Uma vez que se deixou de falar no hotel de charme, de pelo menos quatro estrelas, no Convento de Santa Iria e anexos, fomos à procura de outros aspectos charmants para fotografar. Não houve necessidade de andar muito. A cem metros dos Paços do Concelho há matéria para muitas fotografias típicas de Tomar.
Alguns cidadãos terão ficado surpreendidos (e outras coisas) com a votação de ontem, que rejeitou o apelo-moção "Salvar a Janela do Capítulo". Não foi o nosso caso. Andamos por aí e julgamos entender algo do que se passa na verdade, tanto na cidade como no concelho. Em 35 anos de regime aberto, o poder local aproveitou para se instalar devidamente e, salvo honrosas e raras excepções, esteve-se nas tintas para o resto. Os próprios Paços do Concelho são um exemplo flagrante de tal estado de coisas. Após as dispendiosas obras, eleitos nomeados e funcionários ficaram com imensos gabinetes, mobiliário último grito, casas de banho modernas, ar condicionado, etc. Quanto aos cidadãos, é o que se sabe. Até deixaram de ter lugar sentado nas sessões da Assembleia Municipal, ao invés do que ocorria antes das referidas obras. Ainda ontem os trabalhadores da IFM/PLATEX, que não eram assim tantos, tiveram de aguentar em pé que os senhores eleitos resolvessem votar uma moção de apoio. Enquanto isto, os senhores eleitos e os senhores jornalistas dispunham de amplos e confortáveis lugares sentados.
Pergunto ao vento que passa/Notícias do meu país/O vento cala a desgraça/O vento nada me diz. Tal como neste poema de Manuel Alegre, também em Tomar O povo cala a desgraça/O povo nada me diz. Velhos hábitos. A única coisa que continuo a não entender cabalmente é o inopinado embarque do PS local nesta estranha viagem rumo ao inevitável naufrágio. O que terá levado a publicitada "Geração Tomar" a transformar-se na "Geração Somar" ?
7 comentários:
Boa tarde António Rebelo,
Eu sou o primeiro a aplaudir a sua preocupação e empenho na preservação do património tomarense, de Tomar-cidade e do concelho, e subscrevo muitas das suas rubricas, aliás geralmente muito bem ilustradas com as fotografias que vai captando.
No entanto verifico que as suas mensagens vão recolhendo cada vez menos atenção dos visitantes do seu blogue, e por isso cada vez são menos as intervenções. Não quero com isto dizer que os seus trabalhos não sejam válidos, actuais e sensíveis. Acho é que o tema se está a tornar por demais repetitivo, ameaçando transformar o seu blogue apenas em espaço de leitura e não de intervenção como seria suposto e julgo ser a sua pretensão.
Para mais, acontece que aqui em Tomar se está a atravessar um período assaz conturbado com o drama que é o encerramento de empresas como foram os casos recentes das firmas João Salvador, Lda., Tipografia Nabão e Platex cuja insolvência foi pedida. Estes factos são deveras perturbadores da vida em Tomar pelas consequências económicas que arrastam, sobretudo a Platex, o caso mais noticiado, que empregava cerca de 220 trabalhadores efectivos e que detinha uma posição no mercado invejável, gerando algumas dezenas e milhões de euros anualmente. Se se confirmar o encerramento destas duas últimas empresas - já que a João Salvador tem o futuro decidido - o concelho caminha para a ruína económica e social, com a debandada dos mais novos por falta de oportunidades.
Julgo que estes factos assumem relevância no actual momento, daí não me ser difícil perceber que as atenções do comum cidadão estejam mais desviadas dos assuntos que propôes no seu blogue e mais concentradas nos problemas sociais presentes e prementes da nossa terra.
É por isso que lhe lanço o repto de, não esquecendo os assuntos que mais o possam sensibilizar, passar a dedicar também algum do seu espaço e esforço aos problemas do nosso quotidiano, e neste particular, ao drama socio-económico que está a abater-se sobre Tomar
OBRIGADO.
