segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Descrédito político e baixos salários

O evidente e cada vez mais acentuado descrédito da classe política resulta, penso eu, de dois factores principais: a óbvia inépcia de muitos eleitos, como é o caso dos nossos sete magníficos, há muito a nadar em potes de iogurte, e o irrealismo de muitas das acusações que a oposição cavernícula faz ao governo. Destas, uma das mais insistentes sustenta que, a mando da troika, PSD e CDS tudo fazem para implementar uma política de baixos salários, com o pretexto de aumentar a nossa competitividade. Vai-se a ver e as coisas não são bem como conviria a essa esquerda que fossem:


Primeira constatação, considerando baixos salários os inferiores a dois terços do salário horário nacional médio, a percentagem geral na UE é de 17%. Quanto a Portugal (à direita) temos 22,1% de mulheres e 10,2% de homens, a auferir baixos salários. Sensivelmente as mesmas percentagens que em Espanha ou no Luxemburgo. Melhor do que na Áustria, no que concerne à mulheres.


Tendo por base a remuneração horária mínima, Portugal aparece em 16º lugar, com 3,4 euros/hora, tendo atrás de si  nove outros países, por acaso todos com uma herança de mais de meio século de socialismo científico.


Aqui temos a confirmação. Os ex-países socialistas são, conjuntamente com Alemanha, Holanda, Inglaterra, Irlanda,  Malta e Chipre, aqueles em que há maior percentagem de baixos salários. E assim cai por terra mais uma daquelas acusações de carregar pela boca. Conclusão: O governo é mauzito, porque está a ir-me ao bolso e de que maneira. Mas com as oposições que temos também não vamos a lado algum. É triste, é duro, mas é assim.

Barómetro europeu, com dados do Eurostat, Le Monde, Géo & Politique, 18/02/2013, página 7

1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Cavernícola é vossemecê!

Os últimos posts o atestam.

Lamentavelmente...

"Grandola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
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