Qualquer que venha a ser a evolução previsível das coisas, portugueses e tomarenses pensantes vivem o seu cada vez mais angustiante dia a dia com duas incógnitas e outras tantas certezas. Tanto num caso como no outro, ignoram quando haverá novas eleições, mas têm a certeza que haverá. Em Lisboa como em Tomar, tão pouco sabem o que sairá dessas futuras consultas, estando porém seguras de que terá de ser diferente do que agora existe. Há, por conseguinte, a certeza da inevitabilidade da mudança, no governo como na autarquia nabantina. E essas mudanças, a nacional e a nabantina, não vão ser fáceis, nem indolores, nem voluntárias. Os eleitos serão constrangidos pela envolvência a irem por aí, mesmo que a sua vontade fosse outra. Simplesmente por falta de recursos orçamentais, pois como reza o dito popular "quem não tem dinheiro, não tem vícios".
Dado que aquilo que temos agora, em ambos os casos, (governo e autarquia tomarense) é assim uma espécie de socialismo envergonhado e mal amanhado, burocrático, gastador, castrador, paternalista e pouco eficaz, sem rumo nem planos estratégicos, o que resultar das próximas consultas eleitorais será forçosamente mais "à direita", mais liberal. É por isso muito oportuno para os tomarenses pensantes e que gostam de ler para se irem reciclando, conhecer as ideias de António Carrapatoso (ver biografia acima) em DESATAR O NÓ, editora Leya - Livros D'Hoje, Lisboa, Janeiro 2011, 370 páginas, 17 euros.
Trata-se de algo parecido com Tomar a dianteira, sem ilustrações, (perdôem-me a imodéstia) -uma recolha de 92 crónicas publicadas em diversos meios de comunicação, divididas em 5 capítulos: A sociedade e o cidadão - 23 crónicas; O Estado - 14 crónicas; Economia e empresas - 28 crónicas; A política e os governos - 20 crónicas. Pelo seu passado político, bem como pelas ideias que defende, pode dizer-se que Carrapatoso tem afinidades políticas (sobretudo, mas não exclusivamente) com o PSD liberal de PP Coelho.
Eis alguns excertos, a título de aperitivo, espero eu.
"Deve privilegiar-se o mérito na perspectiva de desenvolver, reconhecer e aproveitar as capacidades e o potencial de todos os cidadãos e de valorizar os resultados alcançados na medida das possibilidades de cada um, e não na perspectiva de "o vencedor fica com tudo".
O cidadão terá de ser mais respeitado como contribuinte. Qualquer despesa do Estado deverá ser justificada à luz da mais-valia que traz para a sociedade e explicada a quem com os seus impostos a suporta."
.... ... ..."Não se deve, naturalmente, passar uma "certidão de óbito" às gerações mais antigas e, muito menos, colocar-lhes qualquer rótulo de incapacidade. Primeiro, porque nessas gerações temos portugueses que lutaram com elevado mérito pela liberdade de Abril e por uma sociedade mais justa e mais desenvolvida. Depois, porque muitos desses portugueses continuam preocupados com o nosso futuro, revelam grandes competências e estão dispostos a assumir e a apoiar as gerações mais novas neste processo de mudança."
... ... ..."Para darmos um salto significativo no desenvolvimento do país e na qualidade de vida dos cidadãos, precisamos de deixar de ser uma sociedade resistente à mudança e adversa ao risco e passar a aceitar e a promover a inovação. A sociedade portuguesa tem, por isso, de abandonar algumas das velhas ideias, que se mantêm demasiado arreigadas aos nossos comportamentos."
.... ... ..."Tendo legítima opinião sobre o âmbito dos serviços do Estado, cada cidadão deve também assumir a sua quota-parte de responsabilidade nos custos que esses serviços implicam. De um modo geral, o cidadão português tem tendência para defender uma grande abrangência do papel do Estado, em particular quando tal resulta, directa ou indirectamente, em benefício próprio, mas não procura saber quais os custos respectivos."
... ... ..."A ideia é que o Estado é uma entidade genérica e abstracta a quem tudo se pode pedir, que existe para satisfazer as necessidades de cada um e cujos custos deverão ser suportados pelos outros. É fácil para uma organização, grupo, ou cidadão individual reivindicar algo do Estado em proveito próprio, no pressuposto de que a sua contribuição será reduzida ou nula e de que alguém há-de pagar os custos inerentes."
... ... ..."Somos uma democracia recente, sem uma sociedade civil forte, que ainda não foi capaz de alterar substancialmente muitas das deficiências que herdou e às quais acrescentou outras, resultantes de um período de ruptura e transição política."
... ... ..."Quem nasce pobre ou em determinados extractos sociais desfavorecidos, poucas possibilidades tem de alterar realmente a sua condição."
... ... ... "Precisamos ainda que cada cidadão assuma as suas próprias responsabilidades e que entenda que o seu futuro está sobretudo nas suas mãos."
... ... ..."O nosso Estado é tendencialmente paternalista, prepotente, não respeita nem liberta o cidadão e não está, de facto, ao serviço deste, mas sim de grupos de interesses corporativos. O nosso Estado desconfia do cidadão e pretende sobrepor-se a ele.
O cidadão fica à espera de que o Estado, o Governo, a Câmara, a Junta de Freguesia, ou a empresa onde trabalha resolvam os seus problemas, equacionando com dificuldade uma alternativa, como por exemplo ser ele próprio proactivo na determinação do seu futuro."
