sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

AS CRISES QUE VAMOS TENDO...

No Mundo, a notícia do dia é a crise egípcia, com a demissão de Mubarak a abrir caminho para uma solução, por agora algo indefenida e a inspirar muita preocupação. Em Portugal, a notícia do dia  foi a curiosa atitude do Bloco de Esquerda, ao decidir apresentar uma moção de censura, simultaneamente contra o governo e contra o principal partido da oposição. Eu que pensava já pouco haver na política que me pudesse surpreender, constato agora que estava enganado. São os portugueses a darem novas políticas ao Mundo, cinco século após lhe terem dado novos mundos. Nobre povo, nação valente...
Entretanto em Tomar, "princesa das cidades do Ribatejo", segundo JAE, na edição de ontem d'O MIRANTE, o caso de hoje é a tragicomédia ParqT/CMT.
Como é sabido, graças à antecipadamente conhecida, mas ainda assim não substituída ausência, por razões de saúde, de Graça Costa, tanto a oposição coligada como a oposição em roda livre puderam finalmente votar unidas, pronunciando-se com aparente galhardia contra o provisório acordo conseguido pelos árbitros de ambas as partes, sem contudo prejudicarem a relativa maioria. Com três votos contra e outros tantos a favor, Corvêlo de Sousa limitou-se a usar o seu voto de qualidade e  "a coisa" foi aprovada. Logo veremos o que a seu tempo decidirá a Assembleia Municipal, onde as oposições também dispõem de maioria. Haverá uma vez mais elementos faltosos e não substituídos? Seria demasiada coincidência, mas nunca se sabe. O tal feitio manuelino.
Com o líder dos IpT a revelar alguma dificuldade para justificar a sua decisão de não solicitar a substituição de Graça Costa por José Soares, o PS aproveitou a ocasião para criticar os independentes, acusando-os de serem os responsáveis pela aprovação de um convénio fortemente prejudicial para o Município, que o mesmo é dizer para os tomarenses.
Ainda aqui avancei, em tempo oportuno, com a hipótese de deixarem o executivo sem quórum, como se faria nas mesmas circunstâncias em qualquer outra cidade da Europa ocidental, mas parece que tal coisa nunca se faz neste rectângulo à beira-mar plantado. Por razões de ética, ao que me foi dito. Mais uma surpresa, a contrariar o preceito avançado pelo saudoso lusodescendente Mendes-France, enquanto primeiro-ministro francês: "A política é a arte do possível, toda feita de execução, visando determinados resultados". No caso em apreço, qual foi o resultado? É aceitável do ponto de vista ético?
Temos assim um documento transitoriamente aprovado, porém pendente de outra aprovação, sem que se consiga vislumbrar o desfecho de tão bizarra quão grave questiúncula. Haverá possibilidade e capacidade para solicitar um empréstimo destinado a honrar tal compromisso? Que maioria aprovará a autorização para contrair esse empréstimo, tanto no executivo como na AM? E se não se conseguir essa aprovação, o que acontece ao convénio? E ao executivo da relativa maioria 3+2?
Em qualquer caso, de uma coisa já não se livram os actuais sete membros do executivo municipal: Para a opinião pública tomarense estavam e estão todos combinados, no sentido de se resolver o assunto ParqT, com mais ou menos peripécias. 
Pouco ou nada adiantará virem agora com justificações mais ou menos elaboradas e convincentes. É conhecida a sentença segundo a qual "Em política, o que parece é", pelo que o sucedido na citada reunião do executivo não deixa lugar para dúvidas: Se não estavam mesmo mancomunados, fizeram tudo para que assim parecesse. O que significa que aos olhos dos tomarenses mais esclarecidos em termos de cidadania, tanto os três PSD como os dois PS ou os dois IpT acabam de transitar para a categoria de eleitos politicamente condenados. É pena, mas nada há a fazer para alterar tal estado de coisas. "Quem cabritos vende e cabras não tem, concerteza lixa alguém".

3 comentários:

Anónimo disse...

Claro, rua com estes sete palhaços!

Novas eleições, já!

Rebelo a Presidente, merece.

ovalhamedeus

Anónimo disse...

"Os Independentes por Tomar NÃO são bengala de ninguém!"

Foi o que Pedro Marques lhe disse na sua entrevista à duas semana não foi?

pois...
TOMAR - José Soares «abre o livro» e garante que não foi convocado para substituir Graça Costa (http://www.radiohertz.pt/?pagina=noticias&id=5261)

este também toda a gente sabe como é, mas quem é que o pôs em terceiro lugar da lista?!

Neves, Vasconcelos, a Laura oxigenada, e alguns outros que não foram eleitos para lado nenhum, tudo das melhores águas.

Como é que pessoas como o João Simões o Américo da Junceira ou o Rosa Dias se juntam a esta gente?

Anónimo disse...

Mas atenção...

O Simões é uma espécie de "empregada para todo o serviço" do Pedro Marques e,na prática,não passa de um "moções e recomendações",de um retórico vazio e inofensivo,ávido de protagonismos e holofotes que o ajudem a manter-se como coleccionador de presidências de assembleias gerais disto e daquilo.

No fundo,no fundo,é como o Pedrocas.Sempre de bem com gregos e troianos,sempre calculistas e interesseiros,até na "velha amizade" pessoal com D.Paiva.

Ficam a séculos-luz de Américo Pereira - nos princípios,no carácter,na firmeza,etc.

JP