segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

DIAGNÓSTICO DAS MALEITAS TOMARENSES


TOMAR: UMA SOCIEDADE AMORFA, HABITUADA A QUE TUDO POR ELA DECIDÍSSEM

A realidade tomarense apresenta-se com grandes contrariedades económicas e sociais. Tomar depende do funcionalismo público, mas num tempo de simplificação de serviços, é uma dependência com poucas probabilidades de sucesso. Os grandes empregadores são neste momento a autarquia e os ministérios da defesa, da saúde, da educação e do ensino superior. Todos estes organismos terão como provável tendência a redução de funcionários.
Por outro lado, é muito difícil que nasçam crianças num concelho como o nosso, que os jovens abandonam em busca de melhores paragens. Deverá por isso haver uma redução acentuada do número de alunos e no caso do ensino superior esta situação obrigará porventura a uma contracção de equipamentos. Até que ponto saberá e terá capacidade o "nosso" politécnico para sobreviver ?
É urgente percebermos que Tomar definha todos os dias. Difíceis são os tempos que o concelho atravessa e que pouco têm a ver com a crise que cruza o mundo. Poucas abertas se vislumbram para o nosso futuro, num mundo cada vez menos proteccionista e mais competitivo. Uma sociedade amorfa, habituada a que tudo por ela decidíssem, o concelho de Tomar deu-se mal com a democracia. O amorfismo perdurou e congelou-nos num orgulho vão e bacoco. No mínimo, durante as duas últimas décadas, nunca a autarquia soube ser liderante, aglutinadora e inspiradora. Tem agido sem planos, sem estratégia, sem capacidade de orientar a comunidade. Nunca soube indicar o caminho e agravou as dificuldades com o aumento da despesa e da dívida, pagando obras espúrias e insensatas.
E aqui estamos agora, com uma autarquia pesada, desorganizada, enferrujada, sem filosofia conceptual, e hipotecada, que terá como primeira grande missão corrigir os erros cometidos, sabendo que alguns não têm correcção possível.
A obtenção de fundos comunitários não pode ser um fim em si mesmo, porque obrigam ao comprometimento de verbas próprias e consequentemente do endividamento. A câmara de Tomar terá de arrepiar caminho e definir quanto antes um rumo, claro para todos.
Este é o ponto de partida. Agora há que definir de vez onde, como, porquê e com quê, queremos chegar enquanto comunidade.
Por Tomar e com os tomarenses !
Após a leitura do texto acima, muitos leitores pensarão, como habitualmente, que estou a ser demasiado duro com os nossos autarcas, e que esta dureza resulta de um doentio comportamento de mau perdedor. Alegarão até que as sucessivas maiorias PSD podem ter cometido alguns erros, mas globalmente têm tido actuações positivas. Caso contrário, os socialistas não teriam assinado um acordo de coligação, que os vai comprometer irremediavelmente na presente e futura gestão laranja.
Pois quem assim pensou, pensou mal ! O referido texto é uma condensação do discurso de Hugo Cristóvão, presidente dos socialistas locais, líder da bancada, deputado municipal e signatário do tal acordo de coligação. Foi lido na recente sessão da Assembleia Municipal, perante a indiferença geral, podendo ser consultado no seu blogue algures aqui por quem eventualmente tenha dúvidas.
Como se pode constatar, ainda a procissão não saiu sequer da igreja e já os rosas dizem cobras e lagartos dos seus parceiros, com toda a pertinência, refira-se de passagem. A citada peça parece-nos um excelente diagnóstico, quiça incompleto, das maleitas locais, focando até parte do que não deve ser feito. Com esta corajosa intervenção política, que não teríamos qualquer reserva em subscrever, fica agora a faltar apenas a indicação da indispensável terapêutica. E aí é que a porca torce o rabo. Basta lembrar que, na mesma sessão, os socialistas votaram em bloco com os laranjas contra a moção em defesa da Janela do Capítulo, cuja limpeza foi decidida em Lisboa, como sempre. Para quem tinha, pouco antes, criticado com palavras duras "uma sociedade amorfa, habituada a que tudo por ela decidíssem", não está nada mal, não senhor ! E mostra uma grande coerência política ! Digo eu...

10 comentários:

Arre Burro... Que amanhã é sábado disse...

Tomar só tem o que merece!

IM

Anónimo disse...

