A tal mania das grandezas, ou "Toca a gastar, que a ordem é rica, os frades são poucos e o dinheiro não é nosso." O assunto já aqui foi abordado, mas como o PÚBLICO-CIDADES de hoje publica um bom trabalho sobre o tema, resolvemos alargar a abordagem. Tal como no nosso post anterior trata-se de demonstrar, mais uma vez, apoiado em dados oficiais incontroversos, que os nossos autarcas da transitória maioria não sabem, de facto, o que andam a fazer em termos de gastos, assim nos arrastando inexoravelmente para a ruína, ao mesmo tempo que mantêm os potenciais investidores à distância. Nenhum empresário responsável escolhe para se instalar um concelho gastador, cujos autarcas não sabem gerir capazmente os recursos disponíveis. E até pretendem realojar mais de meia centena de ciganos na Zona Industrial!
Nesta peça do PÚBLICO, das 18 capitais de distrito, só 10 gastam mais do que Tomar, que não é capital de distrito, com as iluminações desta quadra festiva. A saber: Braga/50 mil euros/150 eleitores, Bragança/52 mil euros/37 mil eleitores, Viana do Castelo/44 mil euros/ 87 mil eleitores, Porto/104 mil euros/232 mil eleitores, Coimbra/90 mil euros/128 mil eleitores, Lisboa/846 mil euros/525 mil eleitores, Setúbal/66 mil euros/ 101 mil eleitores, Faro/70 mil euros/55 mil eleitores, Funchal/60 mil euros/107 mil eleitores, Ponta Delgada/40 mil euros/61 mil eleitores.
As restantes oito autarquias capitais de distrito, não pagam iluminações, ou gastam menos do que Tomar. Assim sendo, duas conclusões são desde já possíveis: A - Em termos de despesa, Tomar integra um grupo -o das capitais de distrito- ao qual não pertence administrativamente; B - Em termos de rácio despesa/eleitores, só Bragança consegue fazer ainda pior do que nós: 52 mil euros para 37 mil eleitores.
No que concerne às restantes localidades da amostra, que gastam tanto ao mais do que Tomar, só Albufeira/70 mil euros/30 mil eleitores, capital turística do Algarve, com mais de quatro dezenas de unidades hoteleiras, consegue ser mais gastadora do que Tomar/40 mil euros/39 mil eleitores, que tem menos de uma dúzia de unidades hoteleiras e recebe anualmente menos de um quinto dos turistas daquela estância algarvia.
Conclusão: Vivá megalomania! Vivá bazófia! Vivá farronca! Vivam as afigurações! Arrota pelintra! Faz-te lorde! Até que haja quem pague...
5 comentários:
A racionalidade económica mandaria não só suspender "luzes de Natal" como até repensar algum do gasto em iluminação pública.
Acontece que não faltaria quem reclamasse da "tristeza" da cidade, que o escuro era mais uma manifestação da crise, mais um sinal de incapacidade de atrair turistas e até os comerciantes eram capazes de dizer que, sabendo a tempo, eles próprios tratariam do assunto das luzes (isso já aconteceu).
Para tal ser aceite pacificamente era necessário haver um comportamento ético, coerente e responsável de todos, a começar nos mais altos dirigentes.
Não é a acumular reformas ou a obtê-las aos 49 anos, a antecipar pagamentos de dividendos de acções para (legalmente) fugir ao fisco, ir a Vigo com os tabuleiros(!) ou a comprar "Insignias" para uso particular que o povo entenderia esses cortes!
Sem norte, o sentimento popular é o de "logo se vê"!
Pedro Miguel
O amigo lembra-se do tempo, ainda recente, em que ninguém calava os seus amigos comerciantes, porque, cuns diabos, Câmara miserável, não acendia as ruas na próspera época natalícia?
Então agora, cum mais mil diabos, tudo está mal porque está bem acendido!
IRRA!QUE TERRA ESTA, QUE BENDITOS DESTES FILHOS TEM! Que eu não sou de cá, e estou de passagem; e dou graças por isso..
Como é que hão-de saber se gastam o dinheiro. Não são gestores, alguns nem sequer têm formação e educação, o que queriam? Gestores existem nas autarquias como subalternos em funções administrativas sem ter nenhuma oportunidade ou sequer serem ouvidos com ideias. É o triste quadro de uma obra sem fim.
Abraços.
O Polvo do Nabão!
Já que não há pilim para as iluminações de Natal,ao menos arranjem uns eurecos para iluminar a tolinha do Sr.Dr.Prof.
Tirem-no das trevas em que mergulhou,por alminha do que de mais sagrado houver.
Bem hajam.
...e rezem-lhe um Padre Nosso...por antecipação!
Serviço adiantado não mete pressa.
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