domingo, 17 de março de 2013

Não se entende...


Foto 1 - Aspecto actual do que resta do alambor templário do século XII. À esquerda, parte  do troço destruído antes da edificação dos actuais paredões.


Foto 2 - Troço do alambor templário entre o paredão da direita na foto 1 e uma das passagens pedonais provisórias para acesso ao Convento de Cristo.


Foto 3 - O mesmo alambor, entre o lado direito da foto anterior e a parede norte do Convento de Cristo.


Foto 4 - Vista de conjunto da zona referida nas fotos anteriores. O trecho de paredão visível ao fundo é o mesmo do lado direito da foto nº 1


Foto 5 - Trecho nascente do alambor templário, à esquerda da foto nº 1.


Foto 6 - Caixas de visita da rede de saneamento, na parte destruída do alambor templário, lado esquerdo da foto nº 1.


 Foto 7 - Cabine eléctrica no novo e supérfluo paredão de cimento, agora forrado a pedra.

 Foto 8 - Detalhe da foto anterior, vendo-se em baixo os vãos destinados à entrada das calhas técnicas e respectivos cabos.


Foto 9 - Praça da República, frente aos Paços do Concelho, esta manhã, com dois quiosques para venda e publicidade de uma marca de cerveja, por ocasião do Festival de Tunas Académicas do IPT.


Após mais de ano e meio de obras, lá se resolveram finalmente a escavar uma parte do alambor templário com mais de 800 anos, até à parede norte do Convento ( Fotos 1, 2 e 3). Fica assim à vista de todos aquilo que aqui se escreveu há mais de um ano: Destruíu-se deliberadamente um troço de mais de 15 metros quadrados, para implantar caixas de visita e edificar um paredão de cimento absolutamente desnecessário ( Fotos 4, 5 e 6). Bastava ter feito antes aquilo que agora executaram: libertar o alambor do posterior aterro que o cobriu.
Quando confrontado com o desastre, o anterior presidente da câmara disse que se tinham destruído apenas meia dúzia de pedras. Agora vê-se perfeitamente que o nosso estimado conterrâneo estava cheio de razão... 
Quanto aos supérfluos paredões, continuam no mesmo sítio. Não se entende.

A não ser que se procurasse, sobretudo e antes de mais, arranjar um local para edificar uma cabine da EDP, sem chocar demasiado os visitantes do monumento (Fotos 7 e 8). Dado que a referida empresa é agora totalmente privada, tendo como accionista mais importante a empresa chinesa Três gargantas, controlada pelo governo comunista chinês, custa a perceber como e porquê a câmara de Tomar resolveu conceder-lhe tal benesse. Haverá algum protocolo sobre tal matéria? Se há, ninguém o conhece. Poderá a magnífica oposição que temos fazer o que lhe compete, solicitando esclarecimentos ao presidente do executivo? Ou será pedir demasiado? Confesso que já não sei. Mal se escreve qualquer coisinha, há eleitos que se sentem logo atacados, ficando muito enchicharados. Não se entende.

A foto 9 mostra uma das causas evidentes da nossa ruína enquanto cidade sede de concelho, outrora florescente. Acossados por uma autarquia mesquinha, pelos seus técnicos gulosos e inquisidores, pagando preços nada competitivos e taxas ainda menos, mal servidos por políticos de opereta, investidores, comerciantes, industriais e simples cidadãos têm votado com os pés. Entre 2000 e 2011, o concelho perdeu cerca de 2500 habitantes, mais de 800 famílias, o que dá uma média de 80 famílias por ano. Por este caminho, até quando continuaremos a ser cidade e concelho?
Mas quê! Os senhores autarcas não se incomodam com semelhantes ninharias. Têm mais que fazer. Por isso, quando os sacrificados comerciantes da cidade antiga podiam fazer mais algum negócio, graças aos eventos organizados pela sociedade cidade civil, a câmara resolve autorizar a instalação de concorrentes que nem sequer pagam os seus impostos na cidade, como é o caso dos dois quiosques da foto 9. Apesar disso, os comerciantes prejudicados continuam mudos e quedos. Já perderam a esperança? Não se entende.

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