Faz todo o sentido comparar a actual situação económica grega com a do banco americano BEAR STEARNS, salvo pelo governo, afirma Rob Cox, da mundialmente conhecida agência noticiosa Reuters.
"À escala dos Estados será a Grécia o que o banco Bear Stearns foi para o sector financeiro americano ? Devemos esperar que não, mas as semelhanças entre as crises provocadas por ambos, dão que pensar.
A priori, há poucos pontos comuns entre um banco de negócios pequeno e um Estado do Mediterrâneo. No entanto, a Europa encontra-se confrontada com um desafio muito semelhante àquel que o prewsidente da Reserva Federal Americana, Ben Bernanke, teve de resolver, há quase dois anos: conseguir salvar um membro enfrauqecido de um conjunto mais vasto, evitando que laxismo e desmazelo se propagassem aos vizinhos.
Com os numerosos compromissos recíprocos contratados em conjunto com outros estabelecimentos financeiros, o Bear Stearns tinha todas as condições para provocar, por arrastamento, o naufrágio de todo o sistema financeiro, caso fosse à falência. Mas o que está agora em jogo no caso da Grécia é ainda muito mais grave. Porque se a presente crise não for solucionada de forma correcta, a estabilidade da moeda única europeia e a saúde da zona euro serão fortemente abaladas.
É portanto útil relembrar os erros que foram cometidos no caso do Bear Stearns. Em Março de 2008, a FED aceitou, com o aval do Tesouro americano, tomar a seu cargo uma grande parte dos activos "tóxicos" daquele banco, com o fin de facilitar a sua compra pelo JPMorgan Chase. Assim, os accionistas foram seriamente prejudicados, enquanto que os credores nada sofreram. Pela primeira vez na sua história, a Reserva Federal tinha permitido às casa de corretagem em bolsa beneficiar de condições preferenciais de crédito. Estas decisões significavam para Wall Street que a falência era realmente uma coisa grave, mas não mortal.
Lehman Brothers, o banco mais parecido com a Bear Stearns, abrandou as cautelas. Os mercados começaram a duvidar da sua solvabilidade e, em Setembro de 2008, foi o desastre. O governo americano, já escaldado por alguns efeitos indesejáveis do salvamento da Bear Stearns, manteve-se mudo e quedo, o que convenceu os investidores de que os dinheiros do Estado não voltariam a ajudar outras instituições em dificuldade.
No caso grego, a fragilidade das finanças do país perturbou gravemente os mercados. De tal forma que, a 11 de Fevereiro, a União Europeia comprometeu-se a intervir com determinação e de forma coordenada para "preservar a estabilidade".
Ninguém sabe muito bem o que a UE entende por "preservar a estabilidade". Mas entretanto alguns países europeus já apelaram a que as condições impostas à Grécia para regressar a menos de 3% de défice, sejam suficientemente dolorosas para que outros estados não sejam tentados a seguir o mau exemplo de Atenas. O "precedente Bear Stearns", mostra quanto seria nefasta uma iniciativa que levasse, digamos, Portugal, a Irlanda ou a Espanha -os equivalentes de Lehman Brothers, Merril Lynch e Morgan Stanley- a não adoptarem as políticas de austeridade necessárias."
(Tradução de António Rebelo)Sobre este mesmo assunto, citado pelo LE MONDE, Jean-Claude Trichet, afirmou que "A Grécia terá de corrigir quanto antes uma trajectória que foi aberrante". "Entregar à UE dados estatísticos mal verificados, não devia ter sido tolerado e não será tolerado", acrescentou.
Enquanto isto acontece à escala europeia e mundial, em Tomar o Município continua a apresentar orçamentos fortemente empolados, que o mesmo é dizer com dados que sabe serem falsos. Argumentam os faltosos que é por causa das candidaturas aos fundos europeus e que os outros municípios fazem exactamente o mesmo.
Parecem ignorar deliberadamente que a recente inspecção financeira recomendou a adopção de orçamento em conformidade com a realidade, ou seja verídico. Quanto aos outros municípios que alegadamente fazem o mesmo, não parece ser totalmente verdade. Em 2008, Abrantes, com mais eleitores do que Tomar, orçamentou 32 milhões de euros, enquanto Tomar foi até aos 40 milhões. Sempre são oito milhões a mais, oiq ue corresponde a um milhão e 600 mil contos. É muito dinheiro...
Habituados a raciocinar a partir de datos fantasistas, será de estranhar que os nossos autarcas percam a noção das coisas, procedendo muitas vezes como se vivessem num mundo virtual ?
4 comentários:
Este vereador também fez uma proposta para cortar o trânsito na Rua da Judiaria, esquecendo os problemas que ia levantar aos moradores e aos utentes.
Esta suspensão sem mais levanta o mesmo problema de uma proposta do então Vereador do PS para a inversão do trânsito na Ponte Velha, sem mais.
Ele e o mentor da proposta (actual vereador) esqueceram um pequeno pormenor: a articulação com todo o trânsito dessa zona (R. Marquês de Pombal, Rua das Poças e Rua de Santa Iria).
Enfim .... os (ditos) socialistas gostam imenso de se tornar notados, de se propagandear, de tentar entalar os outros, mas nesse afã esquecem-se às vezes (ou quase sempre) de pequenos detalhes, que acabam por se revelar, cruciais.
Vêm a arvore e não a floresta!
Feitios demUcráticos.
Boa noite António Rebelo,
Agora que grande parte da zona antiga da cidade se apresenta com as artérias desentupidas (ruas arranjadas), sobretudo a rua dos Moinhos que é, no sector mais baixo, a rua mais importante por ser a mais concorrida e de passagem para muita gente, eu sugeria, uma vez que nela existem vários bares e um ou dois restaurantes, que a mesma tivesse trânsito condicionado pelo menos durante os meses de Verão, para permitir estabelecer ali uma zona pedonal e que os comerciantes pudessem "espraiar" as suas esplanadas. Daria um colorido e um ambiente muito especial àquele espaço. Aliás, o mesmo já acontece perto da Nabantina onde os bares puderam expandir-se para a rua.
Há que combater o cinzentismo em que esta terra está mergulhada. Trazer as pessoas para a rua e usufruí-la pode ser o princípio da solução.
Um plano para fechar TODAS as artérias do interior do Centro Histórico, possibilitando a passagem EXCEPCIONAL de viaturas, para carga e descarga em horário definido e rígido, para proprietários de garagens e dar estacionamento gratuito em local a definir para os moradores, mesmo moradores.
Isso é que era boa contribuição para a verdadeira revitalização da Zona Histórica.
E talvez copiar alguns aspectos do que aconteceu em Guimarães, do que se fez em Évora e outras que tais.
O resto é música (desafinada) de alguns ex-executantes nas Bandas da nossa terra e que agora querem ser maestros!!!!
Complementando o comentário anterior, ouvi dizer que c Câmara tem em mente demoliar alguns prédios em muito mau estado na zona histórica e transformar esses espaços em pequenos parques de estacionamento para moradores e veículos de apoio à actividade comercial, como seja veículos de distribuição. se assim é, tem o meu aplauso!
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