terça-feira, 16 de novembro de 2010

AS VERDADES INCÓMODAS

É típico das sociedades pouco evoluídas, como a tomarense em particular, estarem cada vez mais longe dos patamares dianteiros do progresso, nos seus múltiplos campos. Tal como também é característico dos cidadãos destas sociedades, salvo raras excepções, só aceitarem as realidades, tal como elas são, tão tardiamente, que nessa altura já as mesmas mudaram. Assim vem sucedendo e sucede com a violenta crise económica, sem precedentes desde os anos 30 do século passado.
Julgando-se num oásis nos primórdios da hecatombe económica, Portugal e Tomar estão agora no olho do furacão, com os portugueses em geral e os tomarenses sobretudo a aguardarem que a tempestade passe e regressem os tempos bonançosos. Só que entretanto, enquanto não se convenciam da gravidade dos problemas económicos e continuavam a fazer asneiras como se nada fora, o contexto internacional, nacional e local mudaram. A crise já não é mundial, afectando agora apenas alguns países europeus, todos do sul, salvo a Irlanda e a Islândia, bem como os Estados Unidos. E sendo nacional, com o país e o governo na berlinda, não afecta por igual todos os concelhos. Há cidades em franco progresso, com projectos sólidos e sem problemas de tesouraria, enquanto outras vão sendo arrastadas para o futuro a contragosto e às cegas. É o caso de Tomar, claramente à deriva num oceano cada vez mais encapelado.
Tal como o governo Sócrates insiste no TGV Lisboa-Madrid, apesar de tolhido de pés e mãos pela oposição, pela UE, pela opinião pública, e até por alguns membros do seu próprio governo, como por exemplo Luís Amado e Teixeira dos Santos (não por acaso ambos economistas), a câmara de Tomar também tenta fazer finca-pé em empreitadas megalómanas e mal enjorcadas, herdadas do império Paiva, contra tudo e contra todos. Porque não tem alternativas.
Tal como Sócrates, cuja permanência no governo só pode prejudicar cada vez mais a ultrapassagem da crise, assim os membros da actual câmara de Tomar, agarrados ao poder como lapas à rocha, só contribuem para prejudicr cada vez mais a cidade e o concelho, prolongando e agravando inutilmente muitos sacrifícios individuais, só para proveito pessoal de meia dúzia.
Para os habituais lambe-botas sempre de serviço, convencidos de que vivemos num paraíso, governado pelos mais sábios e os mais competentes, avança-se uma comparação ao alcance de todos. Assim como Tomar perdeu as suas indústrias no século passado, a Covilhã também perdeu as suas fábricas de lanifícios. Ambas eram cidades pequenas, simples concelhos do interior, quando foram contempladas pelo governo ditatorial anterior ao 25 de Abril com estabelecimentios de ensino politécnico - os primeiros do país. Graças à capacidade dos covilhanenses e à manifesta boa vontade dos albicastrenses da sua capital de distrito, quarenta anos volvidos, o ex-Instituto Politécnico da Covilhã é agora a florescente Universidade da Beira Interior, uma instituição académica reputada que até já conta com uma moderna faculdade de medicina. E o concelho tem crescido a olhos vistos, ultrapassando já os 60 mil habitantes.
Inversamente, vítima da atitude videirinha e asquerosa de Santarém, mas também e sobretudo da mediocridade tomarense, com as suas rivalidades mesquinhas e saloias, os seus compadrios, as suas empenhocas e os seus arranjinhos, o Instituto Politécncio de Tomar, implementado e autonomizado após vários percalços, está como se sabe e não adianta comentar. E o concelho de Tomar, em vez de crescer, definha à vista desarmada.
Sendo as coisas aquilo que são, se a nível nacional o governo Sócrates (sobretudo o próprio primeiro-ministro) passou a estar a mais, constituindo o principal obstáculo no caminho para se conseguir iniciar a recuperação da actividade económica; a nível local, quanto mais tempo se mantiver no poder a actual maioria relativa, mais se agravarão os problemas dos tomarenses. E os dois eleitos socialistas são os únicos sustentáculos de tal situação aberrante, faltando apenas saber se virão ou não a ser punidos pelo eleitorado, numas eleições autárquicas, cada dia que passa mais urgentes e indispensáveis. Para que a cidade e o concelho possam, enfim, tomar a dianteira, rumo ao progresso!