Então não se está mesmo a ver que o moço está já a redigir os manifestos para as próximas e visiveis eleições na nossa autarquia? Talvez se tenha é enganado no timing de publicação do texto...

Pensamentos soltos disse...

Se ouvir-mos o fado do Zé Português, ficamos a pensar que passou um ciclone bravio por Tomar e que virou tudo ás avessas.

Anónimo disse...

RESPOSTA A ISABEL MILICIANO

Pela sobranceria, e porque não arrogãncia, da sua felizmente curta mensagem, parece que Tomar perdeu uma oportunidade de ouro ao não a ter elegido nas últimas eleições.
Não lhe reconheço méritos que a possam classificar como emérita munícipe. A sua cultura é básica, tal como a sua educação cívica. Seria "o fim da macacada" se você fosse eleita fosse para que cargo fosse, e se esse infeliz cenário se concretizasse duvido que a expressão "Tomar tem o que merece" perdesse acuidade...

Anónimo disse...

Há uma rapaziada dita socialista, que por acaso até são os responsáveis pela estrutura concelhia do PS, que tem o dom da bivalência sempre que dá jeito.
Ora são uma coisa e o seu contrário.
Para eles os fins justificam os meios. Por quem os sinos dobram!!!
Quando forem chamados para a próxima luta autárquica, muita gente vai morrer a rir com as cambalhotas a que iremos assistir e que estes "socialistas" (taxistas) já nos habituaram.

Anónimo disse...

Concordo com o post anterior.
Bastou vê-la, em apresentação semi-pública com presidente Paiva, vereadores (ela, então, incluída nesse rol), chefias da autarquia e jornalistas aquando do início da revisão do PDM, em pleno Salão Nobre, a ferrar valente sorna. Só faltava ressonar e outros actos menos dignos do acto de dormir.

Anónimo disse...

Tomar só tem o que merece Isabel Miliciano? Realmente, nessa sua mensagem depreende-se que Tomar ficou a perder por não a ter escolhido... Que falta de humildade, que arrogância, que pessoa tão convencida que a senhora é... Mas o que fez a senhora pelo concelho no tempo em que esteve na autarquia? Ou o que tem feito nos últimos tempos por quem a rodeia? Tenha um pouco de vergonha e deixe-se estar no seu casulo. Lá dentro, pelo menos, quando lhe cair a máscara, não terá tantos problemas porque poucos a vão ver tal como é...

Anónimo disse...

Tomar, mais propriamente os tomarenses, ainda está num estado bastante retrógrado no que respeita à aceitação da opinião do "outro".
Qualquer raciocínio que seja tornado publico, mesmo através da blogosfera, ou mera opinião, sobre o estado actual da política em Tomar, que é caótico, eis que logo surge um educador malcriado a insurgir-se e a focalizar a "raiva" no plano pessoal, ofendendo a honra a que as pessoas têm direito.
Isto só é possível porque vivemos numa república das bananas.

Anónimo disse...

O texto do Hugo Cristóvão não é mais do um texto vincado pelo servilismo partidário ao seu mentor, luís ferreira, que é também o criador de uma personagem de ficção, chamada Hugo Costa. Os dois completam-se como figurantes de uma peço de "teatro" com uma história vincada pela mesquinhez intelectualóide de ambos.
Um dia destes vamos tornar público o INDEX (livro das obras proibidas) que o PS local elaborou para não promover os seus eventos junto dos militantes descontentes com o rumo da concelhia.
O tempo acabará por repor a verdade e aí se verá de que lado é que a razão tem estado.
Até lá brinquem com o fogo porque será nela que se queimarão.

Anónimo disse...

Tomar teve uma oportunidade flagrante para retirar o palco político a Miguel Relvas. Depois da líder do PSD o ter descartado, como incompetente para o cargo de deputado, O povo de Tomar deu de bandeja a possibilidade de os "políticos" nabantinos retirarem a presidência da assembleia municipal a esse senhor. Mas, para descontento de muitas almas, que primam pela transversalidade das ideias, o PS de Tomar vergou-se e vendeu-se aos interesses do senhor Relvas que coincidem, até prova em contrário, com os interesses do senhor Luís Ferreira, pois fora da política são uma "grande nóia".
Apelo aos actuais líderes da concelhia do PS que continuem assim, porque essa é seguramente a melhor apólice de seguro de vida para as alternativas que já se estão a construir fora dos aparelhos partidários.