terça-feira, 9 de novembro de 2010

ATÉ QUE ENFIM!!!

Copiado da revista semanal do Correio da Manhã, com os nossos agradecimentos.

No âmago de uma crise que nunca mais dá mostras de começar a acabar; trinta e seis anos após o 25 de Abril; décadas após os outros países da UE; os cérebros ultradotados que nos deviam governar, caso não vivessem preocupados com outras coisas, como por exemplo a sua sobrevivência política; lá resolveram que os alunos do ensino básico, afinal sempre têm necessidade de aprender algumas noções elementares na área económica. Como por exemplo gerir as generosas mesadas atribuídas por pais magnânimos que, quando empresários, as retiram antes das receitas regularmente subtraídas ao fisco. Ou compreender que o dinheiro não é elástico. Ou ainda que as máquinas automáticas, vulgo multibanco ou ATM, só distribuem o dinheiro que primeiro foi depositado nas contas respectivas. Por outras palavras -Só dão pela frente o que antes lá foi posto pela rectaguarda.
É, porém, muito duvidoso que se venham a conseguir resultados práticos significativos. Como habitualmente, os docentes da futura disciplina -como bons portugueses que são- tenderão a usar a tradicional prática "manuelina" -ensinar o acessório, que o essencial é demasiado corriqueiro. É por isso que desde há muitos anos os alunos conhecem por exemplo o teorema de pitágoras, mas não sabem quanto são 7x6; sabem identificar a adjectivação em Eça de Queiroz, mas não sabem escrever; lêem os jornais desportivos de fio a pavio, mas ignoram quem é o vereador encarregado dos Mercados, por exemplo. 
Neste caso da economia rudimentar, basta atentar na chamada de título "vai passar a incluir matérias de gestão financeira", para ficar céptico. Tudo indica que, alguns meses após o início dos ditos cursos, vamos ter por aí George Soros, Warren Buffet, Nouriel Roubini, Ben Bernanke ou Paul Krugman às dúzias. Somos assim, que se lhe há-de fazer?! Ou oito ou oitenta! O meio termo raramente faz parte do nosso caldo cultural. É pena!

3 comentários:

REMÉDIOS RIBEIRO disse...

VAMOS DE MAL A PIOR

LEIAM O TEMPLÁRIO

"Carlos Carrão, vice-presidente da Câmara, assume os pelouros da Divisão de Animação Cultural, museologia e património cultural, enquanto Rosário Simões fica com o pelouro do turismo.
Estes pelouros haviam sido retirados ao vereador socialista Luís Ferreira, do PS, na sequência de afirmações insultuosas proferidas acerca do escritor Lobo Antunes.
O despacho de redistribuição de pelouros foi assinado na segunda-feira, dia 8, pelo presidente da Câmara, Corvêlo de Sousa"

sem comentários O TURISMO ENTREGUE A UMA CARA DE PAU E A CULTURA ISSO SIM FICAM A GANHAR OS RANCHOS E AS FESTAS POPULARES COM O GAGO ALDEÃO

Anónimo disse...

Ó Prof. Rebelo
Não deixa de ser muito curioso que, agora nesta situação de penúria económica em que já está e pior vai ficar este País, se vá ensinar aos alunos do ensino básico noções elementares na área económica.

Realmente, das duas três, ou se vai dar-lhes umas luzes para melhor perceberem a exploração desenfreada a que vão estar sujeitos quando forem maiorzinhos (com têm feito aos avós e aos pais)e criar mais uns tantos revoltados com o sistema; ou se vai ensiná-los a gerir aquilo que não há (ou só há para alguns aparatchics do regime e na classe rica), ou ainda se vai pregar no deserto, tipo novas oportunidades, enganando estes jovens e procurando anestesiar-lhes a consciência e o pensar.

Realmente em Portugal andamos sempre, mas sempre atrasados.

Com dizia o outro: o melhor Inferno é o português.
Porquê?

Muito simples, quando há fogueiros não há lenha, quando finalmente há alguma lenha (o que é raro) os fogueiros estão em greve, quando há fogueiros a lenha é tão pouca que não chega para queimar ninguém!

É como a manta, tapam-se os pés destapa-se o corpo, tapa-se o corpo destapam-se os pés!

Maldita cocaína!


Barão de Carregueiros

Anónimo disse...

Mas a educação em causa é sobre competências em geral ou é sobre competências relacionadas com o saber gerir a economia doméstica?
Não será mais uma que os bancos aprontam para se colocar lá o dinheiro, mas quanto a pagar o juro, está quieto. Relembro que um produto sem risco não evolui mais do que 1% ao ano, ao contrário da publicidade financeira que diz que dá 7% por exemplo. Porque não abrem os bancos o apoio à iniciativa privada para empreender os projectos elaborados por muito boa gente? Porque não querem, é aforrar para ganhar mais.... e também para pagar dívidas de créditos concedidos sem critério, provavelmente.

Cumprimentos.

O Polvo do Nabão!