segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A COISA COMEÇA A AQUECER !!!

Ainda a campanha eleitoral não teve início e a pugna já é em forte e feio. Tanto para as legislativas como para as autárquicas. No seu blogue www.vamosporaqui.blogspot.com , Luis Ferreira trata os "camaradas bloquistas" com luvas de pelica e extrema cautela, mas lá vai dizendo o que traz na alma. Logo a seguir, retirou as luvas de pelica, enfiou umas de couro espesso, para evitar calos, pegou na marreta e zás! Vá de malhar forte e feio em Cavaco Silva, a propósito do seu estranho negócio com o banco de Oliveira e Costa. Tudo com tanto entusiasmo que até já admite votar Manuel Alegre em 2011 (se ele se apresentar, presume-se), apesar das sucessivas caneladas do poeta coimbrão ao PS do beirão Sócrates. A política tem destas coisas. E ainda bem! A ler com a urgência possível, clicando na ligação a azul.

TEMPOS DE ANGÚSTIA E DESALENTO


António Rebelo

Quem, como diz o outro, ande por aí, constata todos os dias, com tristeza, que estamos em tempos de angústia e de desalento. Angústia, porque muitos começam agora a compreender que a crise local pouco ou nada tinha ou tem a ver com a crise nacional e/ou mundial. Estas apenas têm desempenhado um papel de revelador. Desalento, porque não vislumbram qualquer via de saída, nem se revêem, em muitos casos, nas candidaturas existentes. Por isso há tantas. E tão pouca vontade de ir votar.
Após mais de trinta anos aguardando que as coisas vão sempre melhorando, que o mesmo é dizer aumentando, o eleitorado manifesta agora crescente insatisfação e mesmo alguma irritação. São cada vez mais os que proclamam já não ir votar, porque não vale a pena e porque estão desiludidos. Enquanto isto, os que continuam a cumprir a sua obrigação de cidadania fazem-no de modo crescente sob a forma de protesto. Os resultados das recentes eleições europeias são disso a prova. Os habituais observadores europeus deste jardim à beira-mar plantado, ficaram pasmados ao tomar conhecimento de que a extrema-esquerda ultrapassara os 20%, coisa nunca vista alhures neste continente, desde o desmantelamento do Muro de Berlim. E aqui em Tomar, terra conservadora desde sempre, o Bloco de Esquerda conseguiu de longe o melhor resultado desde que existe. Que significa tudo isto? No meu pobre entendimento, (alicerçado apenas em mais de 50 anos de leituras e de prática política), que os cidadãos anseiam por mudanças positivas. Cansados de as não conseguirem, usam o voto não para escolher mas como protesto, como meio de pressão. Sem resultado, até agora. Mas água mole em pedra dura... exactamente o que sucedeu com a oposição e o parque de campismo. Tanto insistiram...
Em tão difícil contexto, das três forças políticas representadas no executivo, até esta data só uma já se manifestou a favor de algumas mudanças. Em entrevista a um semanário local, salvo erro em Julho, Corvêlo de Sousa afirmou que até final deste mandato tenciona cumprir as grandes linhas de actuação do seu antecessor, mas que, se vencer, no seu mandato fará certamente diferente. Resta portanto aguardar pelo respectivo programa.
IpT e PS parecem, por enquanto (?), persuadidos de que não haverá necessidade de inovar em termos de propostas ou de comportamentos. Aqueles já apresentaram as suas propostas na área social e no domínio cultural, conforme aqui foi referido em tempo oportuno. Os socialistas nem isso. Mas o seu candidato declarou na semana passada à Rádio Hertz que não são necessárias reuniões, pois andam a trabalhar desde há quatro anos. É certamente verdade. Os eleitores em geral é que não têm dado por isso. Pelo menos aqueles com quem tenho contactado.
Se calhar vai sendo tempo de abandonar a velha máxima de Lampeduza "É preciso ir mudando qualquer coisinha para que tudo possa continuar na mesma." Os tempos estão cada vez mais difíceis e os eleitores potenciais começam a intuir que, com ou sem programas inovadores, nada voltará a ser com já foi ou é. Para o bem e para o mal. Infelizmente?

domingo, 30 de agosto de 2009

PAGAR E NÃO BUFAR ?

Vimos na peça anterior que neste momento a dívida da Câmara à banca ronda os 40 milhões de euros. Oito milhões de contos, em moeda antiga. Uma ninharia ! A confirmar-se tal valor, sabendo-se que somos (dados de 2007) 42.295 residentes no concelho, cada um de nós terá de desembolsar, a pronto ou a prestações, mais ou menos 945 euros, (189. 445 escudos) só para liquidar a actual dívida. Como há as crianças e os que não pagam impostos, uns porque não ganham para isso, alguns porque não querem, upa! upa!
Olhando para o estado geral do concelho e da cidade, acham que vale a pena pagar, com um sorriso e sem comentários? Ou que o melhor será refilar sempre, para "eles" não abusarem demasiado? A resposta é sua. As consequências sofrêmo-las todos nós. Exactamente como nas eleições!

sábado, 29 de agosto de 2009

PALAVRAS E FACTOS

Clique sobre o documento para o ampliar
Agora que se avizinham as autárquicas, é cada um para si. Toda a oposição ataca a maioria PSD, designadamente por não praticar uma gestão transparente, e estar atascada em dívidas. Acontece, todavia, que se os sociais-democratas não gostam muito de revelar detalhes das suas opções políticas, a oposição faz outro tanto. Há até forças políticas, representadas no actual executivo, que defendem o orçamento participado, mas se esqueceram até agora de trazer ao conhecimento dos eleitores, como era sua obrigação, informações sobre a situação económico-financeira da autarquia. Uma vez que o não fizeram, se calhar por entenderem, conjuntamente com a maioria autárquica, que não são coisas da conta da arraia-miúda, fazêmo-lo nós.
Temos assim que, em 24 de Setembro de 2008, os encargos financeiros municipais previstos para 2009 eram de 2 milhões, 775 mil euros, correspondentes a amortizações e juros duma dívida global de 28 milhões, 356 mil euros.
Dado que entretanto, se não erramos, houve mais empréstimos contraídos, o total destes deverá andar presentemente à roda dos 40 milhões de euros, para uma receita corrente de 30 milhões, 892 mil euros.
Para os eleitores tomarenses poderem comparar, o presidente da câmara do Porto, que é economista e militante do PSD, declarou esta semana que, se fosse governo, limitava os empréstimos camarários a metade das receitas correntes. Ou seja, no caso tomarense, uma dívida máxima à banca de menos de 16 milhões. Temos assim uma situação assaz delicada, posto que, com as receitas correntes a baixarem, e as despesas correntes a aumentarem, não se vislumbra como poderá a autarquia honrar os seus compromissos durante o próximo mandato, sem proceder a cortes severos na despesa.
E a oposição ainda não achou oportuno debater tal assunto com os eleitores, apesar de já constar por aí que o Município atingiu o limite legal de endividamento... Eles lá sabem porquê. Uns e outros.

NA POLÍTICA COM NA TAUROMAQUIA ...

Augusto Cid, SOL, 28/08, pág. 45

Esta piada tauromáquica de Augusto Cid, que reproduzimos do SOL, com a devida vénia, à primeira vista nada tem a ver com política. Pensando, porém, mais um bocadinho, começa-se a entender que afinal, em ambos os casos, se trata de iludir, ludibriar, convencer, enganar, induzir o outro, para daí tirar algum benefício. No caso presente, o touro muito sabido terá pensado que se é legítimo que o toureiro o engane com a capa, para depois o matar ou martirizar, porque não há-de ele tentar enganar o toureiro com as muletas, para depois o apanhar mais a jeito?
Ocorre exactamente o mesmo na luta política, sobretudo imediatamente antes e durante as campanhas eleitorais, mas não só. Basta olhar para os pequenos ecrans com olhos mais atentos. Com uma grande vantagem, que torna tudo muito mais interessante, para quem saiba apreciar -consoante os momentos, ninguém sabe, entre candidatos, comentadores e eleitores, quem é "touro", "toureiro" ou "aficionado". Muita cautela, portanto. Sem qualquer tentativa de "ofensa cabeçal", bem entendido!

