terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MONUMENTOS E OBRAS - 2 - DURANTE

Quando há condições para uma empreitada (ver texto anterior), o IGESPAR elabora o respectivo caderno de encargos e abre o necessário concurso, caso o valor estimado dos trabalhos a realizar seja superior a 100 mil euros, ou pode adjudicar por ajuste directo, se o montante for inferior. Logo aqui há uma contradição insanável. O IGESPAR pretende trabalhos de alta qualidade, mas adjudica sempre à empresa que apresente a proposta mais barata. Diz o o povo, com razão, que "Galinha gorda por pouco dinheiro..."
No caso das abóbadas do Claustro da Hospedaria, seriamente corroídas por séculos de exposição aos vapores ácidos das montadas dos hóspedes, está patente um outro problema. Manda a União Europeia que, em cada obra co-financiada, haja um painel com informação fidedigna e completa, destinada aos cidadãos. A informação que lá se encontra exposta não cumpre essa norma europeia, uma vez que apenas menciona "Abóbadas do Claustro da Hospedaria", 99.800 euros, 150 dias, bem como a razão social da empresa adjudicatária. Porque será ? Afinal, o que é que está a ser feito nas abóbadas ?
Numa outra vertente, garantiu o novo presidente do IGESPAR ao presidente Corvêlo de Sousa, que no Convento não se usa jacto de areia nem produtos decapantes. É tudo escovado, como nas obras do exterior do Corredor do Cruzeiro. A ser assim, para que servirão estes três canos de plástico mergulhados na cisterna ? Será só para lavar as escovas ?

Outro aspecto curioso são estes funis, ligados a tambores de plástico situados no piso térreo, por sua vez ligados à rede de esgotos do Convento. Para que servirão os funis e os tambores ? Só para escoar a água da lavagem das escovas ?
Outro dado relevante é que, próximo destes funis, está (ou pelo menos estava) um extintor dos grandes. Simples embirração da Inspecção do Trabalho ? A Al Kaida forneceu escovas explosivas e/ou incendiárias ? Ou na obra em questão são usados produtos químicos corrosivos e altamente inflamáveis, designadamente decapantes ?
Porque nestas coisas não há milagres, apesar de estarmos próximo de Fátima. Conseguida a obra, a empresa fará o possível para realizar os trabalhos com os menores custos. E o jacto de areia+água é muito mais rápido e eficaz que as escovas manuais ou mecânicas.


Se o senhor presidente do IGESPAR disse a verdade, toda a verdade, ao senhor presidente Corvêlo de Sousa, então este tubo, com este terminal só pode servir para ligar uma escova. Mas que tipo de escova ? Não se tratará antes de uma agulheta de projecção de água misturada com areia ? E não é costume, para dar mais rendimento, aumentar bastante a percentagem de areia misturada na água, bem como a pressão do compressor ? Os tomarenses cumprem as suas obrigações fiscais e têm por isso o direito de saber o que se passa e vai passar na realidade. Uma coisa é decapar superfícies lisas, mesmo danificando sistematicamente as arestas, outra totalmente diferente é tentar usar igual método na obra manuelina, maioritariamente em alto relevo natural, de enorme complexidade e extremamente delicada e frágil.
De modo algum será tolerável que possa vir a acontecer à Janela do Capítulo e a toda a fachada poente, o que tem ocorrido em todos os monumentos limpos/lavados até agora, sobretudo nos Jerónimos e na Ermida da Conceição. Se as coisas correrem mal, como vem sendo costume, alguém terá de assumir a responsabilidade. A culpa não pode continuar a morrer sempre solteira.


2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho de facto de chegar à triste conclusão que Tomar está irremediavelmente entregue a meia duzia de irresponsaveis pseudo intelectuais!!
Garantidamente se fosse eu a realizar o trabalho a que se refere, processava-o.
A falta de conhecimento e a maior falta de respeito torna quase apetecivel partir para comentários do tipo dos seus.
Muito me espanta ter acesso a um estaleiro de obra sem a permissão da empresa e do Dono de Obra, o que dá a entender uma certa conivencia entre alguem do Convento de Cristo e este blog... talvez o IGESPAR precise de investigar.
Absolutamente reprovável e a roçar o ridiculo.

Anónimo disse...

Após o jorrilho de comentários e sentenças pré-formadas ou " quem sabe" encomendadas... Muito me incomoda saber que existem pessoas prepotentemente ignorantes para perderem tempo a publicar fábulas acerca de assuntos em que notoriamente se percebe que não dominam... Tudo isto me faz crer que a pessoa responsável por este post age e agiu de má fé, pois, caso contrário o objectivo seria informar e não acusar... Justificando isto vem o facto de ter feito afirmações sem fundamento, baseadas em simples observações subjecturais e ter invadido um espaço "proibido a pessoas estranhas ao serviço"... Sabendo, ou não... Mas segundo a ignorância que parece existir! O extintor apenas serve para materiais inflamáveis "tipo decapantes"... Não sabendo de certeza, que, para já não são usados esses tipos de materiais e que é usada electricidade necessária ao uso de diversas ferramentas, sendo aí obrigatório o uso de extintor...
Isto tudo para não querer recorrer ao resto de comentários desinformados, comparando obras com espaços, histórias, materiais e contextos completamente diferentes...
Enfim!!! A prepotência e a ignorânica tem muito que se lhe diga!