ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

Começamos com uma citação que nos parece importante, porque  muito adequada aos tempos que correm, sobretudo aqui pelas bandas do vale do Nabão: "A democracia deixou de funcionar com base na confiança e no cheque em branco. Funciona hoje com base na desconfiança e no escrutinio permanente. Os líderes políticos que pensam que, porque ganham eleições, representam toda a sociedade e têm um mandato que podem executar de qualquer modo, vivem num mundo que já desapareceu há muito, e acabam, mais tarde ou mais cedo, por pagar duramente essa ilusão." Manuel Maria Carrilho, DN de 11/11/10, página 55. Quem vos avisa, vosso amigo é!

E vamos ao TEMPLÁRIO, esta semana com uma página a lembrar o velho oeste americano, ou pelo menos o Rio de Janeiro actual. "Idosa agredida e roubada, Mais casos de violência sobre menores, Vandalismo não pára, O fim da Adega", é realmente muito tempestuosa a atmosfera tomarense. Ainda para mais, a última página não é nada animadora: "Morreu depois de ter alta do hospital". Valha-nos Deus, se puder!

Além deste jornalismo de incidentes e acidentes, o semanário dirigido por José Gaio publica  a carta enviada por Luís Ferreira aos militantes socialistas, (página e meia do jornal),  na qual explica a sua actuação enquanto vereador dos pelouros que agora lhe foram retirados, a pretexto do vulgarmente designado "caso Lobo Antunes". Há por aí quem sustente, contra toda a evidência, que Tomar a dianteira defende ou protege o ex-vereador do turismo e da cultura. Que se há-de fazer? Nada, uma vez que, como é do domínio público fora desta urbe, os tomarenses são em geral cidadãos de ideias fixas. Em todo o caso, e seja o que for que venham a deduzir, é nossa obrigação realçar na missiva de Luís Ferreira a sua frontalidade e franqueza, duas qualidades que por estes lados são defeitos. "...O escritor nunca até hoje criticou, nem sequer ligou às reconhecidas infelizes opiniões que escrevi no facebook..." Pense-se o que se quiser, ter/se/a e admitir que até agora nenhum político local teve a coragem de dar assim o braço a torcer.

O MIRANTE, para além de prosseguir na sua habitual campanha anti-Rosa do Céu, insiste pesadamente e de forma anacrónica no "Caso Lobo Antunes". Na habitual crónica  "emails do outro mundo", Luís Ferreira continua a ser o bombo da festa, muito provavelmente por sugestão de quem com ele combinou a posterior coligação que vai fazendo de conta que nos governa: "Parece que o escritor António Lobo Antunes vai no dia 13 de Novembro a Tomar. Parece, sublinho eu, porque, não vá o Diabo tecê-las e o autor voltar a deixar os admiradores nabantinos pendurados, como aconteceu da outra vez. Pelo sim pelo não, ao que consta já terão amordaçado e algemado o vereador Luís Ferreira (como os gauleses da aldeia de Astérix faziam ao bardo da terra), na sala do capítulo do Convento de Cristo, para evitar mais problemas políticos oriundos das opiniões do reputado autarca socialista.

Como já deves saber, a excêntrica coligação PSD/PS que governa a Câmara de Tomar esteve por um fio depois disso porque o presidente da Câmara, que é do PSD, retirou os pelouros da Cutura e do Turismo ao socialista Luís Ferreira. A santa aliança abanou mas não caiu, porque se juntou a fome à vontade de comer. O PSD espicaçou o PS para ver se este se punha na alheta. Mas os socialistas, que já não viam o padeiro há mais de uma década, preferiram ficar com umas migalhinhas de poder autárquico a armarem-se em heróis na oposição."

 E assim os tomarenses continuam a desempenhar o papel de palhaços no circo regional...

CIDADE DE TOMAR destaca o encerramento anunciado da Adega Cooperativa, ao cabo de mais de 50 anos de existência, ao que dizem as más-línguas devido à péssima gestão de um ex-autarca PSD de relevo. O outro tema importante são os novos esgotos das Ruas de Gil de Avô e Silva Magalhães, a demonstrar mais uma vez que a principal preocupação das recentes obras de saneamento não era afinal resolver velhos problemas, mas apenas sacar dinheiros europeus a qualquer custo. O outro exemplo flagrante é a inútil requalificação do caminho pedonal Cidade-Castelo, através da Mata, que nenhum turista utilizará, não só por evidente desconhecimento mas também porque o portão da Torre da Condessa continua fechado, pelo que a referida via não tem afinal qualquer ligação ao monumento. Dado que uma desgraça nunca vem só, apesar de os senhores terem alegado como justificação para o dinheiro gasto num espaço que nem sequer é gerido pela Câmara, que o objectivo principal era canalizar os esgotos do Convento que correm para a Mata a céu aberto, a verdade é que até isso falhou. Como o IGESPAR se retirou logo no início da parceria, alegando falta de verbas, a referida ligação nem sequer pode ser feita enquanto a entidade que gere o Convento não fizer a parte que lhe compete. Nestas condições, além de terem presenteado os tomarenses com uns sanitários dotados de recepção ( caso único no país),  que todavia continuam fechados, se calhar por falta de recepcionista para dar entrada aos requerimentos, as obras orçadas em 190 mil euros = 38 mil contos, serviram afinal para quê?!

Na última página do semanário de Antonio Madureira, temos mais um achado da actual gerencia laranja. Após o Parque Temático, o Hotel de Charme e os Campos de Golfe, agora vamos ter direito às mini-hídricas. Uma pessoa lê cada coisa! Então não se está mesmo a ver que além de o projecto meter água, semelhante ideia traz água no bico?!