O DIZER E O FAZER



Estas duas fotografias, ambas colhidas no Largo do Pelourinho, a menos de cem metros dos Paços do Concelho, ilustram bem a situação a que isto chegou, por falta de um quadro de pessoal, ao mesmo tempo equilibrado e dimensionado para as reais necessidades da cidade e do concelho. Em vez disso, temos excesso de chefias superiores e intermédias, mas grande carência de "tropa". A mesma situação que ocorreu nas forças armadas, por causa da guerra colonial. Havia demasiados oficiais subalternos e superiores e nítido excesso de sargentos, para tão pouca tropa. Apesar de milhares de passagens à reserva e/ou à reforma, ainda hoje temos excesso de generais, almirantes e etc. para a real dimensão das forças existentes.
Tudo isto ocorreu e ocorre em virtude de dois princípios -a carreira e as promoções automáticas, ao fim de x anos de serviço. No caso da autarquia, por exemplo, segundo foi divulgado, há 17 lugares de chefe de divisão, dos quais apenas 7 estão preenchidos. E já se fala em directores de departamento, acima portanto dos chefes de divisão. Tendo em conta que um chefe de divisão corresponde a um comandante de batalhão e que um regimento militar costuma ter quatro batalhões e mais ou menos dois mil homens, temos que a Câmara de Tomar, com cerca de 500 funcionários, dispõe de chefes de divisão para três mil e quinhentos funcionários. E um quadro de chefes de divisão (17), não totalmente preenchido, para quatro regimentos, ou 8 mil e 500 homens. Haja verbas que a autarquia terá sempre onde as gastar.
Ante semelhante situação e, ao que consta, com uma dívida de estarrecer, começam os diferentes candidatos a apresentar nos seus programas a necessidade de haver reorganização da autarquia, contenção e mesmo redução de despesas, bem como o progressivo abandono de todos os projectos sem retorno garantido, enquanto a situação económico-financeira não melhorar.
Já era tempo! Falta, porém, informar o eleitorado do mais importante, e de longe -como é que isso se faz? Numa terra e num país onde os cidadãos comungam, na sua esmagadora maioria, da chamada "ilusão da bolsa", de acordo com a qual é tudo sempre a subir -salários, vencimentos, preços, produção, bem-estar, dividendos, juros, lucros, produtividade, cotações- não vai ser nada fácil. Admitindo à partida (o que não é nada garantido) que haverá coragem para ir até ao fim, cortando a direito. Para isso é urgente começar por lembrar que "as árvores nunca cresceram nem crescem até ao céu". E que as comunidades humanas, incluindo a nossa, nascem, desenvolvem-se até certo ponto, definham pouco a pouco e morrem, tal como ocorre com todos os seres vivos. Aqui fica o aviso, para que ninguém se esqueça. Enquanto ainda é tempo, porque depois...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

RUMO À (TRISTE) REALIDADE

Até este momento, apresentaram os seus programas, ou pelo menos o essencial de cada um deles, os IpT, o BE, o CDS, o TPL ea CDU, por esta ordem. Quem leu com atenção os documentos distribuídos, e/ou apresentados nas respectivas reuniões públicas, terá constatado que os dois primeiros, o dos Independentes por Tomar e o do Bloco de Esquerda, são aquilo que se poderá designar por algo estratosféricos. Visam bem alto e em quantidade. Seriam óptimos para comunidades locais com excesso de verbas disponíveis. Infelizmente, não estamos nesse caso. Pelo contrário.
Já os manifestos seguintes, do CDS e do TPL, propõem aos eleitores algumas medidas mais terra-a-terra : mudança de atitude da autarquia, reforma da mesma, criação de facilidades para os investidores. Tudo propostas a indiciarem já o necessário e urgente regresso à Terra. Apesar de a lista encabeçada por José Lebre ainda pretender "Fazer de Tomar um centro cultural de categoria internacional".
Até ao momento em que escrevemos, no nosso entendimento, o programa mais adequado para a actual realidade tomarense é o da CDU. É modesto, realista, conciso e devidamente explícito. No fundo, avança uma série de propostas de simples bom-senso. Reforma e reorganização dos serviços camarários, redução de despesas, investimentos unicamente com retorno garantido, etc. Significa isto que estamos perante um programa perfeito? Claro que não. Trata-se apenas do mais adequado até agora. E falta-lhe muita coisa. A indispensável auditoria prévia, por exemplo, pois não se vê outra forma correcta de aplicar uma terapêutica, que não seja começando pelo diagnóstico. Dito isto, o mais provável é que agora as outras forças políticas concorrentes acabem por perfilhar, todas elas, as propostas tidas por mais consensuais junto do eleitorado. E ainda bem que assim é. Só será de lastimar se, como habitualmente, cada candidatura proclamar que é a "mãe da criança". Aguardemos.
Entretanto, os dois pesos pesados a nível nacional, o PS e o PSD, que estão a ficar cada vez mais leves a nível local, uns por isto, outros por aquilo, ainda não julgaram oportuno apresentar as suas propostas ao eleitorado. O que é estranho, ou talvez nem tanto. Devem estar naquela de "o primeiro a avançar perde!" Na verdade, os sociais-democratas já nos habituaram a uma estudada gestão do silêncio e à ausência de programas devidamente estruturados e distribuídos aos eleitores, nos últimos 12 anos. Mais inesperada é a actual reserva dos socialistas locais. Vão proclamando que agem sempre de forma transparente (o que à primeira vista é verdade), que até têm um blogue com tudo o que o PS/Tomar faz (o que também é verdade) e que têm um programa. Pode ser verdade. Mas então ainda não é do domínio público, nem foi apresentado, nem está no blogue http://www.psdigital.blogspot.com/ Que se passa afinal? Têm por aí profusão de cartazes monumentais desde há meses e a seis semanas das autárquicas ainda não apresentaram o respectivo programa? Estão à espera da última moda? A (triste) realidade tomarense não se modifica pela positiva, nem se compadece, com documentios de última hora, ou debatidos à pressa, o que vem a dar no mesmo. Desculpem lá, mas quem cala consente e quem não se sente não é filho de boa gente, para já não mencionar o cá se fazem, cá se pagam, que estaria totalmente fora de contexto. Podem crer.

APRESENTADO PROGRAMA ELEITORAL CDU

Quer se goste ou se deteste, os autarcas e candidatos da CDU têm, junto da opinião pública, uma imagem de honestidade, rigor e organização. É pessoal geralmente pouco extrovertido, que por isso mesmo praticamente nunca brinca em serviço. Foi exactamente o que se notou, ontem à noite, durante a apresentação do programa eleitoral para as próximas autárquicas, na sede local do PCP ("não temos dinheiro para alugar salas"), naturalmente designada como "centro de trabalho". Bruno Graça, o independente cabeça de lista, apresentou de forma calma a súmula do que aquela força política entende ser necessário fazer, caso vença a próxima consulta popular autárquica. Em quatro páginas (surpreendentemente sem numeração...) pode ler-se que a autodesignada "alternativa CDU" é constituída por dois eixos estratégicos e quatro tarefas imediatas, tudo para dinamizar a economia do concelho.
O primeiro eixo visa "recriar condições que permitam o desenvolvimento de forças produtivas" no concelho, sendo sectores prioritários a) -Cultura, turismo e educação; b) -Energias alternativas; c) -Fileira florestal e fileira agrícola.
O segundo eixo assenta na definição de uma política de habitação, o qual passa pela recuperação dos prédios antigos do centro histórico e dos principais centros populacionais das freguesias.
Estes dois eixos têm como objectivos, a médio e longo prazo, a) - um concelho com + ou - 50 mil habitantes "com actividade económica própria"; b) -uma cidade de média dimensão; c) -"Uma cidade e um concelho aonde haja vida e se goste de viver". Na prossecução de tais metas, a CDU designou quatro tarefas como prioritárias: 1 - "Reorganizar e modernizar os serviços municipais"; 2 - "Transformar a área cultural do município num eixo estratégico para o desenvolvimento económico do concelho"; 3 - "Remodelar e modernizar o mercado municipal"; 4 - "Restabelecer o equilíbrio económico e financeiro do município".
Tudo claro, sucinto, objectivo e a dispensar grandes justificações. Ou se gosta ou se detesta, mas trata-se da terapêutica preconizada pela CDU para as graves maleitas já diagnosticadas na autarquia, na cidade e no concelho. Outras haverá ainda por detectar. Assinale-se que, no ponto 4, a CDU fala de "Plano de emergência" e de "redução de despesas". Para uma força política tida geralmente como partidária do aumento do peso da administração pública, e logo das despesas, esta implícita tomada de posição ao arrepio do usual mostra bem, de forma indirecta, o presumível estado das finanças autárquicas. Deve ser por isso, entre outros motivos, que se a actual maioria PSD nada informa, a oposição vai-se calando sobre a matéria. E os eleitores continuam praticamente a zero, nessa e em muitas outras coisas.
Em conclusão provisória: Tudo indica que, na próxima consulta autárquica, vamos ter, grosso modo, três tipos de forças políticas - 1 - as que têm programa, mas não têm implantação; 2 - as que têm implantação, mas não têm programa. nem tencionam vir a ter; 3 - as que nem uma coisa nem outra.
Assim vamos. Ou somos levados?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL







