A nove meses das autárquicas, andam exaltados os ânimos nas três principais forças políticas locais, as únicas representadas no executivo camarário. Claro que os respectivos responsáveis, se interrogados negarão, garantindo à la Pangloss que vai tudo bem, num contexto de grande serenidade. Contudo, os tomarenses mais ligados a estas questões políticas sabem bem que assim não é. O que está mesmo a acontecer nas citadas formações é do domínio do anti-jogo. Chutam para fora, para ir ganhando tempo. Os independentes alegam que são perseguidos, que não gostam deles, que este ano vão para ganhar. O PS propugna a mudança, a diferença, a defesa da ADSE, admitindo contudo a sua reforma, em moldes a definir. Quanto ao PSD local, resolveu lançar o isco da recuperação do mercado municipal, sem antes se ter sequer certificado junto da ASAE que os pavilhões poderão reabrir sem a prévia remoção e substituição da cobertura em amianto, material agora proibido na UE, mormente quando sem protecção e podendo contaminar produtos alimentares, como é o caso. Porquê tanto pontapé para fora, tanto fingimento, tanta finta?
No meu humilde entendimento para queimar tempo, na esperança de que entretanto apareça a solução milagrosa para nos desatolar e para facultar a manutenção no executivo das três forças que o ocupam há sete anos, com os resultados que estão à vista de todos. Porque a verdade não podia ser mais incómoda. Se as asneiras, trapalhadas, aselhices e outras malfeitorias dos últimos quinze anos, não recomendam de modo algum os eleitos laranja, nomeadamente o actual presidente, forçoso é reconhecer que nem o PS nem os IpT conseguiram alguma vez limitar os estragos. Designadamente neste mandato, apesar de maioritários desde 2009. Contra factos não adianta argumentar.
Com semelhante balanço final, seria normal por essa Europa fora que nenhum dos actores actualmente no palco ousasse apresentar-se novamente a sufrágio, directamente ou por interposta pessoa. Mas estamos em Tomar, no centro de um país chamado Portugal, onde o insólito é o mais frequente. Vamos ter assim tudo o indica, Carlos Carrão, pelo PSD, após 4 mandatos de desgraças sem um protesto, que nos arrastaram para o atoleiro onde nos afundamos, e cujo programa está por apresentar. A socialista Anabela Freitas, com apenas alguma experiência parlamentar, mas sem formação económica adequada, vista como mera representante de Luís Ferreira, com quem vive, também ainda sem programa definido. Pedro Marques, enfim, com dois mandatos como presidente, geralmente considerados como nada brilhantes, bem como dois outros como vereador independente, sem que alguma vez se tenha percebido claramente que projecto pretende para Tomar, igualmente sem programa.
Sem ideias, sem visão, sem rumo, sem projecto, sem coragem, agarrados a ideias caducas por força das circunstâncias, que podemos nós, tomarenses de todos os credos políticos, esperar de semelhantes candidatos? Que podemos fazer para alterar semelhante perspectiva para Outubro? Que responda quem souber.
1 comentário:
"Sem ideias, sem visão, sem rumo, sem projecto, sem coragem, agarrados a ideias caducas por força das circunstâncias, que podemos nós, tomarenses de todos os credos políticos, esperar de semelhantes candidatos? Que podemos fazer para alterar semelhante perspectiva para Outubro? Que responda quem souber."
-Por mim, aquilo que farei, é exercer o voto nulo em próximas eleiçoes.
Penso que todos nós deveriamos de fazer o mesmo, pois obrigaria os partidos à elaboração de listas com novas pessoas( quiça mais competentes)e a novas eleições.
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