quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

NAMOROS POLÍTICOS...

Como bem sabem os que namoraram no século passado, falar com a amada da rua para a janela do primeiro andar era, no geral, o primeiro passo. Durante semanas e semanas. Depois, só depois, quando as coisas já iam bem andiantadas, o diálogo era transferido para o fundo da escada, ele na rua e ela na soleira da porta. E assim decorriam meses. Quando finalmente se conseguia passar à terceira estação do calvário -os dois no vestíbulo ao fundo da escada -que maravilha! Já quase tudo era sonhado, e uma pequena parte possível...
Ainda assim, nalguns casos, -não tão raros quanto isso- anos e anos de namoro resultaram em nada. Em afastamento definitivo e noutros namoros, bem entendido com as mesmas normas, ou pouco mais ou menos.
Veio o 25 de Abril, a havia muito ansiada abertura política e, claro, a inevitável liberalização dos costumes. As normas para namorar não resistiram, de tão drásticas e obsoletas que eram. Com a televisão a ajudar fortemente, rapidamente se conseguiu chegar à situação actual -Namorar tanto pode significar agora dialogar como viver em comum, geralmente com pouca ou nenhuma conversa prévia. Mesmo na província afastada de Lisboa, onde dantes as coisas evoluiam muito mais devagar -quando evoluiam!-agora até já se pede nos semanários "Rapariga ou senhora para vida em comum; o resto depois logo se vê."
Foi neste novo contexto sociológico que em Outubro passado apelidei a estranha coligação PSD/PS de casamento precipitado, por isso condenado a curto ou médio prazo. Seguiram-se os habituais mimos dos políticos de formação acelerada -tipo Novas Oportunidades- e dos seus moços de recados. Os tais com alma de lacaio e feitio de ditador, na feliz expressão de Manuel Alegre.
Decorreu pouco mais de um ano de hipotético namoro moderno e a namorada PS (uma vez que foi a formação política cortejada) já percebeu que afinal o consorte (é mesmo a palavra indicada) vai fazendo o que lhe dá na real gana, pouco ou nada se preocupando com o que pensa a outra parte. 
Soube-se recentemente, pela voz de Luís Ferreira, que nas reuniões preparatórias o mais que conseguem uns e outros é bloquear algumas iniciativas dos namorados, quando não se logra a unanimidade. Quando se sabe que, regra geral, em democracia sólida praticamente nunca há unanimidade, é óbvio que os transitórios amancebados já estão em fase de desconfiança mútua. Péssimo sinal para o futuro. E para todos nós, as vítimas!
Ainda na mesma área, vão chegando ao conhecimento dos eleitores, de forma lenta mas regular, casos de total desacordo entre os apaixonados (supondo que nos tempos que correm ainda haja necessidade de paixão para namorar...). O PSD é contra uma acção dinâmica mas onerosa a favor do desenvolvimento do turismo local, conforme se viu com a retirada dos pelouros a Luís Ferreira. A salganhada envolvendo Lobo Antunes mais não foi do que um pretexto habilmente empolado. O PS, por sua vez, já fez saber que não concorda com a demolição do actual mercado, que é contra o realojamento dos ciganos na Zona Industrial e que  também não vê com muito bons olhos o futuro, óbvio e caríssimo elefante branco da Levada... Cada parceiro vai procurando balizar o terreno, tendo em mente as futuras autárquicas.
Para a sopa política local estar mesmo apetitosa e pronta a ingerir, faltava apenas o indispensável e tradicional fio de azeite. Carência que Hugo Cristóvão se apressou a suprir. Em recente desabafo, escrito num blogue local, lá foi dizendo que já acalenta pouca esperança numa mudança comportamental por parte dos eleitos laranjas. Quando se sabe que os actuais dirigentes locais do PSD também não concordam com essa espécie de política relvo-paivista que continua a ser fielmente seguida, e apenas vai servindo para ir rebentando de forma segura com as finanças autárquicas, pode-se dizer que as coisas estão cada vez mais encantadoras.
De tal forma que até nos meios rurais do concelho é já voz corrente que, sem a gamela do orçamento municipal, cada vez mais deficitária, onde é que já iria o namoro!!! Ao que alguns citadinos mais ladinos acrescentam -Ontem já era tarde para acabar com esta porca mancebia política contranatura!
Apoiado!, digo eu.

8 comentários:

Anónimo disse...

Em Tomar nem tudo é mau no político e no social. Neste momento
o Google Notícias refere, em grande destaque, uma notícia sua sobre o financiamento dos orgãos de comunicação social. Por que é que outros jornais de Tomar não são tão referidos no Google ?

Anónimo disse...

Mas o que seria de esperar de um casamento entre o noivo Relvas e a nubente Luís Ferreira?

Alguém tem dúvidas que,um e outro,só casam ou amancebam por interesse?

Só que,para além disso e no caso vertente,o noivo é infinitamente mais manhoso e inteligente que a noiva,ainda por cima "feia que nem um burro".

O maçon é bronco,inculto,pesporrente,"mula sem cabeça" e mentalmente salazaroso.

Vitor Saraiva

Anónimo disse...

É lamentável as pseudo-teorias para explicar as razões da coligação, quer do lado do PSD quer sobretudo do lado do PS, que é quem tem mais a perder com a dita.
Ela só existe porque o Luís Ferreira não quer largar o taxo. Aliás, ele nos últimos anos não vive de outra coisa.
O que é curioso é os "sócios" do PS não terem voz para no mínimo dizerem alto e bom som: ALTO.
O PS de Tomar é uma cópia à imagem (em miniatura) do desastre do governo: boys, boys, boys...gastar, gastar, gastar até entrar na penúria. Assim é que eles estão bem.
Pobre Tomar.
Eu tinha vergonha de ser militante do PS com gente desta a destruir o meu país.
Claro que o PSD não é melhor. Só assim se percebe a canalhice desta gente.
Por quem os sinos dobram.

Anónimo disse...

Não me parece vem ai o tempo das Lampreias e pelo que por ai se diz, a maioria Lampreia onde agarra (orçamento municipal) não larga.
Então donde vinha a massa, de que viveria essa malta que casou por interesse.
O PSD não é capaz porque o Presidente trocas-lhes as voltas e o PS já está dependente do tacho, por isso o casamento continua
Tomar que se lixe.

Anónimo disse...

Aos das 15:05, 23:29 e 0:12 :

APOIADÍSSIMO !!!!

Anónimo disse...

Isto é tudo uma cambada e uma vergonha.
Gostavamos era que o Sr. Rr. Rebelo se definisse e nos dissesse porque é que continua a defender o PS e o Luis Ferreira.
Vá lá, esclareça-nos.

Anónimo disse...

Direi mais: hiper-apoiadíssimo!!!!!

E viva o tacho e os tachistas rosas e laranjas!

Vivó!

Anónimo disse...

Para 9 Dezembro 13:39h

Já a espanhola dizia: "...são rosas, senhor, são rosas..."