Redacção de Tomar a dianteira
Colaboração CLIPNETO
Desta feita, resolvemos abrir com O MIRANTE e o Jerico (ver foto cimeira). Quando o semanário mais lido do distrito publica na primeira página tal foto e tal tema, é caso para honras de abertura. E para servir de exemplo... para meditação.
Sobre Tomar não miraram nada, ou quase nada. Uma local sobre a intervenção do presidente da J.F. da Madalena, na reunião camarária. Uma outra sobre a questão do ruído nocturno na Alameda 1 de Março. Sobre política local, apresentação das candidaturas do CDS e do Tomar em Primeiro Lugar, bem como uma referência às 114 mulheres que integram as listas do PS/Tomar. E chega! De Mirante, não de notícias.
O mais substantivo dos semanários desta semana é, sem contestação possível, o decano CIDADE DE TOMAR. Abre com a mesma manchete do TEMPLÁRIO, mas tem muito mais para ler: duas páginas sobre António Paiva, provavelmente para matar saudades a alguns; uma página com José Lebre e Tomar em Primeiro Lugar; uma outra com declarações da nº 2 na lista da CDU (ver foto de baixo). Há também "Tomar tem de parar !", um artigo de opinião subscrito por Hugo Cristóvão, lider oficial do PS local, bem como "Reabertura do parque de campismo", outra opinião, assinada por António Carlos Godinho, cabeça de lista do BE.
O TEMPLÁRIO, por sua vez, diz que "Roubaram 400 euros de gorgetas", na página 2, "Bruxedo na Rua dos Arcos continua", na página 4, "O que os tomarenses pensam sobre o concelho", página 8, "José Lebre candidata-se para "devolver a Câmara aos cidadãos", página 9 e "80 anos de vida, 65 a trabalhar no mercado", na página 13. Além destes temas, que não são nada poucos, assinale-se uma excelente peça irónica, de leitura obrigatória para apreciadores: "A loja dos pneus", de José da Graça Sobrinho, na página 11. Muito elucidativo!
Mas o que realmente deve ser lido sem falta esta semana é o anúncio oficial da alienação do Convento de Santa Iria e ex-Colégio Feminino. Vem na página 12 do TEMPLÁRIO (ver ilustração mediana) e na página 21 de CIDADE DE TOMAR. Tal como havíamos previsto ontem (ver "A rábula continua"), mesmo sem necessidade de qualquer novo e providencial adiamento, que antecipámos, a eventual adjudicação (se houver candidatos-compradores) só terá lugar lá para Novembro. Na melhor das hipóteses. Com efeito, a "comissão nomeada para dirigir o procedimento", abrirá as propostas e decidirá sobre a sua aceitação ou recusa, na quinta-feira 1 de Outubro, mas disporá do tempo que entender para elaborar a proposta a entregar ao executivo autárquico, pois o anúncio é omisso sobre tal matéria. Apenas refere que "A decisão sobre a adjudicação da alienação do imóvel será tomada pela Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, no prazo de 30 dias úteis após a recepção da proposta da Comissão." Dado que esta, como já referimos não tem qualquer prazo previamente fixado no anúncio público para entregar a proposta, a adjudicação, se vier a ter lugar, será quando Corvêlo de Sousa quiser. Mas nunca antes das autárquicas. Por causa das moscas e outros insectos! Andamos a dormir, ou quê?!

PARA UM NOTICIARISTA DA RADIO HERTZ


Somos, disse-o Miguel de Unamumo, um povo de suicidas. Caminhamos para o abismo de forma irremediável. Nada nem ninguém nos consegue convencer a mudar de caminho. Ainda assim, aqui no blogue recusamo-nos a perder a esperança.
Somos igualmente um país de cidadãos comichosos, ultra-susceptíveis, alérgicos à crítica, em suma. Todos nos julgamos acima de qualquer suspeita. E então em certas profissões, como por exemplo médicos, magistrados, professores, jornalistas, é o que se sabe. Estamos todos muito convencidos de que só um juíz pode criticar outro, ou um médico outro clínico, e por aí adiante. Mas estamos enganados. A liberdade de opinião inclui, naturalmente, o direito à crítica, nos limites da lei e, de preferência, fundamentada e respeitando sempre a vida privada de cada um.
É o que procuramos fazer sempre em Tomar a dianteira, esforçando-nos igualmente por separar a esfera política da esfera pessoal, sempre que tal é possível.
Na nossa peça "Que terra esta !!!" lamentámos o evidente sensacionalismo de uma pequena reportagem da Rádio Hertz sobre a reunião camarária da passada terça-feira. O noticiarista de serviço, que não conhecemos, referiu "manhã agitada na câmara", o que não nos pareceu corresponder minimamente à verdade e constituir um caso de evidente excesso e impropriedade de adjectivação. É isso que está escrito (ver a citada peça) e que mantemos integralmente.
Ontem, alguém que supomos ser o referido noticiarista, ligou para um telefone privado, que nada tem a ver com este blogue e nem sequer figura na lista telefónica. Quem atendeu, uma senhora sem qualquer ligação com Tomar a dianteira, ficou surpreendida com o tom exaltado, agreste, abespinhado do interlocutor. Que, calhando, ignora que não se deve falar com uma senhora com o mesmo tom e estilo que se usa para com um cavalheiro. Tudo assaz curioso e bastante tomarense. Para não dizer português.
Pois meu caro senhor, a crítica que lhe foi feita é de âmbito perfeitamente definido e foi, logo na ocasião, devidamente fundamentada. Não há, portanto, nada a acrescentar nem a retirar. Como pelos vistos não concorda minimente com o seu conteúdo (terá referido que não admite críticas sobre a sua idoneidade profissional...), esclarecemos que Tomar a dianteira é um blogue ABERTO (o único, actualmente, na blogosfera tomarense), onde teremos muito gosto em acolher os seus eventuais comentários, desde que em termos cordatos, reservando-nos naturalmente o direito de resposta. E é basicamente isto.
Aproveitamos para endereçar as nossas saudações cordiais.
Tomar a dianteira

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

PRIMEIRA BAIXA NO COMBATE ELEITORAL ?


A mais de um mês das próximas eleições autárquicas, pode ter-se verificado hoje a primeira baixa no combate eleitoral. Na sequência de uma impugnação subscrita por dois elementos dos Independentes por Tomar - IpT, a juíza Filomena Bernardo exarou um despacho anulando a candidatura do Movimento Tomar em Primeiro Lugar, com fundamento no facto de a lista desta força política para a Assembleia Municipal não ter apresentado, no prazo legal, o número mínimo de assinaturas exigíveis, nem suprido tal manifesta irregularidade. O citado despacho é de ontem, termo do prazo legal para eventuais suprimentos, mas só foi comunicado hoje ao mandatário responsável. Logo que o recebeu, o Dr. Correia Leal transmitiu a situação a Jorge Ferreira, cabeça de lista, tendo sido decidido recorrer da decisão para o Tribunal Constitucional, conforme previsto na Lei 1/2001, caso a juíza mantenha a sua decisão, com fundamento no facto de não ter sido possível regularizar a situação detectada em tempo útil, unicamente porque a notificação apenas foi recebida hoje, quando o prazo se esgotou ontem.
Tomar a dianteira conhece a identidade dos candidatos dos IpT que usaram da faculdade prevista designadamente no artigo 25, nº 3 da lei supra referida, solicitando a anulação da candidatura de Tomar em primeiro lugar, mas considerou-se mais consensual não pessoalizar o problema.
A manter-se a decisão da magistrada, faltará ainda apurar se a anulação se refere só à candidatura para a Assembleia Municipal, ou se abrange igualmente a candidatura para o executivo. Salvo melhor opinião, a juíza dispõe ainda de dois dias para tentar sanar a questão, após o que restará o recurso para o Tribunal Constitucional, caso a anulação se mantenha. Se vier a receber o recurso, o Tribunal Constitucional deverá proferir uma decisão no prazo máximo de dez dias.

