Jornal de Leiria, 07/02/2013, última página.
Comecemos com um lamento/esclarecimento: publica-se o rosto d'O Mirante tão só por uma questão de cortesia e saudade. Nostalgia de um semanário que já foi um bom órgão de informação no que a Tomar se refere, mas que agora, decerto a braços com a crise, praticamente nada inclui que possa interessar aos nabantinos. É pena.
Interessante mesmo é o "pórtico" do Jornal de Leiria. Eu não sabia que o célebre actor/realizador americano Woody Allen esteve em Tomar há pouco tempo, mas só pode. Caso contrário, como poderia ter chegado a semelhante conclusão? Exagero? Olhe que não! Olhe que não! Desde há meses que nestas colunas se procura alertar os leitores para a nossa triste situação: as autárquicas de Outubro próximo, que em qualquer outro país europeu permitiriam encontrar uma solução sólida para o futuro do concelho, aqui em Tomar transformaram-se no nosso maior problema.
De tal forma assim é que Tomar a dianteira já não se sente só, a pregar no deserto. Pela primeira vez em muitos meses, Cidade de Tomar e O Templário publicam editoriais que deixam transparecer as profundas preocupações dos respectivos autores/directores, António Madureira e Isabel Miliciano. Ambos pedem aos políticos que nos saíram nas rifas partidárias seriedade, responsabilidade, sinceridade e frontalidade. Posições que se saúdam por serem assaz raras, mas salutares para a nossa democracia.
O director de Cidade de Tomar dá mesmo a entender que terá sido pressionado no sentido de silenciar uma ou outra voz incómoda, à boa maneira de antigamente. Mesmo após quase quatro décadas passadas sobre o 25 de Abril, há almas penadas tomarudas que ainda se não habituaram a viver e deixar viver. Estou à vontade para o dizer, pois de certeza que não terei sido eu o visado, tendo em conta que a minha prosa é sempre muito consensual. (Se calhar estou a ver mal...)
Além dos dois directores referidos e deste vosso humilde escriba, também António Cupertino -um ex-putativo candidato a cabeça de lista do PSD- resolveu despejar o saco, escrevendo o que lhe vai na alma. Exactamente o mesmo problema que atormenta António Madureira, Isabel Miliciano, António Rebelo e tantos outros: a evidente fraca qualidade dos candidatos já conhecidos, cujo nivelamento por baixo impede qualquer escolha real, uma vez que todos fazem já parte dos actuais eleitos de má memória e irão certamente prometer todos as mesmas maravilhas. Desde que os elejam, claro está. Há até -vejam bem!- dois outros pontos comuns a todos eles: A - Estão abertos a coligações; B - Desde que os outros aceitem ser seus lacaios. Por isso assumem que está tudo em aberto, menos um ponto -à cabeça vou eu! Pois boa viagem e que o Senhor vos acompanhe! (O texto de A. Cupertino está na página 12 de Cidade de Tomar).
Há quatro anos, com o governo PS já em crise, os resultados em Tomar foram PSD > 35%, PS > 21%, IpT > 20 % e os eleitores apenas 59% dos inscritos. Temo que em Outubro próximo, salvo imponderáveis daqui até lá, haja ainda maior nivelamento por baixo e uma participação inferior a 50%, o que certamente dará que pensar em Lisboa. Sobretudo no PSD, que se com um candidato culturalmente e socialmente conceituado não foi além dos 35%, desta vez, com um cabeça de lista bem mais rústico, (e incompleto, escreve Cupertino), uma herança autárquica local para esquecer e um governo PSD bastante impopular, quanto irá conseguir?
Para já, a opinião que parece dominante na cidade garante que PSD, PS e CDS não ganham de certeza e oxalá não ganhem os IpT. Reina o optimismo, como se vê. Entretanto, no seu blogue Vamos por aqui, o vereador Luís Ferreira, -o "puxa-cordéis do PS" segundo alguns militantes- assevera que "Rir é sempre o melhor remédio". Logo veremos se após as autárquicas ainda terá a mesma opinião...
Dizia-me um amigo esta manhã que cada povo tem os seus problemas. Os tunisinos têm os salafistas, os tomarenses têm os aparelhistas, entre os quais os pedristas. Já é azar!
1 comentário:
Caro Prof Rebelo
Devido a um engano da distribuidora a capa que apresenta, e que se encontra á venda nos quiosques de Tomar, é a referente ao Vale do Tejo.
A capa do Médio Tejo , que se reporta à nossa região, é diferente e comporta alguns assuntos desta zona também de Tomar, como é o caso da candidatura do Dr. Pedro Marques, com direito a foto.
Fica o esclarecimento em abono da verdade, a que também era alheio.
aceite as minhas saudações cordiais´
Elsa
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