimo disse...

Gostos não se discutem, mas não seria preferível ter deixado ficar aquela rotunda que era um relvado encimado por um tabuleiro, sem água e sem repuxos, logo, sem custos de manutenção? Reparavam o piso, corrigiam a rede de esgostos e mesmo assim poupavam-se 500.000+200.000euros, pelo menos. Essa verba podia ter sido usada em actividades que dessem riqueza à cidade: obras no velho mercado, reparar edifícios antigos para tornar a sua venda ou aluguer a privados viável (Santa Iria, Lagares),amortizar dívida camarária ou até baixar taxas para aliviar da pressão da crise que está aí e vai ser pior em 2011.
Ou não seja Tomar uma cidade muito dependente da função pública.
A fonte é como uma operação estética feita por uma velhota desmiolada que se endividou para a realizar. Mas que foi um bom negócio para a clínica!
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Mas afinal de que lado está o sr. Luís Ferreira? De vez em quando, pelo que escreve, ficamos na dúvida se se trata do senhor vereador Luís Ferreira. Sobre a rotunda reconstruída, podiam ter feito como no topo poente da Alameda Um de Março: obra simples, funcional e de manutenção barata...
Zé Esperança

FARINHA disse...

IN SITE RÁDIO HERTZ A MELHOR RÁDIO, ALIÁS A ÚNICA DO CONCELHO

TOMAR - Pobreza camuflada no concelho preocupa autarquia


Algumas famílias da designada classe média estão a passar por dificuldades que fazem com que sejam obrigadas a recorrer a instituições de cariz social. Mas nem todas procedem desta forma, o que faz com que existam no concelho de Tomar alguns casos de pobreza camuflada.


.
Mesmo sem esses tais pedidos de auxílio, a Câmara Municipal sabe quem se encontra nessa situação, nomeadamente quando há registo para falta de pagamentos de mensalidades em Centros de Dia, em Lares e até nas solicitações para o pré-escolar. A vereadora Rosário Simões, responsável pela área social da autarquia, falou da realidade de outros concelhos no acompanhamento às famílias carenciadas e ainda nessas formas como são sinalizados os agregados que estão em dificuldades: «Nos outros concelhos, começaram mais cedo com ajudas monetárias a nível do Instituto de Segurança Social e depois acabaram ao mesmo tempo do que nós a fazer o diagnóstico e o plano de desenvolvimento social, até porque não tivemos as ajudas e fizemo-lo com a prata da casa. Em relação à situação no concelho, dois aspectos: há dois barómetros que sinalizam as famílias que entraram numa fase de problemas, ou seja, a falta de pagamento em relação aos familiares que estão nos lares, centros de dia, etc, para além do aumento de pedidos ao nível do pré-escolar. Temos feito várias reuniões para encontrar soluções...».

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VIVA A DESBUNDA

Anónimo disse...

Corrijo comentário de 4 de Dezembro de 2010 19:05: onde está escrito "topo poente da Alameda Um de Março" deve ler-se: "topo nascente..."
Zé Esperança