A RÁBULA CONTINUA EM CENA

Neste mundo, neste país e nesta terra onde habitamos, pouco ou nada acontece por acaso. No jornalismo então, nem pensar. A notícia supra, extraída do PÚBLICO de hoje, com a devida vénia, mostra que é possível manter uma rábula, (mesmo de fraca qualidade), em cena durante vários meses. Anunciada no princípio deste ano, a venda do antigo Convento de Santa Iria foi sendo, em simultâneo, reanunciada e protelada várias vezes. A última até agora conhecida era Junho de 2009. Sem novas desde então, noticia agora o PÚBLICO, com os habituais detalhes (preço-base, tipo de hotel, nº de quartos) e imprecisões (há vários interessados, refere o jornalista. Quem, mais precisamente? Vão decerto aparecer mais, refere-se igualmente. Como é que sabem?) que "Tomar vende Convento de Santa Iria no final de Setembro". Não será precipitada tal afirmação? A actual maioria autárquica, responsável óbvia por tal notícia, não se terá dado conta de que está a vender caça antes de a ter abatido? Ou sabem coisas que os ignorantes cidadãos que somos não sabem nem devem saber?
E se a ideia for apenas manter em lume brando, até ao próximo e muito oportuno adiamento, (naturalmente tornado inevitável por inesperadas dificuldades de última hora), para meados ou finais de Outubro? É que vinha mesmo a calhar! Não vá dar-se o caso de o anunciado leilão ficar deserto, como aconteceu com o golfe de Marvão (ver Cuidado com as toupeiras).
As agências de comunicação são exclentes em "costura", mas cosem quase tudo o que fazem com linhas tão grossas que se topam mesmo de longe e de fora...

QUE TERRA ESTA !!!

Ontem foi dia de reunião de Câmara. Logo pela manhã soube-se (particularmente, claro) que a autarquia tomarense estará em grandes dificuldades, por já ter atingido o limite legal de endividamento. A ser assim, adeus obras espampanantes, adeus gestão do tipo "depois logo se vê". Vai ser o aperto constante. Que mais tarde ou mais cedo chegará às despesas de funcionamento (papel, canetas, tinteiros, manutenção técnica, telefones, etc.). A seguir aparecerá o "aperto mitral" -faltará capacidade para honrar atempadamente as remunerações certas e permanentes. Se nada de corajoso e positivo for feito entretanto, é só esperar para ver.
Sobre a referida reunião camarária, duas notas. A primeira para lamentar o evidente sensacionalismo da Rádio Hertz, que privadamente se proclama a melhor rádio local. No noticiário das treze foi dito textualmente "Manhã agitada na reunião da Câmara". Seguiram-se pequenas gravações. Uma com um munícipe a intervir, em termos extremamente correctos, sobre problemas relacionados com um bar da Alameda 1 de Março. Outra com o presidente Corvêlo de Sousa a responder, igualmente em termos de acentuada cortesia, como aliás é seu timbre. Nada, portanto, de agitação, que segundo os dicionários pode significar excitar, abanar, sacudir, ou sublevar, em termos figurados. Alguma destas eventualidades ocorreu? É óbvio que não. Exagerou portanto o noticiarista da citada rádio.
Em contrapartida, segunda nota, ainda ninguém mencionou o facto, mas o presidente da câmara, um profissional do foro, deu uma informação errada ao munícipe reclamante. Disse-lhe que pode consultar o respectivo processo "porque demonstra ter interesse legítimo na questão". Era assim realmente. Entretanto, porém, a Lei da Assembleia da República nº 46 /2007, de 24 de Agosto, não deixa margem para qualquer dúvida, no seu artigo 5º: "Todos, sem necessidade de enunciar qualquer interesse (o negrito é nosso), têm direito de acesso aos documentos administrativos, o qual compreende os direitos de consulta, de reprodução e de informação sobre a sua existência e conteúdo." Houve portanto lapso presidencial, o que se compreende. Assoberbado com as tarefas quotidianas, deve escassear-lhe o tempo para se ir actualizando.
Ainda no âmbito municipal, fomos surpreendidos por um comentário, extremamente correcto, do nosso amigo Hugo Cristóvão, cabeça de lista do PS para a Assembleia Municipal. Perguntou ele se tínhamos autorização para fotografar a sala anteriormente do Museu João de Castilho e agora dos eleitos do PS. No edifício público do Turismo Municipal! (ver comentário em 15º lugar, em "Ena tanto Museu"). Ora valha-nos Nossa Senhora da Agrela, que não há santa como ela! Caso o PS/Tomar viesse a vencer as eleições locais por larga margem, é muito provável que viéssemos a ter Hugo Cristóvão como presidente da Assembleia Municipal. Teríamos então um presidente do parlamento local que, apesar de ainda o não ser, já começa a colocar questões indiciadoras de que seria pouco respeitador das liberdades individuais, sector essencial dos direitos de cidadania. O que não é nada bom sinal!
Que terra esta ! Nem estamos bem nem para lá caminhamos! Pelo menos a julgar pelos três exemplos apresentados.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

CUIDADO COM AS TOUPEIRAS

Numa altura em que é conhecida a hipótese de virem a existir três campos de golfe nas proximidades da cidade; um nos Pegões, outro na Quinta da Granja e um terceiro em Cardais, pareceu-nos útil difundir esta notícia, copiada do PÚBLICO de hoje, com a devida vénia. Não ignoramos que os percursos previstos são de iniciativa particular, competindo à autarquia apenas o indispensável licenciamento para cada um deles. Criaram-se, porém, determinadas expectativas na opinião local, as quais, na nossa opinião de leigos na matéria, carecem de fundamentação séria, pelo que a leitura atenta daquilo que se poderia chamar, com propriedade, "a aventura Melancia" será crtamente de alguma utilidade para todos.
Considerado a dada altura como um dos melhores do país, o golfe de S. Salvador de Aramenha, no concelho de Marvão, foi vítima de várias maleitas, que se depreendem da notícia supra. Houve, todavia, uma outra e importante, que aí não é mencionada -nunca se conseguiu acabar com as dezenas e dezenas de toupeiras que tornavam o percurso pouco praticável porque "lavrado", e infrutíferos todos os esforços para o regularizar. Nestas condições, aqui em Tomar conviria ter muito cuidado com as toupeiras, que poderão arruinar as iniciativas previstas, e bem assim com as "toupeiras", geralmente muito práticas na detecção de tudo o que se passa "por baixo da mesa".

ENA TANTO MUSEU EM PERSPECTIVA!





Adicionando as propostas já conhecidas, se forem todas implementadas, vamos ter não se sabe bem quando (nestas coisas quem tinha razão era aquele ferroviário madrileno: quando lhe perguntaram a que horas estava prevista a chegada do Puerta del Sol a Paris, foi lesto -Ya lo verá usted!), 5 museus. Museu dos Tabuleiros, Museu da Fiação, Museu da Fundição, Museu da Electricidade e Museu da Moagem. Pelo menos! Porque há outros casos pendentes. Por exemplo o espólio lapidar da UAMOC, actualmente no Claustro da Lavagem, no Convento de Cristo, e o que resta do Museu Municipal João de Castilho.
Em relação a este último, ouvimos tanta coisa que resolvemos ir ver a situação real, que vamos tentar descrever, de forma tão neutra quanto possível.
Por alturas do 25 de Abril havia em Tomar dois pequenos museus dependentes da autarquia -o Museu Abraão Zacuto, na Sinagoga, e o Museu João de Castilho, no primeiro andar do magnífico edifício da Comissão Municipal de Turismo. Este englobava essencialmente o legado Martins de Azevedo, composto de pintura dos séculos XIX e XX, bem como alguma escultura e alguns quadros mais recentes. Nos final dos anos 80 do século passado, no mandato de Jerónimo Graça, do PSD, a colecção de pintura foi toda apeada, por motivo ou motivos que ainda hoje estão por esclarecer. Nunca mais foi reposta. Em mandatos posteriores, foi até parcialmente desmantelada, com vários empréstimos de duvidoso retorno, bem como com quadros usados para decorar outras dependências camarárias.
De tal forma que actualmente a situação é a seguinte: 1 - Não há Comissão Municipal de Turismo. 2 - Ninguém sabe, salvo se nos conseguirem provar documentalmente o contrário, onde se enciontram alguns elementos do antigo espólio do citado museu municipal. 3 - A sala pequena de exposições é agora e desde os anos 90 do século passado o gabinete do vereador...do PS (ver foto de cima);
4 - A sala grande está como armazém de embalagem de obras de arte.(Ver foto do meio) 5 - O serviço de museologia da câmara funciona num prédio de renda, ali por cima da antiga Taberna dos Passarinhos, na Travessa de Gil de Avô (ver foto de baixo).
Questionada sobre a data em que os tomarenses poderão visitar novamente o legado Martins de Azevedo, a simpática técnica municipal que nos acompanhou, para abrir a porta, lá nos foi explicando que as obras estão a ser restauradas, que a família do legatário se queixou da falta de condições do salão do turismo, reconhecendo, todavia, que os dois quadros estilo Arcimboldo, actualmente no Salão Nobre dos Paços do Concelho, não estão num local adequado em termos de conservação.
E admitiu que andam a tentar encontrar no cidade um sítio conveniente, para então voltarem a expôr o que resta do legado. Quando as galinhas tiverem dentes, dizemos nós.
Temos assim que a actual maioria autárquica, certamente deslumbrada com os fundos de Bruxelas, prepara-se para embarcar, designadamente, na autêntica aventura dos museus da Levada, quando afinal nem sequer tem sabido gerir devidamente a triste herança recebida, que aparentemente apenas serviu para todos (maioria e oposição) se instalarem principescamente. Haja saúde e coza o forno!