Boa tarde António Rebelo,
Eu sou o primeiro a aplaudir a sua preocupação e empenho na preservação do património tomarense, nas suas chamadas de atenção para aquilo que vai indo menos bem na cidade e no concelho, e subscrevo muitas das suas rubricas, aliás geralmente muito bem ilustradas com as fotografias que vai colhendo.
No entanto verifico que as suas mensagens vão tendo cada vez menos atenção por parte dos visitantes do seu blogue, e por isso cada vez são menos as intervenções. Não quero com isto dizer que os seus trabalhos não sejam válidos, actuais e sensíveis. Acho é que o tema se está a tornar por demais repetitivo, ameaçando transformar o seu blogue num simples espaço de leitura e não de intervenção como seria suposto e julgo ser a sua pretensão.
Para mais, acontece que aqui em Tomar se está a atravessar um período assaz conturbado com o drama que é o encerramento de empresas como foram os casos recentes das firmas João Salvador, Tipografia Nabão e Platex cuja insolvência foi pedida. Estes factos são deveras perturbadores da vida em Tomar pelas consequências económicas que arrastam, sobretudo a Platex, o caso mais noticiado, que empregava cerca de 220 trabalhadores efectivos e que detinha uma posição no mercado invejável, gerando algumas dezenas de milhões de euros anualmente. Se se confirmar o encerramento destas duas últimas empresas - já que a João Salvador tem o futuro decidido - o concelho caminha para a ruína económica e social, com a debandada dos mais novos por falta de oportunidades.
Julgo que estes factos assumem relevância no actual momento, daí não me ser difícil perceber que as atenções do comum cidadão estejam mais desviadas dos assuntos que propôe no seu blogue e mais concentradas nos problemas sociais presentes e prementes da nossa terra.
É por isso que lhe lanço o repto de, não esquecendo os assuntos que mais o possam sensibilizar, passar a dedicar também algum do seu espaço e esforço aos problemas do nosso quotidiano, e neste particular, ao drama socio-económico que está a abater-se sobre Tomar
OBRIGADO.
Estou inteiramente de acordo consigo. Mas que posso eu fazer ? Disse que me candidatava, fui a votos e perdi. Afirmei e afirmo que tenho um plano susceptível de começar a desatascar Tomar, ninguém ligou, nem liga. Devem estar convencidos de que é só conversa. Como se eu ainda tivesse idade para tais atitudes. Escrevo, e volto a escrever, que estamos a caminhar para a ruína, e népia. Acuso os eleitos de nem coiso, nem sairem de cima, silêncio profundo. Que mais posso fazer ? Pegar em armas não ! Já estive numa guerra sem querer, e chegou. Descer a Corredoura à Pai Adão, com um cartaz a pedir o apoio dos tomarenses amigos da sua terra ? Começo a pensar nisso. E se soubesse que resultava, era já amanhã.
Uma coisa é certa, no meu entender -Os membros da actual maioria 3+2 são todos muito boas pessoas, mas ainda não entenderam que mudámos de época. Por isso, com eles não vamos a lado algum, a não ser para o abismo da irrelevância.
Cumprimentos,
António Rebelo
Tudo devidamente ponderado, julgo que a presente situação tomarense pode ser resumida em poucas palavras: Como vivemos num regime livre, não se pode fazer nada contra ou sem os tomarenses. Infelizmente, com os tomarenses também não.
Umas semanas atrás, comentando um dos seus artigos sobre a fraca adesão ao APELO sobre a "JANELA", escrevi:
"(Estas coisas de APELOS e PETIÇÔES da sociedade civil são mais contundentes com os instalados do que se imagina. O resultado está à vista.... )".
Nos últimos dias caíram no seu blogue alguns comentários muito ilucidativos do estado da nossa Democracia Local, a comprovar que o seu combate é bom, necessário e adequado aos dias que vivemos. O meu aplauso pelo seu empenhamento cívico, numa terra que continua a ser minha também.
