quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

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Troika de tópicos interligados

1 - A confirmar-se que os cabeças de lista das três principais forças políticas serão Carlos Carrão, Anabela Freitas e Pedro Marques, em Outubro próximo tenciono abster-me ou votar nulo, pela primeira vez desde o 25 de Abril. Não que sejam más pessoas, pelo contrário; apenas porque padecem de dois óbices, que considero inultrapassáveis: A - Pelo simples facto de se candidatarem, quando não fazem a menor ideia daquilo que os espera, revelam incapacidade para bem desempenhar o cargo, ou de categoria para representar o concelho. B - Conquanto pertençam a formações políticas diferentes, aquilo que têm feito e/ou dito permite concluir que partilham a crença implícita segundo a qual cada cidadão mais não é que uma espécie de "caga-euros", para sustentar o aparelho de Estado e os devaneios dos senhores autarcas. Em conclusão, se me é permitida uma comparação, parece-me que ao aceitarem ser cabeças de lista no actual contexto, os três candidatos estão numa posição semelhante à minha, caso me inscrevesse na próxima meia-maratona de Lisboa. Ou nas três léguas do Nabão. Alguém apostaria na minha vitória?

2 - É o novo achado da política portuguesa. Do senhor Presidente da República ao mais humilde parlamentar, todos concordam -sem crescimento económico é impossível criar emprego, reduzir impostos ou afrouxar as medidas de austeridade. Mas isto é economia política elementar. E por assim dizer redundante. Importante seria explicar designadamente A - Como se desencadeia o crescimento económico; B - Como se pode incrementar o crescimento económico; C - Uma vez conseguida a retoma económica e o seu incremento, como mantê-la. 
A bem dizer, ninguém sabe com precisão. Nem o celebrado Paul Krugman. Há umas ideias, alguma experiência e pouco mais. O que é pouco. A prová-lo o caso japonês. Com um défice superior a 200% do PIB, juros a menos de 1%, mão de obra altamente qualificada, ensino superior de primeira qualidade, população educada e disciplinada, larga experiência em sectores de ponta e um impressionante conjunto de infraestruturas moderníssimas, há mais de 20 anos que busca em vão um crescimento superior a 1%. Porque será?

3 - Temos uma comunicação social assaz curiosa. Quanto a alinhamento de notícias, estamos quase como no tempo da outra senhora, quando Raúl Solnado proclamava: "Não senhor, não há censura nenhuma! Cada um compra o jornal que quer! Dizem é todos o mesmo!" Quarenta anos mais tarde, já alguém leu nos jornais, ou viu na TV, alguma notícia recente sobre Chipre? Não, pois não? E no entanto, para as bandas de Nicósia, capital da pequena república mediterrânica, com 900 mil habitantes, na União Europeia desde 2004, estão a acontecer coisas importantes.
Tendo solicitado em Julho auxílio externo, no montante de 11 mil milhões de euros, as negociações ainda continuam com a Comissão Europeia, agora para um total de 17 mil milhões de euros. Aguardava-se um acordo antes de 21 do corrente, data prevista para a próxima reunião dos ministros das finanças da zona euro, mas ontem soube-se que a UE só tomará uma decisão em Março, após as eleições presidenciais cipriotas, a ter lugar no próximo mês. 
Entretanto o governo de Nicósia, apesar de ter obtido um importante empréstimo russo, já foi forçado a usar recursos dos fundos de pensões para poder liquidar os vencimentos de Dezembro aos funcionários públicos.
Motivo do adiamento decidido pelos 27: o governo cipriota recusa privatizar as empresas públicas e os técnicos da UE consideram que sem isso nada feito.
O presidente cipriota e o seu governo são membros do Partido Comunista de Chipre.


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