BLOGOSFERA CASEIRA


BLOGUE DESENVOLVE-SE A ALTA VELOCIDADE
Com apenas algumas semanas de existência, o nosso prezado homólogo www.tomaremprimeirolugar.blogspot.com vai cá com um incremento que até faz impressão. Só seguidores devidamente registados já são 10. Entre os quais o Bloco de Esquerda e Carlos Trincão. Para o blogue de um movimento igualmente recente e, ao que dizem por aí, de direita e de cariz conservador, não está nada mal.
Talvez Carlos Trincão, um democrata de sempre, tenha boas razões que a razão por enquanto desconhece...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

FALAR DE TURISMO DE QUALIDADE



Agora que se aproxima, a passos largos, a campanha eleitoral autárquica, cada candidatura faz fogo com qualquer arma que encontra à mão. Considerando que, tal como em qualquer outra actividade, não é bom atirador quem quer, sucedem-se, e vão continuar a suceder-se, os tiros só para animar, que por isso nem sequer foram precedidos de treino adequado, nem de tentativa de pontaria. Um desses tiros para animar é a repetitiva referência ao turismo, mais precisamente ao turismo cultural ou turismo de qualidade, como factor determinate para o desenvolvimento de Tomar. É claro que não vamos aqui "entregar o ouro ao bandido". Quem tem um projecto sólido guarda-o, por estar convencido que chegará o momento em que será a única alternativa credível. É só dar tempo ao tempo.
Retornando ao turismo, cultural ou de qualidade, impõe-se desde logo esclarecer que os pequenos destinos, tipo Alcobaça, Batalha, Tomar, praticamente não têm, à priori, qualquer hipótese de influenciar a procura, para além da melhoria acentuada das condições de acolhimento. Sem isso, nada feito! Depois, com o tempo, e continuando sempre a melhorar o que for possível, acabar-se-á por vir a colher alguns frutos saborosos. Mas será longo e trabalhoso.
Atente-se neste excerto de Fernando Barciela, no El País de ontem: "Ser a grande potência em termos de turismo de massa deixou de ser tão interessante como há dez ou quinze anos atrás. O aparecimento de novos destinos no Mediterrâneo, como a Croácia, a Tunísia ou a Turquia, representa um sério desafio para a hegemonia espanhola em termos de turismo modesto. Tanto assim é que este ano Espanha foi o destino mais atingido pela crise na área mediterrânica, com menos 12,9% de entradas de estrangeiros (segundo Exceltur), quando a queda foi de apenas 4,1% na Croácia e 1,5% na Turquia, havendo até a registar subidas de 9,8% em Marrocos e 1,3 na Tunísia." Tudo destinos bem mais baratos que na Península.
Em Portugal, com habitualmente, por enquanto sabe-se apenas que houve um decréscimo acentuado de dormidas no Algarve e em Lisboa. No resto do país é o nevoeiro cerrado. Seja como for, compreende-se que no nosso país haja tendência para falar em turismo de qualidade, mais por basófia que por opção fundamentada na observação da realidade. Na verdade, como se pode ler no gráfico acima, com apenas 17 hotéis de 5 estrelas e dois ou três de luxo, não podemos nem devemos ter grandes ambições nesse nível de procura.
Devemos, isso sim, cultivar o realismo e a modéstia, começando por reconhecer que o turismo pode ser popular ou de massa, de classe média, ou de luxo, sendo que em qualquer das categorias poderá haver ou não turismo de qualidade, em função das características da oferta. Porque a verdade nua e crua é esta -neste momento em Tomar, que temos realmente para oferecer aos turistas, qualquer que seja a sua categoria económica, em termos de criação de riqueza? Almoços, jantares, pastelaria, vinho, alojamento e que mais? Seja franco, leitor amigo -se num qualquer país estrangeiro só tivessem isso para lhe oferecer, juntamente com falta de qualidade, falta de limpeza, falta de sinalização, falta de pessoal habilitado, você regressaria contente? Recomendaria esse destino aos seus amigos? Então se calhar o mais proveitoso será aceitarmos um módico de humildade e começarmos pelo princípio, que isto no turismo em particular, e na economia em geral, não é nada como no Euromilhões. Também podem ganhar-se milhões, mas é preciso saber, trabalho, persistência, humildade e sentido da realidade, que é precisamente o que nos falta. Ainda não conseguimos assimilar que a época dos actos de heroísmo, da epopeia, já lá vai há muitos anos. Agora é a "apagada e vil tristeza", quer nos agrade ou não. E a mudança cada vez mais acelerada não vai de certeza esperar por nós. Assim sendo, como já aconteceu a tantos outros núcleos populacionais, ou nos adaptamos ou morremos. Em linguagem mais popular: Ou damos o corpo à curva ou seremos projectados para fora da estrada e seriamente atingidos. Conseguiremos sobreviver? Ninguém sabe.

A FALTA QUE O PARQUE FAZIA...

Após alguns soluços finais, reabriu o Parque Municipal de Campismo. Uma iniciativa feliz da actual maioria autárquica, pressionada pela opinião pública e por uma última proposta dos IpT. Apesar de só reabrir uma semana após o pico da época (15 de Agosto), nas primeiras 24 horas de funcionamento entraram 14 utilizadores.

A proposta aprovada mencionava apenas parque para caravanas. Na prática, acabou por prevalecer o bom-senso. Parque para quem aparecer, seja campista, seja caravanista, seja de qualidade alta, média ou baixa. Para todos. Porque, no fim de contas, como iam os recepcionistas do parque seleccionar os clientes? Com que argumentos legais?


Diz o povo que as aparências iludem. E tem razão. Quem nos garante que o utilizador desta curiosa mini-tenda é de baixa qualidade? Segundo o EL PAIS de ontem, os chamados turistas de qualidade, que gastam mais de 450 euros diários, representaram apenas 7,4% da despesa total dos turistas em Espanha, no ano passado. São estes os turistas que a autarquia tomarense pretende atraír? E onde estão as instalações para os receber? E as outras infraestruturas? E o pessoal devidamente habilitado profissionalmente? Sonhar é fácil, mas as ilusões pagam-se caro. Como está agora a suceder com os tomarenses.


POR AÍ NÃO VAMOS A LADO ALGUM


António Rebelo


Coma devida vénia, transcrevemos do blogue "Vamos por Aqui", de Luis Ferreira, 2º na lista do PS para a autarquia da nossa terra, com data de 21/08/09:


"Leiam só este primor do cabeça de lista do PSD por Santarém [Moita Flores] e, como todos sabemos, muito amigo do Presidente da Assembleia Municipal de Tomar, Miguel Relvas. Com a defesa que Manuela Ferreira Leite faz de Preto, se ela fosse líder do PSD há mais tempo, até Pedro Marques teria sido candidato pelo PSD. É que cada um tem o preto que quer e merece..."

Segue-se um longo texto de Luis Ferreira, com abundância de citações, que os leitores farão o favor de ler em http://www.vamosporaqui.blogspot.com/ . No final há esta "Nota: Ora não poderia concordar mais com o "companheiro" do PSD. Foi precisamente por isso que desde 1996 o PS de Tomar decidiu "despedir" e manter bem longe da sua porta o "Preto" de Tomar." (O negrito é de TAD)


É sabido que os dois mandatos de Pedro Marques, como independente pelo PS, não foram exemplares sob nenhum aspecto, tal como é notório que o actual cabeça de lista dos IpT, que antes da eleição pelo PS nunca se metera nestas coisas da política local, ainda não reconheceu publicamente os seus erros. Pode, portanto, deduzir-se que não está arrependido e até estará eventualmente convencido de que fez tudo bem, os outros é que só lhe querem mal.

Dito isto, que está bem longe de ser pouco, que sentido fará vir relembrar em 2009 factos ocorridos treze anos antes? Sede de vingança? Rancor? Quem beneficia com isso? O partido? A cidade? Os eleitores em geral? Não me parece! Para além do tradicional e bem conhecido "Quem com ferros mata, com ferros morre", poderá ser proveitoso lembrar o comportamento do Botas de Santa Comba, em circunstâncias semelhantes. Quando o seu grande e íntimo amigo Cardeal Cerejeira lhe lembrou um dia, em tom agreste, que Deus manda perdoar (..."Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"...), Salazar foi rápido e ríspido na resposta: -"Pois manda! Mas não manda esquecer!"