11 comentários:

Anónimo disse...

Isto é uma vergonha. Inadmissível.

Alguém me contou este fim de semana em Tomar que um vereador a tempo inteiro custava à autarquia cerca de 900 contos por mês. Não acreditei, ele fez contas de cabeça, ordenado + cartão de crédito + viatura própria + telemóvel + respectivos impostos pagos pela autarquia, etc. e mesmo assim tomei como exagerado o valor. Não podia ser. Não podia ser. Não podia ser.

Afinal parece que pode.

A responsabilidade é do presidente da câmara. Não tem vergonha?

O interessante era conseguir a publicação dos nrs. telefone para que ligaram..., uma vez que os telemóveis são de serviço público.

Esta bandalheira deve ser comum na maioria das 308 câmaras.

Cachopos, uma garotada.

De facto, rua com eles é a solução.

Anónimo disse...

O que se pode na realidade em Tomar e devemos questionar é o custo/ benefício de tantos vereadores a tempo inteiro.
Temos os do PSD todos (3) mais os do PS (2) a tempo inteiro será necessário?
O que ganha o concelho com tanta gente a tempo inteiro, mais secretários e assessores.
Nada pelo que vemos.
O PSD ganhou mas teve de fazer negócio com a oposição no caso, os do PS aceitaram apoiar o PSD a troco dos vereadores a tempo inteiro, mais um lugar nos SMAS, mais dois secretários. E o concelho nada ganhou neste ano, antes pelo contrário. No caso agora temos até um vereador, só para a Protecção Civil. Isto é brincar e gastar o nosso dinheiro, mas parece tudo bem para alguns, isto é normal, mesmo em tempo de crise.
Nas próximas eleições se pelo menos alguns eleitores tiverem memória, vão penalizar o PSD e o PS, tanto mais que as telenovelas ainda se aonde repetir, até ás próximas eleições e as caneladas do PS e do PSD, vão ser até engraçadas, não fosse o caso de estarem a tramar Tomar.
Tenham dó e no mínimo alguma vergonha.

Anónimo disse...

Pois é o eleitorado foi soberano e não ser podem queixar que não tinham alternativas. Espero que tenham tirado ilações. Por ex: o Engº Bruno Graça na vereação faria toda a diferença.

Pode ser que numa próxima consulta ele tenha essa oportunidade. assim ele esteja disposto a isso !

Anónimo disse...

Consta que se está a preparar aí uma grande coligação dos Independentes + BE + CDU para tirar esta malta do poleiro e que o presidente da Junta da Junceira, o Américo é o candidato á Câmara consensual !

Anónimo disse...

Quanto a arranjinhos no IPT, o novo presidente (que era vice- presidente anteriormente) nomeou o presidente anterior (P.da Silva,reformado há vários anos) membro do chamado conselho da presidência. Sempre se arranjará telemóvel, gabinete, secretária carro e motorista para o ex-presidente reformado? A ver vamos.

Anónimo disse...

Uma aposta no Américo será meter a polícia na Câmara e arranjar um valente molho de bróculos para Paiva, Curvelo, Carrão, Vicente, Diogo, ZÉ Carlos, ferreira, Victorino, Monteiro, Perfeito, Guerreiro e outra macacada com responsabilidades no descalabro destes últimos anos!

Perde a Junceira!

Ganhará Tomar?!

Deus queira!!!!!!!!

Anónimo disse...

O povo começa finalmente a perceber que o país é só para uns tantos colados ao poder!

Anónimo disse...

Covilhã chegou longe também graças a um "filho" da terra chamado José Sócrates.
Nós temos o Miguel Relvas e ... é o que se vê.

P.M.

Anónimo disse...

"
o presidente da Junta da Junceira, o Américo é o candidato á Câmara consensual
"

Mais uma ave-rara.
Se ainda fosse o Padre Américo!

Anónimo disse...

O Américo. Porque não ?

As diferenças são abismais :

Os actuais são incompetentes, sem dinâmica e tachistas.

Com ó Américo tinhamos competência, dinâmica e principios de servir a causa pública em vez de servir-se da causa pública.

Américo á Presidência !

Anónimo disse...

DESFERREIREM-SE...