... ... ..."Uma sociedade necessita de líderes capazes para se desenvolver, seja na área política, empresarial, cultural ou outra. Estes líderes podem gerir organizações, departamentos ou projectos de grande ou pequena dimensão, caracterizando-se por terem ambição, convicção, motivação e capacidade de realização para levarem por diante as suas ideias, agregando diversos recursos, nomeadamente humanos, e mobilizando-os para um determinado fim."
... ... ... "Precisamos de líderes, a todos os níveis e em todas as áreas, que questionem o statu quo, que estimulem a inovação e a procura permanente de melhores maneiras de fazer as coisas."
Boa leitura!
9 comentários:
De liberalismo e neo-liberalismo estamos conversados,lidos e relidos,tramados e *odidos.
Se tivessem vergonha e uma réstea de pudor estavam a penitenciar-se pela destruição provocada pela sua (deles)economia de casino.
Sobre carrapatosices e outras chulices que dalapidaram e delapidam os recursos do país a favor dos novos-ricos,já basta o que basta.
Sócrates é o que se vê e sente.
Mas desenganem-se aqueles que pensam que Passos Coelho é melhor.
Passos Coelho,se lá chegar,ao poleiro,vai ser o Tatcher português.
Destruirá o pouco que resta de produção nacional,privatizará tudo e todos,sairá de lá com os bolsos cheios,os dele e os dos "orange boys". Deixará Portugal na mais completa indigência,dependente do estrangeiro e das importações como nunca esteve.
Com o apoio entusiástico da demagogia e do populismo de todos os Carrapatosos deste país.
Mas o Povão gosta do Centrão!!!
Hugam-se!
António Melro
Excelente Leitura; Excelente Pessoa. Vale a pena ler e reflectir.
José Faustino
Mas o que é que vale este Carrapatoso?
E os outros do grupo do Beato?
São uns liberalecos imbecis, que nasceram com o cú virado para o sol e só debitam calinadas.
Eles deviam era vestir o fato de macaco e trabalhar no duro uns meses, mudavam logo de opinião.
Dar corda a estes chulecos é que não.
Ó Prof. Rebelo o Sr. está a ir pela via estreita e se estes carrapatosos o lixarem depois não se queixe.
Eles são da iniciativa privada, mas paga (a peso de oiro) pelo Estado.
Merda desta já para aí aos pontapés e ainda por cima a mamar e a mandar.
P......a que os pariu!!!!!!!!!
O Carrapatoso é um produto típico português. Convenientemente colocado no centro do espectro político, entre o PS e o PSD, sempre funcionou como um empresário capaz de fretes ao poder vingente. Mesmo quando formulava algumas leves críticas.
Soube conviver com governantes vários. Guterres adorava-o. Cavaco também. Gostavam do seu neo-liberalismo de trazer por casa e que o levava a bater na porta do poder pedindo migalhas aquando da repartição do bodo.
Em Portugal são muitos como ele. Alguns chama-lhes "rolhas", outros oportunistas. Quase sempre sobrevivem sem grandes recordação. A História depressa os esquece, embora depressa cheguem a barões.
o Catrau do Nabão
Este figurão a gerir a CP ou outra empresa de transportes , é que seria.
E quantos efectivos com m+ 40 anos terá admitido a empresa gerida pelo senhor dfesde sempre? É que fala nisso, na inclusão...
Quando se vê comentários aqui á cerca de trabalho, e esforço, as pessoas que escrevem só eles é que trabalham, e tem a razão. Criticam sem fundamentar a sua critica. Aqui se vê a mediocridade das pessoas do nosso país. Mal-dizer de quem é bem sucedido na vida, conseguiu alcançar o exito, e agora sofre de inveja de muita gente, que apenas comenta, mas que trabalhar não é para eles. Em vez de ser inspiração para que nos tornemos num país melhor, não. Toca em dizer mal de quem é bem sucedido e respeitado internacionalmente.
José Faustino
Ó Faustino !!!!!!
Vai pró casino!!!!
Mas que rebanhos de bardamerdas a fazer o discurso ferreirista da teoria da inveja em relação aos "bem sucedidos"...tipo RUI PEDRO SOARES,DIAS LOUREIRO,ARMANDO VARA,DUARTE LIMA,JORGE COELHO e muitos muitos outros.
Bem sucedidos são os que trabalharam no duro (e não me refiro ao aspecto físico),que subiram a corda a pulso,com êxitos e com insucessos,sempre na base da luta diária e do mérito,sem pisar nem cavalgar os outros,sem cunhas ou padrinhos.
De que são bons exemplos - Salvador Caetano,Rui Nabeiro,Henrique Neto,Medina Carreira,Rui Vilar,Prof. Manuel Antunes,Prof. Henrique Carmona da Mota,Augusto Góis(Tomar)e muitos,muitos outros.
JÁ NÃO HÁ PACHORRA para aturar "cães de fila" do ferreirismo.
BASTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ultimo comentário: Burrice!!! Ferreirista?? Não me parece. Caso não saiba, o senhor Carrapatoso é muito próximo deste PSD. Já viu onde está a sua burrice??
José Faustino
Ó Homem...!
Ó seu Faustino! Seu Faustino!
Não perca os trimbelhos!...pá.
Você,o Ferreira,o Carrapatoso,o Relvas,o Pedro Marques e toda essa tropa das gamelas e esquemas,podem ser todos de partidos diferentes.
Só que,estão todos na mesma Federação:
FIC - Federação dos Interesses do Centrão
Com estatutos e líder secretos,mas exímios na arte do governanço em Portugal há dezenas de anos.
Percebeu ou é preciso desenho?
Carvão,caran d'ache ou tinta da china?
Disponha sempre.
Até mais ver,seu Faustino.
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