Teremos em Luis Ferreira um discípulo de Salazar? Não quero crer e faço votos para que rapidamente mude de estilo político. É o futuro de Tomar que está em jogo!


AFINAL É PARA AS EMERGÊNCIAS...




De acordo com pelo menos um dos nossos leitores, parece que, no fim de contas, os lugares reservados no mercado para a veterinária e o aferidor se justificam perfeitamente. Um para as emergências (não vá alguma galinha sentir-se indisposta...) e outro para os cidadãos que vão submeter as balanças a aferição... Nós é que somos um exemplo execrável de má língua.
A demonstrar que a autarquia é capaz de ter razão, ou seja que é imparcial, pois tanto protege os seus como os cidadãos em geral, aqui ficam mais três fotografias de outros tantos locais, a exemplificar que poderá haver muita coisa; desleixo, desmazelo, desinteresse pelas coisas públicas, isso de maneira nenhuma. Nós é que só vemos o mal por todo o lado.
A fotografia de baixo indica que a autarquia (tanto eleitos como funcionários, uns porque não fazem, outros porque não mandam fazer), continua a respeitar a verdura sob todas as formas e em todos os locais, como aqui nas traseiras do mercado.
A magnífica limpeza feita há uma semana nos terrenos entre o mercado e o parque de estacionamento frente ao Centro de Emprego, respeitou integralmente o ambiente anterior àquela intervenção, conforme se pode ver na fotografia. Será para um futuro museu de sacos de plástico?
Finalmente, na foto de cima, uma situação deveras curiosa. A PSP já mudou de sede em Janeiro. A indicação, porém, lá continua, na fachada do ex-Lar de S. José. Mas também, que importância tem? Com um tamanho daqueles e semelhante estado de conservação, ninguém repara na placa. E ainda bem! Isto é só má-língua...


domingo, 23 de agosto de 2009

CIDADÃOS E FUNCIONÁRIOS




Queixam-se os cidadãos, particularmente os vendedores, que a actual maioria autárquica não cuida do mercado municipal, uma construção inaugurada em 1950, agora num estado calamitoso. Têm toda a razão, como deixa perceber o estado da vedação em rede, com pouco mais de 5 anos. No entanto, convém anotar igualmente que, se a Câmara não parece preocupar-se com os munícipes em geral, preocupa-se bastante com os seus funcionários -tanto a veterinária municipal como o aferidor municipal têm os seus lugares de estacionamento reservados. Se algum dia fossem forçados a chegar ao respectivo local de trabalho a pé, como qualquer outro cidadão -lá lhes caíam os parentes na lama, situação impensável em tão ilustre linhagem... Presume-se que, quando o mercado for requalificado -se chegar a ser- passará a haver igualmente lugares de estacionamento reservados para todos os senhores autarcas. Ou, no mínimo, para os da maioria dessa altura. Afinal as castas superiores devem ser sempre tratadas como tal. Pelo menos enquanto estiverem na mó de cima. Ganda terra! Ganda país!


IMAGENS DA CAMPANHA AUTÁRQUICA


Os acasos da campanha eleitoral proporcionam imagens assim. Na Rotunda da Fonte Maldita, lado a lado, o candidatão, ou candidato grande a alcaide de Tomar, e a candidatita, ou candidata pequena a primeira-ministra deste jardim à beira-mar plantado. É a realidade política às avessas em relação ao contexto.
Quase ao centro, no poste, oportunamente enrodilhada pelo vento (?), uma bandeirola da CDU,
num estado em que não perturba a solenidade dos candidatos PSD.

PARA VER SE O BLOCO CRESCE...

Dizem por aí cobras e lagartos sobre a actual maioria autárquica e em muitos aspectos têm toda a razão. Face a esta imagem, somos porém levados a reconhecer que, em matéria de tolerância democrática e de ajuda às forças de oposição, não há como o actual presidente Corvêlo de Sousa.
Repare-se que até providenciou no sentido de regarem abundantemente o cartaz do Bloco de Esquerda, certamente com esperança de que ele cresça o suficiente para conseguir "roubar" votos a outros candidatos um bocadinho mais incómodos. E depois ainda há quem diga que o cabeça de lista do PSD não sabe planear atempadamente! Má língua, é o que é!

"ENGRAXAR SAPATOS" E ETC.


Isto de tentar informar, com a objectividade possível, é um verdadeiro calvário, aqui pelas aprazíveis margens nabantinas. Só nestas últimas semanas, já nos garantiram, sucessivamente, que andamos "com os socialistas ao colo", que nos mudámos par o CDS, que agora apoiamos o Lebre, porque temos um prédio na cidade velha e ele quer ver se arranja subsídos para fazer obras à borla nesta zona, e até que não gostamos dos Independentes por Tomar, particularmente de Pedro Marques. Quase tudo coisas ditas "de cátedra", à boa maneira tomarense. Está dito, está dito, e não adianta vir com desmentidos. Se foi dito é porque é verdade, tendo em conta quem o disse. Pobres cabeças! E que tal encarar a realidade como ela é? Sem óculos partidários?
Continuando a carregar tal cruz, porque quem corre por gosto não se cansa, hoje "engraxamos os sapatos" do cabeça de lista do Bloco de Esquerda, António Carlos Godinho. "À mão", como se pode ler no cartaz.
O Godinho parece-nos um excelente candidato, pois tem uma qualidade indiscutível -não nasceu, nem foi criado cá. Sabido como é que: 1 - Esta terra sempre foi e continua a ser madrasta para os seus filhos; 2 - Ao longo da história, a grande maioria dos que engrandeceram Tomar, não eram de cá. A começar pelo Gualdim Pais. 3 - Hoje em dia, e desde finais do século passado, já ninguém nasce em Tomar, pelo que nos vamos finalmente ver livres dos tomarenses; Godinho é mesmo uma óptima escolha.
Dir-nos-ão que o BE mais isto, o BE mais aquilo. De acordo. Mas neste caso do mercado tem toda a razão e merece o nosso inteiro apoio. Afinal, é ou não verdade que todas as forças políticas tomarenses, excepto os paulinistas, apoiam a manutenção do mercado no local onde agora está?
Palmas portanto para o Bloco de Esquerda e para o António Godinho! Oxalá façam uma boa campanha e tenham um resultado simpático. Porque ganhar, não ganham de certeza. A não ser experiência. O que é muito bom! (A experiência, claro!)

sábado, 22 de agosto de 2009

DEBATES, EDUCAÇÃO E BOAS MANEIRAS

António Rebelo
"Já vi em vários post's comentários tratando o escrivão do blogue por "Sr. Dr. Rebelo". Quando era puto, tratava os profs por "stor" e já iam com sorte.
De qualquer das formas, este é um senhor doutor que só escreve baboseiras.
PS - Apaga lá isto, mais uma vez."
A espécie de raciocínio que se pode ler acima é uma das últimas "laradas" despejadas aqui no blogue. É de hoje, cerca das 18:30, mostrando perfeitamente o país e a cidade que somos. Mas vamos por partes.
1 -Nunca solicitei, exigi ou dei a entender que me deveriam tratar assim ou assado. Quem me conhece, e se conhece a si próprio, sabe bem que assim é.
2 - Ainda bem que a criatura que garatujou o comentário é do sexo masculino. Se calha a ser do feminino, aquela frase "Quando era puto..." acertava em cheio na designação correcta.
3 -É sabido que uma certa camada tomarense é composta por "cagões" (é mesmo o termo usado para os classificar) que não se conseguem sequer enxergar. São os tais que nem sabem que não sabem, e que passam a vida a "largar" sentenças sem qualquer indício de fundamentação. Efeitos tardios de 48 anos de "cultura" salazarenta e encardida. Julgo eu!
4 - Aparentemente, a criatura padece de ideias fixas, uma vez que se identifica como autor de outras "pérolas" que foram apagadas. Queria dizer-lhe que para isso há médicos especializados. Tem é de começar por lhes solicitar umas injecções contra a raiva, como tratamento prévio.
Indo agora a assuntos menos odorantes e mais substantivos. Já há dois séculos, Eça de Queirós dizia com frequência, nos seus livros, que a cultura e a educação nos chegavam de Paris, pelo barco ou pelo Sud Express, devidamente embaladas e prontas a usar. Pelos vistos, de acordo com o exemplo cimeiro, esse tempo já lá vai. Agora nem cultura, nem sequer educação.
O Salazar bem dizia que não podíamos ter democracia em Portugal, porque o povo não estava preparado. Se o 25 de Abril e os sucessivos actos eleitorais, vieram mostrar que não tinha razão, indivíduos como o autor do comentário supra reproduzido, permitem afirmar que também não estava totalmente enganado. Para mal dos nossos pecados.
É um dos grandes problemas dos labregos -não se conseguem imaginar inseridos num determinado contexto social. E como a ignorância é atrevida, até acham muito bem divulgar como grandes êxitos os seus casos de manifesta má criação. Que havemos de fazer?
Quem tenha um mínimo de verniz educacional, intui facimente que um blogue é, na prática, "a casa" de quem o administra. Assim sendo, não passará pela cabeça de ninguém, com um mínimo de siso, tentar injuriar, ofender, vilipendiar, enxovar, caluniar, honestos cidadãos que não ocupam cargos públicos nem são candidatos, em sua própria casa. Pois é o que acontece nesta terra, como demonstra o monte de esterco acima. E depois queixam-se que aqui em Tomar há cada vez mais pessoas a mudar-se para outros concelhos...

