UMA OBRA TOTALMENTE INÚTIL

A história das obras da autarquia na Mata dos sete montes continua a ter capítulos cuja explicação não convence. Sabe-se que ao princípio houve uma parceria CMT/IGESPAR/ICN, muito do agrado dos senhores de Bruxelas, que mandam para cá as volumosas mas traiçoeiras esmolas. Feita a candidatura e obtida a respectiva aprovação, IGESPAR e ICN baldaram-se, ao que consta alegando falta de verbas disponíveis. Vá-se lá saber...

Como se nada de anormal tivesse ocorrido entretanto, a autarquia manteve-se no projecto, acabando por custear a empreitada na parte que lhe tocava, apesar de a Mata não lhe pertencer nem por ela ser administrada. É o que se chama fazer filhos em mulher alheia.

As principais justificações para a obra de requalificação da via pedonal entre a cidade e o castelo, através da mata, eram duas: O interesse turístico do referido caminho pedestre e, sobretudo, acabar com os esgotos do Convento a desaguar a céu aberto na Mata, mediante a instalação de um colector até à rede urbana de saneamento.

Concluída a empreitada A) - Os novos sanitários, como recepção anexa e tudo, continuam fechados; B) - A via pedonal requalificada vai dar a lado nenhum, porque o portão da Torre da Condessa está sempre fechado, impossibilitando o acesso ao castelo; C) - O esgoto vindo do Convento aparentemente foi canalizado, como pode observar-se na foto supra mas...

A verdade, porém é que tudo continua como dantes. Instalaram realmente um colector e uma caixa de visita, mas a respectiva ligação não foi efectuada, alegando que o IGESPAR não mandou fazer a parte que lhe compete. A autarquia não podia ignorar que assim aconteceria, a partir do momento em que a entendidade lisboeta que gere o Convento de Cristo resolveu abandonar a inicial parceria. O que terá levado os senhores autarcas a prosseguir com o projecto? Era assim tão fundamental para a cidade?

No estado actual das coisas, a empreitada de 190 mil euros, com um financiamento europeu de  152 mil, apenas foi muito útil para o empreiteiro que a adjudicou (Aquino SA), e que já terá embolsado o dinheiro. Na Mata, os esgotos do Convento continuam exactamente como desde há quase cinco séculos a correr a céu aberto. Não houve até agora quem obrigasse a empresa adjudicatária a ligar  o emissário de manilhas à caixa de visita que, sem saberem, lhe construiram por cima. Lindo serviço, não haja dúvida! E depois quem critica é apodado de apóstolo da desgraça, enquanto os que vão desgraçando a cidade e o concelho continuam a ser uns heróis. Estranha forma de vida...cantava a Sra. Dª Amália!