Refiro-me, por ex., ao da Senhora Licenciada, do IPT, que me deixou danadíssimo..., passando-me um certificado de ignorância, bem como aos outros subscritores do APELO, falhos de capacidade de "discernimento", atingindo-me especialmente, como subscritor que não é dótôr, condenado, irremediavelmente, ao discernimento empírico... como as "Senhoras da limpeza" , aludiu - podia ter escrito "Senhores...", ainda melhor, "Trabalhadores de serviços de limpeza" que incluem os dois géneros. A Senhora Licenciada, de posse de um raciocínio, quiça científico, poderia ser mais moderada e pedagógica (pelo menos para os que não têm o privilégio de uma formação superior e que tantas façanhas deles aguardam...)
É bom que se diga que os textos sobre a JANELA aqui produzidos, foram, na minha opinião (li-os com a humildade de quem pretende aprender), bem fundamentados, com práticas más e boas, relacionando-as com o que a ciência tem introduzido nesses trabalhos, com apresentação de exemplos concretos. a que não faltou retrospectiva histórica. Logo, o APELO não resultou de mera intuição de que, seja qual for o processo de limpeza, resultará em catástrofe.
Refiro-me também ao comentário pidesco e ameaçador, devido às suas incursões para cocar anomalias nas obras pagas com dinheiros públicos.
Refiro-me ainda a um comentário (e outros anteriores) a solicitar a sua intervenção na vigilância e denúncia de situações anómalas. Muito Significativo!!!
Refiro-me, finalmente, ao voto do poder instituído contra o APELO (no fundo foi isso) para proteger a Janela do Capítulo. Terá o Dr. Curvêlo de Sousa convidado o autor e alguns subscritores (há, entre eles, doutores, engenheiros, arquitetos, etc., e até identifiquei um catedrático) para valorizar o APELO e esclarecer devidamente as preocupações nele levantadas? Democracia é democracia.
Continua........
....... Continuação
Estes exemplos revelam que o nosso sistema partidário está doente, vem apodrecendo a democracia, nas mãos de bandos à solta que se confrontam entre si apenas pelas cadeiras do poder e, naquilo em que se unem, depositam pensamentos e estratégias contrárias, de outros tempos; mas revelam também o desdém pela voz da sociedade civil. As leis, os deveres e os direitos até estão consignados, mas....
Tive oportunidade de ver, entre outros, o filme "Petition" exibido recentemente na DOCLISBOA, filme de Zhao Liang, premiado.
As trafulhices e cumplicidades cometidas por detentores de cargos públicos e funcionários do Estado, originando Petições de cidadãos e comunidades, levavam os mancomunados prevaricadores a exercerem uma vigilância cerrada sobre as suas vítimas, passo a passo, e quando os lesados se deslocavam para os respectivos organismos oficiais para apresentarem as suas petições, pedindo... a reposição da legalidade, tinham a esperá-los, pelo caminho, antes de entrarem nas instalações, esses corruptos que amedrontavam, chantageavam e agrediam (nalguns casos assassinavam) as suas vítimas, para que o "papel" não fosse apresentado, com receio de serem punidos. Os peticionários não tinham quem falasse por eles, quem denunciasse: partido, imprensa e servidores do Estado confundiam-se, irmanados no mesmo interesse. Certo, estamos a falar da China, partido único, tudo controlado. Salvaguardadas as devidas distâncias... e diferenças, a nossa democracia está a atolar-se neste charco miserável.
O nosso sistema partidário também não gosta nada de apelos e petições, porque o seu objectivo essencial é reivindicar a reposição de legalidade, onde foram (ou poderão ter sido) cometidos actos ilícitos.
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Termino, desejando-lhe um Feliz Natal.
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NOTA FINAL: Subscrevo quase totalmente o comentário das 15H29.
Como mera sugestão.
Como dizia o outro, preso por ter e por não ter, se não se faz é porque não quer saber e não tem motivação não faz nada, se faz gasta o dinheiro dos outros em coisas banais e sem fundamento, que rico povo que somos!
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