DÁ QUE PENSAR...

Ontem, durante a sua conferência de imprensa, José Lebre lastimou-se, dizendo que "sabemos muito pouco sobre as finanças municipais". E ninguém mais falou no assunto. Curiosa situação! Cada um, em sua casa, na sua vida, mal ou menos mal, faz e refaz as suas contas, pelo menos todos os meses. Pois na política tomarense ninguém parece preocupar-se com as questões ligadas à economia, ao governo dos dinheiros de todos nós. Devem estar intimamente convencidos de que o dinheiro cai do céu...
Temos três forças políticas no executivo, mais duas na Assembleia Municipal. Todos os anos, por força da lei, discutem e votam o orçamento municipal. Quando necessário, fazem outro tanto em relação aos empréstimos, cada vez mais frequentes, contraídos pela autarquia. Pois mesmo assim, os eleitores estão praticamente a zero em matéria de informação sobre contas da autarquia. Alguma força política, no executivo ou na assembleia, considerou alguma vez útil informar cabalmente a população sobre a situação orçamental do município? É claro que não! Mas depois ficam muito "enxofrados" quando alguém dá a entender que estão todos feitos uns com os outros e que se consideram membros de uma casta, um clã, do onde convém afastar o povoléu, os bárbaros...
Agora com sete listas em compita, nada parece ter melhorado. Nas apresentações, nos compromissos, nas conferências de imprensa, nos programas, sobre dinheiros e contas, nada. Sobre a necessidade de conhecer com precisão a actual situação financeira da autarquia, nada.Sobre a urgência de estabelecer um diagnóstico tão preciso quanto possível, como condição prévia para tomar medidas, impopulares mas indispensáveis, tendentes a suprimir, pouco a pouco, as causas da presente e tão triste situação, nada.
Assim vamos longe! Não tenhamos quaisquer dúvidas!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DO MTPL

Foto Cidade de Tomar
Coincidindo com a abertura da sede de candidatura, na Rua dos Moinhos, no r/c do prédio habitado pelo candidato, José Lebre, cabeça de lista do Movimento Tomar em Primeiro Lugar, deu uma conferência de imprensa, à qual compareceram os jornalistas do costume, bem como alguns amigos e vários membros do citado movimento, entre os quais Isabel Miliciano e Jorge Ferreira.
Após as saudações e os agradecimentos, o candidato justificou a existência de um segundo movimento de independentes: "O aparecimento do Movimento deve-se como já referido ao descontentamento generalizado, e à desmoralização e derrocada em que se encontra a Câmara Municipal de Tomar. A indignação é geral e a descrença é total."
Mais adiante, José Lebre enumerou algumas das queixas dos munícipes, a que segundo disse urge dar solução: "-Quem quer investir não consegue. -Quem da Câmara precisa nada obtém. Pode estar meses ou anos para obter uma resposta ou a emissão de uma licença. -Pagam-se exorbitâncias por maus serviços. -O regulamento de taxas é completamente desadequado à realidade sócio-económica do concelho. -O cidadão é mal tratado, mal ouvido, incompreendido e sistematicamente multado de forma violenta, na maioria das vezes por questões menores. -Os serviços funcionam de forma desastrosa, exclusivamente por falta de liderança. -As obras são na sua maioria mal executadas, na maior parte das vezes têm um cariz meramente eleitoral. -O PDM e todos os Planos foram e são feitos nas costas de toda a gente e têm contribuído de uma forma decisiva para o empobrecimento geral do concelho."
Antes, já o candidato do MTPL tinha assinalado que "Os nossos adversários são fortíssimos, estão há muitos anos no poder, trabalham para a sua manutenção, que dividem estrategicamente quando convém."
Prosseguiu, anunciando os objectivos gerais do seu movimento, que são três: Devolver a autarquia aos cidadãos, para os servir e ajudar no seu dia-a-dia. Criar condições propícias à atracção de emprego e de riqueza. Afirmar Tomar como uma cidade e um concelho de cultura.
No período de perguntas que se seguiu, o qual foi bastante animado, esclareceu que prefere os acordos pessoais às coligações partidárias, disse que o novo movimento independente se tornou indispensável porque o outro grupo independente não estava a cumprir e que integrava uma oposição menor. Advogou igualmente, como indispensável e prioritária, uma reorganização dos serviços camarários, com chefias fortes.
Questionado por uma jornalista, Jorge Ferreira, outro dos mentores do MTPL e cabeça de lista à Assembleia Municipal, declarou-se "escandalizado com a forma como esta terra é governada". Disse que na única vez que foi a uma sessão da Assembleia Municipal, constatou com grande surpresa que "não havia executivo nem oposição, o que não admira, porque são praticamente sempre os mesmos desde há vinte anos para cá".

OPOSIÇÃO TOMARENSE SEM SORTE NENHUMA

Previsão de mau tempo e nítida falta de sorte para as candidaturas da oposição tomarense. Segundo o semanário SOL, na sua edição de hoje, a quem agradecemos, haverá vários duelos autárquicos por esse país fora (ver mapa), mas em Tomar, nada. Significa isto que o PSD nabantino já ganhou? Veremos. Conforme diz o povo, em vernáculo -nunca se deve limpar o ... antes de... ou, mais polidamente, é sempre perigoso contar com o ovo no oviduto da ave.

Como em geral uma desgraça nunca vem só, noticia igualmente o SOL que o governo cedeu às pressões do PSD e a EP decidiu não adjudicar as maiores concessões rodoviárias até às eleições. Entre elas (ver mapa parcial) conta-se o que falta do IC3, entre o cruzamento de Alviobeira e Coimbra. Os respectivos concursos foram ganhos pela Mota e companhia, presidida pelo antigo "homem do aparelho" do PS, Jorge Coelho, mas as propostas vencedoras ultrapassaram em ambos os casos as bases iniciais. Procurando, na medida do possível, evitar pontos demasiado sensíveis, Sócrates resolveu adiar. Aqui em Tomar continuamos a não ter sorte nenhuma. Nem com Pedro nem com Paulo.

TRÊS CRISES NACIONAIS E LOCAIS

António Rebelo
É relativamente corrente ouvir-se por aí que a vida política deve ser muito boa, pois todos querem para lá entrar. Concordando que há no vasto sector algumas mordomias que chegam mesmo a ser indecentes, como é o caso das aposentações, convirá ainda assim distinguir dois grandes grupos: os que se apresentam ao sufrágio procurando governar a vida, e os que se candidatam em sinal de protesto, por não se sentirem representados. No caso de Tomar, por exemplo, há várias candidaturas que pouco ou nada têm a ganhar com a política. Não indico nomes para evitar discussões sem fim. O conhecido actor, encenador, empresário, amante da sua terra e da liberdade, o tomarense e meu prezado amigo Carlos Carvalheiro, foi duro mas sintético e certeiro. Escrevendo sobre os sete candidatos, afirmou que agora só falta a Branca de Neve. Querem melhor prova de que não se sente representado?
Tanto os políticos como os outros cidadãos, pertencem a um de dois grandes grupos, escreveu J. K. Galbraith, na segunda metade do século passado: "os que não sabem e os que nem isso sabem". Tudo indica que no nosso país, sobretudo nas cidades pequenas (para não particularizar...) o segundo grupo é muito largamente maioritário. Confrange ver, ouvir ou ler longas entrevistas em que o entrevistado não dá as respostas mais aguardadas por todos, simplesmente porque o ou os entrevistadores não formulam as perguntas adequadas. Combinações prévias? Nalguns casos sim. Quase sempre, porém, simples consequência do conhecido improviso à portuguesa -"não sei, mas logo me desenrasco".
O país e a cidade estão desde há muito mergulhados numa crise que apenas foi agudizada pela envolvente externa. Agora, que as coisas começam a piorar mais devagar, tanto no interior como no exterior, salvo no que concerne ao desemprego, o escol político que temos começa a rejubilar, convencido de que tudo voltará ao mesmo. Estão equivocados. Só vai voltar ao mesmo no que se refere às nossas crises. O envolvimento exterior terá mudado entretanto. E nós teremos ficado para trás mais uma vez, com a nossa conhecida falta de capacidade para idealizar soluções com futuro.
No caso tomarense, não se sabe bem como, têm-se por adquiridas algumas verdades inatacáveis, entre as quais a que proclama que se os turistas que visitam o Convento viessem cá abaixo e fossem ficando, a situação seria bem melhor. É claro que se a minha saudosa avó tivesse tido um vistoso Ferrari... O mesmo sucede com os turistas. Trazê-los à cidade para quê? Mantê-los por cá como?
Na sua longa entrevista, José Lebre disse que os projectos existentes, de ligação entre a cidade e o Convento, serão uma boa solução "se bem agarrados". Tem razão. O pior é que, como já aqui foi referido anteriormente, alguns deles não têm sequer ponta por onde se lhes possa agarrar. Por exemplo: disse igualmente José Lebre que automóveis e autocarros entre a cidade e o Convento, não. Continua cheio de razão. Mas então para que vai servir o novo parque de 34 (!!!) lugares, a construir na encosta?
Tenho para mim que o melhor serviço que os candidatos poderiam prestar aos potenciais eleitores, no sentido de os motivarem para o voto do dia 11 de Outubro, seria deixarem-se de discursos bonitos, dos chamados circunlóquios, e irem directamente ao assunto -penso que as causas da crise são estas + estas + estas e proponho as seguintes medidas para acabar com elas e começar a resolver o problema. Haverá coragem para tanto? Ou iremos continuar a perder tempo e paciência?

