quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

POBRE MATA DOS SETE MONTES !




Mais de uma semana após o temporal, a Mata dos Sete Montes -a antiga Cerca Conventual- está como mostram as fotografias. Praticamente ao abandono, ao Deus dará. Por falta de pessoal, por falta de interesse, por estar demasiado longe de Lisboa e das preocupações governamentais.
Entretanto a autarquia, com fundos da União Europeia, vai requalificar a casa do guarda, as casas de banho, e sobretudo um dos acessos pedonais entre a cidade e o castelo, através da Mata. À excepção das casas de banho, realmente a precisar de urgente reforma, mas que, se se ficarem pelas obras previstas, menos de um ano depois estarão outra vez a precisar de obras urgentes, mal empregado dinheiro ! Mal comparado, é assim como se oferecessem uma gravata de seda natural e uns bons óculos de sol a um indivíduo sem camisa, descalço e com fome...
Já aqui foi escrito diversas vezes que a melhor solução seria voltar a unir, sob a administração da autarquia, a Mata, o Convento, o Castelo e os Pegões. Habituados a depender do pai-estado, através do capataz-governo, e a receberem os respectivos vencimentos com um mínimo de esforço, vários responsáveis alegaram logo (e vão voltar a dizê-lo) que a autarquia não tem vocação, nem estruturas, nem recursos humanos, para se ocupar de monumentos e de parques florestais. E o governo tem ? perguntamos nós. Porque se tem, realmente não parece. Quanto à autarquia, o que falta aos seus dirigentes é humildade, vontade de aprender, apego ao trabalho, apetência por novas soluções, abertura ao mundo. Vocação, estruturas e recursos humanos logo se arranjariam. Mas também concordamos que assim é muito mais confortável para quem ocupa os cadeirões dos paços do concelho. Não se pode ter tudo. Honra e proveito raramente cabem no mesmo saco.


3 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

Não estou assim tão certo quanto à falta de pessoal na Mata dos Sete Montes. Numa das poucas vezes que tive coragem para lá entrar pude ver um jipe cheio de pessoal que identifiquei como sendo dos serviços que agora "zelam" por aquele espaço, a descerem calmamente em velocidade moderadíssima, numa cavaqueira tonitroante, a fumar de braço de fora, como se de uma passeata de bons amigos se tratasse. Aconteceu num dia de semana. Quem eu vi a tratar do jardim, se é que se pode chamar jardim àquela entrada, foi um funcionário arrebanhado ao Centro de Emprego, de nome Virgílio, que foi antigo trabalhador de Fábricas Mendes Godfinho e da Norema, e que agora está por lá num programa ocupacional como lhe chamam até passar à reforma. Esse foi o único que eu lá vi a fazer alguma coisa. Estava a regar algumas sebes, imagine-se, com água da rede, porque não há outra. É uma fartura esta terra tomarense. Quanto aos outros, se os há, e acredito que sim, tudo fazem para nada fazer. Ou estão em alegre cavaqueira junto à casa do guarda, ou andam a passear de jipe pela Mata para matar o tempo. De vez em quando, mas mesmo muito de vez em quando, lá aparece um a aparar as sebes. Mas se reparar só estão tratadas as mais próximas da entrada da Mata. As outras, coitadas, lá mais para cima e longe da vista ou já entregaram a alma ao Criador, ou estão piores que idoso em lar da Misericórdia. Os bancos de pedra há muito sumiram, tal como sucedeu a muito mobiliário urbano de qualidade. Restam apenas 2 dos oito antigamente existentes. No seu lugar estão "paus de fio" para sustentar gambiarras para a Festa dos Tabuleiros que só servem de 4 em 4 anos, mas que a câmara nunca fez nada para os remover.
Acredite que, seja o ICN ou a câmara de Tomar a tomar conta da Mata, o seu futuro está mais que traçado. O desprezo e a decadência total.
Sabe, um metro de alcatrão é mais visível e dá mais votos...

Anónimo disse...

bem, só falta dizer que foi o actual executivo camarário, e o antigo, que mandou vir uma tempestade deitar árvores abaixo, postes de luz...etc..etc...será que também passou em torres vedras? e ainda faltam as cheias do nabão....

Anónimo disse...

Para o anónimo anterior:

Não seja totó! É evidente que ninguém vai assacar responsabilidades a seja quem for por causa duma tempestade. O que ressalta à vista no que toca à manutenção da Mata dos Sete Montes é que a mesma não é feita nunca! E digo nunca porque remover meia dúzia de detroços esporadicamente daqui e dali não se pode considerar manutenção. A Mata, pela sua densidade, produz muitos resíduos florestais. O que não se vê é bermas limpas, escoadouros desobstruídos, troncos removidos, zonas pedonais limpas.
Isto não é demagogia. Basta passar por lá e verificar in loco.