quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Análise sucinta da imprensa local




Cidade de Tomar, em manchete, e O Mirante, com chamada de primeira página, fazem da divisão no PSD/Tomar o principal assunto da semana. O que se compreende, a meu ver por duas ordens de factores. Por um lado, a pergunta clássica: Quase quatro décadas após o 25 de Abril, em plena crise e já no século XXI, será aceitável para os tomarenses que o candidato a presidente da câmara pelo principal partido seja escolhido e designado por Santarém e Lisboa? A resposta virá em Outubro próximo. Entretanto parece oportuno lembrar que em tempos também o PS/Tomar usou esse método. Tendo a secção local escolhido Humberto Coelho, a distrital preferiu-lhe António Alexandre. Que perdeu para um então quase desconhecido António Paiva. O resto do filme já é infelizmente bem conhecido de todos.
Por outro lado, abundam as dúvidas em relação a Carrão. O que o leva a candidatar-se? De que trunfos dispõe realmente? Quem aceitará acompanhá-lo? Que obras feitas e  úteis tenciona apresentar? Qual o projecto que pretende implementar? Passeatas, comezainas, bailaricos e tintol? Com que recursos? Caso seja vencido, que é o mais provável, que vai fazer à vida?
O outro tema político da semana é abordado no Cidade de Tomar e n'O Mirante. Trata-se da patusca controvérsia entre os eleitos socialistas José Vitorino e Luís Ferreira. Este último proclama-se porta-voz do PS, ao que o seu camarada responde, lembrando que também é militante do PS. Enquanto o semanário tomarense trata a polémica em estilo noticioso, O Mirante aproveita para satirizar a situação na página 2, com caricatura e sob o título "PS a duas vozes". É por estas e por outras que em Tomar o PS já não vence há quatro mandatos. E tudo parece indicar -salvo providencial e indispensável golpe de rins- que ainda não vai ser desta. Há aprendizes políticos que teimam em não ter em  conta a experiência própria e alheia.
O Templário destaca-se pela diferença. A manchete é sobre as lamentáveis inscrições, na parede norte do Convento de Cristo e num muro próximo. Mas entre tais grafitos, cujo bom gosto e qualidade não me parecem nada evidentes, e a anterior e muito comentada destruição de parte do alambor templário, não sei qual será mais grave e triste.
Ainda na área do património, o semanário agora dirigido por Isabel Miliciano noticia na última página uma daqueles assuntos de ficar de boca aberta. Se bem percebi, a câmara tenciona gastar 100 mil euros = 20 mil contos, para mandar rebocar a fachada poente do ex-Convento de Santa Iria. Aquela que dá para o Nabão. A Fundação EDP pagará integralmente a empreitada, para a qual a autarquia vai solicitar a opinião da Direcção Geral do Património Cultural, por se tratar de património classificado. Parecer prévio de uma entidade lisboeta para rebocar e caiar/pintar uma fachada lisa, sem elementos artísticos, excepto uma imagem de Santa Iria e uma pedra votiva com uma vaca em baixo relevo? 20 mil contos para rebocar e pintar de branco uma fachada lisa, de um vasto edifício a cair aos poucos? Esta terra é cada vez mais um espanto! Mesmo e sobretudo com a argumentação segundo a qual, caso a fachada desabasse, entupiria o Nabão. Estão a mangar com quem?

2 comentários:

Arre Burro... Que amanhã é sábado disse...

O Sr. Chamava-se Humberto Cordeio.
Faleceu recentemente.

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

"Basílio Horta em Tomar dia 18 de Janeiro 2013".

É a notícia que destaco da leitura do jornal "O Templário" desta semana.

Jornal que me parece agora um pouco mais "atrevido". Confesso que gosto de ler Fernanda Leitão, e o artigo desta semana, "Burlões competentes", é de não perder. Há um outro, assinado por Paulo Ferreira, que investe sobre o aranhiço Relvas com muita oportunidade. Espero que a nova Diretora conduza o jornal um pouco mais para a política. Não é pedir muito.

Anabela Freitas ao tomar a iniciativa de chamar Basílio Horta a um debate em Tomar, mostra reconhecer publicamente um dos políticos que mais admiro em Portugal; desde os primeiros meses após Abril foi um político que sempre atraíu a minha atenção e simpatia. Discreto, eficiente, sério, dotado de um espírito de serviço público invulgar e possuidor de uma experiência que fazem dele um sábio da política portuguesa. Soube, em devido tempo, distanciar-se dos bandos que assaltaram o CDS, mantendo-se sempre ligado à política, sempre igual a si mesmo, sem nunca mostrar grandes ambições. Mostrou sempre coragem e temperança, e um grande respeito pela democracia e pelo sistema partidário. Está entre os mais brilhantes políticos portugueses. Um exemplo. Anabela Freitas escolheu bem, e isso é um primeiro sinal positivo.

Confesso que é uma das minhas grandes referências da política portuguesa dos últimos 38 anos.

Espero que o PS e a sua cabeça de lista nas próximas autárquicas multipliquem q.b. iniciativas deste gabarito, garantindo-lhes qualidade, como esta com Basílio Horta, na Estalagem de Santa Iria, no próximo dia 18 de Janeiro.

Tema em debate: "As oportunidades para a área local no actual momento económico português".

Sugiro especialmente aos jovens militantes de todos os partidos, a representantes do Mov. Associativo, aos empresários e estudantes, que compareçam nessa sessão e que participem ativamente no debate. Vão apreciar e aproveitar. O tema é interessantíssimo.

E vão perceber melhor, que a política é uma actividade distintíssima quando exercida por pessoas como Basílio Horta.