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ANÁLISE DA INFORMAÇÃO LOCAL E REGIONAL







Redacção de Tomar a dianteira

Colaboração CLIPNETO


Iniciamos com a longa entrevista de José Lebre, cabeça de lista de Tomar em Primeiro Lugar, na Rádio Hertz. Conduzida por Vítor Melenas com a habitual mestria, a conversa durou cerca de uma hora. Se puder, não deixe de ouvir a respectiva gravação em http://www.radiohertz.pt?pagina=programas.
Como era de esperar, o entrevistado falou sobretudo de arquitectura, obras e urbanismo, mas não se furtou a abordar outros temas. Teve até a sinceridade suficiente para admitir, em relação à requalificação do mercado e à Feira de Santa Iria, que neste momento não tem qualquer proposta a apresentar. Prometeu retirar imediatamente a fonte cibernética, se ganhar e acha que as obras do Flecheiro são positivas porque melhoraram a zona.
Questionado sobre as razões que determinaram o aparecimento do MTPL e a sua candidatura, foi claro e directo -descontentamento. Tal como quando afirmou que "Isabel Miliciano é a figura mais política" da sua lista, de cidadãos da política mas que não são políticos.
Igualmente na área política, CIDADE DE TOMAR sabe manter-se igual ao que sempre foi. Neste número dedica nada menos de cinco páginas às candidaturas autárquicas, mas não faz qualquer comentário ou análise, nem emite qualquer opinião própria. Limita-se a ser factual com listas e opiniões dos candidatos. Fastidioso mas útil, para quem gosta de factos sem contexto nem perspectiva.
É outra a perspectiva d'O MIRANTE, ao publicar a infografia circular que reproduzimos, com a devida vénia. Trata-se de um excelente exemplo de como usar elementos estatísticos de forma a que "digam" aquilo que mais nos convém. Neste caso, O MIRANTE, que faz três edições cada semana (Vale do Tejo, Lezíria do Tejo, Médio Tejo), afirmando ter uma tiragem de 35 mil exemplares, compara-se com semanários de edição única, como CIDADE DE TOMAR ou O TEMPLÁRIO, com tiragem inferior e difusão geograficamente mais concentrada. Nestas condições, terá realmente algo de extraordinário a proeminência d'O MIRANTE?
A notícia-sensação desta semana, para quem tiver paciência para ler tudo com muita atenção, vem na página 10 d'O TEMPLÁRIO. Subscreve-a o engenheiro Luís Alvellos, proprietário da Quinta das Avessadas, que já em entrevista anteriormente publicada nesse mesmo semanário foi bastante agreste para a câmara, conquanto formalmente correcto em termos de convivência.
Desta vez, aborda a complicada situação política de Corvêlo de Sousa que, segundo afirma, vai ser obrigado a decidir, quanto antes, entre o novo e o velho. No seu longo mas denso e interessante artigo, aborda diversos aspectos da actuação camarária. Destacamos duas referências diplomáticas, significativas e deliciosas a José Augusto França: "É o regresso do historiador a Tomar como um filho pródigo e ao que parece com especial enlevo pelo Hotel dos Templários." (À custa dos contribuintes, acrescentamos nós). E mais adiante: "... ...mas os tomarenses não sabem que pelo protocolo assinado entre a Câmara de Tomar e José Augusto França, a Câmara de António Paiva abdicou do pleno usufruto do piso do rés-do-chão do edifício da Praça da República. Porque qualquer exposição nele realizada só pode ser da iniciativa de José Augusto França e se a câmara quiser fazer uma exposição terá de lhe pedir licença. Há uma cláusula que diz que se a câmara não cumprir, José Augusto França pode retirar os quadros para o Museu do Chiado. Mesmo depois da inevitável morte de José Augusto França, a cláusula limitativa continuará porque está nomeada por José Augusto França uma comissão controleira para a fazer cumprir. Quem mandatou António Paiva para dispôr assim do património da Câmara?"
Como decerto já intuiram, vale a pena ir já procurar a página 10 d'O TEMPLÁRIO desta semana, seja onde for.
Boa sorte a todos!

UNS COM TANTO, OUTROS COM TÃO POUCO...

EXCESSO DE TURISTAS NA ILHA DA PÁSCOA
"As ligações aéreas para a ilha da Páscoa foram retomadas na segunda-feira, 17 de Agosto, após terem sido suspensas na véspera por uma manifestação de pascoanos que protestavam contra o excesso de turistas e de imigrantes nesta ilha isolada do Oceano Pacífico. O governo chileno, pois a ilha pertence ao Chile, aceitou encetar negociações, reclamadas pelos manifestantes, que tinham ocupado a pista na véspera e impedido as aterragens e descolagens.
A população residente nesta ilha de 164 quilómetros quadrados, situada a mais de três mil e quinhentos quilómetros da costa chilena, aumentou fortemente nos últimos anos, tendo passado de 2.900 habitantes em 1992, para 3.800 em 2002.
Cerca de 64.500 turistas visitaram em 2008 a ilha, mundialmente famosa pelos seus moais (ver ilustração acima). Alguns habitantes pensam que este excesso de visitantes constitui uma ameaça para a cultura polinésia e para o eco-sistema insular ." (Reuters, fotografia de A.R.)

Nota final: Decidimos publicar esta notícia por nos parecer que tendo 150 mil turistas visitado o Convento de Cristo em 2008, mais do dobro daqueles que foram à Ilha da Páscoa, pode muito bem ser que a cultura tomarense e o eco-sistema nabantino também estejam seriamente ameaçados. Ou estaremos enganados?


LINGUAGEM EQUÍVOCA

BRINCANDO COM COISAS SÉRIAS...

Um professor universitário estrangeiro, que falava muito bem português (variante brasileira), disse-me uma vez em Paris que não gostava muito da nossa língua, porque era demasiado ambígua. Perante a minha surpresa explicou-me que quando um português diz "pois", ninguém sabe realmente o que ele quer dizer. Depende da pessoa e do contexto. Sem me dar conta, retorqui-lhe: Ah pois! Maneira polida de dizer "Tem razão!" Resposta pronta dele -"Está a ver?! Eu não lhe dizia?!
Passados tantos anos, veio-me à memória este episódio, ocorrido com o saudoso professor Saúl Yorkievitch, ao olhar com mais atenção para um painel publicitário do "Modelo", acima reproduzido de forma intencionalmente muito parcelar.
Trata-se da nova educação sexual? Ou de um apelo implícito à prostituição?

HÁ SEMPRE ALGUÉM A FALHAR...




O primeiro-ministro é o melhor que temos; o governo é o melhor que temos; os ministros são os melhores que temos; as políticas governamentais são as melhores que temos; as medidas anti-crise são as melhores que temos; os candidatos são os melhores que temos; os programas são os melhores que temos. A cola é que não presta para nada. E os serviços de manutenção (se existem), bem podem melhorar quanto antes. Ou será que a matéria plástica do painel é repelente para a cola usada? Se afirmativo, um engenheiro químico terá falhado algures. E nem o PS nem os eleitores têm culpa nenhuma. Portugal - Europa - 2009.