sexta-feira, 5 de novembro de 2010

QUESTÕES TOMARENSES RECORRENTES

Tornou-se praticamente numa espécie de litania. Quando aparecem potenciais candidatos para qualquer lugar de eleição, é certo e sabido ouvir-se a clássica pergunta/afirmação "Mas o que é que esse gajo já fez por Tomar?" Segue-se invariavelmente o desabafo desabonatório: "Se o tipo soubesse os que as pessoas pensam dele, estava mas era quieto e calado." Tanto uma como outra frase, naturalmente desprovidas de fundamentção pela sua própria natureza, visam exclusivamente condicionar e desencorajar os eleitores  dispostos a exercerem os seus deveres de cidadania. Trata-se de toscas e vãs tentativas de manutenção do statu quo ante, para não dizer pior, sendo por conseguinte, útil e urgente esclarecer quem esteja de boa-fé, bem como desmascarar os intencionais "complicacionistas".
Em relação à pergunta, há três aspectos indiscutíveis a reter: 1 - Excepto quando se trate de candidato a segundo mandato,  não faz qualquer sentido perguntar o que já fez por Tomar, mas sim o que tenciona e/ou poderá vir a fazer. Como se sabe um excelente jogador de futebol pode revelar-se uma nulidade a jogar xadrez, da mesma forma que um corredor de cem metros pode não servir para os dez mil, ou para a maratona. 2 - A pergunta indicia que quem a formula vive virado para o passado, resistindo o mais possível à imparável evolução das coisas. 3 - Talvez seja útil pensar um bocadinho no que terão realmente feito por Tomar, ou em Tomar, todos os presidentes de câmara eleitos pela população, tanto antes como sobretudo após cada eleição.
A segunda frase/litania é ainda mais estranha, porquanto mistura deliberadamente situações bem distintas. Em democracia é legítimo e até aconselhável que os eleitores procurem escrutinar a actuação dos eleitos, ou queixar-se quando são mal atendidos pelos funcionários públicos, uma vez que ambas as categorias são pagas com os impostos de todos nós. Na mesma linha, aceita-se e até se deve incentivar a crítica fundamentada de uns e de outros, fazendo sentido referir o que os cidadãos pensam do eleito A, B ou C, no quadro da actividade para a qual foi votado; ou do funcionário X, exclusivamente no exercício das suas funções.
Em todos os outros casos, é perfeitamente intolerável que alguém possa referir o que outrem pensa de determinado  cidadão comum, pois este beneficia, como cada um de nós, da garantia constitucional ao bom nome e total respeito pela sua vida privada, salvo decisão em contrário tomada por um juíz. Carecem por isso de qualquer legitimidade todos aqueles que se servem da frase-chavão para tentar desacreditar o ou os seus conterrâneos.
No que me diz respeito, não exercendo desde há muito qualquer lugar político ou na função pública, não reconheço a ninguém o direito de tentar devassar a minha vida particular, ou de invocar o que os outros possam pensar a meu respeito. Pensarão o que entenderem, com a garantia de que isso não me interessa minimamente. E com a certeza de que, no fim de contas, estão a tentar inverter os termos ao quebrado. Não sou eu que preciso dos tomarenses, seja para o que for. Os tomarenses é que vão precisar de mim quando e se finalmente perceberem que não podem continuar a viver à custa do orçamento, e resolverem que é tempo de ultrapassar a crise pela positiva. A partir de então, caso tal venha a ocorrer, estarei interessado naquilo que pensam. Não a meu respeito, mas sobre a nossa cada vez mais triste situação e a melhor maneira de a ultrapassar. Porque, ao contrário do que se propala, nunca tive nem tenho a mania de que sei tudo. Tenho porém clara consciência de saber muito mais do que a esmagadora maioria dos residentes no concelho. Abandonem, por conseguinte, hipocrisias e basófias, que a conjuntura é trágica, esta vida são dois dias, e os tempos áureos da santa inquisição já lá vão há muito tempo. Deixem-se, portanto, de tentar usar os seus nefandos métodos, pois aquilo que pensam dos outros não será muito diferente do que os outros pensam a vosso respeito. Quer seja verdadeiro ou falso.

5 comentários:

Anónimo disse...

Permita-me o desvio ao tema da sua última mensagem, mas lembro que se cumpriu mais um dia de mercado sem instalações e sem explicações da autarquia ou do autarca do "Insignia". Inacreditavel! Aquilo que já parecia tornar-se um caso de polícia será antes um caso psiquiátrico?
Pedro Miguel

Unknown disse...

sobre o mercado

Testemunhei a mesma leitura descrita por Pedro Miguel

Estamos a ser ENGANADOS todos os dias!

GS

Anónimo disse...

Enganado é o cortno! Nós somos é totós...

Anónimo disse...

Dá dó chegar ao pé do mercado que DEUS tem e encontrar vendedores que tinha talhos e que o inquilino por não cumprir a lei, foram fechados e esta malta mandada para o desemprego. Dizem que da Câmara na última reunião o Corvelo disse que para abrir a tenda seriam necessários mais investimentos avultados que Câmara não dispõem. Po seja a tenda não vai abrir NUNCA, por este andar. O Carrão que devia ser demitido ou retirado-lhe o pelouro, passa asorrateiro a pé mas nem olha para o lado do mercado. Vai de casa por ruas "aviessadas" com medo de algum junqueiro que se em Tomar houvesse gente de coragem já o teriam feito a ele e a uns quantos incompetentes

Anónimo disse...

Uma tenda a servir de Mercado só em Tomar e com estes autarcas TODOS, pois todos têm culpas . Estão eleitos para governar e fazer oposição e em Tomar não se vê oposição mas tácticas politiqueiras. Tomar necessita urgentemente de Autarcas e não interessa a cor politica, mas gente que queira trabalhar por Tomar.